Po ainda estava parado ao lado do pessegueiro, ele ficou lá por uns cinco minutos, sem entender nada, até se ligar do que acabará de acontecer. Ele voltou correndo para a casa de Shifu. Ao chegar viu Víbora na porta, que correu até ele.

— O que aconteceu Po? Onde está Tigresa? (Perguntou Víbora preocupada)

— Ehh... (Po não conseguia responder, sua mente ainda não havia processado direito)

— Po... (O panda estava parado na frente dela, com a boca aberta, sem emitir um som) PO! (Víbora)

— Nós nos beijamos! (Po)

— O QUE? (Perguntou Víbora, sem acreditar no que Po disse)

— Bom, na verdade foi ela que me... (Po foi interrompido por Víbora)

— Não importa quem beijou quem, o que importa é: como assim? Vamos para algum lugar conversar melhor. (Víbora)

Eles se distanciaram da casa. Víbora foi até a escada do palácio e se sentou em um dos degraus, Po sentou-se ao seu lado.

— Agora diga, com calma e com detalhes, o que foi que aconteceu. (Víbora)

— A Tigresa saiu correndo, eu fui atrás dela, eu a encontrei no pessegueiro, ela estava chorando, eu fui até ela para falar com ela, ela se virou e me beijou, eu travei, ela saiu correndo e eu não a vi mais, fim. (Po/ Víbora estava chocada, ela olhava fixamente para Po)

— Ela simplesmente correu e sumiu? (Víbora)

— Sim, eu não a vi mais depois disso. Mas eu não entendo, eu não estou entendendo nada, se ela estava furiosa comigo, por que ela me beijou? (Po)

— Po, ela não estava furiosa com você, ela estava furiosa com ela, por se deixar apaixonar por você. (Víbora)

— Mas isso não... Meu deus! Faz total sentido! Peraí, ela está apaixonada por mim? (Po)

— Claro que sim! Isso não é óbvio? (Víbora)

— Não! Nem um pouco! Ela vive brigando comigo, falando o que eu devo fazer. (Po)

— Po, pare de ser cego, ela fica falando o que todos nós devemos fazer, e como você pode falar que ela não está apaixonada por você? Vocês dormiram juntos, você cuidou dela durante a missão de vocês inteira! Ela cuidou das suas mãos naquela noite, ela o protegeu mais do que protegeu o Imperador. Po, falar que ela não está apaixonada por você é a mesma coisa que falar que você não está apaixonado por ela. (Víbora)

— Esta bem, mas e agora? O que eu vou fazer? (Po)

— Eu não tenho ideia. (Víbora)

— Maravilha. (Disse Po ironicamente)

— Vamos dormir, aproveitemos para pensar, amanhã você conversa com a Tigresa e vê no que dá. (Víbora)

— Parece ser minha melhor opção. (Po)

— É sua única opção. (Víbora)

— Eu também posso fugir. (Po)

— Po! (Víbora)

— Ok, desculpa, boa noite. (Po)

— Boa noite Po. (Víbora)

Os guerreiros voltaram para casa de Shifu e foram para seus quartos, todos os outros estavam dormindo, menos Tigresa, que ainda não havia voltado.

Po se deitou na sua cama para dormiu. Ele não estava conseguindo dormir, não conseguia parar de pensar naquele momento, ele não conseguia esquecer os lábios de Tigresa encostando os seus, de sentir o coração da felina batendo agitado e de suas mãos em sua nuca. Ele se revirava de um lado para o outro, tentando mudar seu pensamento, porém sempre voltando para o beijo.

Essa foi, provavelmente, a primeira vez que um panda, em toda a história, passou uma noite em branco.

O dia amanheceu rápido, todos saíram de seu quarto, Po se levantou e foi direto falar com Tigresa, porém ele não achava ela. Quando viu Víbora saindo de seu quarto.

— Víbora! (Po foi até ela) Bom dia! A Tigresa ainda está dormindo? (Po)

— Não, ela não voltou ontem. (Víbora)

— Como assim? (Perguntou Po preocupado)

— Ela não apareceu na madrugada, muito menos hoje cedo, mas não se preocupe, ela deve estar no salão de treino, ela costuma fazer isso quando está estressada ou confusa com algo. (Víbora)

— Sim, ela deve estar lá. (Po)

Os guerreiros foram tomar seu café. Po comeu rápido e foi para o salão, procurar por Tigresa.

Ao chegar lá ele abriu a porta e não viu ninguém, muito menos resquícios de que alguém esteve lá. Preocupado, Po foi falar com Víbora.

— Víbora, eu fui até o salão, ela não está lá. (Po)

— Isso não é bom. Vamos fazer assim, já que pelo visto não haverá treino hoje, vamos procura-lá, você procura no norte e no leste do palácio, e eu no sul e no oeste. (Víbora)

— Ok! (Po)

Os dois procuraram pelo palácio inteiro, porém não a acharam. Como eles estavam preocupados, decidiram ir para o vale para procurar.

— Vamos passar pelo restaurante do meu pai, ele pode ter visto a Tigresa. (Po)

— Vamos! (Víbora)

Os dois chegaram no restaurante do Sr. Ping e viram, sentado em uma mesa sozinho, um animal que eles nunca tinham visto antes. Era uma pantera negra fêmea, ela vestia um longo vestido. O vestido era preto, para combinar com seu pelo, tendo alguns detalhes como sua borda e alguns desenhos em branco. Po deu um toque na Víbora e olhou para pantera, como se estivesse dizendo: vamos falar com ela.

Os dois foram até a pantera, ficaram ao lado da mesa e começaram a falar com ela.

— Tudo bom? Meu nome é Po, eu nunca te vi aqui pelo vale, você é nova aqui? (Po)

A pantera se levantou para cumprimentar os dois.

— Prazer Po, meu nome é Akame. Sim, sou nova, acabei de arranjar um emprego por aqui. (Pantera)

Quando Po ficou de frente para Akame, viu que a pantera fazia jus ao seu nome, ela era maravilhosa, tinha lindos olhos azuis, uma voz suave, respirar perto dela era igual segurar uma flor de lótus e sentir seu belíssimo cheiro. Po não estava mais em condições de continuar uma conversa, então Víbora entrou no meio.

— Prazer eu sou Víbora, que bom que o vale terá uma nova moradora. (Víbora)

Nesse momento o pai de Po apareceu, surpreso em ver o filho, ele foi abraça-lo.

— Po, meu filho, como anda sua vida? (Ping)

— Está boa pai, se você não se importa, eu vim aqui fazer uma pergunta. (Po)

— Pode fazer filho. (Ping)

— Me perdoem pela interrupção, mas ele é seu filho? (Perguntou Akame para Ping)

— Sim! O grande dragão guerreiro! Vejo que vocês dois (Po e Víbora) já conheceram Akame, minha nova funcionária. (Ping)

— Nova funcionária? (Perguntou Po, curioso)

— Sim, nova funcionária. (Ping)

— Por essa eu não esperava, mas enfim, pai, eu viam aqui para te perguntar, você viu a Tigresa hoje de manhã, ou agora a tarde? (Po)

— Não Po, ela não passou por aqui. (Ping)

— Obrigado pai! (Disse Po indo embora)

— Você já vai? (Ping)

— Eu tenho coisas para fazer! Foi um prazer te conhecer Akame. (Po)

— O prazer foi todo meu! (Disse Akame, sorrindo para o panda)

Quando os guerreiros iam sair um homem entrou no restaurante. Ele usava um pano no rosto e uma roupa longa, mangas compridas que cobriam suas mãos e, nas costas, havia um imenso dragão desenhado. Uma pessoa nova podia acontecer, mas duas pessoas novas, no mesmo dia, não podia ser coincidência, Po, suspeitando do homem, o observou atentamente, e viu que na sua mão direita havia uma kunai (uma faca de arremesso), apenas com a ponta para fora. O panda não teve dúvida, ele não estava lá para comer.

Po correu na direção dele. Ao ouvir os passos pesados de Po, o homem virou e lançou sua kunai, Po pegou uma cadeira e a colocou na frente, parando a kunai. Po arremessou a cadeira no homem, que com um chute a quebrou, em seguida Po deu uma voadora no peito do homem, o jogando contra a parede.

— Víbora! (Gritou Po, pedindo a ajuda dela na luta)

O homem foi na direção de Po e começou a socá-lo, Po se defendia e contra atacava. Víbora se lançou no homem, ela tentaria envolve-lo, mas ele percebeu e acertou um chute. Po aproveitou para dar um chute na coxa do homem e acertá-lo uma cabeçada. O homem, ao ir para trás devido a forte cabeçada do panda, aproveitou o embalo para dar um chute giratório, acertando seu calcanhar na bochecha de Po, em seguida acertando seu peito com suas duas mãos, jogando Po para longe.

Víbora o atacou, acertando sua perna de apoio e dando um forte golpe com seu rabo no rosto do homem. Ela tentou acertá-lo novamente, porém ele foi mais rápido e segurou seu pescoço. O homem estava enforcando Víbora. Po, para ajudar a amiga, correu na direção dele, segurando-o com suas duas mãos e o arrastando contra o muro. Ele bateu a mão do homem no muro, fazendo com que ele soltasse Víbora, ela caiu e ficou no chão um pouco, recuperando seu ar. Po aproveitou aquele momento para acertar uma sequencia de golpes, ele dava uma cotovelada com seu braço esquerdo, acertava um cruzado com seu direito, socava sua barriga, sua cara de novo, dava joelhadas em sua barriga, batia sua cabeça no muro e o socava mais um pouco. O homem viu que ao lado dele havia uma mesa com uma jarra, ele a pegou e acertou a cabeça de Po com ela. O panda caiu no chão com a mão na cabeça, ele estava meio atordoado devido a pancada.

O homem tirou de sua roupa uma faca que estava escondia, e se aproximou de Po. Quando ele preparou seu braço para dar um golpe com a faca, sua mão foi atravessada por uma faca de cozinha. Po aproveitou para passar uma rasteira no homem, que caiu com tudo no chão.

Po olhou para o lado de onde veio a faca, lá estava Akame. Ele voltou o olho para o homem e se aproximou dele.

— Quem é você? (Po)

Ele não respondeu nada.

— Droga! Como eu queria que a Tigresa estivesse aqui! Ela que é boa em fazer as coisas falarem! (Disse Po irritado)

No momento que Po falou "Tigresa" o homem riu. Po ao ver aquilo se enfureceu, ele sabia que o homem sabia de algo, e ele havia decidido que ele iria tirar isso do homem.

— Você não vai falar? Tudo bem, só que, para sua falta de sorte, você demonstrou que sabe de algo, e agora, eu estou furioso, então, não importa o que tenha que fazer, eu vou tirar as respostas de você (Disse Po furioso)

Po o arrastou para a rua que passava atrás do restaurante, ela era bem mais vazia. Víbora o acompanhou, e Akame foi sem Po perceber.

— Bom, agora diga, o que você sabe sobre a Tigresa?

O homem não disse nada, Po começou a socá-lo. Isso continuou por uns bons minutos, até que o homem decidiu se pronunciar.

— Sua amiga, qual o nome dela mesmo? Tigresa? Bom, a essa altura, sua preciosa amiga já deve estar morta. (Homem)

Aquilo foi o máximo para Po, ele se enfureceu de um jeito que ninguém nunca havia visto, mais do que a vez em que um dos assassinos cortou a perna de Tigresa. Ele foi para cima do homem, sem querer saber mais nada, ele apenas queria descontar toda sua raiva. Po começou a socá-lo repetidamente. Chegou um momento que o homem já não estava mais consciente, seus olhos não estavam meio abertos, sua cabeça mole, ele estava apagando, mas Po continuou, ele estava com tanta raiva que simplesmente deixou suas morais de lado e estava apenas se concentrando nisso. Akame percebeu que o homem estava inconsciente, ela não queria vê-lo morrer daquele jeito, e Víbora já havia virado as costas, fingindo que não estava vendo. Então Akame correu para cima de Po, o abraçou e o tirou de cima do homem. Po ficou impressionado com a atitude da pantera.

— Ele já apagou Po, agora você precisa se acalmar, vamos para o restaurante, eu posso te fazer uma sopa. (Akame)

— Obrigado pelo convite Akame, mas eu preciso achar minha amiga, nós podemos marcar para outro dia? (Po)

— Claro Po! Quando for melhor pra você! Boa sorte! (Disse Akame sorrindo/ Seu maravilhoso sorriso fez com que Po se derretesse por alguns segundos, porém ela voltou para o restaurante, e Po ia continuar procurando sua amiga)

— Vamos levá-lo para a prisão Víbora, depois continuaremos nossa busca. (Po)

— Ok. (Víbora)

Os dois levaram o homem para prisão e continuaram procurando Tigresa. Cada hora que passava, e eles não tinham nenhum sinal de Tigresa, Po ficava mais preocupado.

A tarde passou, a noite começou, já havia passado da meia noite quando Po e Víbora decidiram parar de procurar e ir jantar no restaurante do Sr. Ping.

— Certeza que tudo bem a gente ir? Seu pai já deve estar dormindo. (Víbora)

— Certeza, vamos lá, eu cozinho, a gente come, depois você volta para o palácio. (Po)

— E você? (Víbora)

— Eu continuarei procurando. (Po)

Ao chegar lá, para a surpresa deles, Akame estava acordada, e ela os recebeu.

— Como vocês estão? Acharam sua amiga? (Akame)

— Infelizmente não... (Disse Po em um tom triste)

— Que pena, mas vocês a encontrarão, eu tenho certeza! (Akame)

— Eu espero que você esteja certa. (Po)

Os dois se sentaram e pediram o de sempre. O restaurante estava vazio, a cidade estava vazia, todos já haviam ido dormir, apenas Po, Víbora e Akame, que devido ao seus pelos, se camuflava muito bem na noite estavam no restaurante.

— Vamos mudar um pouco de assunto, o que você ta sentindo pela garçonete? (Víbora)

— Como assim? (Po)

— Eu vi seu olhar Po, a forma como você olhou para ela. Você está gostando dela? (Víbora)

— Não! Claro que não! A Akame é linda, um doce de pessoa, eu realmente gostei muito dela, mas você sabe, meu coração é da Tigresa. (Po)

— Que fofo. (Brincou Víbora, zoando o panda)

— Haha. (Po riu de maneira de irônica)

— Tigresa! (Víbora)

Po se virou e viu Tigresa na porta do restaurante.

— Tigresa! (Disse Po, extremamente feliz ao ver sua amiga na porta do restaurante)