Terras Distantes

O exílio - parte um


–SAPHIRA? - Eragon perguntou a ela enquanto ainda fitava o horizonte sem vida - o que acha que faremos agora? Depois de todas essas informações.

Não temos muita escolha , ela disse, mudando de posição , e ainda mais que prometemos. Mas u não imagino que realmente seremos tão... Eficientes como pensamos.

Eragon suspirou. Entendia isso. Mas não havia muita coisa a fazer, a não ser esperar e ver o que iria acontecer.


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–Veja - Eragon disse, poucos minutos depois.

A grossa camada de névoa estava se dissipando, deixando a mostra o enorme rio em que se encontravam. Ao sair dele, todos se depararam com uma cena que jamais imaginaram.

Olhado por ali, Skort era, nada mais nada menos, do que um ambiente normal. De certa forma. Pois o local em si não era muito chamativo...

A grama era amarelada, embora a maior parte do chão fosse terra seca cheia de pequenas pedras soltas. Haviam algumas árvores de galhos retorcidos com algumas folhas verdes, embora a maioria fosse de um tom de ferrugem. Ao longe se viam montanhas rochosas. E por tudo, haviam muitas pedras acinzentadas. E também arbustos arredondados.

Ocasionalmente se via uma flor roxa perto de pedras, e onde havia mais grama, era perto do rio que eles cruzavam.

O barco parou.

Eragon e Saphira estavam surpresos com a visão. Eles não esperavam isto. Esperavam qualquer coisa menos um lugar como aquele. Ambos já haviam imaginado uma vasta planície, ou então alguns planaltos. Ou mesmo rochas, mas com grama abundante.

Mas a aparência era justamente como o nome, Skort. Vergonha, desgraça, humilhação. Não era de se esperar muito mais.

Saphira imaginou quantos dragões ainda poderiam ver.

–Vamos descer com muito cuidado - Blodhgarm disse a todos - quatro elfos vão ficar e vigiar o barco. Procuraremos um lugar melhor para nos escondermos e voltaremos para buscar a todos.

O modo que ele disse isso, sem hesitar, e a palavra esconder, fez Eragon pensar em quanto estavam deslocados naquele lugar. E o pior de tudo é que o elfo estava certo. Fazia muito mais sentido andar por ai e procurar um abrigo, do que ficar a deriva com ovos e Eldunári a solta.

Um pouco antes de descerem, um cervo apareceu e começou a cavar um pouco de terra próximo a eles em busca de raízes. Mas logo que começou a mordiscá-las, mexeu as orelhas e ergueu a cabeça, atento.

Logo se viram vultos com peito rente a grama amarelada há alguns metros do animal. Um dos vultos fez um movimento com a cauda e três outros saíram correndo em direção ao cervo.

Lobos , Eragon pensou. E observou sua caçada. O jeito ágil que pulavam por pedras, a rapidez contínua que os deixava mais próximos do cervo, as patas fortes que batiam no chão... Lobos eram criaturas realmente fascinantes.

Saphira fungou com os pensamentos de Eragon. Ela também era ágil e para desviar de obstáculos, nem precisava pular, e era tão rápida quanto uma flecha. As patas dela eram forte o suficiente para esmagar dois daqueles.

Embora muito magros, estes lobos pareciam ter algum tipo de estratégia para pegar a presa. Qualquer que fosse, aquele não era o momento de observar.

Eles precisavam encontrar algum lugar para se esconder. E rápido.