No momento em que o tigre se aproximava de Tigresa, ela sonhava. O sonho era o mesmo de um tempo atrás, ela se encontrava em um campo devastado, com seus amigos mortos ao seu redor e Po na sua frente, também morto, e as mãos da felina banhadas em sangue.

Devido ao sonho, ela acordou, se surpreendendo com o tigre que a sufocava, e percebendo que estava começando a ficar sem ar. Tigresa, em um golpe de reação, acertou um soco forte no rosto do tigre, fazendo com que ele saísse de cima dela. Rapidamente ela se levantou e se colocou em pose de batalha.

— Quem é você? (Perguntou Tigresa)

O tigre não respondeu, porém logo em seguida ela percebeu que ele era o mesmo tigre do seu sonho. Ela ficou pasma e um pouco assustada, mas também percebeu que poderia conseguir algumas respostas com ele.

O tigre a atacou com ferocidade, pulando sobre Tigresa. Os dois começaram a trocar golpes, porém sem ter muito efeito, pois os dois eram habilidosos.

Enquanto isso, com Po:

Akame ainda gemia de dor, e Po tentava se soltar para salvá-la, mas não conseguia. A pantera percebeu que o que Sombra queria era ve-la sofrendo, então Akame segurou seus gritos, tentou desviar seus pensamentos da dor, e começou a olhar com uma cara séria para Sombra, como se o provocasse.

— Eu estou aqui, desarmado, imobilizado! Solte-a! Esse era o trato! (Gritou Po, furioso)

— Eu não me lembro dessa parte do trato. (Disse Sombra, rindo)

O psicopata colocou em sua mão um soco inglês (um modelo antigo, igual aos usados pelos ninjas), se virou para Akame e começou a socá-la. A felina era forte, ela não dava um pio, não demonstrava nem sequer um resquício de dor, apenas demonstrava sua seriedade, e Sombra estava perdendo a paciência com isso, começando a aumentar sua força a cada soco.

Após vários socos, Akame estava ficando inconsciente. Seus olhos estavam semi abertos, sua face inteira machucada, e seu corpo já não tinha mais sustentação. Sombra soltou a nuca de Akame, fazendo com que ela caísse no chão do navio, manchando-o com todo seu sangue.

— Por favor... Deixe ela ir. Eu já estou aqui! Sou eu que você quer! (Disse Po, em uma última tentativa de tentar resgatá-la)

— Dragão guerreiro, você devia saber, quando o destino de uma pessoa está decidido, não tem como alterá-lo. (Disse Sombra, levantando Akame pela nuca novamente)

Enquanto isso, no palácio:

Sábio estava na sua cama, tentando dormir, quando percebeu um ar meio estranho. Ele sentia que algo de errado estava acontecendo, e que estava acontecendo próximo a Tigresa. O lobo decidiu ir checar o que era.

Ao abrir a porta do quarto da felina, ele ficou surpreso ao sentir a presença do outro tigre. Sábio pulou para cima dele, ajudando Tigresa a combatê-lo. O lobo começará a ficar sem chances, lutar contra Tigresa já era difícil, agora com Sábio a ajudando, a tarefa era muito mais complicada.

Em um dos golpes, Tigresa arranhou o rosto do tigre com sua mão direita, e com sua mão esquerda ela acertou um golpe de palma no peito do tigre, o jogando contra a parede. Sábio rapidamente se colocou em cima do animal e começou a socar sua cara repetidas vezes, em seguida, o imobilizando.

— Eu vou perguntar mais uma vez. Quem é você? (Disse Tigresa, para o tigre imobilizado)

O animal não respondeu, deixando a felina enfurecida.

— DIZ! (Gritou a felina, juntando seu estresse do momento com seu estresse devido ao Po)

O animal não falou, e Tigresa perdeu a paciência. Ela foi pra cima dele, pegou sua cabeça com suas duas mãos e deu uma joelhada na cabeça do tigre, causando-lhe muita dor.

Tanto Sábio como Tigresa estavam tão focados em tirar as respostas do animal, que não perceberam ele pegando um pedaço da mesa que Tigresa havia quebrado mais cedo.

O tigre jogou o pedaço da mesa em Sábio, e acertou um chute na barriga de Tigresa, ele se levantou, acertou um chute em Sábio, deu um soco de palma no pescoço de Tigresa e fugiu pela janela do quarto.

Tigresa estava tossindo, tentando voltar a respirar normalmente, enquanto Sábio se levantava ainda um pouco zonzo.

— Você está bem Tigresa? (Sábio)

— Estou, e você? (Tigresa)

— Estou. É melhor voltarmos a dormir. (Sábio)

— Sim, obrigada. (Tigresa)

— Boa noite Tigresa. (Sábio)

— Boa noite. (Tigresa)

Enquanto isso, no navio:

Sombra acariciou o rosto de Akame com uma de suas mãos.

— Eu sentirei saudades, Akame. (Sussurrou Sombra)

Sombra pegou a adaga e a enfiou na barriga de Akame, a jogando em seguida no rio.

— NÃÃÃOOO!!!! (Gritou Po, tentando avançar para ajudá-la)

Po sabia que tinha que salvá-lo, então se concentrou e colocou toda sua força a mostra. Ele conseguiu se livrar de um dos guardas, fazendo com que ele também caísse no rio. Tendo uma mão livre, Po não demorou para acertar um soco no outro guarda e acerta-lhe uma barrigada, o fazendo voar para fora do navio.

Po correu para salvar Akame. Ele pulou do navio e mergulhou. Ao ver Akame afundando, Po mergulhou até o fundo e a pegou. Ele nadou por um tempo a carregando, para que os dois se distanciassem do navio. Po a tirou d'água e a colocou em um gramado.

Ele estava ajoelhado ao seu lado, tentando conter os sangramentos. Não estava fácil, seu rosto estava com muitos ferimentos devido a quantidade de socos que ela recebera. Além disso, seu ombro sangrava muito e sua barriga mais ainda. Com uma de suas mãos Po tentava conter o sangramento no ombro, com a outra, o sangramento da barriga, mas não estava adiantando.

Akame colocou a mão no rosto de Po. Ela tentava parecer estar bem, porém era impossível. Sua roupa estava banhada em sangue e suas faces expressavam toda sua dor.

— Não se preocupe Akame, eu não vou te deixar morrer! (Disse Po, preocupado)

Akame tentou falar, mas não conseguiu. Ela repousou sua cabeça na grama gelada, olhou uma última vez para Po e fechou seus olhos, com um leve sorriso em seu rosto.

— AKAMEEE!! AKAME!! NÃO!! POR FAVOR! (Gritava Po, mexendo no corpo da felina)

— NÃÃÃOOO!!!! POR FAVORRR!!!! Akame... Não... (Disse Po, se segurando para nã chorar)

Po a pegou em seus braços e a levou até o rio, deixando seu corpo nas belas águas do rio, deixando que ele a levasse para o seu lugar.

Po estava cheio de sangue em seu corpo, porém não eram de seus ferimentos, mas sim de Akame. Ele decidiu voltar para o vale. Ele não podia fazer mais nada agora.

Enquanto a isso, no palácio:

Quando o tigre fugiu do quarto de Tigresa, ele foi surpreendido por Shifu, que estava do lado de fora e o derrubou com seu cajado. Shifu o imobilizou e o prendeu. Ele o levou até o quarto de Tigresa.

— Eu vi ele fugindo do seu quarto, você poderia me explicar o que está acontecendo, Tigresa? (Disse Shifu, aparecendo na porta com o Tigre)

— Eu não sei mestre, eu estava dormindo e ele tentou me matar. (Tigresa)

— Ahhh, você tentou matar minha filha. Bom, venha comigo, nós vamos ter uma conversinha. Sábi, me acompanhe por favor, Tigresa, volte a dormir, é melhor você descansar. (Disse Shifu para o tigre)

— Sim mestre. (Tigresa)

Tigresa fechou sua porta, arrumou seu quarto e foi dormir.

Enquanto isso, com Po:

Po estava muito abalado. Ele tentava voltar o mais rápido possível para o palácio, ele apenas queria deitar em sua cama e tentar descansar um pouco, esfriar um pouco a cabeça, e se preparar para o dia seguinte, pois ele sabia que teria que contar para os outros o que acontecera com Akame.

Em algumas horas ele estava de volta. O vale estava escuro, não haviam outros animais pela rua, o que era bom para Po, pois se o vissem daquele jeito perguntariam um monte de coisas, e Po não estava em condições para responder nenhuma pergunta naquele momento.

Ele foi para o palácio de maneira silenciosa, com medo de que algum dos guerreiros o visse. Por sorte, ninguém o viu.

Ao entrar em seu quarto, Po foi tomar um banho, ele precisava se lavar, pois não queria sujar sua cama com sangue, muito menos cheirando podre.

O dia amanheceu. Como de costume, Po acordou depois dos outros, indo tomar café quando eles já estavam terminando seus cafés.

— Po! Onde você estava ontem a noite? (Garça)

— Depois eu explico pra vocês... (Po)

Tigresa percebeu que algo estava errado, Po nunca havia agido desse jeito, porém eles haviam cortado relações, então ela, mesmo querendo saber o que o deixava daquele jeito, agiu como se Po fosse apenas um conhecido, por quem Tigresa nunca sentiria um afeto.

— Bom dia senhores. Po, você decidiu aparecer. Eu preciso que você e Tigresa me acompanhem agora. Os outros podem continuar seus cafés. (Shifu)

* Ele tinha que chamar eu e a Tigresa? Porque não podia ser eu e o Macaco, por exemplo * (Pensou Po)

* O Po, bem o Po? Não podia ser outro? * (Pensou Tigresa)

Os dois acompanharam Shifu até um galpão que ficava fora do palácio, em uma região escondida do vale.

Ao entrarem nele, se depararam com Sábio em pé, e ao seu lado, um tigre branco amarrado a cadeira. Ao olhar para ele, Po teve um flashback do momento em que o animal que disse para ele se afastar de Tigresa o derrubou, e ele pode ver uma parte de seu braço, que era um pelo branco com listras pretas, relacionando na hora ao pelo do Tigre.

Po correu em sua direção e pulou em cima do animal, derrubando-o com a cadeira e caindo em cima dele. Po começou a socá-lo, mas foi separado do animal por Sábio.

— O que está acontecendo Po? (Perguntou Shifu, em um tom até um pouco intimidador)

— Quem é esse? (Po)

— Nós não sabemos ainda. O pegamos ontem, enquanto ele tentava matar Tigresa. (Sábio)

— Então foi por isso que você me... (Disse Po, parando de falar ao se lembrar do que tratava)

— Quem disse que eu queria matá-la? Porque eu iria querer matar uma fêmea tão bonita da minha espécie?

— Tigresa, podemos conversar lá fora? (Disse Po em um tom baixo, para que apenas Tigresa ouvisse)

Tigresa tentou ignorá-lo, mas ao perceber que Po não desistiria de conversar com ela, achou melhor sair e conversar logo.

— O que você quer Po? (Tigresa)

— Eu sei que eu sou a última pessoa com quem você quer falar nesse momento, sei que você deve querer me matar e sei que eu te fiz sofrer, mas eu preciso te falar uma coisa.

— Fala. (Disse Tigresa, friamente)

— Tudo aquilo que eu falei para você ontem de manhã era mentira. (Po)

— Você só pode estar de sacanagem comigo. (Tigresa)

— Quando você saiu para devolver o vestido, eu fui voltar para o palácio, porém fui abordado por um tigre, esse tigre. Ele disse que se eu continuasse perto de você ele te mataria... Eu tive que me afastar, se não você poderia estar morta agora. (Po)

— Você acha que eu sou ingênua? Que eu sou estúpida? (Tigresa)

— Não! Tigresa eu estou falando a verdade! Por favor! Você realmente acha que depois de tudo, depois de todas as noites que eu passei em claro para que você tivesse uma boa noite de sono, depois de levar uma flechada por você, depois de tudo isso, quando eu conseguisse o que eu sempre sonhei, eu simplesmente jogaria fora como se não fosse nada pra mim? Tigresa, eu sou apaixonado por você, essa é a verdade! Como eu já disse, eu sempre fui e sempre serei! Eu tive que fazer aquilo! (Po)

— Como que você quer que eu confie em você agora? (Tigresa)

— Eu te entendo Tigresa, eu apenas quero que você pense... Eu sempre me sacrifiquei por você, des de coisas estúpidas até algumas coisas mais sérias... E meu último sacrifício, e o mais difícil até agora, foi sacrificar todo o meu relacionamento, te magoar como eu nunca havia feito, sacrificar toda uma relação que eu tinha por você, sacrificar tudo, pelo meu imenso amor por você, e pelo simples fato de eu simplesmente não conseguir nem imaginar você morrendo, e ter muito medo de ter que presenciar isso... E por isso, te abandonar, te deixar, jogar tudo por água abaixo, apenas pelo fato de uma ameaça feita a você... Então, eu apenas quero que você pense... Por favor... (Disse Po, triste, voltando para dentro do galpão logo em seguida/ Tigresa voltou depois, ela preferiu passar um tempo sozinha do lado de fora pensando um pouco)

Os dois voltaram para o galpão, e passaram a manhã lá. Eles iam conversando com o tigre, tentando tirar informações dele, porém ele não falava nada.

— Eu devo admitir Sábio, me impressiona você não lembrar de mim. (Disse o tigresa, com um sorriso malicioso)

— Do que você está falando? (Sábio)

— Eu apenas pensei que você se lembraria do animal que matou a sua esposa. (Tigre)

— O que? (Disse Sábio, arregalando seus olhos)

— Você não se lembra de mim? Enfiando a minha adaga naquela meretriz. (Disse o tigre, rindo)

Sábio foi até ele e começou a golpeá-lo. Ele dava vários socos, o arranhava com suas unhas e aplicava algumas fraturas. A cada golpe Sábio se estressava mais, e os golpes ficavam mais fortes. Sábio quebrou as duas pernas e os dois braços do tigre, além de deslocar seus ombros, quebrar todos seus dedos e suas costelas. Após sofrer tanto, o tigre finalmente se pronunciou.

— Em dois dias, os pilares de seu adorável palácio irão cair, e se vale perecerá a chamas. (Disse o tigre, antes de desmaiar, devido a toda a dor que sentia)