Temporada de Caça: Lobos

Nadando em lagos azuis chegarei até voces


Eu quero me sentir como nos sentimos naquela noite, noite de verão (aah)

Bêbados de um sentimento, sozinhos com as estrelas no céu

Farejo a grama recém-nascida, adubada pela neve derretida que impulsionou o crescimento, o cheiro verde resplandecente da primavera preenche meus pulmões profundamente, a cada respiração, a queda de pelos após passar o inverno me deixa mais livre e a pelagem mais brilhante. É um ciclo de renascimento. Os filhotes migrantes nascidos no inverno estão conhecendo essa terra de onde pertencem pela primeira vez, pois nunca se pode passar pelo mesmo lugar duas vezes. Fungo o chão mais uma vez e dou um pulo correndo pela grama e rolando no chão. Sentada no chão, espero os dois lobos se aproximarem, balançando o rabo animada, quando chegam perto, corro até eles esfregando o corpo em suas pelagens, e mordiscando os focinhos, rolando no chão e mordendo-lhe as patas.

Pulo contra Visão, agarrando-lhe a orelha e mordendo-a, joga o corpo por cima de mim se desprendendo e lança as patas retribuindo as mordidas no focinho, me enrolo contra ele, abocanhando seu pescoço saindo com quilos de pelo na boca, sento novamente e abraço com as patas seu corpo, lambendo a pelagem branca, se distrai farejando o chão e o atropelo, passando por baixo de suas pernas, chegando até Strange. O lobo preto foge ao me ver, subindo o declive para a região mais alta, sigo-o, me cansando e deito no chão ofegante. Escuto barulho de água e o lobo mergulha no rio, bebo a água cristalina lentamente usufruindo da sensação gelada prazerosa, fecho os olhos e medito naquela simples ação, até que me sinto afundar e gelar por completo, movo as patas nadando e o lobo branco sorri travesso batendo a cauda; ao lado de Stephen crio uma estratégia.

Nós dois investimos no alfa e pulo por cima dele, que em instantes se afasta, e caio no chão de costas, os dois alfas começam a lamber meu focinho, me sinto sufocada, rosnando e me transformo, dando risada e me levanto, limpando o rosto divertida. Os pelos negros revelam a pele branca, o cabelo preto com as mechas brancas balançando, as gotas de água voando e escorrendo pelo rosto bonito, empoçando na barba e deslizando pelo peito definido, deixando a marca esverdeada de coloração mais intensa, pisca os olhos azuis-oceano, me dando um olhar profundo. Um olhar para se perder. Meu sangue ferve e sinto um aperto em minha intimidade me dando uma tortura agradável, mordo os lábios, o rubor domina o corpo, o cio despertado novamente. Vidrada na visão do alfa, capto um novo som, e lentamente viro a cabeça, sentindo uma pontada que vai diretamente ao peito, o cérebro letárgico diminui as concentrações, deixando tudo vago por um momento.

Caminhando sem pressa, passando a mão no topete, Visão se aproxima, a estatura alta e pele branca parece brilhar com o sol, o cabelo loiro se banha de ouro, sua marca de alfa parece incendiar o rosto, o sorriso tímido e o olhar azul-turquesa apaixonado. Um olhar para amar. Tão claro que conseguia me ver refletida, estendo a mão magnetizada, segura os dedos beijando cada um deles e o braço, acariciando à medida que diminui nossas distâncias, enlaça nossas mãos e coloca uma mecha do cabelo molhado atrás da orelha, leva os lábios para minha testa. Esse simples ato me faz hiperventilar, agarro-o, esfregando as unhas, transpassando toda a necessidade. Me movo desejando grudar nossos corpos, mas mãos fortes apoiam minha cintura e uma superfície úmida se encosta a mim, arrepio desde o dedinho à nuca, soltando um gemido em aberto, pelo corpo quente grudado a frente, o choque térmico eletriza-me fazendo ver estrelas.

Desliza selinhos pelo nariz, bochechas, queixos e enfim, seus lábios macios tocam os meus lânguidos, famintos, lentamente acariciando-os. Me ergo nos pés para aprofundar e guia a boca para o pescoço, aperto os dedos na grama suave em frustração, não conseguia mexer-me, pois ambas as bocas sugam minha pele. A barba do ex lenhador pinica meu ombro e a suavidade dos lábios sedosos de Visão inflamam meu núcleo e sinto a umidade fluir jorrando lentamente por minhas pernas.

Seus dedos traçam minha pele

Para lugares que nunca estive

Cegamente, eu sigo

Quebre essas paredes e entre