Superfreddie

Fora de Controle - Parte I


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Março de 2018

Gibby, Brad, Spencer e sua noiva Lucy, Wendy, todos os amigos mais próximos do casal estão presentes à festa de noivado da loira e do alienígena, realizada em um barzinho reservado pelo casal, à exceção de sua melhor amiga, Carly, que misteriosamente ainda não havia chegado.

O casal queria brindar com champanhe, mas ainda aguardava a morena.

- Você tem certeza de que chamou a Carls? - sussurra Freddie no ouvido da noiva.

- Claro! Avisei tudo certinho, dia, horário, local...

Sons chegam aos apuradíssimos tímpanos do kryptoniano, que, aliviado por finalmente ouvir a amiga, desabafa à sua noiva:

- Ela chegou... só que... não é possível...

Freddie fica sem palavras para descrever a cena que presencia à sua frente: de mãos dadas, entram pela porta Carly e Nevel Papperman, seu maior inimigo. Um sentimento de revolta cresce dentro de si.

Ao seu lado, também boquiaberta, Sam apenas olha para o casal que se aproxima, ela com um vestido longo deslumbrante na cor preta, ele com um elegante terno também preto.

- Boa noite, amigos! - Carly cumprimenta a todos com sua simpatia habitual.

- Boa noite, meus caros. - cumprimenta Nevel com sua arrogância habitual.

Pasmo, Freddie apenas observa o casal se sentando (Nevel puxa a cadeira para que Carly se sentasse, olhando com rancor para o moreno).

- O que... você... desde quando?

- Há cerca de um mês... precisei manter segredo, por que você sabe, não é... imagine como as revistas de fofoca não borbulhariam com a simples menção que o solteiro mais cobiçado de Seattle começasse a sair com uma das mais conhecidas repórteres.

Sam segura o braço de Freddie, impedindo-o de ir além. A notícia era desagradável, sem dúvidas, mas eles precisavam transparecer alegria, afinal, essa comemoração dizia respeito aos dois.

- Freddward... meu longo e caríssimo amigo, há quanto tempo não compartilhamos alguns momentos juntos, não?

- Pois é... - Freddie responde com um semblante grave. Se havia uma coisa em que ele não era bom era fingir simpatia. Já tinha demonstrado isso com o Nevel da outra dimensão, que parecia ser bem mais simpático do que aquele ser asqueroso que se encontrava à sua frente.

As horas seguintes seguem torturantes para o Homem de Aço. Nevel a todo instante falava mal do Superman, fazendo até com que algumas pessoas presentes se virassem contra o herói, como Gibby, por exemplo.

Sam e Freddie mal se aguentavam. A loira tinha vontade de esmurrar o bilionário, mas fora interpelada pelo noivo.

Em um dado momento, Sam se levanta, aproxima-se de Carly e lhe fala ao ouvido.

- Carls, você me acompanha até o banheiro?

A morena assente e ambas rumam ao sanitário feminino, onde Carly vai direto até o grande espelho sobre as pias, para se maquiar. Sam, contudo, pega-a pelo braço, de forma até meio rude.

- O que você tem na cabeça? O Freddie já não te disse mil vezes que o Nevel não é uma boa pessoa?!?

A morena se livra do aperto da loira, passando a mão por cima do local agarrado por ela, e simplesmente volta a se maquiar.

- Com quem eu fico ou deixo de ficar, desculpe, Sammy... mas é tão somente da minha conta. Afinal, já tenho 24 anos de idade, acho que já sou adulta, não? Mas, se você quer uma justificativa, Nevel é fofo, bonito, rico, influente... então, eu que pergunto: por que não ficar com ele?

Imediatamente, um semblante sério se instala na face de Samantha Lang; afinal, tirando a parte dos elogios a Nevel, tudo o que a amiga falara era verdade: eles não tinham o direito de dizer a ela o que fazer ou não.

- Você tem um ponto de vista válido. Mas não espere que eu ou o Freddie fiquemos felizes com isso, Carls... eu só a alerto: tenha cuidado com esse homem.

Ao dizer isso, Sam sai pela porta, pisando duro.

Carly simplesmente dá de ombros e continua a se maquiar.

Chegando ao apartamento de Sam, para o qual Freddie se mudara há alguns dias, o casal se joga no sofá, os dois bufando. Nevel estragara toda a graça da comemoração tão especial.

A loira passa os braços em volta do noivo, procurando confortá-lo.

- Ânimo, nerd... não é amanhã que o Superman marcou de dar autógrafos no orfanato ‘Saint Children’? Vai compensar ver as carinhas daquelas criancinhas realizadas, não?

- Isso é verdade. Eu adoro participar dessas ações com crianças. Aliás... - ele aciona seu disfarce - Eu vou dar um rolê por aí. Quem sabe não acho alguém pra extravasar minha raiva?

Sam dá um selinho no noivo.

- Juízo, Superman.

- Eu tenho.

E o herói sai voando pela janela.

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Várias criancinhas, todas com os olhos brilhando, se acumulam ao seu redor, ansiosas por serem carregadas no colo, ou, quem sabe, para um pequeno voo pelo orfanato. Superman é extremamente atencioso com elas, e todas terão a sua chance de voar com o maior herói do planeta.

Já faz duas horas que ele se encontra no orfanato e, até que todas as crianças estejam satisfeitas, o herói não arredará pé.

De repente, uma menina de uns 7 anos lhe puxa a capa.

- Superman! Superman!

Com um simpático sorriso nos lábios, o herói se vira para falar com a pequena criança.

- Sim, querida?

A menina lhe entrega uma caixa de veludo vermelha.

- Eu tenho um presente pra você, uma das tias falou pra dar...

Ele pega a caixa.

- Muito obrigado, amor.

O herói abre a caixa e vê que dentro dela há uma pequena e bela escultura com a forma do seu símbolo, parecendo ser feita com tipo de cristal vermelho. Estranhamente, o herói sente um formigamento na base da nuca.

- É lindo, vou guardar lá na minha Fortaleza, está bem?

E assim, o kryptoniano permanece no orfanato até que todos presentes tivessem recebido sua devida atenção.

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Naquela tarde, Nevel soca com toda a força sua caríssima mesa de mogno; ele está furioso, é possível ver as veias saltando em sua testa, seu rosto está vermelho, seus olhos esbugalhados.

- Maldição!!! Disseram-me que essa maldita pedra tinha as mesmas propriedades da kryptonita!!! O que aconteceu? Por que o Superman não morreu?

Valerie, a vice-presidente da companhia, apenas o observava, enquanto saboreava um Martini.

- Valerie!!! Que explicação você tem para me dar?

- Ora, eu não sou cientista, Nevel. E o gênio aqui é você, lembra-se?

O bilionário segura com força seu rosto, soca a mesa, faz de tudo para tentar aliviar o ódio que lhe percorre a espinha.

- Nevel, o jogo continua. Não deu certo, fiz tudo como você solicitou, até achei uma funcionária da NevelCorp que presta serviços como voluntária no orfanato e lhe pedi que desse a escultura ao Superman...

Com cara de poucos amigos, Nevel grita.

- DEMITA ESSA MULHER!

A mulher arqueia suas sobrancelhas.

- Mas o que ela tem a ver com isso, Nevel?

- Eu não quero saber! Demita-a! E demita também o maldito Sommer, que me iludiu com essa kryptonita lastimável.

- Okay, que seja...

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Alheio ao que o Presidente e a Vice-Presidente da NevelCorp discutiam, Freddie voava à noite pela cidade, depois de deixar a escultura em seu apartamento. Estranhamente, estava sem vontade alguma de vigiar Seattle.

Ele olha para o estádio da cidade. O Seattle Mariners estava jogando, Freddie era fanático por baseball.

O herói resolve se dar uma folga, aproximando-se do estádio e sentando acima dos refletores principais para observar a partida. Seu time estava perdendo por 52 a 47. Ao ver o placar, seus olhos instantaneamente se inflamam de raiva.

Freddie observa enquanto o principal jogador do time adversário corre para um home run. Fizesse os pontos, e a partida estava ganha.

Então, o rapaz enche seus pulmões de ar e solta um sopro direcionado nas pernas do jogador, que cai feio e se machuca. Freddie sorri ao presenciar tal cena.

O lançador da equipe adversária lança a bola em direção ao rebatedor, que perderia o lance, mas Freddie sutilmente assoprou a bola, mudando sua direção e fazendo com que o rebatedor do Seattle a acertasse em cheio. Para ajudar seu time, Freddie, em supervelocidade, dá ‘uma força’ à bola, atirando-a na arquibancada, onde atinge uma mulher na testa, fazendo-a desmaiar.

Por fim, com todos seus jogadores atravessando o campo e o tempo terminado, o Seattle acaba por virar a partida: 53 a 52.

Satisfeito, o herói volta para casa. Estava com vontade de fazer amor com sua noiva.

Entrando pela janela do apartamento, ele retira seu uniforme, pega a kryptonita roxa e logo a seguir se deita na cama do casal, onde Sam já ressonava. Freddie fica em cima dela, beijando-lhe o pescoço.

- Hummm? - ela geme, sonolenta - Freddie? O- o que você quer...?

- Você sabe.

Com os olhos semicerrados, ela olha para o rádio relógio, eram duas da manhã.

- Meu Deus, é madrugada... deixa eu dormir... vai impedir algum assalto em Detroit ou em Londres... ou um terremoto nas Filipinas...

Ignorando sua noiva, ele continua a beijar seu pescoço, a garota começa a sorrir com as carícias.

- Eh, eh... ai, para com isso... ai, Freddie...

Por fim, Sam se dá por vencida. Ela o abraça pelo pescoço e compartilha com ele um profundo e apaixonado beijo.

- Okay, nerd... a Mamãe vai dar o que você quer...

Freddie rasga sem nenhuma delicadeza a camisola e a calcinha de Sam, que se surpreende com o gesto, mas entra no jogo: finca as unhas nas costas dele (algo raro de acontecer com o Homem de Aço) e cola seus lábios profundamente aos de Freddie. O rapaz distribui beijos por todo o corpo da garota, que se arrepia.

Eles se conectam e, após movimentos bruscos e suados, alguns minutos depois, Sam suspira, extenuada, mas satisfeita.

- Uau... uau... o que... foi isso?

Freddie apenas sorri. Sam se abraça a ele e em poucos minutos está dormindo profundamente. Ele a joga de lado, coloca a kryptonita roxa na caixa de chumbo e continua deitado. Seus olhos estão incandescentes.

No dia seguinte, Freddie tinha obrigações a cumprir como sua identidade civil, mas não tinha nenhuma vontade fazê-las. Decidira ir a praia cubana de Varadero, onde simplesmente se deitou na areia e ficou absorvendo energia solar, isso usando o seu disfarce. Os turistas o fotografavam, curiosos.

Uma garota começa a gritar desesperada por socorro; estava nadando a uma profundidade de dois metros, quando sentiu uma câimbra na panturrilha.

- Socorro! Socorro!

Não havia ninguém muito próximo dela. Surpreendentemente, Superman não se moveu. Desesperado, um senhor idoso se aproxima dele e começa a balançar seu ombro.

- Superman! Aquela moça está se afogando, e o salva-vidas não vai conseguir alcançá-la a tempo!

- E eu com isso?

- Você pode salvá-la, vá atrás dela, por favor! Pelo amor de Deus, homem!

- Merda... não se pode nem descansar direito!

A contragosto, o herói voa em direção à afogada, que a esta altura já estava desfalecida, agarrando-a descuidadamente pelo braço esquerdo como se fosse uma boneca de pano, e trazendo-a à praia.

Ele a joga sem nenhum cuidado na areia, tanto que a garota cai de bruços.

- Se alguém souber fazer respiração boca-a-boca, é uma boa hora. Eu não vou fazer isso, essa mina é feia demais. - após dizê-lo, o kryptoniano simplesmente alça voo e desaparece, em direção a uma praia mais deserta.

Um salva-vidas corre para prestar os primeiros-socorros à afogada, e felizmente consegue trazê-la de volta.

Todos os turistas se perguntavam assustados se aquele realmente era o Superman, conhecido por sua educação e boa vontade; aquele ‘salvamento’ fora algo muito longe de ser gentil...

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Em sua sacada, Carly Lane observa a cidade, com seu movimento corriqueiro do horário das 9 da noite, no qual alguns poucos cidadãos estão retornando para suas residências.

Nevel estava viajando, motivo pelo qual ela estava em seu belo apartamento, simplesmente curtindo a vista da cidade na qual reside desde criança. Como não esperava visita, ela vestia um bonito e sexy robe vermelho que contrasta com seus cabelos escuros e longos.

De repente, um som de ar se movendo rapidamente chama a sua atenção, e ao seu lado, encostado na mureta, encontrava-se o Homem de Aço.

- Kal? O que você está fazendo aqui?

- Eu vim... visitá-la.

- Ora, que honra... aceita uma bebida? - Carly na verdade oferecera por educação, sabia que o Superman jamais aceitaria bebidas alcoólicas.

- Claro.

Um pouco espantada, ela serve uma dose de Martini para o kryptoniano, que toma tudo num gole.

Ele se põe à frente dela, encarando-a diretamente nos olhos. Carly tem a nítida impressão de que algo no olhar do Superman havia mudado.

- Me diga, por que raios você está com aquele panaca do Papperman?

Carly se vira, na tentativa de entrar em seu apartamento, o que Kal-El impede, pegando-a sem muita gentileza pelo braço, obrigando a morena a se virar para ele novamente.

- Me diga!

Ela desvia o olhar.

- Kal, eu... não lhe devo satisfações. E você é a última pessoa do mundo que poderia me recriminar, sabe bem disso.

O alienígena pega a ponta do queixo da morena e a faz olhar em sua direção. Os olhos dela estavam brilhantes, sinal de que estava prestes a chorar.

Sutilmente, ele se aproxima e cola seus lábios aos dela, que, em princípio, reluta, mas, depois de certa insistência, acaba por ceder e aceitar o beijo. Os lábios dos dois se movem delicadamente, mas, à medida que o tempo passa, o beijo se torna mais urgente e apaixonado. As mãos dela pousam na cintura do kryptoniano, ansiando por tocá-lo.

Por sua vez, sem quebrar o beijo, Kal move suas mãos até os ombros da garota, abrindo o robe e deixando-o cair ao chão. Agora com parte das costas dela desnuda, ele desliza suas mãos sobre a pele dela, fazendo-a arrepiar.

A cada segundo as carícias ficam mais pesadas e, ansioso por vê-la, o alienígena acaba por afastar as duas finas alças da camisola vermelha de Carly, que cai ao chão, deixando-a seminua.

Kal se separa, com um semblante pesado, e olha para o corpo dela. Seus olhos estão incandescentes, a atmosfera que ronda o ambiente exala luxúria.

Ele se inclina e volta a beijá-la.

Carly seria sua naquela noite mesmo.