Fred permaneceu em silêncio praticamente por todo o percurso. Mesmo tendo ao seu lado direito um senhor de idade que insistia em conversar. O loiro respondia para não deixá-lo mal, mas fazia-o apenas por obrigação.

"Você faz certo em aproveitar sua juventude. Eu na sua idade mal saía de casa."

Ele olhou mais uma vez para o senhor de idade. "Na verdade estou procurando por alguém. Uma mulher, na verdade."

"Ah, uma mulher? Eu tive uma esposa, mas ela morreu há dois anos..." Fred conseguiu sentir a tristeza em suas palavras. Perder alguém especial era uma das piores coisas do mundo. Se não, a pior. Ele pensou em Daphne, e se os dois conseguiriam ficar juntos por tanto tempo, por toda uma vida.

"Sinto muito, senhor." ele respondeu.

"Não. Não se preocupe jovem. Posso dizer que fui feliz, e aproveitei o máximo de nosso tempo juntos... Espero que você consiga o mesmo."

"Obrigado." Fred respondeu com um meio sorriso. Ele desejava naquele momento poder viver com Daphne o mesmo que aquele senhor viveu com sua esposa. Cada vez mais o loiro sentia dentro de si que deveria cuidar de Daphne.

Fred, que antes mal queria conversar, acabou passando quase toda viagem falando com aquele senhor a qual ele mal sabia seu nome.

Após a chegada da ruiva ao hotel, ela notou algo estranho. Como se algo não estivesse certo. Quando ela pôs seus pés dentro do edifício, ela caminhou até a recepção localizada centralmente no fundo do saguão. Passando pelo local ela sentia como se as pessoas que estavam ao redor dela estivessem a observando.

Ao todo, haviam pessoas no saguão: a recepcionista, o porteiro, dois faxineiros, um carregador de malas e três turistas, duas mulheres e um homem.

"Acalme-se Daph. São só pessoas normais, fazendo seu trabalho normal."

Então Daphne se aproximou da grande bancada oval de madeira.

"Boa noite, posso ajudar?" Disse a recpcionista mostrando um sorriso quase forçado.

"Boa noite, eu fiz uma reserva nesse hotel, então gostaria de um quarto."

"Seu nome?"

"Daphne Blake."

"Ah sim, senhorita Blake..."

A recepcionista usou o computador à sua direita, digitou algumas coisas, pegou uma chave e voltou-se para Daphne.

"Aqui, senhorita Blake. Quarto 48."

Daphne pegou sua chave e notou o carregador ajudando-a a pegar suas malas.

"Obrigada."

Os dois se diririram até o elevador, dentro dele havia apenas uma pessoa, o ascensorista. Os dois entraram e o botão do quinto andar foi acionado.

Os últimos detalhes foram feitos, o carregadou pôs as malas de Daphne dentro do seu quarto, e a mulher agradeceu dando dez dólares de gorjeta ao jovem, que agradeceu e foi embora.

Daphne fechou a porta garantindo se estava trancadaA primeira coisa que Daphne fez foi caminhar alguns passos para frente e se jogar na cama de casal à sua esquerda, esticando seus braços. Estava cansada demais para abrir suas malas e arrumar suas roupas no armário. Ficou lá por alguns minutos para administrar-se e ter os primeiros pensamentos sobre o que fazer daqui em diante. Ela pensou que o melhor a fazer fosse entrar em uma banheira com água quente e sais de banho.

Sorte dela é que no banheiro, tudo já estava 'reservado' para ela. É por isso que ela adorava hotéis de luxo.

Ela girou a torneira de água quente, esperou alguns segundos e começou a se despir. Quando a água estava no nível desejado, ela despejou alguns sais de banhos que estavam próximos. Então ela entrou dentro dela, e recostou-se fechando seus olhos. Já que não estava em Las Vegas em férias, aquilo não era lazer, toda essa viagem, sua procura, resultaria em uma única coisa. O motivo que a tirou de seu descanso:

"Mike."

Quando terminou seu banho, ela pegou o roupão branco com o logo do hotel que estava no gancho do banheiro e vestiu-o.

Agora, mais disposta, ela abriu sua mala grande pegando seu notebook.

"Será que esse hotel tem wi-fi?"

A tela dizia um nome escrito: 'grnmrthotel' E que não havia senha no mesmo. E

"Bem melhor."

A ruiva então voltou à suas pesquisas sobre o tráfico de drogas na região, acessando todos os sites que Kenny havia lhe informado, além de alguns arquivos da polícia.

"Apreensão de drogas... Máfia de Las Vegas... Survival Challenge... Survival Challenge?"

Aquele nome chamou a atenção da mulher. Ela olhou para o aquivo em seu computador, mas não achou nada de útil, a única opção foi a forma mais óbvia: Procurar na internet.

"Vamos ver... Survival Challenge..." Ela digitou esse nome no site de busca, e encontrou no primeiro link algo interessante.

Quando clicou no link, ela achou um site de um cassino em Las Vegas que abrigava um jogo único chamado Survival Challenge.

"Survival Challenge. Um jogo único encontrado somento no Cassino Champa."

"Só pode estar brincando comigo..."

Champa. Um nome a qual ela não vai esquecer tão cedo. Aquela ilha onde tudo deu errado, a ilha onde ela e Fred quase foram mortos... Matthew. Aquele turbilhão de emoções e pensamentos vieram à tona.

"Tudo isso era um jogo. Michael estava brincando comigo esse tempo todo!" Daphne apertou seus punhos com todo o ódio que sentia. Foi quando ela parou para pensar em seu irmão. Seu próprio irmão. Michael havia enlouquecido e precisa ser detido.

Como uma pessoa carinhosa e bondosa como Michael poderia se tornar frio e calculista? De uma hora pra outra, o filho de um milionário tornou-se chefe de uma rede de drogas, em que envolvia uma ilha, agora um cassino.

Daphne esclareceu suas dúvidas quando viu a logo do cassino, uma figura familiar:

O brasão da família Blake.