Já havia passado uma semana e todos já estavam cansados de escola. Tarefas e mais tarefas todas as aulas. Henry havia perdido poucas aulas comparando com o ano anterior, mas do mesmo jeito poderia afeta-lo nas provas finais.

***

Sete horas da manhã e já dava pra ouvir gritos da mãe com os empregados. Era um ótimo despertador. Olhou para o lado e viu que Tia ainda estava dormindo. Deitou sobre o ombro dela e sussurrou "Você é minha heroína, não sei como consegue dormir aqui". Tia riu baixinho e respondeu. "Xiiiiii... Ela é sua mãe, Henry, não devia falar assim dela.". Ele se levantou e abriu as janelas, como toda manhã.

– Acorda. Vou tomar banho, você vem comigo?

– Não, vou ficar dormindo mais um pouco.

***

Depois de pronto. Desceu para enfrentar a fera. Na cozinha, como sempre, um mesa enorme cheia de comida. Deu um beijo na bochecha da mãe, pegou sua mochila, algumas coisas para comer e já estava pronto pra ir a escola.

– Mas já vai? Assim tão cedo, querido?

– Pois é, mãe. Você sabe, né? Estudar, estudar e estudar. - disse fazendo caretas e apontando com a cabeça para Tia.

– Fiquem mais um pouco, não estou afim de tomar café sozinha. E você sabe seu pai, não sai daquele escritório nem para comer. Piada.

Uma desculpa para se atrasar para a escola era sempre bem vinda á Henry. Se juntou a mãe na mesa não apenas para enrolar, mas é bom pra ele sempre fazer um agrado a ela.

***

Assim que chega a árvore, na escola, vê que está vazia. Não tem ninguém deitado ali. Muito menos a mochila, ou sapato. Algum indicio de que alguém esteve ali. Não podiam estar atrasados a aula começava em 20 minutos.

Depois correr quase toda a escola, descobriram o motivo do sumiço de todos os alunos do 1º ano. Era o dia da palestra com a Sra. Rogers, ninguém gostava de ouvir ela falar, mas ninguém podia faltar. Uma das regras da Shark School.

Assim que chegaram o auditório estava cheio. Tiveram a atenção de todos. Até que Max e Emma acenaram para eles, demonstrando que haviam guardado os lugares deles. Eles se sentaram e pediram desculpas ao diretor.

– Porque a demora? - sussurrou Tony atrás de Tia.

– A gente estava dando comida aos pássaros - respondeu Henry com ironia - Foi minha mãe, né cara? Você conhece a figura.

– Dá pra vocês ficarem quietos? - gritou um garoto ao lado de Emma. Por incrível que pareça, era um dos amigos de Marcus. Não dava pra dizer bem quem era quem, já que eram irmãos gêmeos.

Novamente todo o auditório teve como centro de atenção os garotos. O Diretor Perks estava de saco cheio. Não era a primeira vez que tinha chamado a atenção deles, e era ainda a segunda semana de aula.

– Espero que essa rotina não continue, já não é a primeira vez que chamo a atenção de vocês, é sr. Tyler? Acho que não. Talvez devo conversar com sua mãe, o que acha?

– É ele vai adorar conversar com a minha mãe mesmo. - murmurou em resposta.

– Posso continuar?

– Claro que sim, senhor diretor - respondeu Henry em uma risada abafada.

– Muito obrigado. Como eu estava dizendo, antes do nosso querido companheiro no atrapalhar. A Shark School, tem em sua tradição ótimos alunos, que costumam viver em paz e harmonia. Porem, nos últimos anos essa tradição está sendo modificada. Cada vez mais brigas, mais adolescentes descontrolados, drogados e coisas do gênero.

"Por isso estou aqui para informar que a próxima suspeita de briga ou uso de drogas durante as aulas será um caso de expulsão imediata. Independente das notas ou participação voluntária na escola. Isso é como regra, e lei, proibido. E agora a professoraAnne Finn gostaria de dar uma palavrinha. - terminou o diretor.

– Ola, queridos. Primeiro, bom dia a todos. - começou a professora enquanto se levantava da cadeira ao lado do treinador. - Gostaria de me desculpa aos alunos que estavam na minha classe na segunda aula de segunda-feira. Não nem um pouco legal para os alunos que foram obrigados a ver aquela cena de briga.

"Conversei com o diretor, e com sua permissão e a autorização dos professores, será feito um novo horário. Separando TODOS os alunos envolvidos na briga. Eu sinto muito por todos os alunos que não tiveram o envolvimento com a briga, mas por causa de 11 alunos, mudamos os horários de todos os alunos da escola. Vocês poderão retirar os novos horários na secretária a partir da terceira aula de hoje.

Ouviram por todos os lados murmúrios de todos os alunos. Muitos olhavam e apontavam com caras feias para os culpados. Alguns alunos chegaram a chorar.

Mas ninguém sentia mais raiva que os garotos. Henry se levantou e começou a xingar os professores e diretor. Dizia que aquilo tudo era uma injustiça.

– É pouca vergonha na cara só pode. Não sou obrigado a ficar com aquele filho da puta mesmo - gritava desesperado, Henry, muitos alunos concordavam, e faziam barulho como sinal de aprovação. Descendo as escadas, Henry chegou na frente do diretor e disse - se eu não tiver UMA aula com todos os meu amigos, vou ter que chamar meus pai. Talvez, minha mãe, já que você se agrada tanto com a visita dela, não é Diretor.

"Talvez ela resolva todos os nossos problema, aproveita e te dá um certo prazer naquela mesa. - o diretor estava assustado, e todo o auditório fazia silêncio. Henry estava com seu rosto vermelho, era capaz de fazer uma louca, mas ninguém se pronunciou. Todos apenas olhavam - Será que meu pai gostaria de saber o que o senhor conversa tanto com a minha mãe?

"Ou melhor, PORQUE ELA GEME TANTO NA SUA PRESENÇA. PORQUE ELA NÃO OLHA MAIS NA CARA DO CORNO DO MEU PAI COMO OLHAVA ANTES. É melhor que eu não tenha problemas com você esse ano, ou eu arrebento sua cara, e acho que vou ter o apoio do meu pai, e de uns caras que trabalham pra ele.

Henry subiu na arquibancada pegou suas coisas e saiu do auditório rapidamente. Todos estavam perplexos com o que haviam visto. Isso nunca tinha acontecido antes, ninguém nunca tinha ameaçado o diretor como Henry fez.

Ninguém sabia como agir, se devia continuar ali quieto ou sair do auditório, já que o sinal tinha batido.

Henry estava no banheiro, apoiado no mármore que fazia a pia. Estava tremendo, guardava isso há muito tempo. Nunca imaginou como seria quando esse dia finalmente chegasse. Até que uma lágrima caiu no rosto. Estava com muita raiva, e tinha uma aula importante agora, mas não podia entrar nesse estado na sala de aula.

Então um comunicado: A todos os alunos do primeiro, o novo horário só estará liberado a partir da semana que vem. Continuem seguindo o atual, e até sexta-feira todos deverão estar com o novo. Este, será lançado a partir de amanhã.

Henry estava encostado na parede do banheiro, nunca chorou tanto com estava naquele momento. Um garoto ameaçou entrar no banheiro, e em um salto, ele estava na porta empurrando ela no sentido contrário.

– Calma, cara. Henry, sou eu. Max, me deixe entrar.

Ele hesitou, deixou Max entrar, e voltou a parede onde estava sentado. Mais lágrima surgiam em seus olhos. Ele não conseguia evitar.

Assim que entrou, Max, puxou o carrinho de limpeza e colocou na frente da porta para evitar a entrada de outro aluno. Se sentou ao lado de Henry, e o abraçou. Nunca o vira chorar tanto.

Não sabia como ajudar, mas queria. Preferiu apenas ficar ali com ele, achava que seria melhor ficar quieto. Qualquer coisa podia irritar mais ele. Mais alguém bateu na porta. Henry se tentou se levantar, mas Max impediu.

- Henry, sou eu, Tony. Me deixa entrar.

Henry olhou pro Max com uma cara assustada, e disse que não queria mais ninguém. Começou a chorar mais ainda. Tony insistia na porta. Max o abraçou de frente e sussurrou.

- Xii, não precisa chorar. Fica quieto, talvez ele saia daqui a pouco. Se acalma, Henry.

Ele chorava como uma criança depois de um sonho ruim. Só queria que tudo aquilo acabasse. Depois de meia hora no banheiro, Tony já tinha saído, Henry abriu sua mala e pegou um êxtase, precisava se acalmar, ainda chorava.

- A quanto tempo isso acontece?

- A muito, acho que eu era pequeno quando isso começou. Por isso eu entrei na escola, você sabe, só entra aqui quem quer mesmo, e quem tem dinheiro, por mais que seja pública. Tem que se esforçar. Eu consegui uma vaga por isso. Porque minha mãe transa com o diretor. - a raiva ainda não tinha passado, mas ele já tinha parado de chorar.

- E você descobriu quando?

- Não tem muito tempo, não Max. Não quis contar pra ninguém, sabia que seu eu comentasse ia perder o controle. Toda vez que eu vejo esse gordo maldito tenho vontade de meter minha mão na cara dele.

Henry olhava pra Max com uma cara de piedade. Pegou um baseado e acendeu. Max só conseguiu dizer "Seu segredo tá comigo, tá?". Henry deu um sorriso de lado. Não queria sair dali nunca mais. Conseguia imaginar a cara das pessoas olhando pra ele, com medo. Já era o segundo caos do mês, quantos a mais seriam até o fim do ano?

***

Chegou em casa mais cedo, não participou de nenhuma aula. Ficou todo o tempo na companhia de Max. O lado bom da casa grande é que podia evitar toda a família quando chegava de mal humor. A grande quantidade de corredores foi criada com pelo pai com essa mesma intenção, fugir da família da esposa.

Essa seu plano não costumava dar errado. Ele entrava por trás, subia a primeira escada, entrava no quarto da avó, saia no outro corredor, entrava no escritório do pai, saia na frente do quarto do pais, dava a volta no corredor e chegava na escada que dava direto no seu quarto.

Porém dessa vez não deu muito certo. Assim que chegou em casa, a primeira pessoa que viu, foi na verdade a última que queria ver. Sua mãe. Com aquele sorriso angelical, e braços aberto, Angelie, estava espera do filho.

- Meu querido, estava a sua espera. O diretor ligou e disse que você não estava se sentindo bem, e voltava mais cedo. O que aconteceu está tudo bem, meu bebê?

- Porque você não aproveitou essa ligação e marcou mais um encontro com ele? Já que é isso que você faz de melhor?

- Como assim? Henry, meu... HENRY TYLER VOLTE JÁ AQUI.

- Me erra, sua prostituta.

- Henry, querido. Ei, Henry. - ela ficou gritando seu nome por todo o caminha até chegar no quarto dele.

- Sai do meu quarto.

- Você está sobre o meu teto. MINHAS regras.

- Essa porra aqui é do meu pai, talvez se eu revelar o segredinho que escondo á alguns anos a gente vê quem manda aqui.

- Henry, você prometeu.

- Foda-se, não aguento mais ver meu pai ser corno desse jeito. Acho que o diretor te disse tudo o que aconteceu, né? TODOS DA ESCOLA ESTÃO SABENDO COMO VOCÊ É UMA PUTA, UMA VAIDA.

- O que está acontecendo aqui? - o pai de Henry entrou na pior hora de todas no quarto dele.

- Ele está me ofendendo, querido. Mas eu não me importo, é apenas uma criança, e não sabe do que está falando.

- Pai, é... Prefiro conversar com você depois, quando estivermos a sós.

Assim que seus pai saíram do quarto Henry arrumou suas coisas o mais rápido possível. Não ia aguentar passar mais um minuto naquela casa de loucos. Passou no quarto dos pais, e viu pela fresta da porta a mãe aos prantos no colo do pai dizendo como sua vida era injusta.

- Só queria que ele me amasse, Michael. Não é muito, não pra uma mãe. Só queria isso.

Depois de todo o drama, Henry saiu. Sem rumo, pensou em ir pra escola, mas o que faria ali? O dormitório é apenas para funcionários ou alunos do terceiro ano. Hotel, não tinha dinheiro, seu pai bloqueou seu cartão no começo do verão por dar uma festa escondido.

Os pais de Tia estavam em casa, e não era uma boa hora pra procura-la, já que não tinha atendido nenhum de seus telefonemas.

***

Chegou na frente de uma pequena casa. O único com quem podia contar naquele momento era Max, sabia de toda a história, e ainda confiava nele. A família era muito humilde, mas podiam ajudar. Sr. Daves sempre o recebia de braços abertos.

Estava com um certo medo de tocar a campainha. Não precisou, Sr. Daves abriu a porta em instantes. E logo lhe deu um abraço.

- A quanto tempo, em garoto? Lembro de ter te visto pela última vez um pouco depois do verão passado. - Sr. Daves estava com um imenso sorriso no rosto. Gostava muito de ver que Max tinha um amigo como Henry - Venha, venha. Max está em seu quarto. Acho que você ainda se lembra do caminho, certo?

- Sim, sim me lembro. Muito obrigado, sr. Daves - tentou contribuir o sorriso e seguiu em direção de um estreito corredor.

Assim que viu Max sentado em uma cadeira em seu quarto correu em sua direção para abraça-lo. Não chorou, mas teve vontade. Disse o que havia acontecido em casa, precisava de ajuda. Max disse exatamente o que ele queria ouvir naquele instante.

- Você tem que contar pro seu pai, cara. Ele não merece isso, gosto muito dele, e você sabe. Olha, você pode ficar por aqui o tempo que quiser, não quero que você volte para lá nesse estado.

Henry preferia a casa de qualquer um á sua. Lá não se sentia em confortável. Por isso aceito a proposta de primeira. Estava com algumas roupas na mochila, e depois passava em casa pra pegar outras.