Capítulo 14 - Disfunção

"Essa é a graça da vida, poder arriscar e correr o risco de ser visto como louco", eu não acredito na afirmação que fiz, se eu pudesse ter escondido de todos as minhas alucinações, teria escondido.

Se eu tivesse escondido provavelmente não estaria aqui, mas é impossível esconder.

Os primeiros a descobrir foram meus pais, depois de um ataque histérico que tive eles me encontraram encolhido num canto do box do banheiro.

Minha mãe queria acreditar que tudo aquilo era apenas meu lado artístico extremamente aflorado e minha imaginação, meu pai achou que eu estivesse usando drogas para ter inspiração. Eles são cômicos.

Me levaram aos melhores médicos, mas apenas para conseguir saber quais eram os remédios mais indicados. Entretanto, como não queriam que seu adorado filho fizesse sessões e mais sessões para descobrir seus distúrbios e comprar as devidas medicações. Tiveram a genial ideia de comprar remédios de esquizofrenia e alguns antidepressivos.

Preciso dizer que deu tudo errado?

Na primeira semana perdi peso e comecei a ter solavancos e espasmos musculares, eu parecia um viciado em LSD, vendo meu estado meus pais pediram ajuda a outro medico que indicou outro remédio.

Precisei passar por desintoxicações e recuperar o peso, mas sentia que meu corpo não aguentava mais tantas drogas que eram postas para dentro... Talvez eu precisasse de outro corpo ou outra disfunção, uma que não mexesse com minha cabeça e que os remédios fossem menos fortes.

Meus pais eram orgulhosos de mais para aceitar ter um filho que vai a sessões. O que eles diriam aos amigos da família quando eles perguntassem onde o primogênito estava? E mesmo que eles mentissem uma hora todos iriam descobrir.

Mesmo com o esforço de meus pais todos descobriram, não adiantou evitar as sessões e comprar remédios. Eles só retardaram as coisas, mas era óbvio que isso iria acontecer.