Tigresa correu até Po e o abraçou. Ela deu um abraço diferente, ela o apertou com força, como se não o vesse a meses. Em seguida ela o soltou e o beijou novamente. Po mais uma vez ficou sem reação, ele olhou para Víbora, que estava com a boca aberta, tão surpresa quanto Po. Após alguns segundos Tigresa parou de beijar o panda, e se sentou na frente dele.

— Víbora, como você está? (Perguntou Tigresa, de uma maneira muito normal para alguém que havia desaparecido por um dia)

Víbora e Po se olharam, os dois pareciam perguntar a mesma coisa, "você está entendendo alguma coisa?".

— Po, eu preciso falar com você. (Tigresa)

— Está bem. Víbora, você pode vir aqui um segundo? (Po)

Os dois se afastaram para ficarem um pouco a sós.

— O que está acontecendo? (Po)

— Eu não tenho ideia! (Víbora)

— Vamos fazer assim, ela quer conversar comigo, eu vou ver o que consigo descobrir, você, volte para o palácio e descanse, você já me ajudou muito. (Po)

— Era o minimo que eu podia fazer, ela é minha amiga. Vou voltar então, boa noite Po. (Víbora)

— Obrigado pela ajuda Víbora. (Po)

Víbora foi embora, Po voltou a mesa e se sentou em frente a Tigresa. Akame foi levar os macarrões para os dois.

— Quem é ela Po? (Tigresa)

— Essa é Akame, a nova funcionária do meu pai. (Po)

— É uma honra te conhecer mestre Tigresa. (Disse Akame, se curvando para ela)

— São uma da manhã, não tem ninguém aqui além de nós, pode deixar as formalidades de lado. (Tigresa)

— Akame, tem como você trazer um pouco de molho apimentado em um piris para Tigresa, por favor?

— Claro Po, só um segundo. (Akame)

A pantera foi buscar o molho picante, e Po e Tigresa começaram a conversar.

— Então Tigresa, o que aconteceu com você? (Perguntou Po preocupado, pois ela estava com alguns arranhões no corpo)

— Ah, isso? Não foi nada. Vamos falar de outra coisa. (Tigresa)

— Está bem, sobre o que você quer conversar então? (Po)

— Que tal, como está o meu melhor amigo? (Tigresa)

— Eu tenho certeza que ele está bem, talvez um pouco confuso, mas está bem. (Po)

— Fico feliz em saber, eu me preocupo com ele. (Tigresa)

— Aqui está seu molho mestre. (Interrompeu Akame, deixando o piris em cima da mesa)

— Obrigada! (Tigresa)

Tigresa começou a comer, ela estava faminta. A felina devorou seu prato mais rápido que Po.

— Po! Eu tive uma ideia! (Tigresa)

— Qual? (Po)

— Você podia me apresentar seu quarto. (Tigresa)

— Meu quarto? Por que você quer ir nele? (Perguntou Po, sem entender nada)

— Porque eu já te conheço a um tempo, e até agora, eu não conheço o quarto que você usou para dormir durante boa parte da sua vida. (Tigresa)

— Ok... Vamos para o meu quarto então. (Po)

Po levou Tigresa para seu quarto, em silencio, para não acordar seu pai.

— Pronto, aqui estamos. Meu quarto. (Po)

— Como que essas estrelas ninjas foram parar na sua parede? (Tigresa)

— Ah, foi em um dia que eu estava treinando kung fu. (Po)

— Vejo que você era meio desajeitado. (Disse Tigresa, sorrindo)

— Sim, eu era. (Po)

Tigresa deitou na cama de Po, e pediu que ele sentasse ao seu lado, naquele momento, Po teve a ideia de faze-lá dormir, ele sabia que sua amiga não estava bem, e que ela precisava descansar.

— Tigresa, eu preciso que você confie em mim agora. (Po)

— Eu sempre confiei Po. (Disse Tigresa, sorrindo para o panda)

Po colocou uma de suas mãos em cima dos olhos de Tigresa. A felina fechou os olhos, Po começou a descer sua mão, indo para na bochecha, ele começou a acariciar o rosto da felina, que acabou caindo no sono.

Po desceu para a cozinha, para organizar as coisas. Ele encontrou Akame lavando a louça.

— Deixe-me te ajudar. (Disse Po, se aproximando da pantera e começando a ensaboar as vasilhas)

— Como está sua amiga? (Perguntou Akame, tentando puxar assunto)

— Ela está bem, com sono, na verdade. (Po)

— Imagino. (Akame)

— Por que você está acordada até agora? (Po)

— Eu sou uma pantera Po, estou acostumada a ficar acordada de noite. (Akame)

— É claro, por isso a cor do seu pelo. Se você não se importa, diferente de você, eu não estou acostumado a ficar acordado até essa hora, então vou dormir. Boa noite Akame. (Po)

— Boa noite Po! Até amanhã! (Disse Akame, sorrindo para o panda)

Po subiu para o seu quarto. Ele achou bom dormir lá, para que quando Tigresa acordasse, houvesse um rosto familiar para explicar o que havia acontecido.

Po estendeu um tapete no chão, ao lado de sua cama. Pegou uma almofada, um cobertor, e dormiu.

No dia seguinte, Tigresa acordou primeiro. Ela acordou, assustada, olhou para o lado e viu Po deitado no chão, ao lado da cama.

— O que você está fazendo no meu quarto Po? (Tigresa)

O panda acordou.

— Eu não estou no seu quarto Tigresa. Você está no meu. (Po)

Tigresa olhou em volta e viu que estava no quarto.

— Por que eu estou no seu quarto? (Tigresa)

— Você não se lembra de ontem? (Po)

— Sim, eu me lembro! Eu sai correndo, fui pega por um animal preto, que me apagou. Quando eu acordei, eu estava amarrada a uma árvore, e haviam uns cinco corvos perto de mim. Um outro animal veio falar comigo. Ele era alto, não usava armaduras, apenas uma bermuda. Ele tinha uma imensa cicatriz no peito, e seu rosto estava tampado por uma máscara. Ele me bateu muito, enquanto perguntava algo, mas eu não lembro o que. Quando já era de noite ele tirou do bolso uma semente da verdade (na verdade era um fruto raríssimo, achar um desses era como achar um trevo de quatro folhas em um campo de trevos, tirando o fato dele apenas crescer em uma parte específica da China. Ao ser ingerido, em algumas horas ele dopava o animal, o deixando em um estado de "transe", fazendo com que, toda pergunta feita, fosse respondida com a verdade, além de fazer com que o animal não se lembrasse do que aconteceu), e me fez engolir ela. Antes de apagar, eu consegui fugi, ai eu corri, e apaguei.

— Como te pegaram? (Po)

— Eu não sei Po! Agora você tem que me responder, como eu vim parar aqui? (Perguntou Tigresa, começando a ficar sem paciência)

— Era mais de meia noite, eu e Víbora paramos de te procurar e fomos jantar. De repente você apareceu, toda machucada. Você veio, disse queria falar comigo, nós jantamos, você pediu p conhecer meu quarto, você deitou na minha cama e dormiu, Agora estamos aqui. (Po)

— Mais alguma coisa Po? (Perguntou Tigresa, ela sabia que o panda escondia algo)

— Bom... Você... Quando você apareceu no restaurante, você veio e me abraçou, e em seguida... Ahhhh, isso não vai prestar... Você me beijou. (Disse Po, com medo do que viria a seguir)

— EU O QUE? (Tigresa)

— É, não prestou. (Po)

— Mas por que eu te beijei? (Tigresa)

— Eu tenho que saber? Foi você que me beijou no pessegueiro! (Po)

— Não vamos falar sobre isso. (Tigresa)

— Por que não? (Po)

— Porque não era para acontecer Po! Isso não está certo! Eu nunca deveria ter te beijado! (Tigresa)

— Ah, e por que não? Por eu ser um panda? Por eu fazer piada de tudo? (Po ficou furioso com a resposta da felina)

Enquanto isso, no palácio de jade:

Sábio e Shifu jogavam uma partida de majong enquanto bebiam chá no pátio. De repente, uma flecha foi na direção deles, Sábio a pegou na ponta. Ao sentir sua lâmina ele percebeu que estavam sendo atacados por corvos. Vários deles pulavam o muro. Shifu chutou o tabuleiro de Majong em um deles, apagando-o.

Uma luta começou, tanto Shifu, como Sábio, eram muito habilidosos, eles não estavam tendo muito problemas para derrotar os corvos, porém, um dos corvos levava consigo uma rede, ele a jogou em Shifu, prendendo-o, antes que Shifu se soltasse, outro foi e deu um chute nele, o jogando para o outro lado do pátio.

— Shifu! (Disse Sábio, correndo para ajudar Shifu)

Sábio ajudou Shifu a sair da rede, ele a usava para se defender das armas dos corvos, utilizando-a para prender várias armas juntas. Shifu era muito rápido com as pernas, ele dava chutes precisos, partindo de um inimigo para o outro. Sábio roubou algumas adagas de um dos corvos, ele as arremessava em corvos que tentavam atacar Shifu, acertando o pescoço de todos. Um corvo foi tentar acertar um chute em Sábio, porém ao sentir o movimento de seu oponente, Sábio rapidamente segurou a perna dele com sua mão direita, com sua mão esquerda ele deu um soco vertical joelho do corvo, quebrando sua perna, em seguida, acertando dois socos fatais no pescoço do oponente, que caiu morto no chão.

Os corvos começaram a recuar, e Shifu, ao ver isso, pegou um deles pela gola da camisa e o jogou no chão. Shifu segurou seu braço e o girou, colocando-o de barriga para o chão e torcendo seu braço. Sábio correu atrás de outros dois que tentavam fugir. Um já estava escalando o muro, e o outro ia começar. Sábio aproveitou que eles estavam de costas para ele, e chutou o que ainda não havia subido contra o muro, ele pegou o outro pelas pernas e o puxou para baixo, batendo sua cabeça no muro.

Alguns fugiram e outros morreram. Shifu e Sábio pegaram os três que haviam sedo pegos e começaram a fazer perguntas.

Enquanto isso, no quarto de Po:

— Não Po, não foi isso que eu quis dizer. (Disse Tigresa, percebendo que Po havia ficado mal com sua resposta)

— Então o que você quis dizer? (Po)

— ... (Tigresa estava sem respostas, aquele não havia sido o motivo, porém ela tinha medo de falar que estava se apaixonando por ele, ela tinha medo que ao ouvir isso, Po começasse a ficar mais distante, e ela não queria correr o risco de perde-lo)

— Diga! (Disse Po, furioso)

— ... (Tigresa continuou sem resposta, ela apenas olhava para baixo, sem saber o que fazer)

— Eu já sei o que você quis dizer. (Po)

— Po... (Disse Tigresa, se aproximando do panda)

— Tigresa, por favor, vai embora. (Disse Po, se afastando)

Tigresa foi embora, ela correu para o palácio, ela apenas queria chegar e se trancar no seu quarto. Po deitou na sua cama, ele ainda podia sentir o cheiro da felina no seu colchão e no seu cobertor. Por dentro ele estava sofrendo, e muito, ele nunca quis brigar com Tigresa, mas ele se sentiu tão mal pelo que ela disse, que ele acabou fazendo.

Tigresa chegou no seu quarto, ela fechou a porta e deitou na sua cama, ela estava se segurando para não chorar, porém não estava dando muito certo.

Víbora entrou no quarto, pois havia visto a amiga correr para ele. Tigresa rapidamente enxugou as lágrimas que haviam escapado.

— O que aconteceu Tigresa? (Perguntou Víbora, indo até a amiga e sentando ao seu lado)

— Eu e Po brigamos... (Disse Tigresa, em um tom triste)

— Por que? Vocês estavam tão bem antes, você até o beijou. (Perguntou Víbora, surpresa)

— Eu sei, só que hoje quando eu acordei eu expliquei pra ele que eu havia sido dopada por um corvo, e eu disse que o nosso beijo no pessegueiro, e esse de ontem, nunca deviam ter acontecido, e que era errado. (Tigresa)

— Tigresa... (Víbora)

— Eu sei que eu errei, não precisa dizer, mas eu não quero perde-lo. (Tigresa)

— Perde-lo? Ele é apaixonado por você Tigresa! (Víbora)

— Como assim? (Perguntou Tigresa, com uma expressão diferente, ela parecia feliz, e ao mesmo tempo surpresa)

— Meu deus, vocês são os animais mais teimosos que eu conheço! Mas você ouviu o que eu disse! Agora vá consertar as coisas! (Víbora)

Tigresa abraçou Víbora muito feliz, e foi direto para a porta. Mas Shifu a abriu de repente, e pediu que as duas fossem para o salão de treino imediatamente.

Os três foram para o salão. Os outros três furiosos e o dragão guerreiro já estavam lá.

— Senhores, hoje eu e Sábio fomos surpreendidos por um ataque dos corvos aqui no palácio, por sorte, nós conseguimos pegar três corvos, e, eles nos falaram onde fica sua base de operação mais próxima. E nós descobrimos que ela fica após a floresta dos branca, entre as duas montanhas gêmeas. De acordo com eles, lá tem pergaminhos com os planos de ataques no vale deles. Eu preciso que vocês roubem esses pergaminhos, além de pegar qualquer coisa que possa nos dar uma vantagem, e, depois disso, destruam a base deles. (Shifu)

— Eu e Shifu analisamos a melhor estratégia, e decidimos separar vocês em dois grupos, Po e Tigresa irão pela floresta, enquanto Macaco, Víbora, Garça e Louva Deus irão pelo rio. Vocês quatro levaram os explosivos, além disso, vocês irão distrair os guardas da base, para que Po e Tigresa consigam roubar os pergaminhos, assim que eles saírem, coloquem os explosivos nos pilares que sustentam a base e explodam eles, todos voltaram nos barcos. Ao chegarem nas montanhas, lancem um fogo de artificio, quando Po e Tigresa chegarem e estiverem prontos para invadir, eles lançarão outro, esse será o momento de vocês começarem a distração. Uma dica é, deixem os explosivos prontos nos pilares antes de começarem a distrair os guardas. Alguma pergunta? (Complementou Sábio)

— Eu tenho uma, eu posso mudar de grupo, é que eu não sou muito bom em ser silencioso. (Po)

— Não, você é muito bom, melhor ficar comigo. (Disse Tigresa, entrando na conversa)

— Ótimo, está decidido então, vocês sairão em uma hora. (Sábio)

Uma hora depois...

Os quatro já haviam carregado seu barco, e Po e Tigresa já estavam com suas mochilas preparadas.

— Está na hora de vocês partirem. (Sábio)

— Sim mestre. (Todos)

— Boa sorte. (Shifu e Sábio)

Os guerreiros se separaram, Po e Tigresa iam em direção a floresta branca, e os quatro furiosos seguiam pelo rio.

Após um hora de caminhada, Po e Tigresa já haviam se distanciado bastante do vale, se eles continuassem nesse ritmo, chegariam na floresta antes de escurecer.

— Por que você insistiu que eu ficasse no seu grupo? (Perguntou Po, falando pela primeira vez, depois de uma hora sem falar nada)

— Porque eu quero conversar com você. (Tigresa)

— Sobre? (Perguntou Po, friamente)

— ... Sobre... Ahhh, que droga!... *Vamos Tigresa, você consegue* (Pensou ela consigo mesma)... Sobre eu estar apaixonada por você. (Tigresa)