Sua Perdição...

Garotinha da mente suja!


—Você fez isso de novo.-suspirei encarando o teto.
—Admita você adora acordar no meu quarto.
—Você poderia muito bem me deixar onde eu estava.-o encarei com a mão na testa.
—Eu sinto saudade...
—De que?
—Das rosas da mansão...-sorri sonhadora.
—Como pode sentir saudades do seu inferno particular?.-perguntou levantando um pouco a voz.
—Aqui não esta ficando muito diferente de lá e, tem mais, como eu não sentiria saudade daquelas delicias?.-sorri pervertida.-Os Sakamaki podem ser cruéis, sádicos e pervertidos, mas são uma tentação...
—Sakamaki isso, Sakamaki aquilo! Você não se cansa de falar sobre eles?.-Ruki se intrometeu na conversa. Ele agarrou o meu braço.-Quando vai entender que nós vampiros não sentimos nada por seres inferiores como vocês?.- ele apertou mais meu braço e me arrastou pra pelos corredores da casa chamando atenção dos garotos que nos seguiram.
—Ruki, o que deu em você?.-Kou questionou assustado.
—Vocês estão se apegando demais a essa garota tosca e inútil. Ela é apenas nossa presa e não nossa amiga.-Ele mordeu meu pescoço com certa urgência.
—AAIIII tá drogado garoto?.-elevei a voz enquanto ele me apertava mais e mais como se quisesse quebrar todos os meus ossos antes de acabar com meu sangue.-Me-me larga.-bati nele até senti minhas forças indo embora.
Ruki me jogou sobre seu ombro.
Eu dava mais pra uma gelatina ambulante do que pra uma pessoa.
Ruki seguiu até o final do corredor com os garotos atrás de nós.
Quando ouvi uma porta que parecia pesada se abrir.
Dedusi que fosse ser jogada lá dentro.
Com minhas ultimas forças levantei o rosto e encarei Yuma, Kou e Azusa.
—Me... Ajudem.-sussurrei antes de ser jogada com brutalidade dentro do comodo em uma superfície não muito confortável.
—Ruki-kun...-tentei falar algo antes da porta de ferro ser fechada.
Esse lugar é frio, úmido e completamente escuro.
Eu só tenho uma refeição por dia e não sei a quanto tempo estou aqui.
Dias ou semanas eis a questão...
Sou tratada como um animal e só recebo visita quando um deles vem beber meu sangue.
Eu já não aguento mais esse inferno.
Ruki havia acabado de sair daqui e eu estava morrendo de cansasso.
Me virei no colchão e Fechei os olhos suspirando.
—Hora de ir Chichinashi.
Foi tudo tão rápido, não tive tempo de raciocinar.
Quando percebi estava ao lado do safáris da mansão.
Olhei ao redor buscando uma resposta e a encontrei, nos olhos de Ayato.
Seus olhos estavam vidrados na janela de um dos corredores.
Segui o olhar de Ayato e vi Ruki com um olhar frio pra Ayato.
Olhei pra Ayato novamente enquanto seus lábios se moviam formando a palavra "minha" antes de sumirmos dali.
Em questão de segundos estavamos na floresta perto da mansão Sakamaki.
Ayato me pos no chão com delicadeza antes de endurecer a expressão e me empurrar contra a árvore atrás de mim.
Senti meu coração palpitar de tanto medo.
—O que vai...
—Pense duas, três, dez, mil vezes até que a resposta seja "não devo fugir do meu dono". Você é minha.-rangeu os dentes e rasgou um lado da minha blusa.
Senti seus dentes rasgarem minha pele sem nenhuma dó ou piedade.
—Ay-Ayato.-segurei seus ombros.
Ele passou uns segundos com os dentes cravados na minha clavícula, mas quando me encarou seus dentes estavam vermelhos e do canto de sua boca escorria um filete de sangue.
—Você é minha entendeu?.-ele beijou minha boca.
—Sim, entendi.-não tive tempo de recuperar o folego, Ayato me beijou novamente.
Ele colocou uma das mãos na minha cintura me empurrando contra a árvore e a outra no meu cabelo me segurando com firmeza.
Nossas línguas dançavam em um ritmo rápido e intenso.
Em momento algum minhas mãos saíram do seu ombro mas dessa vez eu o puxava em vez de empurra-lo.
—A quem você pertence, Chichinashi?.-ele me encarou com fúria com a sua testa na minha.
—A ninguém.-Ayato aumentou a voz me apertando mais contra a árvore me deixando com falta de ar.
—A. Quem. Você. Pertence?.-ele frase gritou e aquilo me assustou.
—A você.-sussurrei assustada.
—E somente a quem?
—A você Ayato.
—Por tanto nem pense em fugir novamente, ouviu?.-fiz que sim com a cabeça e Ayato beijou a minha testa.-Vamor embora.
Ele pegou minha mão e saiu me puxando até a mansão.
—Olha quem esta de volta.-ouvi a voz de Raito se fazer presente e senti um arrepio na espinha.
—A traidora.-Kanato apareceu do nada na minha frente.
—Ayato.-Balbuciei me encolhento atrás de Ayato e segurando sua camisa como uma garotinha assustada.
—Eu não acredito que aqueles caras te domesticaram.-Ayato sorriu descrente.

UM TEMPO DEPOIS...

—Você é uma imprestável. Nem pra isso serve?.-Reiji disse frio.
—A única coisa que eu sei é que eles falaram sobre ser Adão e que seu pai tinha algo nessa história.-vi um sorriso mínimo se formar no rosto de Reiji.
—Entendo. É só isso que sabe?
—Sim.
—Pode se retirar.
—Com licença.-Me levantei do sofá e fiz uma pequena reverencia antes de ir dormir.
Assim que me deitei e fechei os olhos senti uma respiração no meu pescoço.
—Você fez falta, Putinha.-braços passaram pela minha cintura.
—Ra-Raito-kun por favor. Eu não aguento mais...-suspirei me virando pro seu lado deixando-me cara a cara a cara com ele.
Pela escuridão que invadia o quarto não pude observar seu rosto mas pude sentir o peso do seu olhar sobre mim.
—Fiquei sabendo que aqueles caras te trataram feito um animal... Tadinho do meu brinquedinho. Deve ter sofrido tanto com aqueles monstros.-Raito fez uma voz sedutora no final e acariciou meu rosto com a mão que anteriormente estava em minha cintura e que em seguida se pos a alisar meus cabelos.-Senti sua falta, Bitch-chan.
Ele colocou o meu cabelo pra trás e a segurou minha cintura.
Seus lábios tocaram o meu ombro o beijando antes de morde-lo.
—Raito-kun, esta me machucando.
—Sim, esta. E o que vai fazer? Sair correndo como naquele dia?.-ele mordeu meu pescoço sem qualquer delicadeza dessa vez.
—Pensou em aproveitar sem mim, irmãozinho? A voz de Kanato se fez presente. O acolchoado atrás de mim afundou. Ele não demorou muito e mordeu o meu ombro perto de onde Raito havia me mordido.
—Eu não vou aguentar.-sussurrei meio desesperada tentando me soltar.
—SOCORRO!.-Gritei me debatendo na cama.
—O que fazem uma hora dessas deitados na cama de uma garota virgem e inocente?.-Subaru se revelou quando acendeu a luz sorri pra ele demonstrando meu alívio.
—Subaru, não estrague a festa. Não quer se juntar a nós?.-Raito disse e passou seus dedos no meu pescoço levando-os aos lábios em seguida.
—Subaru.-falei fraco e empurrei Raito e Kanato e corri pra fora do quarto.
—AYATO!.-Choraminguei correndo pelo corredor como uma criança pequena.-AYATOO!.-Gritei chorando ainda mais.
Senti minhas pernas ficarem moles e a cada passo dado no corredor.
Comecei a ofegar do nada e me segurei nas paredes tentando não cair.
Senti uma forte tontura e tombei pra trás caindo no chão.
—Ayato...-Sussurrei tentando me levantar.
O ar lentamente ia embora dos meus pulmões, minha vista se tornava negra até minha consciência ir embora.
—AKEMÍ!.-A última coisa que ouvi foi a voz de Ayato gritando meu nome.

P.O.V Ayato...

—Akemí! Akemí! Acorde, vamos lá!.-Chequei seu pulso. Quase não tinha.-Akemí..
—O que esta acontecendo aqui?.-Reiji apareceu do outro lado do corpo de Akemí.
—VAI FICAR AI OLHANDO?.-Gritei com Reiji.
—Isso não é muito incomum. Um simples desmaio. Acontece com esse ser o tempo todo...
—Não esta ouvindo o coração dela? Não esta vendo como ela esta pálida?!
—Não dúvido nada que esteja ficando anêmica.
—E vai ficar ai plantado?.-Peguei Akemí e a levei para o meu quarto.
—Fala sério? Vai deita-la em um sofá?.-O folgado do Subaru sentou no outro sofá.
—E o que você sugere, colocarmos ela no caixão que esta no seu quarto? É bom porque assim nós aproveitamos e já enterramos ela de uma vez.-falei sarcástico.
—Não, ela tem o próprio quarto e a própria cama, porque não deixa-la lá?
—Pra vocês a matarem de uma vez? Nem a pau.
—Deixem de ladainha.-Reiji se avproximou da Chichinashi e pos a mão na testa dela.
—Ela está ardendo em febre. Como não perceberam isso antes?
—Nossa, não exagere tanto. Não pode ser tão...-Shu tocou a testa de Akemí e seus olhos se arregalaram.-Impiedoso Drácula. Ela esta queimando como fogo.
—Achou que eu estivesse mentindo, imprestável?
—Parem com isso, nossa Bitch-chan esta mal.
—O que vocês todos estão fazendo aqui? Saiam já do meu quarto!.-elevei a voz vendo todos dentro do meu quarto.
—Nem pense que vou sair daqui sem ela.-Subaru disse e os outros concordaram.
—Tanto faz.-revirei os olhos.
—É melhor eu fazer um chá pra essa barata descascada.-Reiji saiu do quarto.
—Um doce em?!.-ironizei.
—Se quiserem ficar ai, fiquem mas não venham atrás de mim.-Peguei Akemí e segui para seu quarto, a coloquei na cama e a cobri.
Me sentei em sua poultrona e esperei Reiji com o chá.
—Se emportaria em dar pra ela?estou muito ocupado.
Não disse nada apenas elevei seu tronco de modo que pudesse ficar sentada.
Peguei a bandeja das mãos de Reiji e coloquei sobre a cama.
—Isso por acaso, não é um dos famosos "chá preto" não é?!.-perguntei desconfiado.
—Não.-falou como se fosse óbvio.-É chá de gengibre. Pode provar se quiser.
—Odeio chá.-Coloquei a lingua pra fora. Derramei o liquido do bule na xícara e com o polegar abri os lábios de Akemí colocando o chá aos poucos dentro de sua boca.
Reiji saiu do quarto e eu terminei de lhe dar o chá.
Quando acabei coloquei a bandeja no criado mudo e apaguei a luz me deitando ao seu lado.
Emaranhei meus dedos em seu cabelo e contemplei sua beleza.
—Ninguém mandou deixar outra pessoa te morder.-falei carrancudo.

P.O.V Akemí...

Assim que minha consciência voltou, abri os olhos.
—Pensei que não fosse acordar mais.-Ayato sorriu.-Estou com sede.-seu sorriso se alargou mais.
—Ay-ayato....
—Estou brincando. Como você esta?
—Melhor.-E senti os lábios de Ayato na minha testa.
—Você realmente só sabe causar problemas.-Agora foi a vez dos meus lábios serem beijados.

JÁ A NOITE...

—Eva!.-Azusa invadiu a sala.
—Azusa-kun? O que aconteceu?
—É o Ruki. Ele foi...-Não esperei ele terminar a fala e caminhei em sua direção.
—Você não vai!.-Kanato agarrou meu braço.-Se você não ficar comigo não ficará com mais ninguém.-Ele agarrou meu pescoço com a outra mão.
—Desculpe por isso, Kanato.-Azusa jogou Teddy na lareira.
—AZUSAAA!.-Kanato me soltou pra chorar pelo urso. Que viadagem. Prefere um urso de pelúcia a uma garota.
Azusa me levou de volta pra mansão Mukami. Quando chegamos lá já era tarde da noite.
—Ruki-kun.-Falei tocando seu braço como se ele fosse feito de porcelana.-O que aconteceu?
—Hoje quando havia acabado de anoitecer fomos atacados e Ruki fez isso por minha culpa...
—Não fale besteiras, pirralho!.-Yuma deu um tapa na cabeca de Azusa.
—Mas é verdade, se eu não fosse tão fraco e...
—Azusa-kun! Eu não sei o que aconteceu mas você não é o culpado, okay?.-O abracei cheirando seus cabelos.
—Nós fomos atacados por lobos.-Kou falou.
—Lobos?.-Eles me contaram toda a história e eu fiquei boquiaberto. Quando os garotos saíram do quarto
Não tirei os olhos de Ruki nem por um instante.
—Você é tão lindo.-Falei o devorando com os olhos.
—Não é pra tanto.-Me admirei ao ouvir sua voz que parecia irritada.
—-Ruki-kun. Que bom que acordou.-sorri mirando os seus olhos
—Estava paquerando um moribundo em seu leito de morte.- me pareceu uma piada apesar de eu não ouvir ele rir.
—N-não é nada disso!
—Vou acreditar.-Ruki tentou se levantar então eu o ajudei.-O que esta fazendo aqui? Pensei que depois de tudo você nunca mais me olharia nos olhos.
—Ruki-kun está machucado em tão eu vim.
—Você é diferente...
—Hum?
—Qualquer pessoa no seu lugar teria acabado de me matar.
—M-matar? Nunca!
—Você é tão ingênua. E é isso que eu acho bonito em você, sua inocência.
—Esta me chama do de feia.-Ouvi a risada de Ruki .-Você de novo?.-Fiz uma careta e me virei pra porta onde ruki olhava.
—Ayato! Você esta ferido!
—Não me diga...-Ironizou.
—Atacaram vocês também?.-Ruki o encarou serio.
—Sim. Fixaram um estrago danado, mas, não mataram ninguém. Você tem uma sorte do cão, despeitada!
—Então você acha que estão atrás da...
—Eles querem você, Akemí!.-Ayato me olhou.
—Se eu causo tantos problemas eu vou...
—Não seja burra, eu não vou facilitar o trabalho desses idiotas.
—Mas se eu ficar... Todos vão morrer.
—Deixe de dizer bobagens. Precisamos ficar juntos.-Ruki me encarou com os braços cruzados.-Se ficarmos juntos, temos uma chance! O que acha Akemí?
—Eu... Olha, depende de vocês. Eu não assumo responsabilidade!.-Dei de ombros.
—Então, por mim tudo bem. Mas, saiba que eu não vou deixar ela pra vocês.-Ayato agarrou minha cintura me aproximando de seu corpo.
—Digo o mesmo.-Senti as mãos de Ruki na minha cintura e senti sua respiração no meu pescoço.
—EI, EI, EI! Pode parar. Que safadeza é essa?.-Sai bruscamente do meio dos dois.
—Do que você esta falando?.-Ruki questionou com uma expressão confusa.
—Haha. Eu sei muito bem o que você esta pensando. Que garotinha da mente suja! Isso nem se passou pela minha cabeça. Eu já disse que você é só minha.-Ayato gargalhou alto e eu senti meu rosto esquentar. Ruki, tadinho, ficou totalmente confuso.