"Finalmente cheguei..." disse o loiro entrando no aeroporto de Las Vegas. Seguindo para a esteira, onde pegaria suas malas, ele deu meia volta lembrando-se de seu novo amigo que havia feito dentro do avião. Era incomum conversar com alguém sobre sua vida pessoal e profissional, sendo que ele mal sabia seu nome, ou o porquê de estar no mesmo avião, e que provavelmente nunca mais iria encontrá-lo na vida.

Fred pegou sua mala e encaminhou-se para a área de táxis. Três minutos passaram-se. O cansaço já se mostrava evidente, de tanto procurar. "Se a Mystery Machine estivesse aqui, nada disso estaria acontecendo" pensava. A única coisa que via, eram diversos táxis seguindo partida e deixando o aeroporto, enquanto ele ficava ali, indo e voltando pela calçada, olhando para todos os lados em busca de um carro amarelo.

Algumas caminhadas depois, o loiro avistou um carro que acabava de chegar. Ele não hesitou e correu para encontrá-lo. O homem que saiu do carro, vestindo uma camisa de manga longa branca abotoada, calça social preta e sapatos também sociais. O homem tinha cabelos grisalhos pretos e aparentava ter uns 39 anos.

"Boa noite, o senhor gostaria de seguir viagem?" disse o taxista apertando a mão de Fred.

"Sim, eu gostaria de ir até o Hotel Gran Marita, por favor."

"Está bem, vamos."

O taxista foi até o porta-malas para que Fred pusesse sua bagagem dentro. E então os dois entraram no carro. O loiro pegou seu celular e notou que havia uma chamada não atendida de Kenny. Fred retornou a ligação e três toques depois, foi atendido.

"Eu não consigo entender. Como uma pessoa como você consegue esquecer de fazer uma reserva no hotel?" Kenny comentou sarcasticamente.

"Não precisa se preocupar. Basta eu pedir um quarto quando chegar até lá, não é?" O loiro respondeu.

"Ah... Não é assim que as coisas funcionam naquele hotel..."

"Como assim?"

"Não há mais quartos sobrando. E você deveria ter feito uma reserva com antecedência."

"Não, não pode ser..."

Aquelas palavras acabaram com a chance de Fred de poder estar no mesmo lugar que Daphne.Todos seus planos se baseavam naquela meta. E agora, seu medo é de ficar hospedado em um hotel longe dela. Ele suspirou e esfregou seus olhos lamentando todo o ocorrido.

"Mas, como eu sou o máximo, eu tive a liberdade de fazer uma reserva para você."

Fred teve sua esperança renovada, já estando mais aliviado de ter eliminado um problema.

"Obrigado, eu te devo uma."

"Deve mesmo."

"Espere... Daphne está bem?"

"Pelo jeito, acho que sim, ela ainda está no hotel."

"Mas como você sabe disso? Não me diga que rastreou o celular dela?"

"Claro que não..! Rastreei seu computador, até mais."

"Alô? Alô?" Fred olhou para a tela do seu celular, logo depois percebeu que Kenny havia deslugado. "Eu não acredito, ele desligou na minha cara de novo, olha só!" ele apontou para o taxista, que olhou para ele e levantou uma sobrancelha para encará-lo.

Antes de guardar o celular, ele recebeu outra mensagem, dessa vez eram links e arquivos em texto junto com imagens anexadas, a maioria sobre o tráfico de drogas e algo envolvendo um cassino em particular.

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O brasão da família Blake. Era só o que faltava nessa história. Na verdade, não era 'o' brasão da família, mas sim um brasão com uma incrível e detalhada semelhança do original. Qualquer Blake notaria a aparência, e Daphne não teve dúvidas, Michael estava envolvido nisso.

"Mas o que um cassino tem a ver com tudo isso?" Ela levou a mão direita ao queixo. Seria apenas um plano de fundo para esconder o esquema do tráfico? Era o que queria saber.

Sua cabeça estava muito confusa, eram tantas informações de uma vez que ela precisava parar um pouco e colocar a cabeça no lugar. Ela sabia que seu próximo destino era o Cassino Champa, só não sabia como arrancar informações de lá.

A ruiva levantou-se da cama, deixando o computador de lado e se dirigindo até a janela à sua frente, ela abriu e deixou que o ar da cidade invadisse seu pequeno espaço. Seus olhos se perderam na imensidão de Las Vegas, uma cidade que não dormia. A combinação de luzes e cores, seus sons, pessoas caminhando para lá e para cá, era uma sinfonia bizarra, uma ópera sem maestro.

De repente seus olhos se fecharam, e ela deixou que a brisa de começo da noite a guiasse em seus pensamentos. A brisa estava fria, foi quando ela abriu seus olhos e percebeu que ainda estava com seu roupão de banho. Ela então abriu sua mala grande e separou um vestido de sua cor preferida. Ela vestiu-se ali mesmo e minutos depois, ela estava com seu vestido de manga longa, sem o seu lenço verde, seu cabelo estava solto, nem sua tiara roxa ela quis colocar. Apenas o seu vestido roxo bastava para ela.

Daphne retornou para a janela para tomar mais um pouco de ar, e logo seus pensamentos voltaram. Enquanto estava envolta em sua mente, os ventos a levaram a pensar em alguém, alguém que lhe fazia falta.

"Será que ele está bem?" pensava.

Ela ainda estava triste pelo término tão repentino de seu namoro que parecia durar para sempre. Não tinha como voltar atrás, ela precisava seguir em frente, e enfrentar seu irmão. No fundo ela ainda sentia algo por ele, que não ia passar tão cedo.

Daphne estava tão concentrada em seus pensamentos, que mal ouviu a porta tocar. Já na terceira tentativa, ela 'acordou' e correu até a porta.

"Há quanto tempo, não é, Daph?"

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"Não... Pode... Ser...!" Daphne aos poucos perdia a voz com suas palavras. Ela não conseguia acreditar que aquela pessoa estava à sua frente.

"Que diabos você está fazendo aqui, Fred?!" ela disse quase rangendo seus dentes, olhando para o loiro parado em frente à ela a observando com um sorriso torto.

"Eu estou hospedado aqui, no andar de cima. Mas você não vai nem me deixar entrar?" Fred respondeu franzindo a testa.

"E eu deveria?"

"Acho que sim..."

"Errado!" Daphne bateu a porta com força. Todos aqueles pensamentos que ela teve, perguntando se Fred estava bem foram todos deixados de lado e esquecidos. Aquela raiva estava de volta, dessa vez mais intensa.

"Ah Daphne, não acredito que vai me deixar aqui, sozinho neste corredor!" Sem resposta.

Fred enconstou sua testa na porta, apoiando seu braço direito acima da cabeça e dirigiu sua visão para baixo. "Será que ela nunca vai me perdoar? Será que eu fiz toda essa viagem para isso?"

"Por favor..." sussurrou. Ele pensou até que Daphne não o escutou, pelo contrário, ela estava ali, apenas esperando alguma reação por parte dele.

Segundos depois ele saiu de sua posição, já pronto para sair, foi quando ele ouviu a maçaneta se mover e a porta se abrir.

"Entra logo...!" A mulher sem hesitar puxou o braço dele para dentro, fechando a porta.

"Obrigado... Mas você está de roupão?" Fred olhou um pouco espantado para o corpo dela.

"Eu devia ter acabado com você quando tive chance..." ela cruzou seus braços.

"E quando foi que você teve a chance?" para provocá-la, ele também cruzou seus braços e tentou imitar a expressão de raiva que ela tinha.

"Não interessa! Agora o que veio fazer aqui? Não me diga que veio apenas para me imitar."

"Mas é claro que não! Eu vim por sua causa!"

"Se for para tentar me convencer a voltar, já sabe que minha resposta é não."

"Eu sei. Isso tudo tem a ver com o Survival Challenge, não é?" Daphne ia sentar-se na cama novamente para pegar o seu notebook, mas parou quando ouviu aquela frase.

"Como você sabe disso?" perguntou ela, desconfiada.

"Tive minhas fontes." ele respondeu sorrindo orgulhosamente.

"Kenny." Daphne rapidamente apagou aquele sorriso saindo de seu rosto.

"Está bem, foi ele. Mas o que importa?" Fred deu de ombros, arrancando um pequeno sorriso de Daphne.

A ruiva então se sentou na cama e pegou seu computador

"Então, sabe de alguma coisa que possa nos ajudar?" Ela falou em direção à ele.

"O mesmo que você, provavelmente." Fred então aproximou-se da cama e sentou-se ao lado direito de Daphne, aconchegando-se perto dela para olhar o notebook. A ruiva primeiramente estranhou sua atitude, olhando para ele. Os dois se encararam por poucos segundos, mas que fizeram alguma diferença nos pensamentos de Daphne. Os poucos segundos se passaram e logo em seguida os dois se dirigiram até o aparelho.

"Bem, o que temos até agora?" Daphne comentou.

"O melhor seria organizar tudo o que temos... Todos os arquivos que temos, as informações..." Fred pegou o celular e pôs ao lado da tela do computador de Daphne para comparar os dados.

"Além de nossas memórias..." Daphne completou.

"Sim. Vamos primeiro lembrar de tudo o que vivemo esses últimos meses. Nós sabemos que devemos seguir até o Cassino Champa, mas será perigoso demais se nós entramos na jaula dos leões sem nenhum conhecimento à respeito." Fred levou sua mão ao queixo para pensar.

"Isso é verdade..."

"Bem, tudo começou com aquela ligação que tive concidentemente depois do pesadelo que tive na noite anterior, três meses atrás... Sua vida está prestes a mudar..." Daphne começou.

"Nós achamos que tudo aquilo era um trote, mas não era. Nós ignoramos a mensagem e fomos até aquele restaurante, onde quase fomos mortos." Fred continuou.

"Espera Fred" Daphne levantou sua mão. "Aquilo foi muito estranho, uma pergunta me veio agora..."

"E qual é?"

"Como ele sabia que nós iríamos para aquele restaurante? Isso era impossível! Você nem ao menos disse o nome do restaurante!"

Fred de repente, levantou-se da cama, seu rosto parecia pálido, pensativo demais.

"Fred, você está bem?"

"Foi... Tudo culpa minha...!" Disse o loiro à ela, um forte tom de lamentação saindo de sua boca.

"Fred?" Daphne começou a se preocupar com ele, ela também se levantou seguindo até ele.

"Antes de dormimos, naquela noite, eu havia recebido uma ligação de um amigo, dizendo que... Tinha preparado uma reserva especial para nós dois naquele restaurate..." Fred levou suas mãos ao rosto, rapidamente, e Daphne notou que ele estava queimando de raiva.

"Fred..." Daphne não sabia o que falar. Ela não poderia pôr a culpa nele, pois ele não era culpado, ela lamentou aquilo.

"É tudo culpa minha! Droga! Por que eu fui ser tão idiota! Eu quase matei nós dois!"

"Não foi sua culpa, Fred! Você não sabia!" Daphne apoiou sua mão direita no ombro esquerdo dele, mas ele rejeitou.

"Mas é claro que foi minha culpa! Como eu fui acreditar naquilo?!" Ele respondeu com sua voz alterada.

"Tudo isso está acontecendo por minha causa!" Ele berrou.

Daphne sentiu uma grande tristeza dentro de si. Novamente aquela raiva dele foi embora, e foi substituída por pena. A mulher hesitou primeiramente, mas depois aproximou-se dele ficando frente à frente. Fred olhou para ela, esperando uma resposta, ou algo parecido, mas apenas assistiu as duas mãos dela tocando seu rosto vermelho de raiva. Aquilo, de alguma forma, esfriou sua cabeça quente, aos poucos ele sentia aqueles dedos delicados acariciando sua pele.

"Fred... Não foi... Culpa sua." Naquele momento toda raiva dela havia desaparecido. Ela aproximou seu rosto ao dele, olhando cada detalhe do rosto dele tornando-se mais sereno.

"Sinto muito, Daph..." ele sussurrou. "Sinto muito por ter... deixado você sozinha."

Daphne desviou o seu olhar. Ela não esperava que ele viesse tocar no assunto do término de seu namoro. Foi pega de surpresa dessa vez.

Ela então, soltou sua mão do rosto dele, virando-se de costas. Fred pensava que talvez ela não quisesse mais ficar com ele. Talvez seus pensamentos estivessem certos. Talvez fosse melhor que eles não ficassem juntos.

"Daphne..."

A mulher, de repente, virou-se de volta para ele, e num ímpeto cravou seus lábios nos dele, pegando-o de surpresa. Ambos fecharam seus olhos e envolveram-se um no outro. Daphne cada vez mais agarrava seus braços no pescoço de Fred, enquanto ele apertava ainda mais suas mãos na cintura dela.

Não era segredo, nem mistério que os dois sentiam fortemente falta um do outro. Talvez aquele beijo tenha traduzido tudo o que sentiam naquele momento. Eles precisavam daquilo, eles necessitavam um ao outro, eles ansiavam-se um ao outro.

Os dois pararam rapidamente para respirar, e Fred aproveitou para fazer um pequeno comentário.

"Ainda está com raiva de mim?" perguntou ele, sorrindo.

"Estou." Daphne não esperou e retomou o beijo, ainda mais apaixonado que antes.

Eles estavam prontos para mais um beijo, quando uma batida na porta os interrompeu.

Daphne foi até a porta, deixando Fred um pouco desorientado.

"Serviço de quarto." um rapaz aparentando ter 24 anos, vestindo roupas do hotel apareceu, carregando um carrinho.

"Mas eu não pedi nada..." Daphne respondeu.

"Cortesia da casa." O homem pegou a tampa em formato de cúpula revelando uma espécie de banquete para duas pessoas.

"Tudo bem então, pode entrar."

O empregado deixou o banquete um uma mesa pròxima à janela. Fred, que estava de bom humor, lhe deu uma gorjeta de dez dólares. O rapaz agradeceu e foi embora, deixando Fred e Daphne sozinhos.

"Foi você que fez isso, não foi?" ela olhou maliciosamente para Fred, que franziu sua sobrancelha.

"Dessa vez eu não fiz nada." disse ele, aproximando-se da mesa. Ele abriu a bandeja e observou"Uau, isso sim é uma comida chique!"

"Mas quem garante que isso não é obra do Michael? Quero dizer, a comida pode estar envenedada ou com sonífero!"

"Daphne, às vezes nós temos de arriscar. A vida é feita disso, de se arriscar e seguir em frente."

"Nossa Fred, você foi bastante profundo..."

"E não podemos desperdiçar essa comida que deve estar muito boa!"

Daphne olhou para Fred, e depois olhou para a mesa.

"O que é isso? Acho que é chique demais para mim." Fred apontou para a grande bandeja.

Daphne analisou bem o prato, com uma porção para duas pessoas além de duas velas. "Hum... Isso é Magret de pato ao perfume de mel, com especiarias."

"Você é boa nisso." ele bateu palmas admirando sua habilidade.

"Sair com sua família para esses restaurantes caros adianta alguma coisa." ela sorriu de volta.

"Eu acho que até os heróis precisam de um tempo para descanso, não é?" Ele caminhou até ela e lhe deu um leve beijo nos lábios. "Então, vamos jantar?"

A ruiva assentiu e os dois sentaram-se em suas cadeiras, sendo que Fred ajudou-a a se sentar. Antes de se servirem, Daphne notou algo incomum. Um bilhete dobrado estava entre as velas. Primeiramente, ela logo pensou que era coisa de Fred, armando um jantar romântico para reconquistá-la.

"Não sabia que planejou tudo isso como um pedido de desculpas..." ela disse sorrindo maliciosamente.

"Achei que você havia pedido isso." ele respondeu brincando.

"Bom, o único jeito de saber se a comida está envenenada ou não, é comendo!"

Os dois riram; era a primeira vez depois de algum tempo. Eles serviram-se e começaram a comer. Não falavam muito no decorrer do jantar, apenas meias palavras, algumas perguntas sobre a comida, mas nada grandioso. Eles nem ao menos tocaram no assunto que estavam discutindo: o Cassino Champa, Survival Challenge, Michael, nada. Aquele tempo foi reservado somente à eles. Estavam ali, frente à frente, jantando, como se nada estivesse acontecido. Mesmo que quase não dirigissem uma palavra ao outro.

Terminado o jantar, os dois ainda não falavam. Não porque não queriam, mas é que não sabiam como começar uma conversa, depois de tudo que passaram anteriormente com o beijo, eles simplesmente não conseguiam mais dizer algo.

Foi então que Daphne levantou da cadeira e puxou levemente o braço esquerdo dele para que ele também se levantasse. Fred estranhou sua atitude, mas depois deixou que ela o levasse até a janela, onde antes Daphne havia permanecido. Os dois se poiaram no parapeito da janela e observaram o lado de fora da cidade.

"É uma linda vista, não é?" Daphne disse em voz baixa.

"Sim..."

Nenhuma palavra em seguida, o silêncio novamente tomou conta daquele quarto. Novamente eles voltaram à estaca zero.

"Bem... Parece que está um pouco tarde." Daphne não sabia a hora ao certo, mas ela acho melhor desse jeito.

"É... Eu também acho que é hora de dormir." Fred assentiu, saindo de sua posição na janela.

"Vejo você amanhã?" Daphne perguntou ainda permanecendo no parapeito.

"Sim."

O loiro então seguiu até a porta e saiu deixando Daphne sozinha, ainda olhando para o lado de fora do prédio. Por dentro ela se remoía de raiva por não conseguir ter dito alguma coisa. Do lado de fora, Fred seguiu o corredor e antes de chegar ao elevador para subir ao seu quarto, havia parou no corredor e olhou para trás. Ele também não estava contente por não ter feito ou dito alguma coisa.

"Droga!"

Daphne já não estava mais disposta a mexer em seu computador, então ela o desligou e deixou-o no criado mudo. Ela então pegou sua mala grande que estava próxima à porta, abrindo-a e pegando uma camisola de seda fina. A mulher se despiu e pôs a camisola, sentindo-se mais confortável. Não havia mais nada a fazer, então ela se deitou na cama. Ela já estava coberta, e pronta para fechar seus olhos, quando ouviu sua porta tocar.

"Espero que seja algo muito importante!" Ela bufou. A última coisa que ela queria no momento era ser chamada na porta, quando já estava pronta para dormir.

"Fred? O que está fazendo aqui?" Ela estranhou a nova aparição dele em sua porta.

"Eu estava me perguntando se você não gostaria de uma companhia?" O loiro olhou para a cama de Daphne logo atrás dela.

"Fred..." Ela suspirou. "Você tem uma cama só sua lhe esperando em seu quarto, porque quer dormir aqui?"

"Eu não quero dormir aqui. Eu quero dormir com você." Ele começou a se aproximar dela. "Além do mais, está muito frio para dormir sozinho, você não acha?"

Daphne sentiu algo dentro de si. Seu coração começou a acelerar depois de ouvir aquilo. Ainda mais com aquele tom de voz que Fred havia feito, a deixou

"Entre. Antes que eu mude de ideia!" Daphne apontou para dentro do quarto ainda sentindo um pouco de raiva.

"Bela camisola."

"Engraçadinho."

Daphne foi a primeira a se deitar, como Fred ainda estava com sua roupa, ele começou a se despir na frente dela. Primeiro sua camisa branca, ele deixou o seu peitoral definido à mostra o que deixou a ruiva ainda mais admirada, mesmo não querendo demostrar. Logo depois ele tirou o seus sapatos e suas meias. Por fim, ele baixou sua calça, ficando apenas de cueca. Foi quando ele deitou na cama ao lado de Daphne. A mulher, um pouco envergonhada, virou-se opostamente à ele.

"Não disse que estava frio para dormir sozinho?" Daphne comentou sarcasticamente.

"Não está tão frio assim que nossos corpos não possam aguentar e se aquecer juntos." Ele respondeu.

Apenas o som de suas respirações era escutado. Fred olhava para o teto, sem saber o que fazer. Algumas vezes olhava para Daphne que ainda estava de costas para ele. O loiro não se contentou em estar na mesma cama que ela, ele queria estar mais próximo à ela. Foi quando ele aproximou-se mais ainda seu corpo ao dela.

"Fred? O que você está...?" Daphne sentiu seu coração palpitar mais ainda, ela não conseguia acreditar que eles estavam tão próximos.

"Você ainda está com raiva de mim?" Ele sussurrou no seu ouvido.

Mas não houve resposta, apenas segundos depois ela respondeu.

"Um pouco. Mas ainda estou com raiva."

"Desculpe..."

Daphne virou seu rosto e encontrou o rosto dele. Os dois se olharam intensamente, até que ambos os lábios se encontraram em beijos.

"Eu te amo, Daph."

"Cale a boca."

A mulher se virou de costas para ele novamente, o que deixou-o chateado. O loiro por sua vez não desistia dela, e começou a acariciar sua pele, seus braços, logo depois suas pernas. Depois ele envolveu novamente seus braços em volta da cintura dela, tomando-a para si.

"Nunca mais termine comigo novamente, se não, eu acabo com você." Daphne tocou em suas mãos e as apertou bem forte. Fred deu uma risada, aconchegando-se cada vez mais.

"Amanhã teremos muito trabalho pela frente." Ela disse.

"Então é melhor aproveitarmos o tempo que nos resta." O loiro falou tão baixo que nem ele mesmo se escutou, mas como ele disse ao pé do ouvido, ela o escutou perfeitamente.

"Hum..." Daphne então se virou completamente à ele, e sem esperar, envolveu seus braços no pescoço de Fred, e ambos se encontraram em outro beijo, dessa vez mais intenso e apaixonado do que todos os anteriores.

Por eles, o mundo poderia parar que não se importariam. Eles queriam aproveitar todo o tempo restante para reparar o que aconteceu entre os lençóis que agora os cobriam. O término do namoro acontecera horas atrás, mas para os dois foi uma eternidade. Agora, estavam juntos novamente e dessa vez nada conseguiria separá-los.

A noite passava e os dois continuaram ali, reparando as feridas que foram feitas no relacionamento, um amando o outro.