Terras Distantes

Histórias de Ângela


-BEM, quando vocês partiram eu estava na capital, vocês sabem muito bem - Ângela começou -. Nasuada tinha algumas tarefas destinadas a mim, embora eu realmente preferisse ficar na minha nova vendeta fazendo minhas descobertas. Cheguei até a recusar algumas tarefas e... Bem, não é essa a questão.

Eragon bebericou o chá da xícara e mordiscou um biscoito. O menino-gato, Sweel, estava sentado ao lado da herbolária no sofá.

-Um dia e meio depois da partida de vocês, durante a noite, Nasuada teve um sonho. Um sonho muito esquisito. Sobre vocês precisarem de ajuda e confusão e... Certo, coisas em que vocês costumas se enfiar.

Eragon se permitiu um sorriso.

-Fui convocada para falar com a rainha - Ângela continuou -. Ela me contou que só vira imagens: um pássaro branco, uma criatura de quatro braços, Saphira, você e... Murtagh e Thorn.

A cabeça de Eragon pareceu girar. Murtagh? O que ele teria a ver com seu destino?

-Eu até que tentei ler a palma de Nasuada, porém estava tudo tão obscuro... E quando fui consultar os dentes de dragão, a situação não era muito diferente. Tradução: não vi nada. Absolutamente nada. Talvez apenas algo... Um desejo de algo... Alguma coisa muito antiga... E perigosa. Algo que quer uma vingança...

-Espere - Eragon interrompeu - quer dizer que há outros?

-Outros...?

-Outros dragões piores que Shruikan e piores que Galbatorix?

-Ah! - Ângela disse - não tão terrível quanto ele... Não tão poderoso, de fato, isso eu vi.

Um breve silêncio se acomodou nas paredes de madeira da cabana. Sweel balançou a cauda.

-Então - a herbolária continuou - pedi permissão a Nasuada para investigar. Mas, ela me deu uma condição: Solembum não poderia vir junto. Isso talvez porque ela desconfiasse que Solembum e eu fugiríamos. Bem, eu faria o mesmo, pois, você sabe, nem todos os magos foram pegos. Então encontrei o Sweel, um pequeno filhote aventureiro.

Eragon assentiu e quando percebeu que Ângela não falaria mais, prosseguiu ele mesmo:

-E como Solembum ficou?

-Ele não gostou muito, mas como há outros meninos-gatos por lá, talvez ele se enturme. Nunca se sabe.

-E como vai Nasuada?

Ângela suspirou.

-Bastante ocupada com serviços. Os magos dela estão dominando inimigos; ela conseguiu aumentar os suplementos e os cidadãos estão mais descansados quanto a isso.

Um nó se formou na garganta de Eragon. Saphira sentiu o mesmo.

-E Arya? E Firnen?

Ângela olhou para ele. Saphira soltou um pequeno som do fundo da garganta.

-Eles estão bem. Firnen cresceu uns dez centímetros nos últimos três dias.

Um sentimento de felicidade emanou de Saphira. Ela compreendia totalmente a necessidade de ficar longe do dragão verde, mas mesmo assim, não entendia. Era como se ela fosse o vento: ora, a brisa vai para um lado, ora, para o outro.

-Tem algo que preciso falar - Ângela se acomodou no sofá de madeira - dos cinco ovos que você deixou para nós, um deles já está "rondando" pela Alagaësia. Já saiu dos elfos e passou pelos anões. Em seguida vai para os humanos e depois os Urgals. É Matador de Espectros... Parece que você venceu essa. Matou dois coelhos com uma paulada só. Se não fosse por isso, hoje amanhã já teríamos guerras com os Urgals...

Eragon sorriu, contente de que os pacto estava funcionando.

-Só espero que um vá para os anões e outro para os urgals... - ele falou, pensativo.

Foi a vez de Ângela sorrir.

-Como nos encontrou?

-Na verdade, foi por acaso - ela respondeu -. Cheguei a dois dias. Vim por meio de magia. Essa cabaninha aqui, já estava aqui desde...Bem, desde a um tempo atrás, quando serviu de abrigo para outros cavaleiros. Encotrei vocês hoje mesmo, embora desconfiasse.

Eragon ficou ainda mais confuso. Mas sabia que já estva enchendo Ângela de perguntas (até era um milagre que ela não reclamasse. Ou, talvez porque Solembum não estivesse perto...) mas ainda tinha mais uma...:

-Você cria veados?

Ângela gargalhou. Saphira ergueu a cabeça e a inclinou para um lado, em indagação.

-Sempre admirei os veados... - ela disse - pena que você tenha matado uma corça de belo porte Escamas Brilhantes, mas, sim, eu crio veados, literalmente. Primeiramente pois eu estive interessada em seu comportamento, por isso e n motivos, resolvi começar uma criação. Bem, acho que devemos ir, está ficando tarde e vão estranhar a sua demora.

Eragon ainda continuava confuso. Não entedera a maioria das coisas, mas, mesmo assim estava contente em ter alguém a mais conhecido por perto, pois, pelo menos havia em quem confiar.