— Kurou! Onde você esta? Esta atrasado pro trabalho! – Diz Zen, preocupado.

Depois de passar um tempo procurando, Zen encontrou o jovem Kurou, bem longe de casa, construindo vários androides.

— Ai esta você! De novo fazendo essas máquinas assustadoras? – Diz Zen, levemente aliviado.

— Melhor do que construir uma banheira que não termina nunca. – Retruca Kurou, sem olhar para Zen.

— Lá vem você com sua rebeldia de novo! Não ofenda nosso navio assim! Eu estou perto de terminar! – Diz Zen, nervoso. – Mas bem...vamos lá, temos que trabalhar.

— Sinceramente, até quando vai ficar fazendo isso? – Diz Kurou, nervoso.

— “Isso” o que? – Pergunta Zen.

— Vigiar aqueles mundos estranhos! Você nunca vai conhecê-los, não tem pra que ficar tão apegado a eles! – Responde Kurou.

— Mas que pergunta! É nosso dever! – Diz Zen.

— “Nosso dever” é passar as nossas vidas assistindo as glórias e sucessos de outros!? Quase nunca temos que fazer algo! Sempre sentamos lá e só vemos o que aqueles idiotas fazem! – Diz Kurou, irritado.

— Qual é o seu problema!? Você costumava admirar os heróis! Adorava ir trabalhar comigo! – Diz Zen, confuso e nervoso. – Kurou...entenda, nós nunca estaríamos aqui sem motivo! Se existimos, temos algo para fazer! É por isso que temos que continuar a ver se os dez mundos estão bem! É nosso dever...não, é meu desejo ajuda-los! Fazer o que aqueles heróis não podem!

— Isso tá muito errado...todos aqueles caras são idiotas! Não tem um intelecto grande como o meu e o seu...e mesmo assim, eles vivem tão bem, e conquistam tantas coisas...conseguiram tirar até meu Avô de mim! – Diz Kurou, irritado.

— Não Kurou! Eu te ensinei que não deve se achar melhor que ninguém! Todos temos virtudes diferentes...e temos que usa-las para o bem maior! Você mesmo já me disse isso! Aqueles heróis dão esperança...não só para seus mundos, mas para mim e muitas pessoas por ai! Essa é a virtude deles! – Diz Zen, irritado.

— “Esperança”, isso nem é cientificamente comprovado! Esses sentimentos bobos...já aprendi nesses anos que são todos inúteis, são coisas da cabeça das pessoas...não existem! – Diz Kurou, furioso. – Tudo bem...eu já aviso, não vou mais cooperar com você! Não tomarei mais conta daqueles idiotas e de seus mundos, não é da minha conta mesmo...

Kurou começou a pegar suas coisas e andar na direção de sua casa, Zen estava abalado e não sabia o que fazer. Zen voltou até sua casa e encontrou Kurou de malas prontas, e levando muitas ferramentas e invenções. Ele estava se dirigindo para o teleportador.

— KUROU! Pra onde vai!? O que vai fazer!? – Diz Zen, nervoso.

— Vou pra Ilha Yami, vou ficar lá a partir de agora. Eu nunca vou aceitar a ideia...daqueles caras terem tudo: liberdade, glória, família, amigos...poder! Eu...que nasci com grande inteligência, só fico preso aqui! Já cansei disso! Meu intelecto tem que ser usado para algo maior... – Diz Kurou. – Se o que você, e os outros, admiram neles é a força...então é isso que vou buscar! Vou ficar mais forte do que todos aqueles idiotas! Vou limpar os mundos deles...e ficar com eles só pra mim!

— FICOU LOUCO!? Não pode fazer isso! Eu...eu...não vou deixar! – Diz Zen. – Aqueles “idiotas”...tem uma força que você nunca vai ter! Não pode ser melhor do que todos eles!

— Há! Por favor...um ninja de baixa classe, um pirata sem noção, um mago presunçoso, um alienígena ingênuo, um ceifeiro muito arrogante, um cavaleiro fracote, uma criança sem experiência de vida, um garoto e seu monstrinho de estimação, um covarde e um delinquente? Eu sou muito melhor do que todos eles em vários aspectos! – Diz Kurou, rindo. – Se você ficar no meu caminho...eu não vou hesitar em acabar com você! Nem tente me seguir...já está avisado...Zen!

E foi assim...que Kurou se transformou em um vilão, ele se foi para Ilha Yami, Zen nuca mais o viu depois disso. Passaram-se muitos anos, e ai vem à história que já conhece. Agora, no tempo presente, Kurou tinha acabado de ver os acontecimentos da Ilha Gemu.

— Myotismon foi eliminado...confesso que esperava que ele tirasse mais peças do jogo, mas não importa, o que eu realmente me importo aqui é o funcionamento dos meus nano robôs! Parece que cinco já conseguiram se infiltrar entre eles, seus braceletes já devem estar perdendo o efeito! – Diz Kurou, contente.

Kurou estava ficando cada vez mais poderoso, mas, quanto mais poder ele ganhava, mais corrompido ficava. Foi enquanto checava seus níveis de força, que percebeu o que Zen estava fazendo com os toneis!

— DROGA! Aquele...velho desgraçado! Ele já tem me atrapalhado o suficiente...cansei disso! Eu mesmo vou me livrar dele! – Diz Kurou, furioso.

Ele retirou as sondas de seu corpo, se vestiu e foi até o teleportador. No instante seguinte, ele estava na Ilha Yoku, na ponta da ilha. O computador de Zen começou a apitar, anunciando um sinal de intruso.

— O que? Mas...eu destruí o receptor dessa ilha! Não é possível! – Diz Zen, confuso e mexendo nos painéis.

No instante em que Zen abriu as câmeras da ilha, viu Kurou andando calmamente na direção de sua casa. Antes que pudesse ter qualquer reação, Zen percebeu que Kurou havia desaparecido! E, em questão de segundos, a casa de Zen começou a ser bombardeada! Depois disso, a casa estava apenas destroços...Zen estava ferido, e estava preso de baixo de alguns escombros. Com muita dificuldade, ele ergueu sua cabaça e viu Kurou!

— Como...você...esta aqui!? – Diz Zen, ofegante.

— Não te culpo por ficar confuso, eu mesmo fiz um receptor extra e escondi na outra ponta da ilha. – Diz Kurou, sorrindo. – Sabe Zen...confesso que me deixou bem irritado! Você tem ajudado bastante os seus amados heróis na luta contra mim...mas agora acabou! Você não irá mais me atrapalhar! Eu vou destruir aqueles idiotas!

— Não...não vai...eles...não vão...perder para você! – Diz Zen.

Kurou ficou irritado, e começou a pisar em uma pedra que estava em cima das costas de Zen! Zen gritou bastante de dor, mas Kurou não parecia estar incomodado...

— Por que!? Não esta vendo como fiquei forte!? Por que ainda tem fé naqueles imbecis!? – Diz Kurou, nervoso.

— Você...ficou mais fraco...eu já havia dito...eles...tem uma força muito maior...e que você nunca...vai ter! – Diz Zen, fraco. – Kurou...eu...sempre te achei...forte...desde pequeno...você sempre foi...o meu maior herói...de todos...Já estou velho...e sei...que a culpa...de você ter...caído na escuridão...é minha! Eu...fui idiota...pragmático...não parei de trabalhar...e te deixei...sozinho...e na solidão...a escuridão aparece. Se...eu tivesse...percebido isso antes...Kurou...me perdoe...

Kurou escutou Zen sem falar nada, ele, então, se afastou de Zen e uma grande aura negra começou a envolvê-lo! O poder de Kurou estava aumentando de forma absurda!

— Essas palavras...são inúteis! Diz que sou fraco? Há! Então vou mostrar para você...o meu poder máximo! – Diz Kurou, elevando seu poder.

Kurou se transformou! Seu poder era imenso...maior do que qualquer um que Zen tinha visto! Kurou depositou todo seu poder...e desferiu um poderoso soco na Ilha Yoku! A ilha toda tremeu, e tudo perto do golpe de Kurou, foi jogado longe! Zen ficou ainda mais ferido...e a ilha ganhou muitas rachaduras! Kurou estava ofegante e cansado ao voltar ao normal...ele retornou ao receptor, e voltou para Ilha Yami. Zen mal conseguia se mexer...mais ainda respirava!

— Eu...tenho...que avisar...os outros...não posso...abandona-los... – Diz Zen, se arrastando, com as forças que ainda tinha.