Stay Strong

My heart beat out my chest


You lift my heart up
When the rest of me is down
You, you enchant me, even when you’re not around
If there are boundaries, I will try to knock them down
I’m latching on, babe, now I know what I have found

I feel we’re close enough
I want to lock in your love
I think we’re close enough
Could I lock in your love, baby

Now I’ve got you in my space
I won’t let go of you
Got you shackled in my embrace
I’m latching onto you

Now I’ve got you in my space
I won’t let go of you
Got you shackled in my embrace
I’m latching onto you

I’m so encaptured, got me wrapped up in your touch
Feel so enamored, hold me tight within your clutch
How do you do it? You got me losing every breath
What did you give me, to make my heart beat out my chest?

I feel we’re close enough
I want to lock in your love
I think we’re close enough
Could I lock in your love, baby
(
Latch - Boyce Avenue feat. Lia Marie)



— Droga — murmurei rolando pela cama procurando em vão uma posição que me fizesse dormir. Impossível, pois não era uma posição que barrava meu sono, eram meus pensamentos dispersos entre Oliver, Cooper, Bea e tudo o que uma família significava. Durante anos planejei casar com o cara popular da minha turma, planejei formar uma família ao lado do desgraçado e eu cheguei a um passo de ter isso, porém uma mentira me fez retroceder alguns passos, eu deveria dizer ao zero, mas foi graças a essa maldita mentira que eu ganhei o bem mais precioso da minha vida. Beatrice. Pensar nela faz clarear sonhos para um futuro inserto, me faz ter uma fé que nunca tive antes, porque agora antes de qualquer coisa ou qualquer pessoa vem ela. A cada dia que passa, cada centímetro que ela cresce, faz o elo que me liga a vida crescer. Eu pensei que a gravidez poderia salvar meu noivado fracasso com o Cooper, e graças a Deus eu não poderia estar mais enganada, estar grávida salvou a minha vida, eu teria desmoronado se não fosse por essa vida pulsante dentro de mim, me lembrando a todo instante pelo qual vale apena viver, amor. Quanto a Oliver, bem desde sábado não consigo tira-lo da cabeça. Fecho meus olhos e continuo visualizando a forma como as sobrancelhas dele se juntavam enquanto ele falava, ou a forma como os cantos da boca dele se levantavam em um sorriso cada vez que Bea chutava. Era inevitável não pensar em como as coisas seriam se fossemos um casal e esse bebe fosse nosso. Ele seria um bom pai, embora gritasse aos quatro ventos não querer isso pra vida dele algo me diz que ele seria, afinal homens bons tendem a ser bons pais, e ele é um bom homem.
Por fim acabei pegando no sono, já se passavam das quatro da manhã quando aconteceu e algo me dizia que assim que o maldito despertador começasse a soar eu me arrependeria. E foi bem assim mesmo que aconteceu, como se eu tivesse acabado de fechar os olhos fui obrigada a abri-los, me levantei e fui fazer a rotina de praxe, mas não iria trabalhar pela manhã, hoje era dia de ouvir o coraçãozinho da minha princesa. Como a consulta era um pouco mais tarde, Sara e John não poderiam me acompanhar e isso me deixou incomodada, mas eu não poderia cobrar isso deles, eles tinham responsabilidades e precisavam cumprir, só não queria passar por esse momento sozinha. De repente me ocorreu a idéia de ligar para Oliver, mas ele também era alguém ocupado e o que ele pensaria? essa louca está pensando que eu sou o pai da filha dela? Também não tínhamos tal intimidade para isso,descartei a hipótese prontamente e chamei um táxi. Acabou que cheguei na consulta atrasada como sempre, entrei no consultório cambaleando sobre meus saltos quase dando de cara no chão quando mãos grandes me ampararam, foi aí que eu tive certeza que Deus existe, como se estivesse ouvindo minhas preces Oliver estava ali.

— Oliver — continuei imóvel aproveitando a sensação boa que era ter meu corpo rodeado por suas mãos — o que faz aqui?

— Essa é Thea — disse me soltando sutilmente e me apresentando uma menina de jaleco branco. Eu senti meu rosto corar ao perceber seu olhar sair de mim e cair sobre Oliver sorrindo, parecia querer lhe dizer algo a mais o que me deixou confusa — Thea essa é Felicity.

— Muito prazer — estendi minha mão mas ela me surpreendeu ao me puxar para um abraço, okay eu não esperava por isso — é muito bom conhecê-la.

— Posso dizer o mesmo, estava esperando por isso — franzi o cenho confusa e vi Oliver a fuzilar com os olhos — acho que você é minha paciente atrasada, só um instante que vou buscar seu prontuário. — Okay, isso só poderia ser Deus brincando comigo, como eu vim parar exatamente no consultório da irmã dele? e porque raios o encontrei aqui? ele com certeza não veio fazer uma ultrassom também, veio?

— Com certeza não Felicity — escutei sua voz risonha me despertar dos meus devaneio, imediatamente senti minhas bochechas se aquecerem, mas que droga não consigo controlar essa maldita língua — Vim trazer Thea e aproveitei para conhecer o novo consultório dela, pode ficar tranqüila ela vai cuidar muito bem de você e dessa princesa — ele disse isso levando suas mãos a minha barriga, droga eu não queria pensar no que aquilo parecia mas era quase de supetão que esses pensamentos tomassem a minha mente, nos parecíamos um casal apaixonado esperando ansiosamente por seu bebê.

— Não vai ficar? — soltei levando uma mão até a testa fechando meus olhos com força — é claro que não você deve coisas mais importantes para fazer e eu não deveria ficar tomando seu tempo também não sei onde estava com a cabeça ao considerar que talvez você também quisesse ouvir o coraçãozinho dela mas o que isso tem de importância para você não é mesmo mal nos conhece e eu preciso parar de tagarelar e isso vai acontecer em 3 2 1 — soltei o ar dos meus pulmões e vi o rosto de dele se contorcer em duvida, ele parecia digerir cada palavra que eu disse.

— Está pronta para ouvir o coraçãozinho da Bea? — Thea voltou com alguns papeis em mãos, mas peraí, como ela sabe o nome da minha filha? Arqueei uma sobrancelha em duvida e vi Oliver dar de ombros. Sorri para ela assentindo e a vi se voltar para o irmão — você já pode ir Ollie, fico te aguardando no final do expediente, não demore.

Ele assentiu e nos deu as costas. Se eu tinha esperanças que ele ficasse? claro. Soltei um suspiro decepcionado e segui Thea até a maca, ela pediu que me deitasse quando alguém bateu a porta. Aproveitei que ela se foi e peguei meu celular na bolsa, liguei a câmera na filmadora e coloquei sobre a mesa, é claro que a ultrassom seria gravada, mas eu queria ter todos os detalhes registrados, até mesmo da minha .. o que ela seria? obstetra? dei de ombros e voltei para a maca. Me surpreendi quando Thea voltou com Oliver ao seu lado.

— Ei princesa, acho que tem mais alguém aqui por você — ela começou a passar um gel gelado em minha barriga, meus olhos porem estavam sobre ele. Eu não saberia colocar em palavras a emoção que eu senti quando um tum tum invadiu a sala. Algumas lagrimas começaram a cair dos meus olhos e meus lábios involuntariamente sorriam, o mesmo sorriso que estava no rosto de Oliver — vejam, aqui são os olhos dela, e que olhos .. são enormes como bolas de gude — em uníssono soltamos gargalhadas — ela está muito bem Felicity, está tudo bem com ela.

— Ela é perfeita — soltei abobalhada olhando as imagens no monitor — meu Deus ela é perfeita.

— E preguiçosa, geralmente elas ficam agitadas quando passamos o aparelho na barriga, mas ela, ela parece estar em um sono muito gostoso — Thea sorria olhando as fotos — parabéns, mamãe.

— Ei Bea — Oliver se aproximou instantaneamente Bea se mexeu, Thea desviou sua atenção do monitor e começou a prestar atenção nos movimentos dele — ei mocinha preguiçosa — suas mãos foram até minha barriga e a sensação de preenchimento me invadiu, eu poderia morrer ali mesmo que diria que tive tudo que quis.

— Ela se mexeu — Thea disse surpresa — ela gosta da sua voz Oliver — ele me olhou assustado mas sorrindo — isso é incrível, continue falando. — ele aproximou seus lábios da minha barriga e ficou murmurando algumas coisas, Thea nos olhava abismada sorrindo — é definitivamente ela gosta da sua voz.

Terminei os exames e me despedi de Thea, ela pediu que eu voltasse todos os meses para ela acompanhar a gravidez, era incrível mas Bea já tinha conquistado mais uma.

— Então, está indo pra casa? posso te dar uma carona — sugeriu-me.

— Na verdade estou indo para a Palmer, alias você deveria aparecer mais por lá — me interrompi pensando em como aquilo tinha soado — o projeto, luz no Glades.

— Sim, entendo, só que tenho tido alguns compromissos com a QC inadiáveis, mês que vem por exemplo estou saindo de viagem

— Viagem, pra onde? por quanto tempo — interrompi — não precisa responder, você sabe como é a minha boca.

— Não tem problema, Rússia, uns 30 dias — juntei minhas sobrancelhas assustada, 30 dias nas minhas contas dão um mês — problemas em uma filial.

— Entendo — dei de ombros fingindo não dar tanta importância, mas a questão era que eu tinha me abalado. Mas vamos enxergar o lado bom, ainda falta um mês para isso acontecer. — a carona ainda está de pé?

— Com certeza — ele saiu indo em direção ao um carro preto esportivo e eu sai em seu encalço, gentilmente ele abriu a porta do passageiro e eu entrei me sentindo uma lady — então, Palmer né? — assenti concordando.

O trajeto até a empresa foi entediante, nenhuma palavra trocada e nem mesmo o som do carro ligado, quando chegamos ele fez questão de ir abrir a porta para mim.

— Então, hã .. obrigada.

— Não por isso — maneei a cabeça sorrindo e girei-me disposta a deixá-lo, mas suas mãos envolveram meu braço me freando — Felicity — voltei a ficar de frente para ele encarando-o — talvez a gente possa conversar mais um pouco qualquer dia, eu sei lá — ele estava embaraçado? sério mesmo?

— Você sabe onde eu moro Oliver, será sempre bem vindo.

Subi para minha sala e quase enfartei ao encontrar uma cabeleira loira com um par de olhos esbugalhados me encarando.

— Ai meu Deus Sara tá querendo me matar? — levei as mãos ao peito tentando acalmar meus batimentos — não deveria estar na agencia?

— Sinceramente? no momento estou querendo estrangulá-la — pisquei meus olhos desentendida e vi sua pose de durona fraquejar — por que raios Oliver estava com você na ultrassom e não eu ou John? — protestou — o que está fazendo?

— Oi? como assim o que estou fazendo? — rodeei a mesa e me sentei — ele estava lá por acaso, a consulta era com a irmã dele.

— Conheceu Thea? — levantei uma sobrancelha surpresa por ela saber o nome dela — tudo bem, mas ainda não me disse porque não nos chamou.

— Porque estou cansada de ser um fardo para vocês, não posso parar suas vidas, precisamos mudar isso.

— E quem disse que estamos parando nossas vidas? Fê, Beatrice não mudou apenas a sua vida, John e eu nos importamos e não é justo que você queira tirar isso de nós — retrucou ressentida.

— Mas eu não...

— Eu entendo que estivemos nos metendo demais — me interrompe — só que pensamos que assim você não chegaria a sentir falta daquele desgraçado, você precisava se ver nos primeiros dias Fê, mal sorria, se lembra do esforço que era para te tirar da cama? — ela então se levantou e começou a andar — droga Felicity, só estou querendo te dizer para ter cuidado, você mesmo me disse que ele era encrenca, toma pra ti o teu conselho.

— Não estou apaixonada por ele.

— Não ?

— Não. — Neguei balançando a cabeça, tentando convencer tanto a ela quanto a mim mesma.

— E qual o motivo desse brilho nos seus olhos só por falar nele? — pisquei surpresa — outro dia me disse que estava pensando nele.. não está mesmo apaixonada por ele — neguei novamente — mas isso não te impede de pensar nele freqüentemente — concordei instintivamente, mas logo neguei retomando meu juízo.

— Mas que droga Sara, está me confundindo.

— Estou tentando fazer você recobrar o juízo, não estou pronta para ir para cadeia — estreitei os olhos confusa — só estou dizendo que se ele ousar te machucar Fê, não hesitarei em cometer um homicídio, não suportaria te ver passar por tudo aquilo novamente — me levantei e fui abraçá-la, Sara era mais que uma amiga, era a irmã que nunca tive, e esse seu jeito protetor fazia com que eu me sentisse amada.

OLIVER

Eu estava parado no semáforo com a cabeça a mil, meus pensamentos me levavam diretamente aqueles extraordinários olhos, eu era incapaz de desviar o olhar quando ela estreitava os olhos tentando conter o sorriso que queria dar. Estar perto dela é diferente de estar com qualquer outra mulher, um choque elétrico irradia meio que de surpresa, desses que te deixam com o coração batendo acelerado e o corpo arrepiado. E ela é tão linda, céus como ela é linda.

Ouvi o soar de buzinas em uníssonos e me dei conta que o semáforo já estava aberto. Cheguei a QC e subi diretamente pelo elevador privado que dava acesso direto a minha sala, ele foi criado para dias como esses, em que eu não desejava ver ninguém.

— Aí está você — ouvi a voz de minha irmã assim que as portas do elevador se abriram — quer me explicar o que estava acontecendo no meu consultório.

— Não quero te explicar nada, por favor, Thea me deixe trabalhar, alias deveria fazer o mesmo. — Retruquei nervoso me sentando em minha mesa.

— É ela não é? — levantei meu olhar observando-a — Felicity é a garota do Coquetel.

— O que te faz pensar que seja ela? — me ajeitei na cadeira impressionado com o poder de dedução dela — não, não é ela — Desviei os olhos e voltei a encarar os papeis a minha mesa.

— Eu sei que é Oliver, você disse que ela era incrivelmente sexy e de uma beleza natural encantadora. Sei pelo jeito que te vi olhando para ela — passei a mão sobre meus cabelos respirando fundo — você está apaixonado por uma garota comprometida, pior, grávida de outro rapaz — ela estava piorando — Oliver, fale comigo.

— Ela não está grávida de ninguém — levantei batendo com toda força a mão na mesa, Thea recuou alguns passos assustada — me desculpe, só não estou em um bom dia.

— Você me parecia muito bem enquanto estava com ela — retrucou.

— O que quer Speedy?

— Te ajudar, ela pode ter outra pessoa Ollie, mas ela também tem sentimentos por você, eu vi. — Senti meu coração pulsar um pouco mais rápido ao ouvir suas palavras ao mesmo tempo que meu sangue fervia ao imaginá-la com outro.

— Ela não tem ninguém, está grávida de uma inseminação, agora por favor me deixe trabalhar.

— Tudo bem, você pode não admitir para mim, mas não pode se enganar por muito tempo. Escute — ela se aproximou segurando em meus ombros — eu sei que uma criança não estava em seus planos, mas isso foi antes de você conhecê-la. Você reparou como parecia ser o pai mais cedo? — ela tinha razão, mas não era planejado nem forçado, acontecia naturalmente, quando dava por mim já estava com as mãos sobre a barriga dela ou murmurando como um idiota para um bebê que nem meu era, coisas que pais fazem. — Vou te deixar com seus pensamentos, só me prometa que não vai se Afastar dela só porque se recusa a aceitar que gosta dela.

— Tchau Speedy, te busco mais tarde.

Eu a segui com os olhos pelas paredes de vidros até o elevador social, assim que a perdi de vista uns turbilhões de pensamentos voltaram a me invadir, ficar perto de Felicity me desconserta, mas ficar longe tem me enlouquecido. Eu preciso descobrir o que está acontecendo, eu preciso descobrir o que é essa raiva que me invade ao pensar nela com outro, preciso descobrir o que é esse calor que torna meu corpo impotente quando estou perto dela, tem sido uma droga lidar com essas emoções desconhecidas, mas vai mudar.

Passei o resto do dia resolvendo problemas, o que me ajudou afastar Felicity dos meus pensamentos, mas quando o expediente chegou ao fim e eu fui buscar Thea, de repente me ocorreu de ir vê-la. Parei em frente ao seu prédio e vi a luz da sua janela acesa, conversei com o porteiro e ele me deixou subir novamente sem alarmá-la. Bati a sua porta e ela abriu usando apenas uma camiseta até os joelhos, escovando os dentes, malditamente sexy. Pensar em outras pessoas a abordando dessa maneira me fez cerrar os punhos e respirar fundo. Ela tombou a cabeça me analisando até que soltou:

— O que faz aqui Oliver? — o quê? foi ela mesmo quem disse que eu era bem vindo, por que isso agora? será que ela está com alguém? — quer entrar? — respirei aliviado quando passei pela porta e constatei que não, mas então percebi que não havia respondido sua pergunta, mas eu também não sabia, eu apenas pensei em vê-la. Ela saiu pelo corredor e voltou após alguns instantes sem a escova agora.

— Eu também tenho algumas perguntas sem respostas — indaguei parando de frente a ela — como isso está acontecendo? — levei uma de suas mãos até meu peito que subia e descia freneticamente com meu coração batendo acelerado — me diz que se você tá sentindo a mesma coisa — ela me observava boquiaberta sem dizer nada, envolvi seu rosto em minhas mãos quando suas mãos pousaram em minha cintura. De repente a eletricidade voltou a me atingir, meu corpo inteiro gritando para beijá-la e minha consciência dizendo o contrario, mas eu sou fraco, eu sou egoísta, e já era tarde demais para voltar atrás, quando seus lábios encontraram os meus as respostas vieram, era ela, é ela.

C O N T I N U A :)