Era um dia normal para todos aqueles que trabalham. Certo? Uma calma noite de quinta-feira. Na próxima semana o verão acabaria e infelizmente a droga das aula voltariam. Isso era o que os adolescentes do mundo inteiro sentiam.

Blur, estava sentada no sofá com um vestido curto para dormir. Esse era seu uniforme nessa semana. Estava assistindo "Um Amor para Recordar", acha idiota esse lance de romance, e garotas chorarem no cinema com um filme desse.

Mas achava legal o lance da garota morrer. Era engraçado ver como alguém conseguia usar uma saia longa, mas que não cobrem o tornozelo. Uma comédia, para ela.

Estava sozinha em casa, o padrasto foi jogar e beber na casa de uns amigo, e mãe estava voltando do trabalho. E com o que ainda fazia Blur sorrir, chocolate. "Não entendo como você é magra, Blur", "Você pode ficar diabética, sabia?". Foda-se.

Ainda estava entretida com o filme quando alguém bateu na porta. Não podia ser sua mãe, já que ela tinha a chave, o Afonso também. Então, concluiu por ela mesma, que não era nada importante. O ser desocupado continuou batendo na porta, cada vez mais forte.

– Porra, é quase onze horas da noite. Você não tem o que fazer não? - Enquanto dizia isso, Blur se levantava e ia em direção a porta. Dois policiais estavam parados em frente a sua casa.– O que vocês querem?

– Com licença, e desculpe o incomodo. Gostaria de falar com o responsável da casa, por favor.

– Estou sozinha, então no caso, a responsável sou eu. Logo, logo minha mãe se vocês quiserem entrar e esperar não me incomodo - Na verdade se incomodava sim, e muito, mas eram policiais, podiam querer revistar a casa e achar drogas escondidas no quarto dela.

– A srta, é Blur Endling?

– Sim, sou eu. Porque?

– Podemos entrar? - disse o policial que não tinha aberto a boca até então.

– É claro, o que aconteceu. Por favor, diga que meu padrasto foi preso, ou coisa assim.

– Sente-se, por favor - disse um dos policiais, apontando para o sofá, como se a casa fosse dele. A garota obedeceu.

– Podemos? Obrigado. - disse o outro policial, enquanto ambos sentavam de frente para Blur.

– O que viemos lhe contar, srta. Endling, é algo meio difícil pra todos nós. Hoje, aconteceu um grave acidente, em uma das principais vias da cidade.

– O que aconteceu com a minha mãe? - Blur, estranhava a demora da mãe, antes mesmo da chega dos policiais, se levantou do sofá e foi em direção a porta.

– Ela, srta. Endling, morreu. - Blur, já estava com lágrimas nos olhos, antes mesmo do policial anunciar a perda da mãe. - Sinto muito, mas o caminhão bateu no carro dela de uma forma extraordinária, ele foi preso por dirigir bêbado.

– Não me importa se ele foi preso ou não, isso não vai trazer a vida da minha mãe de volta, vai? - ela estava aos prantos. Soluçava a cada palavra que pronunciava.

Seu padrasto chegou na pior hora do dia. Seus olhos estavam vermelhos, mas Blur sabia que não era maconha, ele não fumava. Se assustou com os dois policiais dentro de sua casa. Seus olhos lacrimejavam cada vez mais. Havia algo de errado ali.

– Blur, minha queria, porque esta chorando? E que que esses dois fazem aqui? - uma lágrima caiu de seu olho mesmo que ele se esforçasse pra não.

– Desculpe, mas quem é o senhor?

– Sou o homem da casa, padrasto dessa garota. E quem é o senhor? Olha não me importo. Me diz o que está acontecendo aqui, e se mandem da minha casa.

– Sua esposa sofreu um acidente hoje, e não aguentou. Ela morreu.

Blur chorava mais ainda, não conseguia olhar pra ninguém a não ser Afonso. Olha com raiva, como se logo, logo iria pular no pescoço dele, e mata-lo.

Afonso aceitou que as lágrimas escorressem pelo seu rosto, depois na noticia. Não parecia nada triste, por mais que chorasse. Um policial, abraçou Blur, já que percebeu que seu padrasto não iria fazer o mesmo.

Depois de um bom momento abraçada, Blur começou a reagir a noticia. Começou a secar seus olhos com a manga da blusa. Se afastou um pouco do policial que tentava acalma-la. Se virou lentamente, ao podre coitado, que Afonso fingia ser, e disse:

– Seu miserável. DESGRAÇADO. COMO SE SENTE AGORA? Porque você fez isso? - Ela estava se aproximando lentamente de Afonso, que estava encolhido no chão, chorando. Deu o primeiro chute nele, o segundo, o terceiro. Afonso chorou mais ainda. Os policiais seguraram Blur pelo braço.

– Não fui eu, não fui eu. Eu estava jogando com meus amigos, você sabe disso, Blur. - Afonso se encolheu mais ainda contra a parede.

– Foi sim, estava querendo isso a muito tempo. Queria todo o dinheiro dela. Ouvi vocês brigando, no meu quarto. Disse que iria mata-la. E VEJA SÓ O QUE VOCÊ FEZ. DESTRUIU MINHA VIDA. - Blur lutava contra os policiais, que a seguravam forte. - E me soltem.

Ambos obedeceram, mas deixaram a garota o mais longe possível do padrasto. Ela seguiu o corredor, pegou uma jaqueta e um tênis, e saiu correndo de casa. Ligou para qualquer pessoa. Uma garota atendeu, ela não sabia quem era, e nem queria. Apenas pediu para que a garota a encontrasse no Café da Kary.

Em vinte minutos, uma garota pálida e morena estava entrando no café. Era Hannah, uma amiga que se preocupava a beça com ela. Blur já tinha parado de chorar. Estava tomando uma xícara de chá, quando a garota finalmente sentou na cadeira a frente.

Elas ficaram por um tempo apenas se olhando. Blur, acendeu um cigarro.

– Ela se foi. - foi a única coisa que conseguiu dizer. - Vamos sair daqui.

– O que você quer dizer com "Ela se foi? - disse Hannah, enquanto se virava e acompanhava Blur apenas com os olhos. E se levantou, também saindo do café - Blur, espere.

– Minha mãe morreu. Hoje, em um acidente.

Acendeu mais um cigarro e continuou andando pelas vazias ruas de Londres sem rumo. Contou toda a história, e disse que sabia que o culpado era o padrasto. Ele saiu de casa na mesma hora que sua mãe costumava sair do trabalho. Chegou com os olhos lacrimejando e vermelhos, ele não fumava.

Antigas conversa confirmavam a suspeita da garota, mas o policial havia dito que o cara tinha sido preso. E Afonso tinha chegado em casa depois disso. Alem do mais, os policiais não tinham reconhecido ele assim que Afonso chegou em casa.

Ele não podia ser o culpado mesmo. Ao menos que tivesse mandado alguém fazer o trabalho por ele. Ele sempre tinha um amigo, sempre alguém fazia alguma coisa por ele, e ele saia com os créditos, ou não. Não nesse caso, ele mandou alguém matar Price, pois sabia que seria arriscado caso ele fizesse.

Diversos pensamentos surgiam na cabeça de Blur, até que algo chamou mais a atenção dela.

– Ei, gracinha, não tem mais um cigarro sobrando aí?

Blur pegou o maço de cigarro, tinha apenas um. Ficou em duvida, e se precisasse mais a tarde? Tinha mais outros em casa, não custava ser gentil e dar apenas um.

– Tenho um serve?

– Serve sim. Na verdade tem dois, sentem-se aqui com a gente. Temos algumas coisas que vocês podem gostar. O que acham de uma troca? - Os caras não eram tão jovens assim, mas ela aceitou. Hannah demonstrava um pouco de medo.

Assim que se sentaram com os desconhecidos viram que o que eles tinham era diferente do que elas pensavam. Hannah se sentiu mais aliviada. A coisa que eles tinham eram drogas. E disso Blur conhecia bem, a um ano havia experimentado pela primeira vez.

Tinha de todo tipo, cores e sabores. Blur se sentiu em um festival de drogas. Eles eram fornecedores, um dos principais da cidade. E deram pra elas, de graça. O quanto elas queriam. O problema estava em Hannah, nunca aprovou aquilo.

Blur começou a experimentar alguns tipos, estava sentada na parte mais escura do beco, ao lado de um garoto, que parecia ter cerca de 18 anos. Ele olhava pra ela como quem a desejasse.

Ela não tinha trocado de roupa. Estava com um curto vestido branco. Ela já tinha reparado nele antes, estudavam na mesma escola. Um dos maiores vendedores de lá. Já tinha comprado algumas vezes dele.

– E você, pequena, não vai querer nada? Pegue, é de graça. Faça como sua linda amiga. Se divirta - Hannah, continuava negando. Estava sentada em um canto longe deles, com medo.

– Conheço você - disse o garoto, virando para Blur. - Blur, certo? Me lembro de já ter te vendido algumas vezes.

Ela se levantou, e com um sorriso no rosto Hannah se levantou junto. Blur não tinha notado a felicidade da amiga, mas esticou os braços, puxando Tyler para cima. Ela sussurrou algo em seu ouvido como "Vamos sair logo daqui, pegue algumas coisas e vamos para algum lugar."

Ele obedeceu e levou ela a um motel. Blur estava mais drogada do que nunca. Tinha experimentado todas, e não se importava com o que iria acontecer. A vida já tinha acabado muito com ela.

Chegando ao motel, ele preparou mais algumas drogas para usarem durante a noite.

– Nunca pensei que um dia dormiria com uma garota como você - disse Tyler, apenas de cueca, fumando.

– O que eu tenho que as outras não tem? Elas fazem boquete ou algo do tipo? - Ainda não estava totalmente nua.

– Elas se entregam muito fácil. Isso me cansa.

Aos poucos ele foi tirando o resto de roupa que ainda cobria o belo corpo de Blur. Era uma obra prima, aquilo que ela escondia debaixo das curtas roupas que usava para ir a escola.

Era considerada a garota mais gostosa e difícil de Londres. E Tyler, o garoto mais bonito da escola, e popular por isso, estavam finalmente juntos em um pequeno quarto.

***

O sol já surgia e Blur já tinha se esquecido de tudo o que tinha acontecido na noite anterior. Sua cabeça doía e não sentia parte de seu corpo.

Tyler estava largado no outro lado da cama. Blur se levantou e a primeira coisa que viu foi a blusa de Tyler no chão. Se vestiu e foi para o lado de fora do quarto ver o dia surgir. Ainda estava escuro, e uma corrente fria passava pelas ruas de Londres.

Parte de seu corpo ainda estava nú. Sentou-se no canto da pequena varanda, e com seu corpo encolhido, ali permaneceu por um bom tempo.

As horas se passavam, e o sol estava surgindo. A porta se abriu de leve. Blur estava adormecida. Tyler a olhou de cima, e depois de muito olha-la, a segurou em seu braços e a deitou na cama novamente.

O dia se passava e Blur ainda estava dormindo. Tyler a observava no canto do quarto. Ela, de leve, se mexeu na cama. Estava imobilizada por um longo tempo.

– Estou com fome - murmurou entrando de baixo das cobertas pelo frio. Tirou apenas seu rosto, e olhou com uma cara de pidona ao garoto.

– Eu também, gosto de carne, curte? - Tyler ainda estava pelado, e foi aos poucos se aproximando dela.

– Não estou pensando nisso. Não a essa hora, sabe? Estou mesmo com fome.

– Eu também, conheço um restaurante aqui perto. Ande devolva minhas roupas, e vamos lá.

Eles se trocaram e passaram pela recepção sem encarar as pessoas que estavam ali. Até o memento de uma recepcionista chamar a atenção deles.

– Não vamos embora ainda. Vamos procurar alguma coisa pra comer e já voltamos. Acredite - hesitou quando dois seguranças vieram em sua direção -, ainda estou com a chave. Estamos com fome, e a comida por aqui é cara de mais. Fique com as minhas chaves para ter certeza.

Essa atitude deu mais confiança a todos que estavam ali. Um dos seguranças pegou o molho de chaves, e saiu andando, eles ainda não tinham toda confiança nos dois jovens, mas preferiu confiar.

Depois que uma quadra, eles correram o mais depressa possível. Queriam se ver longe daquele lugar. Não foram muito longe, já que estavam sem forças. A unica coisa que havia alimentados os dois na noite passada eram as drogas.

– Mas e suas chaves? Você não vai poder pegar de volta. - Os dois estavam desesperados por comida, e comiam o mais rápido possível.

– O que? Aquela tranqueira? Não eram minhas, achei na rua semana passada, e peguei. Podiam ser útil. E foram.

***

A última semana passava rápida, em pouco tempo ela iria voltar para o EUA. Tinha que fazer milhares de coisas para a mudança.

A escola estava em primeiro lugar. Teria que se preocupar com a transferência e tudo mais. Mas antes teria que mudar suas notas para manter seu comportamento na próxima escola.

Já tinha em mente o que deveria fazer para melhorar suas notas, e iria mudar isso na manhã seguinte. Quanto mais rápido melhor.

Na manhã seguinte, se arrumou como melhor podia. Não fez tanto esforço, já era linda por natureza. Um short curto, e um corpete de couro preto, com um coturno podiam ajudar. Uma bela e caprichada maquiagem, com o melhor perfume também podiam resolver qualquer problema de uma garota provocativa.

Já na escola todos os garotos, como de costume, a olhavam de cima a baixo. Mas nenhum deles seriam sua vítima aquele dia. Estava interessada em algo melhor.

A sala do diretor era o lugar que aquele dia lhe chamava atenção. Passou pela secretária, que corria atrás dela tantando a impedir de entrar.

Mesmo assim ela abriu a porta, se virou para a secretária e disse que era urgente. Assim que se virou para o diretor viu que ele estava conversando com sua esposa.

– Senhor diretor, eu preciso falar com o senhor urgente. Eu vou sair do país esta tarde, preciso da minha transferência agora mesmo.

Pronunciou o nome da esposa do diretor e se curvou. Como se fosse de fato uma garota comportada e educada ao ponto de se referir ao diretor como "senhor". Enganou, a sra. Lee se levantou e disse que voltaria mais tarde.

Assim que a porta se fechou a cara doce e simpática de Blur desapareceu. Uma cara maliciosa e sedutora surgiu no lugar. Como ela fazia isso bem, podia ter qualquer um em suas mão com toda aquela malicia.

Foi se aproximando do diretor e aos poucos desamarrando parte de sua roupa. Disse algumas coisa que o diretor não conseguiu compreender, tinha toda a sua atenção atraída no belo corpo da garota.

Se levantou aos poucos, e foi em direção a porta. Blur hesitou, pensou que o diretor iria manda-la pra fora. Pelo contrário, ele abriu a porta e pediu que a secretária não o incomodasse, estava ocupado com a aluna, e não queria ser perturbado.

Trancou a porta e abaixou a pequena cortina que cobria a janela da porta. Agora os dois estavam a sós. O diretor se sentia perturbado por estar fazendo isso com uma aluna de apenas 15 anos.

"O impulso está sendo dela. Ela quer isso tanto quando você. Não fique culpado." Foi em direção a garota, que agora estava seminua em sua frente.

Ela o abraçava com nojo dele. Nojo até mesmo de si mesma. Aquilo era maior que ela. "Eu preciso de um favor antes disso" sussurrou no ouvido do diretor e o empurrou.

– Qualquer coisa, minha princesa.

– Não me chame assim - Blur passou para o outro lado da mesa, estava sentada na cadeira dele, e abriu alguns arquivos da escola. - Todas as minhas notas precisam ser maiores para que eu possa entrar na outra escola.

– Você pode fazer outras provas. Seria bem justo - ele se aproximava dela e a beijava como sua. Novamente Blur o empurrou, e deu um tapa na cara dele.

– Entenda seu idiota, eu preciso das minhas notas modificadas.

Todo o amor e prazer que estava prestes a acontecer ali havia acabado. O diretor arrumou sua roupa, mas Blur continuava sentada na cadeira, girando de uma lado para o outro.

– Você quem sabe - ela continuou. Se levantou e tirou toda a sua roupa. Ele não ia aguentar, por mais que tentasse, não era capaz. A agarrou ali mesmo. Estava aos poucos tirando sua roupa. E por mais que não pudesse, iria modificar as notas da garota.

Aquilo estava cada vez melhor. Sua esposa não o satisfazia daquele jeito. Ninguém no mundo fazia ele sentir aquele prazer, que só a Blur fazia. Ela era especial, não podia deixar ela sair de lá. Precisava daquele prazer todos os dias.

Mas era um trato, e precisava cumprir. As horas se passavam, e o diretor não atendia o telefone, a porta não se destrancava. Ninguém sabia o que estava acontecendo lá.

Na verdade sabiam, mas não podiam acreditar. Ela era jovem de mais para ele. Aquilo não podia estar acontecendo, o diretor podia ser processado se a garota, ou qualquer outra testemunha quisesse.

Blur não era boba, fazia tudo para se beneficiar. Assim que o último sinal tocou Blur saiu da sala com uma pequena pasta no braço. Já estava pronta para sair dali.

"O que havia sido feito em Londres iria ficar em Londres" foi sua última promessa feita ali.