Tente Me Perdoar

Capítulo 33 - Foco.


Pov. Demi


Foi bem mais fácil do que à situação que estava ensaiada em minha mente. Como Phil havia me pedido, ele mesmo fez a denuncia, mostrou aos superiores à filmagem que ele já teria para si. O processo todo durou pouco mais de um dia. Tentei me manter calma conforme as horas iriam passando, porém estava difícil.

Creio que o mais trabalhoso foi encontrar o local que nosso alvo estava e quando enfim encontraram o tal malvado que me perseguido durante meses não resistiu a nada, somente sorrio sádico.

Fiquei triste de inicio, não por ele obvio, pelas fãs, sim ele tinha fãs... Poderia ser o canalha que fosse, mas fazia um bom trabalho, era adorado por alguns.

– Sonhando acordada princesa? – espantei-me com a voz de meu melhor amigo chamando minha atenção, talvez ele já estivesse falando comigo há algum tempo.

– Quem sabe – tento sorrir – Philip tem certeza que Will não sabe que foi você? Por que se ele desconfiar, logo saberá que eu estou no meio disso e...

– Demi, esquece um pouco tudo isso está bem? Esquece Willian e o que aconteceu em todo esse tempo, esquece o quando ele te fez mal e segue sua vida – Phil.

– Você tem razão, eu tenho um foco agora só preciso saber como exercer – entendera perfeitamente o que eu quis dizer.

– Eu sei que tem... Só que, bem quero lhe fazer um convite não sei se vai aceitar mais quero que pense muito bem e me de a resposta o quando antes.

– Ok, o que seria?

– Primeiro me responda uma coisa... Você não irá passar o natal com sua família certo? – sua pergunta afirmativa fez meu coração se contrair, sentir de repente a vontade de chorar. Em momentos tão difíceis onde, o conforto que sempre recebi de minha família se faz necessária eu não a tinha... Ou tinha.

O que acontecia era que eu tinha medo de ser rejeitada, tinha medo de decepcioná-los novamente. Vi o quanto minha mãe e minhas irmãs sentiram. Eu iria sim, pedir desculpas a todos, só acho que ainda não é a hora, tenho que cativar a coragem que me resta e ir atrás da pessoa pela qual meus sentimentos são realmente verdadeiros.

– É... – definitivamente minha resposta não me agradava.

– Então... Bem, queria saber se quer passar o natal comigo e minha família? –estranhei já que ele nunca havia falando de sua família para mim.

– Bom, eu... Que estranho eu não... Digo, eu acho que sim.

– Não entendi nada, você quer ou não? Vai ser divertido, não quero que fique sozinha no natal, e eu não posso ficar aqui, já é tradição passarmos todos juntos.

– Tudo bem eu vou, mais o que você quer dizer com “não posso ficar aqui”, onde sua família mora? – primeiro ele me olha como se fosse obvio, em seguida percebe nunca ter tocado nesse assunto.

– Desculpe nunca ter dito nada sobre eles para você.

– Tudo bem, agora diga de onde eles são?

– De uma cidade em Holanda, interior de Amsterdã.

– UOU, um pouco longe não?

– Sim, mais você irá gostar de lá, principalmente da tranqüilidade.

– Tenho certeza que sim.

Não me deu muito tempo, iríamos parti hoje mesmo então passei rápido em casa e peguei o necessário, muita roupa de frio.



***



– Está tudo bem? – Phil senta ao meu lado após ajudar o motorista a colocar nossas malas no bagageiro.

– Está muito bem – logo o taxista dar partida ao carro, descanso minha cabeça em seu ombro enquanto só me resta esperar nosso trajeto até o aeroporto e de lá, até o país natal de meu amigo Holandês.


Teríamos trabalho para conseguirmos passagem tão perto assim do natal, porem sua casta já cuidara deste assunto, tão rápido apanhamos a aeronave e seguidos destino.



***



– Parece cansada pequena – afaga meus cabelos após nós descermos do avião.

– Estou com escassez de sono, durmo pouco há dias.

– Não se preocupe, quando chegarmos a minha casa você poderá dormir.

– Estou precisando.

Deixamos o local de chegada e entramos em um carro preto com designer fino estava a nossa espera, olho-o confusa e de volta ele apenas sorrir.

Nem uma palavra foi dita durante o tempo em que estivermos indo em direção a residência de Phil. Custosamente ele tirara os olhos da janela, como se estivesse procurando por detalhes ou mudanças, sorria fascinado quando passávamos por um lago e em seguida um pequeno bosque como se lembrasse de algo, e então entramos um grande portão de ferro, de longe se vendo algumas luzes.

Mal acreditei quando o chofer abriu a porta, era deslumbrante, parecia ser antiga só que muito bem tratada. Quase como um castelo, tinha estruturas altas e as paredes da fachada eram verossímeis as feitas de pedras, talvez esculpidas exatamente para aquilo. Não pude perceber mais detalhe, pois já abeirava a noite.

– Finalmente chegamos – o holandês se posicionou ao meu lado enquanto junto comigo passava o olhar admirada com o imóvel.

– Por que não me falou que morava em um castelo? – perguntei baixinho e ele riu.

– Por que não moro em um.

– Idiota.

Fiquei ainda mais maravilhada ao ver como era por dentro, a decoração era fina, parecia ter sido detalhadamente escolhida, quadros nas grandes paredes chamavam minha atenção e um em especial me fez sorrir. Tinha a moldura dourada, talvez fosse ouro e a pintura era de um menino que não devia ter seus quatro anos ainda, olhos muito azuis e cabelos no qual eu não sabia se eram loiros ou ruivos, era Phil.

– Vem – me puxou delicadamente ela mão até entramos em uma grande sala, os loiros no qual eu acredito serem seus pais se viraram subitamente ao perceberem nossa presença.

– Phillip – uma senhora, muito bonita por sinal, andou apressadamente até ele e o abraçou, matando as saudades, sentindo seu filho perto novamente. Queria saber qual é essa sensação, amar uma pessoa incondicionalmente e não pedir nada em troca, dar sua vida a ela, lhe dedicar anos, ser mãe. Talvez eu saiba um dia. Talvez.

– Mamãe me deixe respirar.

– Oras pare de reclamar, estou apenas matando a saudades.

– Tudo bem mamãe. – e então seu olhar foi de encontro ao homem que se mantinha ainda sentado mesmo com seu filho que não via creio eu há muito tempo ali, no mesmo ambiente – Papai... – ele acenou para seu pai que não se permitiu dizer nada, apenas deu um gole da bebida que continha em seu copo. O olhar triste de sua mãe foi percebido por ele que logo ficou também. – Não ligue para isso mamãe – meu amigo sorria tentando acalmar a mulher de olhos tão bonitos a nossa frente, e sabia eu agora de onde ele os tinha herdado.

– Não queria que fosse assim... Sabe disso. Já faz tanto tempo, vocês dois deviam parar com essa besteira – fala em um tom alto o suficiente para que ambos os homens ouvissem.

– Mamãe essa aqui é Demetria, minha amiga – escapara bem ao tentar mudar de assunto. Os olhos tão graciosos tinham a atenção voltada a mim a nesse momento.

– Prazer em conhecê-la querida – abraçou-me e sorriu.

– O prazer é todo meu... – queria saber seu nome já que Phil não o disse – É... Hum?

– Clarisse – sorri para mim mais uma vez, os dois eram muito parecidos, ele tinha mais traços em comum com a mãe do que com o pai.

– Você é muito linda, muito mesmo – devo ter corado com seu elogio.

– Obrigada, a senhora também, é muito linda.

– Não esta falando isso apenas para me agradar não é?

– Não senhora.

– Sem senhora Demetria, me chame por meu nome, Clarisse – o rapaz jovial ao meu lado parecia feliz por nós termos nos dado tão bem.

– Então me chame de Demi – rimos e sairmos da sala, pai de Phil, no qual eu ainda não sabia o nome, manteve o olhar em mim algumas vezes, chegou até a sorrir coisa que eu não tinha visto ainda.


***

Pov. Selena


Estava terminando um dos livros que havia trazido para minha distração, quem olhara a capa não daria nada pelo livro, até mesmo eu, duvidei que fosse tão fascinante como era. A cada pagina um historia, a cada historia uma nova vida cheia de amores, desejos e controle. Sentia inveja de Ahmnat, a protagonista do historia... Sabia ela tão bem disfarçar os sentimentos a ponto de neutralizá-los e não sofrer por eles. A cada investida imposta por destino, que no livro era uma das entidades conhecidas por ela, quanto mais e mais amores, mais e mais força para lhe dar com tais... Queria eu ter esse dom. Talvez morte, ou Ahmnat existisse de verdade, talvez ela consiga ignorar sentimentos tão fortes e puros... Ou talvez ela fosse algum ideal.

***


Aqui estava eu, sentada em uma mesa ao lado da grande parede de vidro, onde batia sol quase não batia. O tempo estava do jeito que eu amava. Frio e vento. Aquele vento gelado que deixa o rosto das pessoas coradinhos, e todos andam iguais pingüins de tantas roupas que vestem.

– Aqui está – a moça de cabelos alaranjados pousou o suco de laranja natural sobre a mesa e sorriu encantadora.
– Obrigada... Hum – procuro algum crachá de atendente como os outros que trabalhava aqui, mais ela não o tinham.

– Laís – respondeu mesmo que não houvesse perguntado.

– Laís – sorrir.

– Mais alguma coisa? – seus olhos eram de um verde tão claro, seja quem fosse perdia-se facilmente olhando-os.

– Por enquanto não, qualquer coisa lhe chamo.

– É... Ok, eu posso perguntar seu nome? – seu corpo foi pra frente e para trás, acho que estava nervosa, era adorável. Porém, tenho que pensar bem antes de lhe responder, não sei se seria seguro.

– Hum, é...

– Se não quiser tudo bem – mostra os dentes.

– Me chame de Sel.

– Ok, então... Até mais... Sel. – Laís realmente estava nervosa, deu um pequeno tchau e saiu em direção à cozinha do estabelecimento.


***


O tempo passava, e nem na metade do meu suco eu cheguei. Passei muito tempo observando as pessoas que passam lá fora, e as que entravam, hoje estavam todas tão simpáticas, o espírito natalino se estabelecendo dentro de cada uma delas em mais um final de ano.

Suspiro ao olhar suas pessoas adentrando a grande porta de vidro e passando a respirar o mesmo ar que eu. O casal era mais precisamente duas meninas, elas pareciam bem mais jovens que a mim, acho que tinham entre 15 e 16 anos, se não menos. Ambas usavam tocas para se protegerem do frio e tinham as mãos dadas, logo se sentaram em uma das mesas a minha frente. Durante todo o tempo que passei as vendo as duas trocaram caricias olhares ingênuos, e raramente alguns beijos, quando sim não passavam de selinhos... O que elas tinham era puro, era bonito e eu poderia me arriscar a dizer que conhecia muito bem.

“Se você estivesse aqui, talvez as coisas pudessem ter sido um pouco diferentes. Seríamos nós ao invés delas aqui, bem aqui, nos abraçando, nos esquentando, nos amando...” O que eu sentia agora não era inveja, era saudade... Saudade de tudo o que aconteceu, saudade de tudo aquilo que não aconteceu e que eu esperei acontecer.

Olho em direção ao balcão e olhos verdes já estavam em mim. Chamo Laís outra vez, agora resolvo perdi algo para comer.

– O que deseja Sel? Não me diga que é a conta – se fez triste, mesmo que sendo de brincadeira.

– Não, não. Quero um pedaço lasanha a bolonhesa, e um refrigerante, por favor.

– Claro, já eu trago – faz alguns rabiscos em um pedaço de papel. Ela era muito bonita, tinha a pele bastante branca, me parecia ser uma loira natural se não fosse pelo cabelo pintado de laranja quase neon, talvez imperial ou cítrico, não sabia dizer já que não entendia de cores. Tinha pernas levemente torneadas, via-se pela calça jeans colada ao corpo, e gostada de rock, por baixo do avental com o emblema do café Laís usava uma camiseta do AC/DC que fez conseqüentemente me lembrar de uma pessoa.

– É... – coro ao perceber que ela me olhava um pouco assustada, deve ter sido por que estava encarando suas pernas talvez.

– Hum... OK, mais alguma coisa? – passa a mão no cabelo tentando conter a timidez.

– Talvez. Você quer sentar aqui comigo? – seus olhos passam a ser grande.

– Eu?

– É eu sei que você está trabalhando mais eu queria companhia.

– Bom, eu... Tudo bem e eu não trabalho aqui mesmo – seus dentes perfeitamente alinhados aparecem outra vez.

– Não?

– Não.

– Então por que está me atendendo? – mantinha as sobrancelhas juntas.

– Meu pai é dono do café, eu apenas gosto daqui por isso venho algumas vezes para ajudar mais não trabalho profissionalmente.

– Ah, entendi... Eu também gosto daqui – senti-me mais embaraçada ainda, mas precisava de companhia e a de alguém que não me conhecia seria uma ótima.

– Então esta bem, eu vou aqui e já venho para lhe fazer companhia.

– Obrigada


Quando minha companhia voltou já estava sem o avental e trazia consigo meu pedido. Sentou-se a minha frente e esperou que eu dissesse algo.

– Então, seu pai é dono dessa café certo?

– É, desse e de mais uns duzentos espalhados por toda a Holanda.

– UAU, o café daqui é muito bom. O café e outras coisas – encarei-a, espere eu estava blefando?

– É, eu gosto. – parecia envergonhada, adoravelmente envergonhada.

– Você é daqui mesmo, Holanda?

– Sim sou, e você?

– Eu não, na verdade eu nasci em Dallas mais moro em... – ela até que parece confiável – Hollywood - Los Angeles - Califórnia, EUA.

– Nossa, que maneiro, você é de Hollywood, vai-me dizer que é famosa também? – o que pareceu para ela divertido me fez engolir em seco.

– N-não.

– Você me lembra alguém – droga.

– Lembro é?

– É, mais não me recordo agora... Quando eu descobrir te falo – tento sorrir.

– Então Laís, que tipo de musica curte? Tem quantos anos? Estuda? Sonha em ser o que? – mudando de assunto.

– Quantas perguntas heim... Ok, qual foi a primeira mesmo? – seu semblante confuso me fez rir.

– Que tipo de musica você curte, eu acho – nem eu mesma lembrava.

– Ok, eu gosto de AC/DC – ela aponta para a camisa – Ozzy Osbourne, The Beatles, Queen, Black Veil Brides, 30 Seconds To Mars e muito mais, meu passa tempo preferido é ouvir musica então conheço e gosto de muitas... Mais se for para preferir uma acho que é A Day To Remember, conhece?

– Quanta musica. Conheço quase todos dessa lista, não e esse ultimo eu não conheço não.

– Você precisa ouvir, acho que vai gostar – Laís.

– Vou tentar, se minha internet colaborar ouço hoje mesmo, não pega muito bem aqui – ela sorri e pensa em algo.

– Venha amanha aqui que eu vou lhe emprestar uma coisa – Laís.

– Tentarei vir – pareceu feliz com isso, ou fosse impressão minha.

– E a segunda?

– Quantos anos você tem?

– Vinte e três – ouço sua gargalhada ao ver minha expressão surpresa.

– Jura? Não, você esta brincando comigo?

– Não estou Sel, juro.

– Nossa você parece mais nova, pensei que tinha dezessete por ai, me surpreendeu com essa. Vamos à próxima. Estuda?

– Faculdade.

– De que?

– Musica e Medicina.

– UAU, duas faculdades? Parabéns. Qual você mais gosta? – seu olhar se entristece quase nada.

– Musica sem duvida – Laís.

– Sonha em ser o que? – a ultima dentre as que eu fiz primeiro.

– Qualquer coisa que orgulhe meus pais – o rosto tão sorridente que conheci há horas atrás pareceu decepcionado.

– Tipo uma grande musica?

– Nunca falhe isso perto de meu pai, ele nem sonha que eu faço musica – Não precisava ser um bom entendedor para clarear a situação

– Entendo.


Conversamos tanto que só percebemos à hora, quando um dos trabalhadores do local disse que já estava na hora de fechar, eu ainda não queria ir para casa e nem minha nova amiga então disse para o cozinheiro que se chamava Pierre que fecharia, pois tinha as chaves. Quando depois disso jantados e conversado.

– Nossa! Quatro da manha. Meus pais iram me matar, melhor nos irmos não acha?

– Melhor mesmo, já é véspera de natal.

– Eu sei, amanha estará cheio aqui, nem sei como vou dar conta sozinha já que alguns dos atendentes pediram folga. – pus-me a fazer a única coisa interessante que faria amanha.

– Bom, se quiser eu te ajudo. Não precisa me pagar nada, amanha estarei livre. Não vou passar o natal com ninguém então se quiser como ajudante estou às ordens – ela sorri me agradecendo.

– Obrigada Sel.

Fui para minha casa depois disso, fazer amizade tão rápido com uma pessoa, não estava nos meus planos, alias fazer amizade com qualquer pessoa que seja, aqui, com certeza não estava em meus planos.