Eu estava decidido a pedir Isabella em casamento seis meses depois em que nós fomos morar juntos. As coisas tinham se ajeitado, e agora a nossa situação estava mais ou menos estável. Eu estava trabalhando numa empresa realmente muito boa, num cargo que eu sempre quis, e o salário era bom. Ela estava trabalhando numa clínica veterinária e também não ganhava mal. Então, financeiramente, tudo começava a se encaixar na nossa casa.
Sem falar que nada mudaria do ponto de vista da rotina. Nós já morávamos juntos, já havíamos consumado – se é que me entende – a nossa relação há muito tempo, e já estávamos acostumados a nos ver diariamente, a dormir juntos, e a respeitar o espaço um do outro. E eu a amava cada vez mais.
Sai de casa dizendo a ela que ia resolver umas pendências de trabalho, mas que logo voltaria. Era um sábado, e nós costumávamos ficar na cama o dia todo, e só a noite sair para algum lugar. Peguei o carro e fui até o caixa eletrônico mais próximo. Eu precisava ter certeza que a quantia que eu vinha guardando desde a faculdade seria suficiente.
Confesso uma característica péssima minha: eu odeio gastar dinheiro. Meus pais nunca foram ricos e eu aprendi logo cedo a dar valor ao esforço deles para conseguir uma boa educação para mim e meus irmãos, então eu nunca gostei de esbanjar dinheiro, nem de parecer uma coisa que eu não era, usando roupas de grife e frequentando restaurantes requintados, como muitos de meus amigos faziam. Então quando eu soube que meus pais criaram uma poupança especial apenas para pagar minha faculdade, decidi que eu seria sempre o melhor aluno da classe e faria valer a pena aquele dinheiro. No meio do curso, eu consegui uma bolsa, e então eu não precisei mais daquele dinheiro. Tentei devolver tudo aos meus pais, mas eles não aceitaram, afirmando que pouparam para o meu futuro, e ele não acabava na faculdade. Eu nunca tirei um centavo daquela poupança. Agora era a hora.
Não retirei tudo o que eles haviam me dado, pois para o que eu precisava, eu podia contribuir também. Então parte do meu salário somado à ajuda de meus pais formou a quantia necessária para comprar um anel de noivado para Isabella. Mas não qualquer anel, porque ela merecia o melhor.
Fui até uma joalheria e pedi para que a vendedora me mostrasse as alianças mais lindas que existiam naquela loja. Ela sorriu e me mostrou várias. Algumas simples demais. Outras tão extravagantes, que de tão pesadas, eu tinha a impressão de que Bella não conseguiria movimentar o dedo corretamente. Então lhe expliquei que eu pediria minha namorada em casamento naquela noite, e que eu já morava com ela há seis meses. Lhe contei que eu a amo há muito tempo, mas que a cada dia que passa é como se eu a amasse ainda mais, como se a paixão dos primeiros dias nunca acabasse conosco.
- Paixão... Acho que tenho o que você precisa.
Ela saiu e quando voltou trazia consigo um anel perfeito para Bella. Era lindo, não tão simples, mas também não tão extravagante. Ele era de ouro branco, com pedras de diamante e um rubi em formato de coração.

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- Essa é uma aliança feita para mulheres apaixonadas. Não tem como não olhar pra ele e não se lembrar disso.

- É perfeito. Eu acho que ela vai adorar.
- Qualquer mulher apaixonada adoraria.
- Espero que você esteja certa. Quanto custa?
- Hm... Esse está na nossa nova coleção, e como pode perceber,
é muito delicado, uma de nossas preciosidades...
- Pode ir direto ao ponto. – Eu lhe digo rindo e ela ri também.
- Oito mil dólares.
Arregalo os olhos e uma parte de mim, aquela que está acostumada a economizar sempre, me implora para que eu saia dali correndo e procure por algo mais barato. Qual é, existem anéis bonitos e mais em conta certo? Mas tinha que ser aquele. Eu havia gostado e tinha certeza que Isabella cortaria minha cabeça fora se soubesse do valor, mas ela ia adorá-lo também, eu não tinha dúvidas.
Respiro fundo e penso: é para a mulher que eu amo. Oito mil dólares não é nada, se pensar em Isabella. Eu lhe daria o mundo. E daria de verdade.
- Eu vou levar.
Depois de pagar pelo anel, entro no carro com a sacola nas mãos, e não posso evitar dar mais uma olhada nele. É tão pequeno, tão delicado... e ao mesmo tempo tão forte, tão cheio de... paixão. Como a vendedora já havia dito, não tinha como não olhar para aquele anel e não pensar em paixão. O coloquei novamente na pequena caixa e dirigi de volta para casa. O coração que eu daria a Bella estava guardadinho dentro da caixinha preta de veludo. O meu estava lutando para sair pela boca.
Fiquei o resto do dia nervoso. Mal comi e não conseguia prestar atenção ao filme que assistíamos.
- O que foi amor? Está tão distante...
Olhei para ela sorrindo e beijei sua testa.
- Está tudo bem.
- Mas você voltou diferente... Aconteceu algo? Se aborreceu na empresa? Conte para mim.
- Não aconteceu nada meu amor, acredite em mim. Está tudo bem. Só estou com sono, eu acho.
- Não deixei você dormir direito noite passada, hm?
Ela agarra minha boca do jeito que eu adoro e me beija, me acalmando, me dizendo mesmo sem saber que não tem porque temer: ela me amava e aceitaria se casar comigo.
- Agora sim isso está parecendo o nosso sábado. – Eu digo entre os beijos e ela sorri. Continuamos assim o resto do dia, e eu só volto a ficar nervoso a noite, enquanto arrumo a mesa para o nosso jantar.
Aproveito os minutos em que ela está no banho e enfeito a mesa com flores vermelhas e velas. A comida eu havia encomendado, porque não teria tempo de preparar eu mesmo, e se eu bem conheço minha Bella, ela não ia se sentir muito a vontade comigo ajoelhado no meio de um restaurante pedindo a sua mão. Ela preferiria algo mais intimo.
Quando ela saiu do banho, linda como sempre, olhou para a mesa incrédula e colocou a mão na boca.
- Amor, isso é... Oh meu Deus está tudo tão lindo!
- Que bom que você gostou meu bem, é tudo para você.
- Mas hoje não é o nosso aniversário...
- Shh... Quem disse que tenho que te agradar somente no nosso aniversário?
Ela sorri e me abraça.
- Venha, sente-se aqui. Eu vou te servir.
Comemos naquela noite comida italiana, a preferida dela. Ela sorriu durante todo o jantar e seus olhos brilhavam bastante, e eu sabia que não era por causa das velas. Ela estava feliz, e eu também estava. Quando acabamos, antes de eu colocar a sobremesa, me levantei da cadeira, retirei a caixinha de meu bolso e a segurei firme em minha mão. Caminhei até ela e beijei de leve a sua nuca.
- Espero que esteja gostando de tudo meu amor.
- Eu estou. Estão tudo tão maravilhoso...
- Que bom, por que... Eu vou te fazer um pedido agora.
- O que será?
Virei novamente para ela e me ajoelhei aos seus pés. De início ela não percebeu a minha intenção e acariciou meus cabelos, esperando que eu falasse. Esperei um pouco, até ela entender o motivo daquilo tudo. Quando seus olhos me olharam incrédulos, sua boca abriu com a surpresa, eu abri a caixinha e finalmente lhe fiz o pedido.
- Isabella Swan, eu prometo te amar, cuidar, e respeitar todos os dias, pelo resto da minha vida. Eu não posso mais imaginar o meu futuro sem você. Você é o amor da minha vida hoje e sempre. Quer se casar comigo?
Ela não sabia se ria, se chorava, se olhava para mim ou para o anel... Esperei até ela falar alguma coisa.
- Você... Oh meu Deus! Eu... É claro! Edward, tudo o que eu mais quero é me casar com você!
Eu a abracei apertado, a retirando da cadeira. Ela pulou em meus braços, fazendo com que eu a carregasse e a beijasse muitas e muitas vezes. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e eu sorria como um bobo.
- Não precisa chorar meu amor...
- Eu sei, é só que... Você é o amor da minha vida também!
Se eu não tivesse me controlado ao máximo, eu teria chorado também. Mas meus olhos ficaram marejados e ela percebeu, limpando as pequenas gotinhas que se formaram no canto de meus olhos.
- E se eu não preciso chorar, você também não precisa. – Ela disse sorrindo.
- Não vamos esquecer da aliança, ok?
Ela olha enquanto eu retiro o anel da caixinha e pego sua mão na minha.
- Ele é tão lindo... Deve ter custado uma fortuna. Você é tão louco...
- Não se preocupe com isso. Não se preocupe com nada. Ele é seu, e simboliza nós dois.
Coloquei o anel em seu dedo e o beijei em seguida.
- Pronto. Oficialmente noivos.
Ela olha para a aliança em seu dedo. Ficou tão lindo, e coube perfeitamente.
- Eu te amo meu Edward.
- Eu te amo minha Bella.
E o que se seguiu foi a comemoração do nosso noivado. Depois de ficarmos nos beijando por várias horas, saímos de casa e fomos em direção a um parque de diversões. Eu já devo ter lhe contado isso em algum momento desta historia, e espero que eu não esteja ficando repetitivo. Mas foi maravilhoso. Aquela noite foi inesquecível, e nós nos divertimos como duas crianças adultas que tinham acabado de ficar noivas. Mas no nosso caso, não era brincadeira. O anel reluzente em seu dedo era a prova disso. Eu ia me casar com Isabella Swan.