Teenage Runaway

Chapter 11 - Primeiro dia de aula


LEIAM AS NOTAS INICIAIS

"Nem todo mundo tem uma história triste, e mesmo que tivesse, isso não é desculpa." - As Vantagens de Ser Invisível (Stephen Chbosky)

P.O.V.'s Alexia Dursley

Eu não acredito nisso! – Ouvi um berro estridente de uma voz que eu conhecia muito bem.

Continuei de olhos fechados. Eu estava com preguiça de mais para levantar e ver o que estava acontecendo. O que quer que fosse, iria ter que esperar...

– Desgraçada! - A voz berrou de novo. - Ruiva, acorda droga. Aquela Weasley vadia não nos acordou. - A voz de Kayla soou perto de mim. Levantei com um salto. Ela tava brincando. Né?

Abri as cortinas, e vi que a cama de Dominique já estava pronta a muito tempo. Olhei pro relógio da parede. Tínhamos perdido a primeira aula.

– Ninguém veio aqui nos acordar? - Perguntei nervosa, já me levantando e indo em direção ao banheiro me arrumar.

– A Rose bateu aqui agora. Disse que achou que nós iríamos acordar rápido, por isso ninguém nos chamou. Aquela desgraçada não acordou a gente. Culpa dessa maldita cama! - Ela falava rápido demais. Vi que ela já estava colocando os sapatos. Nunca a vi se arrumar tão rápido assim na minha vida. Pensei que iria morrer sem ver esse dia chegar. - O que te custava deixar a garota ficar com a cama?

– A minha dignidade! - Retruquei, já saindo do banheiro e pegando meu uniforme.

[...]

Já estava calçando minhas botas pretas que eu tanto amava, e minha amiga estava fazendo sua normal maquiagem forte, com muito lápis e rímel.

Anda logo! - Ela murmurou, agitada.

– Pera, preciso arrumar meu cabelo. - Eu disse, mais nervosa ainda. Murmurei um feitiço que deixou o meu cabelo ruivo, que antes parecia um ninho de rato, no cabelo perfeito de sempre. Passei um corretivo rápido nas olheiras, um gloss labial, e descemos correndo para o Salão Comunal da Grifinória, onde Rose e Roxy nos esperavam, já ansiosas.

– Aquela desgraçada, veela de quinta, loira oxigenada. Eu vou matá-la! - Isso era o que minha melhor amiga dizia. Rose se aproximou da gente, nos entregando nossos horários.

– Kayla: Adivinhação com a Lufa-Lufa, Roxy te leva lá. - Ela disse, entregando o horário a morena. Esta, deu um leve aceno com a mão para mim, e já saiu apressada. - Ruiva, você tem Runas Antigas com a Sonserina, vamos eu te levo.

Concordei com a cabeça e saímos pelo retardo da Mulher Gorda. Os lugares por onde a gente passava? Vazios.

Eu? Estava morrendo de fome.

Mas, não dava tempo de comer. Eu precisava andar rápido.

– O que diabos você fez com a Dominique para ela não acordar vocês? - Questionou Rose, desconfiada.

– Ela ficou fazendo showzinho ontem porque eu tinha deitado na cama dela, então eu disse que agora a cama era minha e... - Comecei, mas fui interrompida. Porra, não me interrompam. Nunca.

– Você pegou a cama dela? Ai meu Merlin, aquela garota ama aquela cama! - Ela disse, perplexa.

Amava. Agora vai ter que deixar de amar, a cama é minha! - Eu retruquei, vitoriosa. Ela balançou a cabeça negativamente e riu.

– Boa sorte nessa aula. - Ela disse, ainda rindo. Nem tinha reparado, mas já estava na frente da sala.

– Boa sorte... Por que? - Eu perguntei, mas ela já estava longe. Me virei para a porta, respirei fundo e bati. A porta se abriu, e quando eu vi a professora engoli em seco. Merda.

– Pode entrar, srta. Dursley. - Uma mulher alta, com olhos azuis escuros, cabelos negros levemente grisalhos e roupas escuras falou. Agora eu entendi o que a Rose quis dizer com "Boa sorte".

– Licença... - Murmurei baixinho, envergonhada. Sentia os olhares queimando em cima de mim. Olhei pros lados, e vi que não conhecia ninguém. Que maravilha! Uma aula onde eu não conheço ninguém. Tudo o que eu mais queria na minha vida.

Olá ironia.

– Sente-se srta. Dursley. - Ordenou a professora, com voz autoritária. Me sentei no único lugar vago, ao lado de uma sonserina, que era até bonita ao ponto de me humilhar. A garota tinha longos cabelos castanhos e olhos castanhos escuros e frios. Davam medo, muito medo.

Me sentei ao lado dela e comecei a prestar atenção na aula. Quando me sentei, ela me olhou com seu olhar frio e pareceu me analisar. Por fim, me estendeu a mão e se apresentou.

– Cher. Cher Dolohov. - Murmurou, educada, dando um micro sorriso.

– Alexia Dursley, prazer. - Apertei a mão dela, sorrindo. A gente poderia ter conversado sobre a vida, mas a adorável professora cuja eu ainda não sabia o nome começou a dar sua aula, com sua voz autoritária de sempre.

– Meu nome é Victoria Marvel, professora de Runas Antigas e leciono em Hogwarts a mais de 10 anos. Bom, antes de começar nossa aula, gostaria de lembrar que as duplas de hoje serão as mesmas até o final do ano letivo. - Quando ela disse isso eu olhei para a garota ao meu lado, mas ela continuou com o olhos fixo na professora, e pareceu não se importar com que ela disse.

Pelo menos ela não me odiava.

Por enquanto não, é claro.

[...]

Eu estava andando em direção ao Salão Principal, com várias pessoas me olhando, curiosas. Cade seus amigos quando você mais precisa? Bando de desgraçados.

– Ruivinha... - Ouvi uma voz enjoada ao meu lado. Não precisava nem olhar para saber quem era. - Dormiu bem?

– Vai se fuder, Dominique. - Eu disparei, irritada.

– Cadê a educação Dursley? Que coisa feia. - Ela disse, debochada.

Vadia.

– Porra garota, custava você ter nos acordado? Perdemos a primeira aula por sua culpa. - A acusei. Ela riu.

– Foi apenas uma brincadeirinha. Presente de boas-vindas. - Ela disse.

– Cara, eu te odeio. - Foi a única coisa que consegui falar.

– O sentimento é recíproco. - Ela respondeu, dando de ombros. Por onde passávamos as pessoas nos olhavam. Os garotos não. Eles nos secavam mesmo. Passei por um, e a cara dele era, no mínimo, hilária.

– Oi querido, a baba ta escorrendo. - Eu disse, cinicamente, enquanto Dominique gargalhava. Estávamos quase chegando no Salão Principal quando ela parou abruptamente e apontou pra um canto.

– Olha aquilo. - Sussurrou. Olhei para aonde ela apontava, e a cena que eu vi foi nojenta.

Para mim pelo menos foi, é claro.

James Sirius Potter quase engolindo a piranha loira vulgo Lysander Scamander.

– Cara, eu só queria saber como ele consegue aturá-la. Tudo bem, ela é bonita, mas é nojenta. E é patricinha. - Ela disse, com um quê de nojo na voz. A olhei, incrédula.

– É meio hipócrita da sua parte dizer que ela é patricinha, não acha? - Questionei, "inocentemente".

– O.k., o.k, não posso dizer nada. - Ela disse, como quem se rende. - Mas, ela consegue ser pior que eu.

– Odeio ter que concordar com você. - Disse, e levei um tapa no braço por isso. Ri.

– Idiota. - Ela murmurou, ainda fitando os dois com ódio. Será que...

– Você é afim do Potter? - Não aguentei, tive de perguntar. Ela me olhou como se eu fosse um E.T.

– Ficou louca? É óbvio que não. - Ela disse, e respirou fundo. - Ele é meu melhor amigo, entende? E eu não gosto que ele fique andando com aquela vadia depois de tudo... - Mas ela não completou a frase.

– Tudo... O que? - A incentivei.

– Deixa pra lá. - Respondeu.

– Eu não vou esquecer disso tão cedo. - Retruquei.

– Tá, tanto faz. Vamos embora, porque tem gente que pode achar que estamos com inveja. - Ela disse, apontando com a cabeça em direção à Lauren Zabine. Concordei, e fomos para o Salão Principal.

[...]

– Desgraçada, como você deixou a gente perder aula, sua vadia, custava você ter nos acordado? - Essa foi uma Kayla nervosa xingando uma loira patricinha, que ria, debochadamente.

– Nem foi tão ruim vai, vocês até descansaram mais um pouco. - Ela dizia, rindo. Dei de ombros.

Não tinha mais o que fazer agora. Já tínhamos perdido as aulas. Nesse momento, Lily Potter se sentou na mesa dos leões, acompanhado de um garoto loiro.

– Meninas, esse é o Lorcan Scamander, Lorcan essas são Lexi e Kayla. - Ela disse sorrindo bobamente pro garoto. Scamander...

Você é irmão da vadia oxigenada? - Kayla com sua descrição de sempre, perguntou ao garoto.

– Sim, e gêmeo ainda por cima. - Minha boa estava aberta num perfeito "O". - Mas não sou feito ela, fiquem tranquilas.

Suspirei, aliviada. Menos um idiota no mundo.

Obrigada Merlin.

– Por que vocês acordaram tão tarde? - Indagou Fred.

Quando ele tinha chegado aqui?

– Quando você chegou aqui? - Perguntaram eu, Kayla, Dominique, Lily, Rose e Roxy, assustadas. É, pelo menos não fui a única a ter essa dúvida.

Ele rolou os olhos e sorriu sedutoramente - cof cof tentando seduzir uma certa morena cof cof - para em seguida responder.

– Acabei de chegar, vocês nem prestaram atenção. Mas, repetindo a pergunta: Por que acordaram tão tarde? - Ele perguntou de novo.

– Pergunte a Dominique. - Falou a morena, com um olhar assassino. A loira riu, para depois responder.

– Essa ruiva ai, resolveu que era hora de tomar posse da minha adorável caminha, e para me vingar eu não as acordei. Simples. Obrigação delas acordarem cedo. - Ela disse, como se fosse uma coisa boa.

Vaca.

– Sua pu... - Mas antes que eu pudesse completar, o Potter mais velho e Frank chegaram e se sentaram na mesa. O Potter fez um toque muito louco com a mão no Fred para depois dar um beijo da bochecha de Dominique, coisa que o Frank também fez. A loira estava com a cara fechada para os dois, o que eles logo acharam estranho.

– Que foi Domi? - Perguntou o Potter.

O que foi? O que foi é que eu vi você se agarrando com a desgraçada loira da Sonserina. Que droga James, com tantas garotas em Hogwarts, porque você tem que pegar justo ela? - Ela perguntou, inconformada. O Potter apenas rolou os olhos.

– Você já devia ter superado essa briguinha de vocês. Coisa infantil. - Quando ele disse isso, no mesmo momento ele pareceu perceber a merda que tinha dito. - Quer dizer...

– Não fale comigo por um bom tempo Potter. - Ela murmurou, nervosa, fazendo com que todos rissem.

Nesse momento foram ouvidos um barulho forte e agudo de corujas, e então um bando delas entraram pelo Salão Principal, deixando correspondência para todos. Foi então que eu avistei uma coruja branca feito a neve e a reconheci imediatamente.

Star. - Murmurei, sorrindo. Star era a coruja que Cashmere usava quando estudava, mas depois dos acontecimentos, ela virou a coruja da nossa família.

Ela deixou dois envelopes na minha frente - um com um brasão da Sonserina, e o outro era um envelope todo cor-de-rosa - e foi embora.

Um coruja cinza, que eu conhecia muito bem, deixou um envelope escuro com o brasão glamuroso da família Jackson, na frente da minha amiga e foi embora. Nos entreolhamos.

– Então, você abre primeiro? - Ela perguntou. Fiz que sim com a cabeça.

Peguei o envelope com um grande brasão da Sonserina, coisa que alguns da mesa dos leões olharam torto, mas eu apenas ignorei.

Sorri ao ver quem tinha me mandado aquilo.

Querida neta,

Fiquei sabendo para qual casa você foi. Grifinória? Por favor, poderia ter ido para a Sonserina.

Estou desgostosa com isso, coisa que a sua irmã não está. Maldita hora em que eu aceitei aquela aposta.

Minhas fichas estavam apostadas na Sonserina e você me decepcionou. Tudo bem, a vida tem dessas coisas.

Então, muitos gatinhos em Hogwarts? Me conte tu-do! O seu pai mandou dizer que você não pode arrumar nenhum namorado antes dos 30, e deve se casar virgem.

Eu discordo, até porque já sei que você já teve vários namorados, e sei muito bem que você não é virgem a muito tempo.

E não fique corada, já disse que é pra você parar com essa mania estúpida. Enfim, e as amigas? Kayla foi para mesma casa que você também. A mãe dela vai ter um infarto. Bem, espero que você se dê bem na escola querida, e arrume vários boy magia para esfregar na cara das pessoas.

Kisses,

Marjorie G. Brooke (Vovó)

Quando terminei de ler, soltei uma enorme gargalhada. Alguns me olharam estranhos, outros divertidos. Estendi a carta para Kayla, que me olhava curiosa.

Quando terminou de ler, soltou uma sonora gargalhada e me devolveu a carta.

– Ela, realmente, não tem jeito. - Ela disse, limpando as lágrimas do canto dos olhos. Sim, ela riu muito.

Concordei com a cabeça e peguei o envelope rosa, que eu já sabia muito bem de quem era.

Lily,

Primeiro eu gostaria de agradecer por não ter ficado na Sonserina.

Você não deve estar entendendo nada, mas eu explico: Nossa querida avó, confiou tanto nela mesma, e resolveu apostar que você iria para a Sonserina, a casa da nossa família.

Ela se ferrou, e teve de me pagar 100 galeões. Confesso que pensei que você iria mesmo para a Sonserina, mas não iria confessar nunca isso para ela. Nunca.

A Jackson foi para a sua casa? A mãe dela vai morrer. Mas, então, como é ai? Fiquei sabendo que os guys são tão quentes. E as vadias? Muitas, aposto que sim.

Bom, estou mandando essa carta apenas para falar o quão feliz eu estou por ter ganhado essa aposta. Você é incrível.

Vi a carta que vovó lhe mandou. Ela as vezes consegue nos constranger mais que tudo.

P.S.: Vê se consegue pegar um cara gostoso por ai. Ou caras...

Beijinhos,

C. B. D.

Terminei de ler gargalhando.

Minha família, realmente, não tinha jeito.

Entreguei o pergaminho para a Jackson, que leu e logo depois teve a mesma reação que eu.

– Lê a sua. - Eu disse, e ela pegou o envelope, meio receosa. Eu sabia o que ela estava sentindo: Medo.

Medo da reação da mãe dela, ao saber que ela não foi para a tão sonhada Ravenclaw.

Ela abriu o envelope, e leu o pergaminho em silêncio. Quando chegou no final, a expressão dela era de dar medo. Tava na cara que ela queria gritar, ou matar alguém.

Ela então se levantou abruptamente, mas eu a segurei pelos pulsos.

– O que você vai fazer? - Perguntei, receosa.

Ela me estendeu a carta da mãe dela, e disse com uma voz carregada de rancor e raiva.

– Vou dar uma resposta à altura para minha adorável mãe. -E dizendo isso, ela saiu com passos pesados do Salão Principal.

Peguei o pergaminho e comecei a ler.

Rachelle Jackson,

Grifinória. Como sempre, você não fez outra coisa a não ser manchar o nome e a honra da nossa família. Sempre decepcionante. Não serviu nem para entrar numa simples casa.

Quero que saiba que eu, como sempre, estou desgostosa. O que eu venho tentando fazer a anos, é fazer você me dar orgulho, mas parece que você faz isso de propósito. Não consegue me fazer sentir isso por você.

Já que não estrou para a Corvinal, quero que use toda a sua excepcional capacidade para, pelo menos, conseguir tirar uma boa nota em Transfiguração e Aritmancia. Já estou farta de ver aquelas notas horríveis todos os anos. Também espero que esse ano eu não tenha que ficar recebendo corujas todos os dias, com cartas falando do quão inútil você é e que, novamente, está em detenção. Espero não ter de ir em Hogwarts para resolver nenhum problema.

P.S.: Também espero que você continue a dieta que eu lhe passei durante as férias. Não quero que, além de ser a minha decepção, também seja obesa.

Amor,

K. Rachelle Jackson (Mamãe)