Stay with me

My Knight in Shining Armor


Terei o maior cuidado, pois não quero pressionar Marguerite, não quero que note que estou indo atrás dela como se eu fosse um detetive, obterei as informações que puder sobre o que esconde de mim e depois irei confrontá-la, direi que tenho o interesse de protegê-la porque a amo, nada mais que isso. A última coisa que eu pretendo é perdê-la de vista ou deixá-la sozinha. Mais cedo ou mais tarde Marguerite descobrirá que nunca lhe abandonarei, mas agora eu preciso de respostas.

Lorde Roxton pensava exatamente assim enquanto seu carro perseguia o de Marguerite pelas avenidas de Londres, só que ele tava tão absorvido em seu pensamento que por pouco não perdeu a curva. John percebeu que estavam passando perto de sua residência, mas ele sabia que Marguerite também não conhece seu endereço, por isso ficou impressionado quando descobriu que realmente moravam próximos. Até nisso havia uma coincidência do destino, a mesma coincidência que a levou ser uma agente tripla na guerra e ele tava por trás do plano, a mesma coincidência de Avebury na infância deles e também na expedição ao platô. Tinha que ter uma explicação para essas coisas!!!!

Marguerite saltou do carro na Prince Consort Road e lorde Roxton parou atrás de uma árvore tentando decidir o que era melhor, se deveria descer ou esperar mais um pouco. John observou que havia uma cerca que bloqueava o quintal da imensa casa que supostamente Marguerite mora, ele observou o lindo jardim e a exuberância da mansão. Com todo o cuidado desceu do carro e avançou enquanto ela seguia em direção a porta, só que de repente Roxton parou de andar quando avistou um estranho no jardim, Marguerite também percebeu a presença do mercenário e tentou entrar em casa para se trancar, só que o estranho foi bem mais rápido e conseguiu puxá-la para dentro. Nesse momento o coração de lorde Roxton acelerou e ele se desesperou, então seu primeiro impulso foi atravessar a rua correndo, cruzando o jardim em disparada. Estava ficando irritado outra vez, com pavor de cometer outro erro ou de estar sendo enganado, mas uma força inexplicável empurrava seu corpo para frente. John encontrou a porta escancarada e sinais de luta na sala, que por sinal era ampla e luxuosa, só que ele não estava interessado na decoração do local, pois não tinha cabeça para mais nada, só desejava encontrá-la antes que fosse tarde demais. Para sua sorte, achou uma estátua quebrada no chão perto da escada, era mais uma pista, o sinal que Marguerite tinha sido arrastada para o segundo andar da casa, dessa forma, Roxton ergueu os olhos dominado por um medo súbito e subiu a escada às pressas.

Agora Lorde Roxton estava andando no corredor cheio de quartos e ele pisava com cautela para não fazer barulho, pois ainda não sabia em qual quarto Marguerite estava, porém sua habilidade de caçador o ajudou e logo descobriu o que gostaria, então não teve dúvidas, meteu o pé na porta e arrombou. Encontrou o estranho pressionando sua Marguerite contra a parede e ficou olhando para os dois, nessa hora Marguerite ficou tão surpresa quanto o mercenário, mas nenhum dos 3 teve uma reação.

— O que deseja? – Perguntou o mercenário aturdido.

— Solta ela! – Roxton ordenou parecendo um valente cavaleiro de armadura prateada.

— John não! – Marguerite suplicou com seus belos olhos verdes acinzentados.

— Não sei quem você é amigo, mas fique fora disso!

— Eu não sou seu amigo e vou falar só mais essa vez: Solta ela agora!

— Ou você o quê? – Perguntou o mercenário tirando a arma do cós e apontando para o outro, então vendo a ameaça e sem poder fazer muita coisa, Marguerite mordeu a mão dele, graças a isso, o mercenário se descuidou e Lorde Roxton conseguiu avançar sobre ele e desarmá-lo, mas a arma escapou para debaixo da cama. Os dois começaram uma briga e Roxton acertou o primeiro soco, enquanto Marguerite procurava resgatar o revólver. O mercenário parecia um louco e era bem treinado, por isso conseguiu revidar e acertou a face esquerda de Roxton, este caiu sobre a poltrona, mas se levantou rapidamente, em seguida, disparou outros dois socos sem sucesso contra o queixo do adversário, porém foi golpeado no estômago e caiu novamente, desta vez no chão.

— Nãoo!!!! – Gritou Marguerite vendo o amado sangrando, então ela se desespera mais ainda e entra debaixo da cama de qualquer jeito para alcançar a arma, porém o mercenário percebe o plano dela, agarra seus pés e lhe arrasta para fora. Por causa disso e com mais raiva, Roxton se levanta do chão e acerta um vaso na cabeça do agressor.

— Corra Marguerite, saia daqui! – John quer que ela fuja.

— Eu não vou deixar você!

— Quer parar de ser teimosa e me ouvir pelo menos uma vez na vida?

— Não! –Ela responde. – Ele não vai parar, temos que matá-lo! –Antes que Roxton diga qualquer coisa, Marguerite aproveita a ocasião e volta para baixo da cama, depois de 30 segundos ela retorna com o revólver e sem hesitar atira no mercenário.

— Se não se importa de me dizer quem é este. – John hesita ao olhar o corpo estendido sobre o tapete. – Quero que me conte no que você se meteu desta vez e quero a verdade, Marguerite!!!!

- Alguma chance de você mudar de idéia?

— Definitivamente não!

— Bom, já que esse dia não pode ficar melhor, eu acho que tenho uma longa história para contar, mas acho melhor a gente descer, pois o ambiente nesse quarto está de morrer.

Ao chegar novamente à sala e antes de iniciar a história, Marguerite faz um breve momento de suspense enquanto olha dentro dos olhos de Lorde Roxton, este, por sua vez, está paciente e espera que ela finalmente comece a narrativa. John pode ver através dos seus olhos a sua ansiedade e também o receio, mas reconhece que não existe outro meio de ajudá-la sem começar com a verdade, de qualquer forma os relatos não devem ser tão horríveis assim. Então Marguerite abre o jogo e conta tudo com muita calma para não assustá-lo mais do que gostaria, enquanto isso, ela estuda seus movimentos e as suas expressões faciais para descobrir o que passa dentro da cabeça dele, porque John não fala nada, ele apenas ouve tudo sem pronunciar uma única palavra. Só que quando ela acaba de contar, John se levanta, caminha um pouco e Marguerite aguarda o veredicto.

— Fala alguma coisa, Roxton! Agora você já sabe de tudo, você sabe que eu só queria manter todos vocês longe dos problem....

— Vou levá-la para minha casa!

— Perdão, mas o que disse? – Marguerite se levantou do sofá e esperava a confirmação do que saiu dos lábios dele.

— Isso mesmo que acabou de ouvir: Vou levá-la para minha casa, Marguerite. Jamais deixarei você aqui sozinha, sabendo que o Marechal está disposto matá-la para obter o que deseja.

— John este homem é um louco, você não sabe com quem está se metendo.

— E nem você, já que insiste em lidar com essa situação sozinha.

— Ele quer a minha cabeça e não a sua! – Marguerite insiste proteger Roxton, só que ele está irredutível.

— Se caça um, caça todos nós. Será que se lembra? Eu vou levá-la comigo e não se fala mais nisso.

— Se eu não quiser ir?

— Então terei que carregá-la nos ombros.

— John, por favor!

— Eu te amo!!! Proteger você se tornou prioridade em minha vida. Eu já perdi William, meu pai e agora a minha mãe....

— Eu sinto muito!!! – Marguerite nota a tristeza na voz dele.

— Não estou disposto a te perder também.

Não há mais argumentos para Marguerite, Roxton venceu e ela está perdida, necessita de sua ajuda, pois quando o Marechal descobrir sobre a morte de um dos seus melhores capangas, virá atrás dela com fogo nos olhos. Contra isto apenas um abraço apaixonado de Lorde Roxton poderá acalmar seu perturbado coração, tão cheio de dúvidas e perguntas sem respostas, por isso ele a abraça com toda afeição e em seguida se beijam para selar o novo pacto de proteção e cuidado recíproco. - Eu vou cuidar de você, não deixarei que façam mal a você e aos outros. - Prometeu Roxton. Com Marguerite sob o mesmo teto, Lorde Roxton ficará mais tranqüilo, pois além de mantê-la segura, terá a chance de viver seu amor sem a angústia de adormecer sem noticias dela.

— O que faremos com o corpo? – Marguerite não quer deixá-lo para apodrecer em sua casa, mas felizmente John tem uma boa idéia.

Durante o tempo que ela precisou para fazer as malas, Roxton esperou vasculhando a casa, ele observou os quadros e as obras de arte, de repente encontrou uma fotografia do casamento de Marguerite com o último marido. A fotografia estava quase escondida no móvel perto do piano, então segurando com os dedos, uma pontinha de ciúmes brotou dentro do peito do caçador. Ele não conseguia ignorar a inveja e o desconforto que sentiu ao olhar a imagem do casal sorrindo, só que não conseguiu retirar os olhos, pois a noiva parecia feliz e estava maravilhosa. Apesar do papel já está gasto, Roxton que era um excelente observador atentou para um detalhe em particular e nessa hora reconheceu o patife, pois lamentavelmente conhecia o marido de Marguerite. Roxton descobriu outra coincidência em sua história com Marguerite, porque anos depois ele se apaixonaria pela viúva do homem que comprou o gorila que matou Wiliiam, somente para pendurá-lo numa parede como troféu.

— John??? – Marguerite aparece na sala carregando duas pequenas malas. – Por que está segurando essa foto?

A resposta óbvia era um traidor na fotografia que gostou de ver um irmão matar o outro e se aproveitou da desgraça alheia para ganhar fama e poder, só que Roxton pensou mil vezes antes de responder, ele achou melhor guardar segredo, achou que não devia contar esse capítulo amargo para ela, pois só iria aborrecê-la e gerar constrangimentos, não era isso que o lorde pretendia. Roxton só queria sair logo daquela casa, pois temia encontrar o gorila empalhado em alguma parede daquela mansão, por isso devolveu a fotografia ao seu lugar e deu uma desculpa esfarrapada, em seguida carregou as malas de Marguerite enquanto botavam o plano de se livrar do corpo em ação. Felizmente deu tudo certo, então minutos depois eles já estavam dentro do carro rumo à mansão Roxton.