Temporada de Caça
Caindo aos pedaços
As patas cravam no chão duro, as traseiras substituindo as dianteiras a cada salto, a boca aberta pingando saliva e nas narinas o cheiro do sangue fresco. Meu sangue.
Os caçadores perseguem-me de trenós ou a cavalos, certamente orientados por missiva.
Corro o mais depressa sem ceder a exaustão, ao menos o coração mantinha a paz.
O perigo estava longe da minha toca.
Solto um ganido quando a flecha me atravessa a carne, borrifando sangue na neve alva e escorrendo através do pelo.
Fujo transversalmente a floresta em frente, procurando despistá-los.
Uma lança zune chocando-se contra a árvore atropelando-me.
Despenco ladeira abaixo.
Acesse este conteúdo em outro dispositivo
Fale com o autor