— "Os pilares do seu palácio irão cair"... O que ele estava querendo dizer com isso? (Shifu)

— Eu não sei, mas coisa boa não deve ser. (Sábio)

— Ele disse em dois dias, então acho que de qualquer jeito, iremos descobrir daqui dois dias. (Po)

— Nós não podemos esperar esse tempo! (Tigresa)

— A Tigresa está certa. Po, fique com ela aqui, tentem acordá-lo e descobrir do que ele estava falando. E não se preocupe panda, tem alguns bolinhos guardados no armário (Shifu aponta para um armário no fundo da sala). Eu e Sábio vamos voltar para o palácio, comunicar os outros e tirar as pessoas do vale. (Shifu)

— Será que é necessário tudo isso? (Po)

— Nós já percebemos que esses assassinos não brincam em serviço. É melhor nos precavermos do que arriscar a vida de civis. (Shifu)

— Concordo. (Po)

— Então está bem, voltarei de noite. (Shifu)

— Sim mestre! (Po e Tigresa)

Os dois mestres foram embora, deixando Po e Tigresa, que foram comer alguns bolinhos, pois já estava na hora do almoço. Enquanto eles comiam, Po achou melhor não conversar com Tigresa, ele não sabia o que a felina pensava dele naquele momento, e não queria estressá-la ou piorar a situação.

Enquanto eles comiam, o tigre acordou.

— Que bom que você acordou, eu não queria ter que buscar um balde de água. (Disse Tigresa friamente)

— Que fofo você tentando me intimidar, mas não vai funcionar, gatinha. (Disse o tigre, com um sorriso irônico no rosto)

Po queria impressionar Tigresa, ele sabia o quanto que ela gostava de pessoas duronas, então decidiu se impor um pouco. Ele foi até o tigre pelas suas costas e acertou-lhe um golpe na têmpora, o jogando contra o chão, junto de sua cadeira.

— É bom você começar a falar o que nós queremos saber, porque eu e ela já perdemos a paciência! (Disse Po, tentando ser intimidador)

— Ok, retiro o que eu disse, você é bem mais intimidante do que esse panda. (Disse o tigre para Tigresa)

Po se sentiu meio mal com aquilo, ele queria parecer intimidador, mas também não ligava, ele sabia que intimidar não era seu forte.

— Eu vou perguntar uma vez (Tigresa se aproximou do tigre), o que você quis dizer com "os pilares cairão"? (Disse Tigresa, se ajoelhando ao lado do tigre)

Ele se calou. Como resposta, a felina enfiou suas unhas na virilha do animal, causando-lhe muita dor.

— Se eu fosse você eu falaria. (Po)

— Po, você pode levantar ele pra mim por favor? (Tigresa)

Po levantou a cadeira com o tigre junto. Tigresa perguntou mais uma vez. A resposta do tigre foi o silêncio, e Tigresa, sem paciência, chutou um dos pés da cadeira, quebrando-o. A felina pegou o pé quebrado e enfiou no fêmur do tigre, fazendo ele falar.

— Está bem, eu falo... Haverá uma guerra em dois dias, nós atacaremos o vale e tomaremos seu palácio. Meu irmão já deve estar vindo na direção de vocês com um imenso exército. Nós destruiremos vocês. (tigre)

— Você disse "seu irmão"? (Po)

— Sim dragão guerreiro, meu irmão gêmeo! (tigre)

— Peraí, eu sei quem vocês são! (Po)

— Do que você está falando Po? (Tigresa)

— Quando eu era adolescente ou gostava de ir na biblioteca do vale, para ler um pouco sobre guerras. Eu me lembro de uma vez ter pego um pergaminho velho, no fundo de uma prateleira. Ele contava a história de dois irmãos gêmeos que foram acolhidos por um mestre de kung fu. Eles passaram a fazer parte desse grupo do mestre, e se tornaram os melhores guerreiros dele. Um dia os dois estavam cansados de obedecerem ordens, e estando cientes de toda sua capacidade, decidiram trair seu mestre, e tomar conta do grupo. (Po)

— Mas nesse livro não sita nada sobre os orvos, e eles fazem parte dos corvos. (Disse Tigresa, sem entender muito bem a historia)

— Não seja tão ingênua gatinha, é óbvio que não fala. Você acha que o Imperador permitiria que alguém dissesse que os guerreiros que estavam dominando a China foram contratados por ele? E mais uma correção, nós não fazemos partes dos Corvos, nós os lideramos, (Tigre)

— Como assim, "contratou"? (Perguntou Po, se sentindo perdido na conversa)

— O Sábio não te contou? Não, já vi que não. Mas se ele não te contou, como que sua amiga sabe? (Tigre)

— Tigresa? (Po)

— Po, quando você desmaiou por causa da flecha, eu fiquei ao seu lado, e em um dos dias, Sábio apareceu e nós começamos a conversar. Ele me contou que ele é o fantasma... (Disse Tigresa sendo interrompida)

— O SÁBIO É O FANTASMA?? Desculpa, continua por favor. (Disse Po, muito surpreso)

— ... E que ele é o criador desse grupo. Mas quando ele o criou, eles não queriam conquistar a China, eles eram apenas guerreiros que o Imperador contratava para fazerem algumas missões. Até outros guerreiros o traírem, e transformarem o grupo nisso... (Tigresa)

— UOW! ISSO É SHOW DE BOLA! (Po)

— Po! (Tigresa)

— Desculpa, eu me empolguei um pouco. (Po)

— Mas nós ainda não terminamos... Tem mais uma coisa que queremos saber. Quem é o infiltrado de vocês no palácio? (Tigresa)

— Ha Ha Ha Ha. (O tigre apenas riu)

— Por que você está rindo? (Po)

— Vocês são muito ingênuos... Ela estava do lado de vocês todo o tempo. (Tigre)

— Akame? (Tigresa)

— Você é mais perspicaz do que seu amigo. (Disse o tigre, para Tigresa)

— Impossível! (Po)

— Mas se isso for limpar sua consciência, ela só fez isso porque nós fizemos uma troca com ela. (Tigre)

— Do que você está falando? (Perguntou Po, mudando seu tom, agora ele já estava bravo, sério e frio)

— Ou ela ajudava a gente, e falava o que a gente queria saber, ou nós te matávamos. (Tigre)

— Ela... Se sacrificou por mim? (Disse Po, sendo consumido pela tristeza)

— Como assim Po? (Tigresa)

— Meu deus! Vocês não contam nada uns para os outros? (Interrompeu o tigre)

— Na noite passada, eu sai para resgatar Akame, pois ela havia sido pega por eles, e eles a mataram... Eu não pude salva-la... (Disse Po, triste)

— Podemos conversar lá fora? (Tigresa)

— Claro... (Po)

Os dois saíram para conversar.

— Você deve estar mal... (Disse Tigresa, se amolecendo um pouco em relação ao panda)

— É triste... Mas eu não vou deixar que tenha sido em vão... Eu vou derrotá-los, melhor, nós vamos. (Disse Po, recuperando a seriedade para conversar com o tigre)

— Vamos! Po, eu estava pensando, ele é irmão de um dos chefe, e se a gente usasse ele para tentar negociar? (Tigresa)

— É uma boa ideia... Tigresa, posso te perguntar outra coisa? Você ainda ta brava comigo? (Po)

— Não vamos falar sobre isso. (Disse Tigresa, friamente)

Os dois entraram e foram falar com o tigre.

— Nós temos uma proposta. Nós te devolvemos para seu irmão, e em troca ele não ataca o vale. (Tigresa)

— Não vai rolar gatinha. (Tigre)

— Pense bem, é sua melhor opção. (Po)

Nesse momento, o tigre decidiu enfraquecê-los psicologicamente, ele sabia que a guerra aconteceria, e se eles estivessem fracos, os Corvos teriam mais vantagens.

— Vocês acham que são capazes de convencer alguém? Um panda gordo e uma Tigresa estúpida, um monstro! Uma felina tão terrível que até os próprios pais tiveram medo e decidiram abandoná-la num orfanato (aquilo chocou Tigresa, ela estava pasma, sem reações. Po percebeu o estado de sua amiga). Uma fêmea destinada a morrer sozinha! E você sabe porque? Porque você é um monstro! As pessoas tem medo de você! Você realmente acha que o panda te ama? Ele tem medo de você! Do monstro que você é! Não me impressiona seus pais terem te abandonado para morrer em um orfanato sujo! Você não passa de uma felina temida e odiada por todos! Você é uma...

O tigre foi interrompido por Po, que enfiou uma adaga no baço dele. Aquilo chocou Tigresa, fez com que ela saísse do seu estado de paralisia.

— Você escolheu errado. (Disse Po ao tigre, empurrando a cadeira em direção ao chão logo em seguida)

Po se aproximou de Tigresa e se ajoelhou na frente dela.

— Tigresa... (Disse Po, sem saber o que falar)

Tigresa se jogou em cima de Po, abraçando-o, ele caiu no chão, com Tigresa em cima dele. Aquele abraço já dizia tudo. Ela perdoara Po. Tigresa chorava no peito do panda, que a abraçava com força, tentando consolá-la.

Tigresa olhou para Po e encostou sua cabeça na dele, ela sorria e apertava as costas do panda com força. Em seguida ela levantou seu rosto e beijou Po, que retribuiu.

— Eu te amo Po. (Disse Tigresa, em meio aos beijos)

Era a primeira vez que o panda ouvia isso vindo da Tigresa. Ele estava surpreso, feliz, apaixonado.

— Eu te amo muito! (Disse Tigresa novamente, começando a beijá-lo com mais "força")

Po pegou a felina e a girou, colocando suas costas no chão e ficando em cima dela. Eles continuaram se beijando, cada vez mais e mais. Tigresa o virou de novo e voltou a ficar em cima, ela apoiava seus braços na lateral do panda, para não cair em cima dele. Po a segurava pela cintura, "puxando-a" na direção da sua cintura, deixando as duas juntas. Os dois se sentiam de uma maneira diferente, os dois estavam colocando toda uma força, uma paixão, um fogo naquele momento, como nunca haviam colocado até aquele dia, até eles se lembrarem de que o lugar que estavam não era muito agradável, considerando que havia um corpo morto perto deles. Po a agarrou pela parte traseira da coxa e a levantou, levantando junto com ela. Ele a levou no colo para fora do galpão, deitando-se de novo com ela embaixo de uma árvore.

Os dois estavam protegidos por pedras e pela copa da árvore, que os escondia. Por estarem a vontade, continuaram o que estavam fazendo dentro do galpão. Po começou a desamarrar os nós que fechavam o uniforme da felina, e Tigresa dava algumas mordidas no pescoço do panda, a cada minuto tudo ficava mais quente, os dois colocavam mais vontade, se demonstravam mais apaixonados e mais a vontades com tudo, deixando com que esse momento se desenvolvesse cada vez mais...

40 minutos depois...

— Eu te amo Tigresa. (Disse Po, com o braço em volta da felina)

— Eu também. (Disse Tigresa, deitada com sua cabeça no peito do panda, sorrindo para o mesmo)

— Será que haverá mesmo uma guerra? (Po)

— Eu não sei... Mas deixa eu te perguntar uma coisa, por que você fez aquilo? (Tigresa)

— Porque eu cansei de jogar o jogo deles. A gente vive perdendo nossas batalhas por causa disso. Ta na hora da gente estabelecer as regras. O que eles mais querem é que a gente fique com medo do que está vindo, bom, vamos mostrar que não estamos com medo...

— Eu realmente estou vendo isso? Po, você está bolando uma estratégia? (Brincou Tigresa)

— Ha ha, muito engraçado Tigresa! Mas enfim, continuando... E porque eu vi o que ele estava fazendo... (Disse Po, enquanto acariciava o rosto da felina com seus dedos)

— Po... Ele estava certo... As pessoas tem medo de mim... Eu sou um monstro... (Disse Tigresa, com um tom triste)

— Não! Tigresa, você não é um monstro! Pelo contrário, você é a felina mais especial que eu conheço! Você arrisca sua vida pelas pessoas, até mesmo pessoas que você nem conhece! Você é amorosa, atenciosa, gentil, você se preocupa com os outros, está sempre cuidando de quem você ama. Você é a melhor felina do mundo! Você é incrível! (Disse Po, animando a felina)

Tigresa estava impressionada com as palavras do panda, ninguém nunca havia lhe falado isso, nem sido tão legal com ela. Tigresa apenas sorriu e deu um selinho no panda, que retribuiu.

— Acho melhor voltarmos para o palácio, para informar Shifu. (Disse Tigresa, se levantando)

— Concordo! (Disse Po, logo em seguida)

Os dois vestiram suas roupas e foram para o galpão. Po desamarrou o tigre morto da cadeira e o colocou em seu ombro, para levá-lo ao palácio.

Ao chegarem no palácio, o primeiro animal que os viu foi Shifu.

— O que aconteceu? (Perguntou Shifu, surpreso ao ver o tigre morto)

— Eu o matei. (Po)

— Como assim? (Shifu)

— Eu cansei de fazer o jogo deles, agora nós tomaremos conta do jogo! (Disse Po, demonstrando confiança)

— Então é bom nos prepararmos. Vão jantar e dormir, amanhã o treino começara cedo e será exaustivo! Os outros já estão em suas camas, eu aconselharia os dois a fazerem o mesmo, sem enrolações! (Shifu)

— Sim mestre, boa noite! (Os dois)

Po e Tigresa jantaram, tomaram banho e foram para suas camas.

— Boa noite gatinha. (Disse Po, brincando com a felina)

— Ah não! Eu já ouvi isso o dia inteiro! É bom você não começar com isso também! (Tigresa)

— Ha ha! Boa sorte! (Po)

— Boa noite Po! (Disse Tigresa, sorrindo)

— Boa noite Tigresa! (Disse Po, sorrindo)