Come on, skinny love, what happened here?
Suckle on the hope in lite brassiere
My, my, my, my, my, my, my, my
Sullen load is full, so slow on the split

And I told you to be patient
And I told you to be fine
And I told you to be balanced
And I told you to be kind
Now all your love is wasted?
Then who the hell was I?
Now I'm breaking at the bridges
And at the end of all your lines

Who will love you?
Who will fight?
Who will fall far behind?
Come on, skinny love...

( Skinny Love - Birdy )

— Não tenho as respostas — murmurei assim que nossos lábios se afastaram em busca de ar. Ele colou sua testa na minha ofegante de maneira que seu hálito tomasse meu rosto. Eu não tinha idéia do que estávamos fazendo embora uma certeza me convencesse de que já não poderíamos parar. Foi sentimento. A vontade e o desejo vieram depois, bem depois. Era errado, precipitado, eu sabia. Tinha total consciência disso, o mesmo não posso dizer dos meus atos, pois quanto mais eu tentava me convencer de que não era prudente mais meu corpo ardia em chamas de desejo. Incapaz de desviar meus olhos dos dele ergui meus braços para que ele tirasse a única peça de roupa que eu vestia. Agradeci por estar vestindo minhas peças intimas, pois seu olhar sobre meu corpo estava intimidante. Seus braços grandes e fortes rodearam meu corpo me erguendo em seu colo, minhas mãos foram parar nos botões de sua camisa abrindo-os com urgência, não sei ao certo como aconteceu, mas senti minhas costas alcançarem o colchão de minha cama. Minhas pernas rodearam sua cintura e meus braços o seu pescoço. Seus lábios distribuíam beijos pelo meu pescoço e suas mãos passeavam por meu corpo. Por melhores que eles estivessem, os beijos pareciam não estar nos saciando, estávamos com uma urgência daquilo que nunca tivemos, mas era como se já tivéssemos tido antes.
Seus lábios estavam em meus seios cobertos pelo sutiã quando minha maldita boca resolveu agir. — Tem certeza que é realmente isso que você quer? — indaguei surpreendendo a mim mesma. Eu estava atraída por ele, era evidente, mas estava fechando meus olhos para não admitir o obvio, eu estava me apaixonando por ele, e se entrássemos nesse caminho seria sem volta, se fossemos adiante eu estaria me desmontando inteira confiando que ele me amaria, apesar das minhas inseguranças e das minhas complicações.
Ele levantou seu rosto procurando meus olhos e levou seus lábios a minha testa onde depositou um beijo longo. Seu corpo caiu ao lado do meu me puxando para seus braços enquanto suas mãos subiram para o meu cabelo. Seu queixo pousava sobre o topo de minha cabeça que estava em seu peito deixando pairar sobre nos apenas as batidas descompassadas de nossos corações e nossas respirações descontroladas.

— Eu realmente quero você — disse por fim — mas não posso tê-la,não dessa maneira — pisquei confusa absorvendo suas palavras — estou preste a dizer algo que possa te afastar de mim, mas ainda assim preciso dizer porque não posso ser egoísta com você — ele voltou a pressionar seus lábios sobre a minha testa soltando um longo suspiro — eu não posso amar você enquanto você carregar aqui dentro o filho de outro cara — meneei a cabeça concordando enquanto me afastava — me desculpe Felicity, mas fui sincero quando te disse que não queria algo que não fosse planejado para a minha vida.

— E eu te agradeço — soltei surpreendendo-o — te agradeço por não ter ido adiante e me poupado do arrependimento que viria depois. Te agradeço por essa "sinceridade" — fiz aspas com os dedos ironicamente — mas agora te convido a sair, principalmente da minha vida. Se a Beatrice é algo que você não queira para sua vida, nunca haverá espaço na minha para você.

Ele acabou por não dizer nada, vestiu sua camisa e tentou se aproximar de mim, instantaneamente eu recuei me afastando. Foi com a cabeça baixa que ele deixou meu apartamento e possivelmente a minha vida.

****

DOIS MESES DEPOIS.

Eu digitava freneticamente em meu computador os últimos detalhes do projeto luz do Glades quando por descuido acabei excluindo um arquivo importante. Por sorte ele foi parar na lixeira, sorte nada, seria como chupar bala procurá-lo em todo o HD, mas por hora o encontrei na lixeira. Cliquei para restaurá-lo, mas então meus olhos pararam em uma pasta. Não era qualquer pasta, era exatamente A PASTA. Alguns meses atrás passei um bom tempo tentando invadir o sistema privado da clinica onde eu havia feito a inseminação, e quando finalmente consegui acesso aos dados encontrei essa pasta criptografada com os códigos dos doadores e dos receptores daquele mês. Havia gasto muito energia tentando descriptografa-la, eu precisei ser cautelosa pois qualquer deslize poderia me colocar em certos problemas. Eu estava pronta para descobrir o doador quando Oliver me convenceu de que eu não tinha esse direito e então eu a deletei. Eu devia ter me certificado de apagá-la por completo, mas agora olhando diretamente para ela me sinto novamente tentada a abri-la. Eu estava de acordo com ele, eu não tinha o direito de invadir a vida do doador, mas eu não preciso fazê-lo, eu só queria saber mais sobre ele, afinal "teoricamente" ele era o pai da minha filha. Acabei por restaurar a pasta, mas voltei minhas atenções para o projeto.?

— Podemos entrar? — ouvi a voz de John que abria a porta de minha sala com Sara ao seu lado.

— Seria um grande prazer — murmurei me levanto para abraçá-los, eu já beirava os sete meses e parecia que havia engolido uma melancia — o que o trazem aqui tão cedo? a apresentação do projeto é a noite ...

— Viemos por você, não pelo projeto — Sara me interrompeu — como você está?

— Ansiosa — admiti voltando a me sentar — acrescente nervosa também, preocupada, cansada e com muita fome — soltei arrancando gargalhada deles — sério, mal posso acreditar que finalmente aquelas famílias terão energia em casa.

— Esse projeto que Ray criou é realmente incrível — Sara disse se sentando e levando os pés a mesa de centro.

— ELES criaram — enfatizou John — boa parte do projeto é de Felicity e Oliver também tem um crédito nisso — John disse me fazendo revirar os olhos, Sara e Ray finalmente estavam juntos e ela não perdia a oportunidade de elogiá-lo, percebi que os dois trocaram um breve olhar antes de se voltarem a mim — é melhor dizer logo a ela.

— Me dizer o que? — perguntei preocupada.

— Oliver — Sara se adiantou — já voltou da Rússia.

— Oh .. — foi tudo que conseguir dizer. Dois meses havia se passado desde o ocorrido em minha casa, desde então eu não o vejo e procuro não saber noticias suas, mas exatamente hoje seria impossível evitá-lo. Ele é o maior investidor do projeto não há a menor possibilidade dele não vir, essa volta da Rússia com certeza se deve a isso.

— Mas ei — John se aproximou e parou ao meu lado — já me certifiquei de que ele vá manter distancia — assenti agradecida — Mas você precisa estar preparada Fê — prepara pra que? franzi o cenho e encarei John, seus olhos estavam com pesar e ele evitava me olhar — eu soube que ele tem alguém.

Wow, essa foi pior que um soco na boca do estomago. Eu já não pensava nele com tanta freqüência, mas ainda assim não estava preparada para encontrá-lo com outra pessoa. Mas a vida tinha que seguir não é mesmo? talvez eu pudesse usar isso ao meu favor, talvez ver que ele seguiu em frente, que eu não havia passado de uma distração para ele me fizesse arrancá-lo da caixinha que eu o coloquei bem fundo no meu coração.
Mas ainda assim me sentia nervosa, confusa e um pouco ansiosa. Eu havia me apaixonado inconseqüentemente de uma hora para outra mesmo sabendo de todos os riscos, mas não me arrependo de tê-lo afastado, de maneira alguma. Ele me fez entender que não havia pra gente uma esperança, porque ele nunca aceitaria ou amaria a minha filha, e isso, bem, isso é algo inadmissível.

— Não faz a menor diferença — menti — será que algum de vocês pode me levar pra casa? eu não estou me sentindo muito bem. — Optei por dizer meias verdades, eu realmente precisava descansar caso contrario não agüentaria sequer uma hora nesse evento, mas a verdade, a verdade é que eu precisava me prepara psicologicamente para encontrá-lo.

— John você pode cuidar das coisas pelo resto da tarde não pode? — Sara indagou e John assentiu — ótimo, acho que alguém precisa de cuidados.

SARA

Ver os olhinhos de Felicity se comprimirem tentando conter as lagrimas partia meu coração, eu sabia que aquele desgraçado a machucaria, mas no fundo até eu acreditei que ele realmente estivesse gostando dela. Santa hipocrisia, Oliver Queen não ama e nem nunca amará ninguém, amor , ele não é digno de um sentimento tão nobre.
Uma vez li em um livro que não me recordo qual, a seguinte frase "de quantas maneiras um coração pode ser despedaçado e ainda continuar batendo?" naquele instante eu pensei : um coração só é capaz de amar uma vez, e ele só agüentará ser destroçado uma vez. Mas Felicity mudou tudo isso, eu vi dia após dia ela juntar os caquinhos destroçado por dois filhos da puta que não mereciam sequer uma lagrima dela. Mas ainda assim Felicity conseguia desejar que eles fossem felizes, então eu respondo, um coração só pode ser quebrado de numeras maneiras se tiver como essência amor. Felicity é o amor em forma de pessoa, e nada no mundo pode ser mais injusto do que ela ter que passar por tantas provações.
Eu sabia que ela queria ir embora porque precisava assimilar as coisas, talvez precisasse ficar sozinha, por os pensamentos e sentimentos em ordem, mas sou incapaz de vê-la sofrer dessa maneira. E ainda tinha as recomendações da médica, ela estava com problemas no coração e qualquer alteração cardíaca poderia colocar a vida dela e de Bea em risco, sou incapaz de pensar em qualquer coisa acontecendo e ela estando sozinha sem ajuda. Decidi então que vou com ela pra casa, John sabia os risco e concordou prontamente que eu me ausentasse da agencia o resto do dia. Antes de sairmos porem, passei na sala de Ray e o beijei descontroladamente até perdemos o fôlego, pude ver o rosto constrangido de Felicity quando nos afastamos e não contive uma gargalhada.

— Então, tem algo que a Srta queira muito nesse momento? — indaguei enquanto dirigia até sua casa.

— Um pote de sorvete, algumas batatas fritas e um grande hambúrguer do Big Belly — droga, ela tinha que complicar as coisas. É claro que em meu juízo eu não daria essas coisas a ela, mas o sorvete era algo a ser considerado.

— Você sabe que pode se abrir comigo não sabe? — ela apenas assentiu cabisbaixa.

Acabei passando na loja de conveniência perto da casa dela e pegando um pote de sorvete de chocolate, chegamos ao seu apartamento e fomos diretamente pro tapete da sala, ficamos em silencio tomando o sorvete até que ela se levantou e foi buscar o notebook.

— O que está fazendo? — indaguei confusa — não me diga que saiu do trabalho para trabalhar em casa.

— É claro que não — respondeu — estou com os arquivos aqui nesse pen drive Sara, eu acho que chegou o momento de abri-los.

— Que arquivos? — perguntei confusa me aproximando mais para olhar o notebook.

— Vamos descobrir quem é o doador, podemos stalkear a vida dele, não preciso necessariamente invadir sua vida, posso invadir apenas as redes sociais — deu de ombros abrindo uma pasta com uma lista extensa de códigos — aqui está o meu. Felicity Smoak receptora 320.

— Tem certeza que quer mesmo fazer isso — ela ajeitou os ombros e continuou a digitar — Como vamos saber quem é o doador? — perguntei ansiosa.

— O numero do doador é compatível com o do receptor, preciso chegar no nome 320 dessa outra lista aqui e bingo, pegamos ele — levantou o punho como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

De repente a cor fugiu do rosto dela e sua mão começou a ficar gelada, meu coração deu um salto imediatamente e joguei o notebook para o lado, corri para cozinha e peguei um copo de água e o telefone para ligar pedindo ajuda.

— Não pode ser Sara — ela murmurou dando fim ao transe — deve estar havendo algum engano — voltou a pegar o notebook em suas mãos — há uma margem de erro considerável não há? — o que é que ela esta falando? nunca a vi tão transtornada — veja com seus próprios olhos— peguei o notebook de suas mãos e procurei pelo doador 320, e foi assim que coloquei meus olhos naquele nome que eu entendi o que estava acontecendo, não era possível que ele fosse o pai de Bea, pai não, doador, mas ainda assim era impossível. Voltei para a outra lista procurando o nome dela para confirmar o código mas realmente era o 320 — é possível?

— Eu não sei Felicity, aqui diz exatamente o que você me disse. O código do doador é o mesmo código do receptor — exclamei nervosa soltando o notebook no chão — é realmente inacreditável.