Tente Me Perdoar

Capítulo 32 - O bem, ou o mal.






Pov. Demi


Sinceramente, eu sentia medo de seguir a coerência, se talvez eu esquecesse tudo isso, quem sabe William me deixará em paz sem mesmo que eu fizesse alguma coisa contra ele.

Meu pensamento infantil me faz rir sem alegria, conhecendo-o como eu conheço já sei que o que eu fantasiei ainda pouco era impossível.

Nós já estávamos em 22 de dezembro, um dia a menos para a véspera, e há três dias prometi pensar sobre o tal assunto que Phil tinha me informado. Era basicamente como se escolher entre o bem e o mal, só que com um, porém no meio:

Se escolhesse o bem teria que conviver com a idéia de uma possível vingança vinda de minha “vitima”, se então visse a optar pelo o mal que no caso seria poupá-lo de ir preso, perderia total as chances de um dia ser feliz ao lado da pessoa que amo, se é que existe ainda alguma chance.

“Ele não irá lhe triscar um dedo, eu prometo que cuidarei de você baixinha, e eu me encarrego de manter sua amada a salvo” as palavras de Phil me incentivavam a fazer tudo o que eu realmente desejava e no caso, o bem. Mais então eu me lembrava do que Will dissera no dia em que ameacei contar tudo para a polícia “Faça alguma coisa contra mim e ela morre, não preciso pensar duas vezes” cansei de me perguntarcomo um ser humano consegue ser tão doentio chegando a tirar a vida de outro semelhante, pois não tinha certeza se o mesmo seria considerado um.

Sem saber o que realmente fazer, ligo para que Phil venha até aqui, não era um momento em que eu queria estar sozinha, mesmo sabendo que ele iria exigir uma resposta de minha parte e eu ainda não tinha.

Ligação ON

- Oi querida – depois de dois bips atende, fecho os olhos escutando sua voz tão carinhosa ao me tratar.

- Preciso de você, venha para cá se possível, por favor – forcei para não deixar transparecer um possível choro.

- Phillip Raven a caminho de sua casa – sorri mesmo sem motivos. Na verdade tinha um... Meu melhor amigo estaria comigo pro que precisasse.

Ligação OFF

Não contei os exatos, mais creio que se passaram menos de 20 minutos, e aqui estava ele, me abraçando enquanto eu me derramava em choro e em nenhum minuto me perguntou o motivo de tal. Passava-me tanta segurança, quase como um pai quando consolando sua filha depois de um terrível pesadelo. Via-se a preocupação em seus olhos então apenas me abraçou ainda mais forte que antes dizendo em sua tentativa quase falha de me acalmar:

- Chorar vai te fazer bem... – a verdade era que nem eu ao menos sabia o dessas lagrimas que caiam sem intervalo de tempo. Talvez fosse toda essa cansativa situação que me destruía mais e mais a cada segundo.

- Pode me dizer agora o motivo de tanto choro? – encolho-me em seus braços, o que na verdade era devido ao frio, ele entendera como uma rejeição a sua pergunta – Se você não quiser tudo bem, só queria entender... – Phil.

- Eu... Eu não sei, eu tenho medo... Saudade... Arrependimento. Às vezes não sei como lidar com esses – meu amigo me encara tentando não ser intimidador enquanto pensar por um tempo antes de falar.

- Qual dentre esses sentimentos é o pior Demi? – Phil.

- O medo? – mantinha o rosto a mercê da seriedade, parecia calcular cara palavra que dizia com medo de ser tão sincero ao ponto de magoar-me.

- Vejamos bem querida, os medos podem ser superados... E, além disso, eu estou aqui – tinha plena razão, sua segurança era uma das razões para minha tranqüilidade em certos momentos.

- Então, a saudade? – suas sobrancelhas se juntam uma à outra, parecia um pouco confuso ou talvez tivesse certeza só não sabia como se expressar.

-Bom ai depende, eu sei que a saudade às vezes é ruim mais uma lembrança, uma foto ou qualquer coisa que lembre o motivo de tanta, melhora a situação em partes, estou certo? – o toque de realidade em suas palavras me fazia ver o propósito da situação com outros olhos.

- Bom, acho que sim, mais ainda assim dói... – os olhos azuis se fecham e sua cabeça balança em afirmativo concordando comigo.

- E sobra?

- O arrependimento – dessa vez ele sorri, já que durante nossa conversa ele manteve a postura seria.

- Justo, agora me diga o que você sente em relação a esse? – as palavras de fácil entendimento, tornavam-se confusas conforme o rumo da conversa agora.

- Uma sensação ruim, parece que eu não vou poder concertar as coisas. Faz-me chorar incontrolavelmente sabendo que o central motivo desse arrependimento seria minha culpa, pois eu sei que errei... – lagrimas vem e me fazem companhia mais uma vez, já estou acostumada com suas aparições em minha rotina diária... Como amigas.

- Não tem que pensar assim, olhe pra mim – seu tom foi de ordem, mais ainda assim amigável – Você tem, agora, apenas uma chance de acertar tudo, e se você a desperdiçar tenha certeza que o novo arrependimento que virá depois será bem mais doloroso que os outros... Só uma chance Demi.

Não tinha certeza se ele usara o poder de persuasão ou estaria realmente sobressaltado com o que se passa.

- Eu... – o choro foi um dos responsáveis para minha perda de voz momentânea. Phillip segurava minhas mãos tentando me passar tranqüilidade, mais ainda assim o medo.

- Desculpe mais não posso deixar que você estrague sua vida, convivi com você sete meses seguidos e agora eu também faço parte disso aqui. Vejo sua batalha em tentar ser forte dia pós dia. Você sofre Demi... Sei que saímos e nos divertimos mais, diga-me do que adianta se quando você chegar a sua casa vai se danar a chorar? – quase como sempre aquela sensação de decepção me tomou conta.

Não descobrir se foi ele que me fizera juntar coragem para o que meu corpo já gritara a maioria do tempo pedindo-me, também não procuraria saber se foi. Não perderia o que parecia ser a única e ultima oportunidade.

- O que você quer dizer com isso? – perguntei mesmo já tendo a certeza do que faria.

- Que se você, Demetria, não fizer qualquer coisa que seja, o quanto já eu mesmo a faço.

- Eu... Eu quero tê-la de novo – senti meu rosto queimar, duvidei que tivesse sido a tal timidez.

- Então estamos juntos nessa? – o enorme sorriso logo se estabeleceu em seu rosto.

- Como em todas as outras – Phil sentira orgulho de mim, nunca pensei que o certo/bem... Que seja. Proporcionaria-me essa sensação tão boa, e mesmo que parte daquele mal e medo me atormentassem, seria controlado, sabia em completa consciência a sorte que tinha por ter apoio de quem precisava. Phil.

Eu irei protegê-la mesmo que me tentasse imperdir, me aproximarei mesmo que me ignore, a amarei mesmo que não queira e seguiria assim com minha única nova batalha... Reconquistá-la.