Capítulo 10

No outro dia, acordei a mil, e, por incrível que pareça, pulei da cama assim que o despertador tocou. Tomei banho, me arrumei e desci para tomar um suco. É, eu não tava a fim de comer cereal, mas, quem se importa? Achei estranho Zac ainda não ter descido. Ele se atrasa sempre, pensei. E acabei esquecendo disso. Tomei meu suco e comi uma torrada com geléia. Subi para escovar os dentes e nada de Zac! Fiquei realmente preocupado. Fui em direção ao nosso quarto e lá estava Zac tossindo feito um louco.

“Ei, cara, o que houve com você?” perguntei preocupado. Zac podia ser pentelho e tudo mais, mas, eu não podia desejar irmão melhor, ele sempre estava ao meu lado quando eu precisava, e eu, fazia o mesmo.

“Ontem à noite tomei um banho quente e estava frio demais para isso... É, deve ter sido isso mesmo.” Ele disse com a voz fraca. Ele realmente parecia mal. “Acho melhor eu não ir à escola hoje, pega as matérias para mim e manda um beijo para Emily?” Emily era a garota do 1º ano que estava ficando com Zac. Sim, acredite, tinha mesmo alguém ficando com Zac! Para ser mais específico, UMA GAROTA! Ri com meu pensamento.

“Ah, claro pego sim, e, quanto a Emily, falo com ela.” Sorri dando um tapinha de leve em suas costas. “Melhoras, cara!” falei.

“Obri...” ele não conseguiu terminar de falar de tanto que tossia. Saí dali de fininho, não queria ficar doente. Não mesmo.

Lembrei que eu havia subido para escovar os dentes, mas, não tinha escovado, então o fiz.

Desci as pressas vendo no meu relógio a hora que era, mas, ao chegar à cozinha, vi que meu relógio estava errado, ele devia ter parado ontem ou algo assim. Hm, dei de ombros.

Fui caminhando tranquilamente até a escola. Eu estava distraído cantarolando minha melodia sem letra. Quando, levo um susto: pequenas mãos cobrem meus olhos. Ouvi risinhos baixos que eu reconheceria mesmo se o mundo estivesse acabando. Abri um largo sorriso.

“Eu sei que é você, Hay.” Disse rindo enquanto soltava suas mãos e selava rapidamente nossos lábios.

“Ah.” Ela fingiu um tom de desapontamento, mas, não deu certo, e rimos de sua tentativa falha. “Cadê Zac?” ela perguntou olhando para os lados e pondo suas mãos nos bolsos detrás de sua calça jeans enquanto caminhávamos.

“Ele amanheceu doente, aí, não estava em condições de ir à escola.” Disse colocando minhas mãos no bolso do casaco, essa era realmente uma manhã fria. Ou melhor, congelante.

“Ah, sim... Mande melhoras para ele!” ela disse. “Grrrr” ela bateu o queixo. “Você não está congelando?” ela perguntou curiosa.

“Pode deixar, mando sim. Estou, hoje está estranhamente frio.” Disse esfregando minhas mãos tentando fazer com que o atrito provocasse calor.

“Verdade, verdade, esse mês em Franklin até que foi razoável.” Ela disse mordendo o lábio. O que? A gente estava conversando sobre o clima em Franklin? Oh, meu deus! Minha sorte foi que chegamos logo a escola, porque, nossa conversa estava decadente. Faltava assunto. Não, faltava um lugar para eu enfiar a minha cara! Ok, eu tinha que descobrir mais coisas dobre Hay, acabei percebendo que ela me conhecia muito mais do que eu a conhecia.

A minha primeira aula era de História, e a de Hayley foi de Espanhol, esse foi o único momento do dia em que ficamos separados. Todos os meus outros horários daquele dia coincidiam com os de Hayles, então, ela agora sentava mais perto de mim, conseqüentemente, eu não aprendia nada, porque ela era uma tremenda distração! Mas, eu realmente não ligava, só a queria perto de mim.

Na hora do intervalo, combinamos de almoçarmos juntos e depois caminharíamos. Mandei uma mensagem de texto para Zac avisando que eu passaria a tarde fora.

Almoçamos em uma lanchonete ali perto da escola mesmo. Conversamos e eu descobri mais sobre Hayley: descobri que ela já tinha escrito várias músicas, descobri que ela tinha medo de palhaços – bizarro, mas, enfim -, descobri que seus pais tinham se separado e esse foi o motivo de sua mudança, entre muitas outras coisas.

Depois do almoço, ficamos passeando de mãos dadas pela cidade e eu mostrei a ela alguns lugares legais de lá. Franklin podia ser uma cidade monótona de interior, mas, eu realmente gostava de lá, era meu lar.

Andamos pela mesma praça de ontem e encontramos Chad se agarrando a uma loira qualquer... Acho que era aquela tal de Lindsey, não tinha certeza.

“Você está bem?” perguntei a Hays.

“Ah, sim, claro! Quem liga pro Chad?” se virou sorrindo para mim e me beijou. Foi calmo, assim como da ultima vez, sem pressa, como se o mundo pudesse esperar, como se mais nada importasse, apenas nós dois. Quando acabou, esfreguei fraquinho nossos narizes e ela riu corada.

“Você fica linda vermelhinha!” falei rindo fitando seus lindos olhos verdes. E, ela ficou mais vermelha.

“Ah, para, assim eu morro de vergonha.” Ela disse rindo.

Fomos caminhando até a casa de Hayley, e ficamos conversando um pouco na porta de sua casa. Quando, aparece Jenna furiosa vindo em minha direção. Eu não tinha a mínima idéia do que ela iria fazer ou falar, apenas arregalei os olhos ao observar a fúria estampada em seu em seu rosto. Hayley notou o mesmo e a observou.

O que ela queria? Não tinha cansado de me incomodar?