Superfreddie

Diana, a Princesa de Themyscira


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Fevereiro de 2018 - 22h13min

Ela é carregada por seu amado pelos céus de Seattle, em uma noite incrivelmente bela. A lua dá o ar de sua graça em sua forma mais esplendorosa, reluzindo abundante e mostrando toda a sua beleza. O céu está límpido, e é possível visualizar milhares de luzes de estrelas, muitas delas já extintas, tendo suas luzes demorado milhares de anos até a chegada ao nosso planeta.

Apesar do clima frio, ela mal sente as intempéries do ar livre. Está envolta na capa vermelha do seu super-namorado e está bastante confortável; ainda lhe impressionava como aquele tecido era tão leve, resistente e quente.

Ainda com a capa sobre suas costas, a garota é gentilmente colocada sobre um dos pontos mais conhecidos da cidade: a torre Space Needle. Entretanto, não estão dentro do restaurante localizado no topo, ou mesmo do observatório, muito menos no elevador. Ambos estão no teto da estrutura, onde poucas pessoas já haviam vindo.

Não é a primeira vez que o casal está lá. Por várias vezes já visitaram esse teto para namorar.

“Posso saber qual é a ocasião especial pra este encontro?” - ela pergunta, abraçando o amado pelo pescoço.

“Bom, o que eu quero te dizer não é fácil... afinal, ainda somos jovens e tal... mas...”

Freddie tira do cinto uma pequena caixa roxa.

“... O que eu sinto por você é mais forte do que qualquer sentimento que eu já tenha tido por alguém na vida. Então... eu queria te perguntar...”

Ele abre a caixa.

“Sam, quer se casar comigo?”

A loira olha para o conteúdo da caixa: um anel e uma pedra de carvão. Confusa, ela resolve questionar seu namorado.

“Hã... tipo... eu não sou romântica nem nada, mas não me lembro de haver carvão num pedido de casamento feito por um cara...”

“Ops. Desculpe, esqueci de fazer isso...”

Freddie pega a pedra de carvão com a mão direita e a aperta. Quando abre a mão, entre pequenos pedaços de carvão, reluz com o brilho do luar uma pequena pedra de diamante. O rapaz a apanha entre seus dedos e, fechando o olho esquerdo, solta pelo direito um milimétrico feixe de visão de calor diretamente no diamante.

Apanha o anel e acopla a pedra nele.

“Agora sim.”

“Exibido. O que foi que você fez com sua visão de calor?”

“Coloquei meu símbolo kryptoniano... pena que você só poderia enxergá-lo com um microscópio... Mas, voltando ao assunto principal, aceita se casar comigo?”

“Aceito!” - Sam exclama, com os olhos brilhando.

Freddie coloca o anel no dedo anelar da loira, e por mais uma vez os lábios dos dois jovens se encontram para um apaixonado beijo. Quando se separam, Sam cola seu rosto no ombro do agora noivo.

“Fiz a Sam chorar...” - zomba Freddie ao vê-la chorando.

“Já fez outras vezes, só não ficou sabendo.” - ela afirma, limpando as lágrimas com as costas da sua mão direita. “Mas o importante mesmo é que agora você me faz sorrir...”

Novamente o casal se aproxima e, sob um belo e romântico luar, beija-se sobre a torre mais conhecida de Seattle.

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Diana, uma mulher de 22 anos, cabelos negros, alta, forte e muito bonita, caminha por algumas vielas de Themyscira, a ilha onde habitam as guerreiras amazonas, em direção à casa de sua melhor amiga Elysia, a filha de Druna com Hefesto, muito hábil com aparelhos eletrônicos e tecnologia. A mulher a havia convidado para lhe mostrar algo novo.

Veste uma simples túnica branca, com sandálias de couro, tal qual todas as outras mulheres que habitavam aquela ilha, as poderosas amazonas.

A jovem mulher morena chega à casa da amiga, onde é convidada a entrar. Elysia a conduz até seu laboratório, onde ficam as invenções da moça.

“Diana, fique aqui até eu trazer a novidade, certo? Se quiser, pode mexer no receptor que você gosta tanto.”

“Claro, Elysia, eu espero.”

Diana se dirige a um balcão e coloca sobre a cabeça um aro com um pequeno visor na região dos olhos. Ela pressiona um pequeno botão lateral e imagens de uma mulher jovem de cabelos negros como os seus aparecem na pequena tela.

Diana já a conhecia de outras transmissões do mundo dos homens, separado dos das amazonas há milênios.

Seu nome era Carly Lane.

A repórter apresenta imagens da nova ação do maior super-herói daquela terra, chamado Superman. Diana colecionava vídeos sobre ele, escondido de sua mãe, Hipólita, rainha das amazonas. Irritava-lhe esse interesse obsessivo que a filha tinha pelo mundo dos homens.

Por várias vezes Diana viu-se sonhando com aquele belo exemplar masculino com roupas coladas ao corpo musculoso. Isso porque jamais havia entrado em contato com qualquer tipo de homem.

“Voltei, Diana!” - exclama a sua amiga, retirando-a de seus devaneios.

A alta morena retira o aro transmissor da cabeça, dando atenção à amiga de cabelos castanhos claros, mais baixa, que vem correndo em sua direção animada, com algo na mão.

“O que é isso, amiga?”

“Sabe, amor, eu sei o quanto você é interessada pelo mundo do homens... então, virei noites no meu laboratório criando algo pra você.”

Diana a fita meio impaciente, colocando suas mãos na cintura.

“E...? Não tenho o dia todo, Elysia, meu treino é daqui a pouco.”

“E... criei um sensor que pode localizar o portal para o mundo dos homens!”

“Está brincando com a minha cara, Elysia... esse é um segredo que somente as anciãs possuem...”

Elysia sorri ironicamente para a amiga.

“Diana, por favor... você pode ser a amazona mais forte e habilidosa em artes marciais, mas eu sou a amazona mais inteligente de todas... já criei esse transmissor do Patriarcado, duvida que eu tenha criado um sensor de portais? Venha comigo hoje à noite no setor noroeste da Ilha e lhe mostro.”

Diana cruza os braços e olha para o lado, pensativa. Após alguns instantes, com um semblante sério, fita a sua amiga de longa data.

“Eu seria capaz de atravessar esse portal?”

Elysia olha para cima, pensativa.

“Bem... você voa, e muito rápido, por sinal, é resistente... provavelmente sim, Diana.”

“Me acobertaria da minha mãe se eu ficasse fora por dois dias, amiga?”

Elysia arregala seus olhos para Diana.

“Dois dias?!? Mas... o que você pretende fazer todo esse tempo?”

“Procurar o Superman, oras... preciso conhecê-lo. E quem sabe...”

“Diana, isso é loucura!”

A morena coloca suas mãos na cintura, olhando para a amiga de forma severa.

“Sim ou não, Elysia?”

A amiga passa a mão pelo rosto, de certa forma arrependida por ter feito aquele aparelho para agradar Diana. Por fim, acaba cedendo.

“Sim...”

Com um amplo sorriso, Diana coloca as duas mãos sobre os ombros da amiga, em seguida a abraça.

“Querida irmã! Eu sabia que você aceitaria! Agora me escute, vamos fazer assim... agora eu vou ao treino, e, durante esse tempo, conversarei com Mamãe, alegando que preciso meditar com Gaya durante uns dois dias, junto com você. Você ficará aqui e, caso chamem pelo comunicador, apenas dirá que estou meditando.”

“Você me colocará em encrenca, Diana...”

“Que nada! Você verá como dará certo.”

O plano prossegue. Após mais um exaustivo treino com sua mãe, a Rainha Hipólita, Diana lhe explica que pretendia meditar junto com sua melhor amiga. Em princípio, a rainha amazona fica desconfiada, sua filha já havia aprontado outras.

Mas, por fim, acaba cedendo, permitindo a saída da filha.

Naquela noite, Diana carregou Elysia em suas costas, voando em direção ao lado noroeste da ilha, um lugar não habitado pelas amazonas. Elysia carregava consigo alguns suprimentos e roupas extras, além de uma barraca, pois não lhe agradava ficar ao relento, ao contrário de suas outras irmãs. Na verdade, pouco lhe apetecia a arte da luta, preferia a busca por novidades tecnológicas.

As duas moças aterrissam em um descampado.

Elysia apanha seu sensor, um aparelho parecido com um celular, com a mão direita e aponta para uma direção.

“Meu sensor diz que o portal está localizado ali, Diana.”

Diana sorri e começa a se despir, tirando sua túnica. Da mochila carregada por Elysia ela retira um uniforme vermelho com detalhes metálicos na cor dourada, calça azul e botas vermelhas. Tira também uma tiara dourada adornada com uma estrela vermelha, um par de braceletes dourados, um laço também dourado e uma espada com sua bainha.

Enquanto a morena veste seu uniforme, sua amiga aproveita para lhe indagar.

“Usará seu traje de guerra?”

“Claro. Você acha que eu iria à terra dos homens com uma reles túnica? E eu gosto tanto desse uniforme... baseei-me no uniforme do próprio Superman para fazê-lo. Fora que é sempre útil carregar meus braceletes indestrutíveis, meu laço da verdade e minha fiel espada.”

Diana afixa os braceletes em seus punhos e finaliza sua preparação.

“Bem, vamos lá. Deseje-me sorte.”

“Boa sorte, irmã...”

Diana acena para a amiga e voa na direção apontada anteriormente por ela. Como em um passe de mágica, a garota desaparece.

E reaparece em uma pequena ilha no meio do Mar Egeu, a milhares de quilômetros de qualquer sinal de civilização. Ela repuxa um pouco os ensinamentos que lhe haviam sido passados quando criança.

“Hum... A Ilha Paraíso apenas foi colocada pelos deuses em um local escondido do mundo dos homens, antes disso ficava a leste da Grécia...” Diana olha para o céu estrelado “Aquele conjunto de estrelas... aquela é a direção norte. Então, preciso ir para oeste.”

A amazona se prepara e começa a voar em alta velocidade na direção oeste, rumo à chamada América do Norte.

Horas depois, ele chega a uma região montanhosa, extenuada, pois não havia dormido por quase vinte e quatro horas, então resolve procurar abrigo em uma caverna, onde precariamente forra o chão com folhas e se deita, para dormir por algumas horas.

Quando os primeiros raios de sol do dia adentram a caverna, Diana se levanta. A mulher estica seus braços, que estalam. Fora uma boa noite de sono, já estava revigorada.

Acoplando suas armas na cintura, a amazona voa pela entrada da caverna, observando o nascer do Sol.

Sabia que a cidade em Superman mais aparecia ficava a Oeste, então ela precisava voar na direção contrária à que o Sol nascia. Mas, antes de continuar, Diana sentiu necessidade de forrar seu estômago.

Estava próxima de uma floresta, para onde voa. Flutuando a cinco metros do chão, sua visão e audição aguçadas varrem o perímetro.

Um farfalhar de folhas mortas lhe chama a atenção. Lentamente, Diana vira seu rosto na direção do som, vislumbrando um coelho de porte médio, vasculhando o chão por comida. Rápida como um raio, a amazona voa até o animal e o apanha pelas costas.

“Desculpe, irmãozinho... mas preciso me alimentar.”

Com sua tiara, a amazona rapidamente abate o pequeno animal. Em poucos segundos ela separa alguns galhos secos e, com um bater de seus braceletes, provoca faíscas que acendem uma fogueira.

O animal, após ser limpo, é colocado sobre a fogueira, e em poucos minutos a amazona está saboreando sua refeição.

“Ahhh... agora estou revigorada. É hora de encontrar o Superman!”

Após alcançar a civilização e buscar informações com pessoas que se espantavam com seu visual, Diana consegue chegar ao parque que ela já se lembra de ter visto em uma das transmissões captadas por Elysia, onde Superman travara sua mais feroz batalha contra três compatriotas de seu extinto planeta.

A morena se põe ereta em um morro e aguarda.

Imaginava que o burburinho de sua presença atrairia a atenção do herói.

“Moça, você é amiga do Superman?”

Diana sente sua perna ser puxada e olha para baixo. Uma pequena garota, de mais ou menos 6 anos, olhava para ela com grandes olhos castanhos. Em sua mão, uma substância que parecia ser cremosa, da cor rosa.

“Bem, ainda não. Mas espero encontrá-lo.” ela fica curiosa ao fitar o objeto na mão da garota “Qual é o seu nome, nobre garotinha?”

“Amanda... e o seu, moça?”

“Diana. Prazer, Amanda... diga-me, que objeto é este em sua mão?”

“Ah, é sorvete! Quer experimentar?”

A criança lhe oferece o doce, a amazona delicadamente lambe um pouco.

“Por Atena... é delicioso! Onde você conseguiu, Amanda?”

Diana devolve o sorvete à menina, que acaba de consumi-lo.

“Ali, com o sorveteiro! Quer um também? Só que precisa ter dinheiro...”

“Dinheiro? Não sei o que é isso, mas... podemos tentar conversar com ele...”

A alta guerreira acompanha a pequena criança, até estarem à frente de um sorveteiro espantado com a bela mulher à sua frente.

“Nobre... Sorveteiro. A minha amiga Amanda e eu gostaríamos de experimentar esse maravilhoso alimento da cor rosa. Eu... não tenho esse tal dinheiro, mas seria possível o senhor nos prover com duas unidades?”

O sorveteiro olha para a espada embainhada ao lado da cintura e, sem demora, coloca duas bolas de sorvete em casquinhas.

“Claro, moça! Com o maior prazer!”

Diana experimenta mais um pouco do doce.

“Hum! Muito obrigada, nobre senhor.”

Uma mulher se aproxima correndo das duas novas amigas. Ela parecia muito preocupada.

“Amanda! Venha já aqui!”

Diana a fita curiosa.

“Amanda, esta é a sua mãe? Ela parece preocupada...”

“É, sim... Mamãe, esta é minha amiga Diana!”

“Q-Querida... por favor, precisamos ir...” - a mãe está com medo da amazona, que, apesar de ter um ar adorável, exalava também um ar ameaçador.

“Vá, Amanda. Não se deve desobedecer às mães.”

Amanda sorri para Diana, que lhe devolve a gentileza.

“Tá bom. Tchau, Diana, gostei de você!”

“Até breve, amiguinha!” - Diana se despede com um simpático sorriso.

“A-ham... será que interrompo algo?”

Diana se vira e abre um largo sorriso ao ver quem era. Flutuando com os braços cruzados sobre seu peito estava o motivo pelo qual viera ao mundo dos homens, Superman.

“Quem é você e o que você quer?” - Superman fala de forma severa, olhando atentamente o que a morena fazia, em principal com relação à espada que ela portava.

“Superman! Finalmente! Eu sou Diana, princesa de Themyscira, a ilha das amazonas.”

O herói franze o cenho um pouco confuso com o que havia acabado de ouvir.

“Themyscira, da mitologia grega? Da Rainha Hipólita? Mas isso é lenda!”

“Diz o homem que pode voar e levantar montanhas... e Hipólita é a minha mãe.”

“Okay, vamos fingir que acredito. Então, o que você quer, Diana?”

Diana tira a bainha da cintura e a afunda no chão. Ela ajeita seus dois braceletes e rotaciona seus braços, fazendo-os estalar.

“Ora, não é óbvio? Quero desafiá-lo para um combate.”

“Hã?”

“Sem espadas, certo? Não queremos que ninguém fique seriamente ferido.”

A poderosa amazona avança para cima do confuso herói, dando-lhe uma voadora no peito. O golpe é muito potente, o suficiente para atirar Freddie longe, fazendo-o cair deitado em um espaço aberto, que, felizmente, estava deserto.

Ele não gosta de lutar contra mulheres, mas também não tem restrição quando elas têm tanto poder quanto ele; então, voa contra ela, com seu clássico golpe ‘torpedo’, arremetendo seus punhos à frente.

Contudo, muito habilmente, a mulher se esquiva, agarrando-o pelo pé direito e martelando o herói com tremenda força no chão, o suficiente para abrir um buraco. Freddie olha espantado para aquela poderosa mulher.

“Vamos, levante-se. Esperava mais de você, não me decepcione.”

Ele se levanta rapidamente. Contudo, antes que pudesse tomar uma atitude, ela o soca no rosto, fazendo-o perder o equilíbrio; a amazona o agarra por trás do pescoço, obrigando-o a se abaixar e lhe desfere uma joelhada no plexo, deixando-o sem ar.

Cansado de apanhar, o herói desfere socos e chutes na mulher. Contudo, nenhum de seus golpes a atinge, pois ela os desvia com seus braceletes. Até aquele momento era uma lavada.

Diana o atinge no rosto com um chute giratório, e, em seguida, com a mão esquerda, desfere um murro certeiro em seu queixo, que o atira no chão, zonzo.

Atordoado, o herói passa a mão na região da boca, percebendo uma mancha vermelha em sua palma.

“Certo... agora você me deixou puto mesmo...”

Freddie separa suas mãos e as une novamente em uma palmada que gera um estrondo sônico. Diana sente um forte e doloroso impacto em seus tímpanos, e instintivamente tapa seus ouvidos com as palmas de suas mãos.

Em supervelocidade, o kryptoniano logo está à frente dela, e, dessa vez contando com a amazona atordoada, lança um golpe com a palma aberta na área do fígado dela, que cai ajoelhada ao chão, depois de soltar um gemido de dor.

Para a surpresa de Superman, quando ele a fita, a vê rindo.

“Ah, ah, ah...Ótima luta, Superman... exatamente o que eu esperava de você.” - ela afirma, levantando-se com a mão na área atingida. “Está bom. Consideremos isso um empate, certo?”

“O que, isso foi só uma brincadeira?”

Diana arruma seus longos cabelos e apanha novamente sua espada, acoplando-a a sua cintura.

“De forma alguma, foi um combate amistoso entre guerreiros. Entre grandes guerreiros, se me permite acrescentar.”

“Bom, eu não vou tentar entender, mas aceito. Agora me responda, Diana: o que você realmente quer?”

Diana abre um sorriso, fitando o herói com seus olhos que também são azuis.

“Eu vim de Themyscira para aprender os costumes deste mundo dos homens... acompanhar por um tempo sua jornada de herói, aprender com você. Tenho-o acompanhado de longe, Superman, sei das suas ações benéficas para este mundo, e também sei que posso ter experiências positivas convivendo ao menos por um curto período com você.”

Freddie olha para a bela morena à sua frente, olha para as pessoas que agora se aglomeravam em volta aos dois, junto com um cameraman de um telejornal popular de Seattle. Não precisava ser gênio para compreender que fofocas pipocariam em todos os locais sobre uma namorada do Superman, e era ainda mais óbvio que ele estava encrencado quando se encontrasse com Sam, ainda mais dado seu histórico com uma certa morena, com a qual ele era apaixonado há quase dez anos atrás.

Coçando a parte de trás da cabeça, ele acaba por se render.

“Bem... eu... costumo voar pelo planeta, monitorando as ondas de rádio da polícia...”

“Eu escuto muito bem, mas, escutar ondas de rádio, isso eu não consigo fazer.”

“Apenas me acompanhe... você voa, não é? Aliás, como faz isso?”

“Eu sou mais poderosa do que minhas irmãs, pois sou filha do próprio Zeus, o que me concedeu poderes especiais.”

“Entendo. Bem, vamos.”

Superman decola, acompanhado pela princesa amazona.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, uma furiosa policial loira acompanha pela TV instalada na sala de descanso do QG da Swat aquele super-casal decolar e sumir. Ela aperta seus punhos com força.

Ela vai para um canto solitário e, cerrando seu dentes, sussurra algo.

“Nerd... sendo você invulnerável ou não, se você me chifrar com essa vagabunda, você vai ver... eu vou confiar em você por enquanto, mas... mas... eu te juro, Freddie, eu te mato se você me trair!”

Enquanto voa, Freddie pensa em alguma maneira de se livrar daquela moça que voava ao seu lado, além de um jeito de agradar sua noiva. Acaba achando uma forma: liga seu comunicador, dessa forma, Sam ouviria tudo o que falaria com Diana.

“Então, sua vida se resume a ficar voando procurando por pessoas com problemas?”

“Hã... sim. Aliás...” Superman aguça sua audição “Estou ouvindo problemas em Portland... parece que uma mutante está dando problemas lá... vamos.”

Os dois heróis se deparam com uma loira de cabelos médios, ainda adolescente, lutando com policiais que tentam detê-la sem sucesso. Há pelos cinco policiais feridos, atirados longe pela meta-humana.

¡Déjenme sola! No soy un monstruo!

“Fique aqui, Diana, acho que ela não fez por mal...”

Superman se aproxima lentamente, procurando acalmar a jovem.

“Acalmate. No voy...”

Porém, a garota estava assustada, e repele o herói com um potente soco, jogando-o a 25 metros de distância. Pelo visto, era seu dia de ser atingido por mulheres.

Sem pestanejar, Diana imediatamente cai em cima da adolescente, golpeando-a brutalmente várias vezes em sequência. Quando a garota está caída, ela desembainha sua espada, prestes a cravá-la no peito da inimiga.

“Cara guerreira, prepare-se para adentrar no reino de Hades...” - a morena profere, enquanto segura o cabo da espada com suas duas mãos e a ergue, apontada para a garota caída no chão.

A lâmina da espada mergulha em direção à carne da garota, porém, é impedida por duas poderosas mãos, que seguram a espada e impedem que atinja seu destino.

“NÃO FAÇA ISSO!” - berra Superman, que toma a espada de Diana.

“Ora, por que não? Essa moça lutou e perdeu. Na guerra, o perdedor às vezes morre...”

“Não é assim que faço as coisas por aqui! Esta moça não é vilã, está apenas desorientada!”

“Bom, você quem sabe.” - a princesa fala, embainhando novamente sua espada. Enquanto isso, a garota que ela quase havia matado a olhava aterrorizada.

“Afaste-se, Diana, por favor!”

Não muito satisfeita, a amazona obedece e se afasta. Ela mantém uma distância de dez metros do herói, observando-o dar a mão à garota loira, ajudando-a a se levantar. Ele a trata de forma quase carinhosa, com um belo sorriso estampado no rosto.

Um guerreiro poderoso e cheio de piedade... adorável.

Por fim, o herói conversa com os policiais, que acabam por levar a garota, que se entrega sem demonstrar resistência. Superman anda em encontro a Diana.

“Viu como dá para resolver na conversa, na maioria das vezes? É apenas uma garota fugida da Argentina cujos poderes se manifestaram de uma hora pra outra...”

“Bem, que seja. Continuemos.”

Nas horas compartilhadas pelo casal, Diana vê Superman agir de uma maneira totalmente diferente do que imaginava; pensava que a vida do herói era de lutas intermináveis contra monstros, alienígenas, mutantes e afins, mas, na verdade, tratava-se realmente de tão somente servir à humanidade. O herói realizava diversas boas ações, desde salvar gatinhos presos em árvores a participar de gincanas de crianças alojadas em orfanatos.

Tudo isso só fez aumentar a admiração da amazona pelo herói.

Ao fim do dia, os dois param em uma lanchonete que Freddie gostava, localizada no Kansas. Ele pede dois milkshakes.

“Se você gostou tanto de sorvete, vai amar isto aqui.”

Enquanto a guerreira saboreava a bebida, Freddie divagava. Diana era fascinante, uma mulher ao mesmo tempo inocente (o fato de ela se lambuzar com a bebida demonstrava isso) e com um código de honra tão maduro e diferente do seu.

“Oh, Zeus! Isso é delicioso!”

Depois de finalizar sua bebida, a amazona olha para um pequeno cristal que estava acoplado ao seu bracelete do braço direito, que piscava. Ela faz uma cara de desapontada e volta a olhar o Superman.

“Eu... preciso ir. Minha mãe já dá pela minha falta.”

“Entendo.”

“Uma pena que fique tão longe... fiquei exausta voando por horas a fio...”

Superman se levanta e dá a mão para a amazona.

“Eu dou uma carona. Dependendo de onde for, consigo chegar lá em minutos.”

“Oh... eu aceito!”

Os dois super-seres saem da lanchonete e, depois de ser informado sobre a localização do portal, o herói toma a amazona nos braços, decolando logo em seguida, em direção ao Mar Egeu.

Quando chegam, a amazona está com seus cabelos extremamente bagunçados.

“Você é rápido.” - ela diz, enquanto põe suas madeixas negras em ordem.

“Espero que este tempo junto a tenha ajudado a conseguir se aprimorar, conforme queria.”

Diana fica um pouco apreensiva. O que ela pensava sobre o herói havia se concretizado, então precisava colocar em prática a outra parte do plano, mas, nesta área ela não tinha nenhuma experiência. Precisava se basear em cenas que assistia de filmes românticos.

Ela entrelaça suas mãos sobre o pescoço dele, fitando-o diretamente nos olhos dele, azuis como os dela.

“Eu... não vim aqui somente para aprender, Superman... mas também porque sinto-me atraída por você, queria que me acompanhasse à Ilha Paraíso, poderíamos reinar juntos um dia, ter uma prole poderosa, abrir novos caminhos gloriosos para meu povo.”

Ela se aproxima para beijá-lo, mas ele vira o rosto.

Freddie põe as mãos sobre os ombros da guerreira, olhando para ela de forma confortadora.

“Diana... desculpe, mas não posso. Eu já sou comprometido.”

A morena se separa dele, cruzando seus braços sobre o peito. Ela temia essa situação, apesar de que sabia que dificilmente um homem daqueles ficaria sem companhia.

“Eu lamento...”

“Não lamente. Como guerreira amazona, tenho de estar preparada para os revezes da vida.” - ela afirma, com um sorriso fraco nos lábios. “Eu só gostaria de saber seu verdadeiro nome.”

“Tenho dois: meu kryptoniano é Kal-El. Na Terra, sou chamado de Freddie.”

“Então, Kal...” Diana dá um beijo no rosto do rapaz “Foi uma honra conhecê-lo. Espero vê-lo novamente. Obrigada pelo tempo que compartilhou comigo, e mande lembranças à sua companheira.”

“Okay, Diana... espero vê-la novamente.”

“Verá! Adeus, Freddie Kal-El!”

A amazona, já recuperada e sorridente, voa em direção ao portal invisível, desaparecendo da vista do herói.

Freddie coloca seu comunicador perto da boca e, sorrindo, fala com sua amada.

“Viu, loira? Eis uma prova de como te amo...”

“Você e essas malditas morenas! A gente precisa conversar direitinho tudo o que você fez com essa Diana hoje, você não escapa de mim...”

“Tá certo. Humm... Tô ouvindo algum problema na Ucrânia, talvez eu demore meia hora a mais pra chegar. Faz pra mim uma lasanha pra janta?”

“Vou pensar. Desligando.”

Freddie sorri. Era uma pena aquele Mulher-Maravilha não ter ficado na Terra, sua ajuda poderia ser útil. Mas ela tinha outras obrigações com seu povo.

Mas, de qualquer forma, o compromisso na Ucrânia era mais urgente, aparentemente, um edifício estava pegando fogo.

“Mais um trabalho para o Freddie...”

E ele decola em direção ao país do Leste Europeu.

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Do outro lado do portal, Diana se encontra com sua melhor amiga, Elysia, que estava apreensiva, pois Hipólita já havia entrado em contato com ela para que desse notícias do paradeiro de Diana.

“Por Hera, ainda bem que você retornou, Diana! Hipólita não saía do meu pé!”

As duas se abraçam.

“Conseguiu o que queria, amiga?”

“Em parte, sim. Infelizmente, ele é tudo o que eu pensava, mas já era comprometido, e, honrado como já imaginava ser, não aceitou minha oferta. Mas não tem problema... conheci um herói verdadeiro, da estirpe dos maiores heróis gregos, e estou feliz. Sinto-me uma guerreira mais completa e uma princesa mais ciente dos meus deveres com nossas irmãs.”

“Que bom, Diana.”

“Vamos, amiga. Nossas mães devem estar preocupadas.”

Alheias ao ambiente, as duas amigas rumam em direção à capital da cidade amazona.

A alguns quilômetros de altura, reluz forte um flash, que passa despercebido pelas duas jovens. Do meio desse flash, uma figura misteriosa emerge, logo em seguida rumando à ilha. Vê-se que se tratava de uma criatura de aparência monstruosa, que, furtivamente, observa as duas jovens andando em direção à civilização.

Depois de muita procura, talvez ele tenha achado o lugar que procurava.

Bastava apenas esperar mais alguns dias para observar o local, sempre às escondidas.

Fazia isso com o maior prazer; seu mestre tinha direito a tudo o que queria...

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Epílogo

Na sua cobertura, no prédio mais luxuoso de Seattle, Nevel Alexander Papperman observa a cidade, com seus prédios iluminados e ruas lotadas de veículos circulando de lá para cá. Ele bebe um gole de seu suco de cenoura transgênico e volta a sentar em seu suntuoso sofá, enquanto vê de relance matérias do seu inimigo, Superman, às voltas com uma bela mulher morena com um uniforme vermelho e azul.

Uma ponta de esperança surgiu em seu coração quando ouviu relatos de que Superman estava apanhando dela, mas esse sentimento logo se esvaiu, quando percebeu que ela na verdade queria conhecê-lo.

A tela da TV mostra que havia uma chamada ocorrendo. Ele concorda com a chamada, e a imagem de um homem com um jaleco branco aparece na tela.

“Sr. Papperman, tenho boas notícias.”

“Sim, Dr. Sommer?”

“Achamos um minério com propriedades parecidas com a kryptonita... a única diferença é que sua cor é diferente... em vez de verde, é vermelha. Foi coletada pela Srta. Croft no Monte K2.”

“Lara, sempre prestativa. Muito obrigado, Dr. Sommer. Separe esse minério, tenho planos para ele.”

“Perfeitamente, Sr.”

Papperman sorri. Finalmente, talvez tivesse uma chance de varrer aquele pretenso herói que lhe roubava a atenção da população.

O empresário se lembra de que o herói participa constantemente de ações humanitárias com crianças carentes, e uma ideia genial lhe vem à mente.

Mas seus planos maquiavélicos são interrompidos pelo seu mordomo, que adentra a sala.

“Sr. Papperman? Sua convidada chegou.” - informa o elegante homem.

“Oh, sim, Marslow. Obrigado, peça para ela entrar.”

Nevel termina sua bebida e ajeita sua camisa. As ideias sobre Superman teriam de esperar.

Passos de salto alto ecoam no caríssimo piso de madeira do bilionário.

“Finalmente, querida... estava ansioso para encontrá-la.”

“Eu também, Nevel...”

Nevel abraça a mulher que havia acabado de entrar, beijando-a na boca com vontade.

Eles se separam e se entreolham.

“Bem, o que acha de irmos jantar?”

“Claro...”

“Vamos ao Plaza, a vitela deles é sensacional.”

“Mas um lugar lá é disputadíssimo!”

“Eu sou Nevel Alexander Papperman, nenhum restaurante terá a pachorra de me fazer esperar...”

Eles se abraçam e se preparam para sair.

“Carly Lane Shay, há tanto tempo espero para ter essa chance de estar com você...”

“E eu nem imaginava o que estava perdendo, Nevel... soubesse antes, teria aceitado seus convites sem pestanejar.”

“Ah, mas águas passadas não movem moinhos, minha querida... não há nada que possamos lastimar, não? Vejo um futuro brilhante para nós dois...”