As patas cravam no chão duro, as traseiras substituindo as dianteiras a cada salto, a boca aberta pingando saliva e nas narinas o cheiro do sangue fresco. Meu sangue.

Os caçadores perseguem-me de trenós ou a cavalos, certamente orientados por missiva.

Corro o mais depressa sem ceder a exaustão, ao menos o coração mantinha a paz.

O perigo estava longe da minha toca.

Solto um ganido quando a flecha me atravessa a carne, borrifando sangue na neve alva e escorrendo através do pelo.

Fujo transversalmente a floresta em frente, procurando despistá-los.

Uma lança zune chocando-se contra a árvore atropelando-me.

Despenco ladeira abaixo.