SEMANAS DEPOIS...

—Ayato! Eu preciso falar com você...-Segurei o braço de Ayato.

Eu odiava o ver sempre na escola e me sentir ignorada.

—Eu não tenho nada pra falar com você!.-Ele puxou seu braço e saiu andando.

—Ayato!.-corri até ficar de frente pra ele e o empurrei colocando-o de costas contra a parede.-Querendo ou não você vai me ouvir!.-Endureci a expressão segurando a sua brusa com uma mão e colocando o dedo em seu rosto com a outra.-Eu não aguentei vocês bebendo o meu sangue por todo esse tempo pra vocês me tratarem como se eu fosse uma qualquer...

—Você não parece ter se importado com "todo esse tempo" quando foi com eles...

—Não seja idiota! Eu fui sequestrada! Eu não entendo esse mundo de...-Olhei ao redor pra ver se tinha alguem.-Vampiros, então eu continuo com eles e apesar de gostar muito deles estou fraca pra ca****. Acredite, isso não é legal e eu estou com um mal pressentimento sobre isso. Eu ouvi a uns dias eles falando sobre o seu pai e que eles não podem decepciona-lo.

—Aquele homem nunca foi meu pai de verdade.

—Isso não vem ao caso. Eu estou mais fraca do que nunca, toda hora vem um e me tira sangue. Eu não aguento mais esse inferno.

—Esta se queixando, Akemí?.-ele sorriu debochado.-Até onde eu sei você se tornou uma "Gatinha masoquista"...

—É o Kou que me chama assim e...

—O que vocês ainda estão fazendo por aqui?.-Meu coração gelou.

—Bom, pelo menos eu estou feliz de me livrar de você.-Tomei coragem pra encarar Reiji.

—Seu sangue esta fazendo um pouco de falta, mas não fique se achando a tal.

—Esta assumindo que faço falta?

—Estou assumindo que o seu sangue faz falta! Outra como você eu arrumaria em um prostibulo.-Ele deu as costas e saiu andando meu queixo chegou nos meus pés.

—Ele acabou de me chamar de vadia extrangeira?

—Bom, você veio da coreia então provavelmente sim!

—Idiota! E eu espero que você não continue com essa cara pro meu lado. Diz ai.. Não quer matar o atraso não?.-Mostrei o ombro com um sorriso de malicia.

—Não, obrigado.-Ele saiu andando.

Como assim? Ayato nunca me regeitou, muito menos meu sangue.

Bufei e marchei pra sala xingando os Sakamaki de tudo quanto é nome. Só não chamei eles de santo.

Tive que aguentar o olhar de Kanato sobre mim pelo resto da aula.

Eu odeio essa escola. Suspirei peguei minhas coisas e me retirei da sala.

Enquanto eu caminhava me puxaram pra dentro de uma das salas e sem que eu tivesse tempo de assimilar algo, perfuraram meu pescoço.

Reconheceria aquele cabelo em qualquer lugar.

—Re-reiji-sama.

—Cale a boca e me deixe beber seu sangue.-Respirei fundo tentando regular a respiração.

Quando ele me soltou vi um sorriso maldoso em seu rosto.

—Escreva o que digo, Akemí: você ainda voltara para nós...-Ele desapareceu.

Sai da sala e caminhei até a saida encontrando os Mukami.

—Porque demorou tanto, M neko-chan?

—Eu...-Hesitei em dizer a verdade.-Passei mal e... e vomitei um pouco.-Falei fingindo estar fraca.

o olho direito de Kou mais uma vez ficou vermelho me assustando.

—Bem, melhor irmos logo.

—Claro.-Apressei o passo.

Chegamos na mansão e eu corri pro meu quarto. Chegando lá dei de cara com Kou deitado na minha cama encarando o teto.

—Ei, o que esta fazendo aqui?

—Onde você estava, M neko-chan? E não me venha com a história de estar passando mal que nessa eu não vou cair.

—D-do que você e-esta fa-falando?

—Você sabe muito bem do que estou falando. Eu sou uma pessoa muito entuitiva e não acredito em mentiras.

Eu não sei o que fazer. Eu não posso simplesmente me entregar.

—Eu estava com um conhecido...

—Você e eu sabemos que isso não é de um todo verdade.-Kou passou a engatinhar na cama até mim.

Kou agarrou a minha cintura e me jogou em baixo do seu corpo.

—Vamos lá, gatinha masoquista, me conte tudo...

—Você sabe que tudo tem um preço. Você mesmo me ensinou isso.

—E você sabe que nem tudo tem o seu valor.-Ele sorriu. Depois de longos minutos em silêncio ele resolveu falar.-Não vai dizer mesmo não é?!.-Fiz que não com a cabeça.-Vamos fazer o seguinte se você for uma boa menina e me contar, eu vou te recompensar.

—Estamos falando de negócios?.-Sorri.-E se eu não me agradar dessa recompensa?

—Garanto que vai...

—E se não?

—Então eu te dou outra coisa, ainda melhor.-Sorri.

—Com Reiji. Ele me puxou pra dentro de uma das salas.

—E...?

—Me mordeu.-mostrei o pescoço. Sorri nervosa.

—Tudo bem, isso é frustrante.-Kou soltou grunhido e eu pensei que ele fosse me esganar.-Apesar disso, você foi uma boa garota.-Ele me encarou.-E merece uma recompensa.

Depois de breve segundos me encarando ele me beijou.

Sua língua pediu passagem e eu concedi afundando meus dedos em seus cabelos.

O que eu poderia dizer? Eles simplesmente beijam maravilhosamente bem.

Todos eles são bons no que fazem. Eu não poderia escolher o melhor.

—Esta se empolgando demais, não acha?.-Kou saiu de cima de mim um pouco constrangido. Acho que foi por essa cena.

Sem que eu tivesse tempo de responder ele sumiu me deixando sozinha.

—Você anda muito rodada, piranha!.-Yuma apareceu sentado na ponta da minha cama e eu me apoiei nos cotovelos.

—Yuma! Resolveu dar as caras? Deixa eu adivinhar, veio matar a saudade?

—Você é tão convencida!.-Ele sorriu.

—Nada que um tempo com Ayato não ajude. O que esta fazendo aqui?

—Boca seca.-Ele fez uma cara como se estivesse lembrando de algo muito ruim.-Venha aqui!.-ele ordenou apontando pro chão no meio das suas pernas.

E eu obedeci como uma presa bem comportada que eu sou. Hehehe espera só o golpe.

Ele se levantou ficando mais alto do que eu.

Ele segurou minha nuca e encarou meus olhos com tanta intensidade quanto eu encarava os dele.

—Aproveite enquanto ainda estou aqui.-Sussurrei sentindo suas presas em meu pescoço segundos depois.

Eles estavam conseguindo acabar com toda a minha fortaleza.

Eu não tenho mais forças pra lutar contra qualquer coisa.

A cada instante que passo na presença de cada um deles é como se tudo fosse tirado de mim, até a vida... Vida que não foi concedida por eles e, sim por Deus.

O mesmo Deus que me permitiu estar aqui e passar por cada um deles, o Deus que me permitiu ser torturada todos os dias por eles.

Mas eu ainda o amo acima de tudo e de todos e não o negarei diante de nada nem de ninguém, mesmo que eu morra ou seja obrigada a coisas terríveis, eu não o negarei.

Antes de apagar apoiei meu corpo no de Yuma que ainda bebia meu sangue.