Talking To The Moon
Capítulo onze
Acordo ao meio dia do dia seguinte. Preferia que eu tivesse morrido.
Minha cabeça dói tanto, que eu sinto como se meu cérebro quisesse sair de lá de dentro e ganhar vida própria. Sinto minha cabeça pequena para a dor, ela me aperta e eu quero voltar a dormir para não sentir aquilo. Mas não sinto mais sono, o que é péssimo.
Tento levantar, mas desisto. Minha visão está embaçada e, é impressão minha, ou o meu quarto está rodando? Meu celular toca em algum lugar da cama, eu tento encontra-lo, mas não consigo. Então deixo ele tocar até parar. Fico na cama, estático, tentando mentalizar a minha imagem sã e saudável, sem dor nenhuma, para tentar adormecer novamente, mas eu não consigo ficar parado por muito tempo. Então estico meu braço e tento abrir a gaveta da mesinha bem ao lado da minha cama. Derrubo tudo o que está em cima dela, até mesmo o que sobrou do abajur de Bella, e eu dou risada. Eu estou realmente péssimo.
Quando finalmente consigo encontrar o analgésico, tento encontrar água. Eu terei que me levantar, e isso é muito desanimador. Me levanto cambaleando, e percebo que apenas um de meus pés está devidamente calçado. Dou risada e sigo até a cozinha, evitando me olhar no espelho que fica próximo à porta do quarto. Eu já tenho desgraça demais em minha vida.
Pego um copo de água e engulo o comprimido. Deus, como eu estava com sede. Parecia que eu não bebia água há séculos, e isso faz com que eu beba mais dois copos em seguida. Minha mãe sempre diz que não se pode beber tanta água após engolir um comprimido, porque tira o efeito dele. Então eu busco mais um comprimido e engulo. Se eu não morrer, tudo ficará bem.
Volto para minha cama e as coisas que fiz noite passada começam a aparecer em minha memória. Eu dancei... com Tania... ela tentou me beijar... eu não deixei... John é gay... eu vomitei...
Só de me lembrar dos últimos acontecimentos fico enjoado novamente. Eu juro que nunca mais irei beber desse jeito novamente.
Lembro-me de ter contado a minha situação com Isabella para John... Oh meu Deus, eu contei para John que ela me deixou. Eu deixei algo pessoal meu nas mãos de um funcionário, tudo o que eu sempre evitei. Minha cabeça gira e eu tenho mais raiva ainda de mim. Eu sou tão estúpido!
Procuro o meu celular e o encontro enrolado no edredom. Ligo para John que atende logo no primeiro toque.
- Edward?
Edward? Pensei que ele só poderia se dirigir a mim daquela maneira ontem a noite.
- John, eu não vou me demorar, só gostaria de agradecer por ter me trazido em casa ontem a noite.
- Não foi nada. Estou à disposição. Literalmente. Você me paga!
Dou uma risada forçada apenas para não constrangê-lo.
- E eu gostaria muito de contar com a sua colaboração no esquecimento de tudo o que te contei ontem sobre a minha relação amorosa com a minha noiva, Isabella.
- Não vai sair nada da minha boca.
- Considere isso um segredo oficial, ok? Só você sabe do que eu contei...
- Não se preocupe.
- Ok. Tenha um bom dia.
- O Senhor também.
Ótimo, o Senhor está de volta!
Relaxo mais uma vez na cama e olho minhas chamadas perdidas no celular. Minha mãe havia ligado... Mas agora eu não quero mais lhe acusar de tentar me enganar com aquele presente supostamente enviado por Isabella. Tudo o que minha mãe queria era que eu me divertisse, relaxasse, e eu o fiz ontem a noite, embora me arrependa de tudo hoje. Foi o que ela conseguiu com toda aquela farsa.
Sinto minhas pálpebras pesarem, e imagino que seja efeito dos dois remédios que tomei. Acho que dois apenas não me matarão, mas talvez eu durma como nunca antes em minha vida. Puxo o travesseiro para mais perto, e percebo que aquele não é o meu, e sim o dela. Eu devo ter pego quando cheguei bêbado ontem a noite... Eu não me lembro disso, mas se ele está ali, não custa nada imaginar que ela está ali também.
Lembro-me dela dormindo de lado, como sempre fazia. Ela dormia virada para o lado esquerdo, e eu sempre encaixava meu corpo atrás do dela, para dormirmos do jeito que ela gostava. Bom, eu gostava também. E adoraria que ela estivesse aqui agora. Que ela se virasse para mim quando eu beijasse a sua nuca e acariciasse a minha própria, com aqueles dedos pequenos e finos, e um deles em especial, enfeitado com a aliança que lhe dei no dia em que lhe pedi em casamento.
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