Spotted: Behind the Gossip

Capítulo 14- Crazy! (Versão estendida)


Capítulo especial em formato versão estendida, composto de duas partes.
A narrativa acontece pelo PONTO DE VISTA DA BLAKE e o momento é na sexta à noite logo após a Leighton aceitar a carona de Jeff e ir para casa, deixando Ed a ver navios na calçada.

Parte 1- You drive me crazy (Você me leva à loucura)

"Eu estou tão afim de você. Você tem aquela coisa, o que posso fazer? A terra está movendo mas não posso sentir o chão. Toda vez que você olha pra mim, meu coração pula e isso é fácil de perceber. Você me leva à loucura. Estou tão agitada, estou tão profunda [...]"

(Britney Spears, You drive me crazy)

* * *

Ainda na noite anterior...

Aquele fim de gravação tinha um gostinho especial para mim. Finalmente, Penn e eu conseguimos a liberdade que queríamos e eu confesso que ainda não entendia como havia acontecido tão de repente. Mas, independentemente do motivo, eu estava feliz.

Sentada em um sofá amplo e macio, com uma taça de champanhe na mão, observei quando Ed passou pela porta do elevador sozinho. Estávamos comemorando o fim de mais uma gravação cansativa. E, para o Ed e a Leighton o clima não parecia ser dos melhores. Meu coração ficou apertado ao ver que ele não tinha conseguido trazê-la de volta, depois do discurso mais sincero e apaixonante que nós já escutamos.
Ele não se aproximou de nós. Foi direto para o interior do apartamento e deixou todas as meninas um tanto intrigadas. Principalmente a mim.
Passei a mão no celular, pensando se eu deveria mandar uma mensagem para eles e saber o que tinha acontecido. A Leighton era uma pessoa bastante fechada quando o assunto era relacionamentos e eu respeitava isso. Além disso, se ela estivesse irritada, a conversa não terminaria bem. Ela tinha um gênio um pouco forte.

— Blake, presta atenção no assunto. — Taylor falou, arrancando o celular da minha mão. Ela estava ao meu lado, junto a todas as meninas do elenco, fofocando, para saberem se chegavam a uma conclusão sobre o que estava acontecendo entre o Ed e a Leighton. Eu sabia demais e não gostaria de dar com a língua entre os dentes e acabar comprometendo meus amigos. Por isso, decidi acompanhar o assunto em silêncio.

— Ai, coitado do Ed. Arrastando um caminhão pela Leighton e ela ainda saiu correndo — Disse Nicole, uma das atrizes que trabalhava conosco, enquanto ajeitava os cachos volumosos. Ela interpretava o papel da Isabel.

— Vocês nem sabem o que aconteceu. — retrucou Taylor, um pouco impaciente — De repente eles se resolveram lá embaixo mesmo. — Ela falou com um olhar um tanto libertino.

As meninas protestaram.

— Fala sério, Taylor. Você só pensa nessas coisas. — disse Amanda, revirando os olhos.

— E tem algo melhor para pensar? Eu, no lugar da Leigh, não pensaria duas vezes. — Taylor falou e virou o copo de suco, um tanto contrariada por não poder beber como os outros.

— Ai, nem me fala! Qualquer uma estaria bem no lugar dela. — Disse Nan, enquanto se abanava com a mão e, depois, sorriu de maneira tão genuína que seus traços orientais ressaltaram-se.

— Já eu fico fico em dúvida. — Dreama disse, voltando os olhos para Ed e Chace que apareceram no salão principal. Ed cochichava no ouvido do amigo e eu desejei ser uma mosquinha para escutar e entender o motivo de tanto mistério. — Não consigo decidir entre Ed e Chace. — Ela suspirou fundo e perdeu-se admirando os dois meninos.

— Concordo com você, Dreama. — Taylor falou e acompanhou a movimentação deles sem piscar. — O que será que eles estão tramando? Você sabe, Blake?

— O quê? — Balancei a cabeça para os lados, um pouco confusa. Estava tão concentrada no possível assunto deles, que me desliguei por um momento.

— O assunto... — Taylor fez menção aos dois apenas com os olhos. — O que eles estão falando?

— E-eu não sei... — Olhei para as meninas, sentindo-me tão intrigada quanto todas elas. — Mas, vou tentar descobrir. — Levantei-me, com a taça ainda pela metade e me movi pelo salão, como quem não quisesse nada.

Ao chegar, percebi que eles encerraram o assunto, de maneira tão abrupta, que mal conseguiram disfarçar.

— Meninos... — Sorri, para amenizar a situação e eles retribuíram com sorrisos tímidos. Claramente, estavam tramando algo.

— Blake — Ed sorriu e lançou um olhar de cumplicidade para Chace. Eu acompanhei o movimento com uma sobrancelha erguida — Parabéns pelo namoro.

Chace não soube disfarçar o incômodo ao ouvir a felicitação de Ed.

— Obrigada. — Encarei-os, séria. Pela forma como eu os encarava, eles já sabiam que eu queria algo e estavam tentando me distrair com outro assunto.

— E, então, cadê o felizardo? — Ed disse em tom irônico e cruzou os braços, com um sorriso divertido.

Olhei para trás e não avistei Penn. Quando a gravação acabou, eu apenas acomodei-me no sofá com as meninas e não me preocupei em procurá-lo. Ao ouvir a pergunta de Ed, me senti mal sobre isso.

— Quem vai me contar o que está acontecendo? — Fui diretamente ao ponto.

— Não tem nada acontecendo. Tem, Chace? — Ed respondeu com tranquilidade. Mas eu não me convenci.

— Vocês acham que eu sou idiota? Vocês estão de cochicho para cima e para baixo. Tem a ver com a Leighton?

A expressão de Ed se tranformou ao ouvir o nome dela. Parecia estar extremamente tenso com toda aquela situação.

— Pelo visto, o papo não foi bom. — Minha voz soou fraca. Eu torcia muito para o bem deles.

— Foi bastante esclarecedor, na verdade. — Ele respondeu com frieza na voz e cerrou os lábios. Não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas tudo ficou mais claro quando Jessica apareceu. — O Chace te explica melhor. Preciso resolver uma coisa. — Ele disse olhando para ela, enquanto ela cruzava o salão com cara de enterro e, em seguida, correu para alcançá-la.

Eu revirei os olhos, frustrada por não ter conseguido pegar nenhuma informação e por Ed dar tanta atenção para a Jessica. Ele era mesmo um menino de ouro. Mas era muito inocente.

—Não entendo o Ed... O que ele quer com a Jessica? — Falei, estreitando os olhos.

—Você não conhece o Ed? Gosta de colocar todos os pingos nos "is". — Ele respirou fundo e soltou o ar pela boca — Ele falou tudo aquilo para a Leigh e a Jessica começou a chorar, agora ele vai tentar descobrir o motivo.

— Isso é bem a cara do Ed, mas acho que ele não deveria dar tanta atenção para a Jessica. Sinto que ela quer mais do que uma simples amizade.

—Leighton? — Ele gargalhou — Por um segundo achei que ela tivesse aparecido só para dizer isso.

—Acho que ela falou tanto que me convenceu disso. — Sorri para ele e dei um empurrãozinho de leve com o ombro. — O que você acha dessa história toda entre o Ed e a Leigh? — Falei um pouco mais séria.

— Um pouco complicado. — Ele falou, com seus belos olhos azuis voltados para o centro do salão.

— E se pudéssemos fazer algo para ajudar? — Falei com um grande sorriso, pensando em centenas de planos para agitar as coisas entre os dois.

— Você sabe como a Leighton é... — Ele respirou fundo e olhou para mim — Vamos ser realistas, você daria quantos dias para o Ed sair chateado?

— É verdade... — Bufei ao lembrar. Conhecendo bem os dois, era possível imaginar que o contato entre eles podia resultar em uma grande colisão. A Leigh era impulsiva, explosiva e extremamente emocional. O Ed era tímido, exagerado e retraído.

— Vamos deixar que eles se resolvam sozinhos. — Ele estava muito sério. Parecia que não gostava de tocar nesse assunto. Havia percebido essa mudança de humor na noite em que encontramos Ed completamente bêbado no Queens. Era como se ele soubesse de algo e quisesse impedir que acontecesse.

— Você tem razão. — Encerrei o assunto, ao perceber que ele estava desconfortável.

— Você poderia usar essa vontade de fazer uma ação solidária para ajuda o pobre amigo aqui. — Ele, de maneira irônica, projetando uma feição sofrida, para tentar me persuadir.

— Do que você precisa, meu amigo necessitado? — Fiz um biquinho e sorri com os olhos.

— Estou de olho em uma garota hoje, mas não sei como chegar até ela. Pensei que você poderia me ajudar. — Ele olhou para um grupo de meninas que conversavam e gesticulavam afoitamente.

— E quem é a vítima, Crawford? — Falei em tom divertido, enquanto tentava adivinhar qual das meninas sofreria o golpe.

— Isso não é da sua conta, Lively. — Ele disse, divertindo-se, e sorriu quando abri a boca em formato de "o" ao levar aquele fora.

— Se não é da minha conta, então eu não posso ajudar. — Dei de ombros e mantive o olhar fixo nas pessoas da festa, tentando adivinhar onde estaria o Penn.

— Por favor, Bla! — Ele disse, segurando-me pelos braços e sacudindo-me de leve. Insistindo como uma criança mimada.

— Mudou o tratamento? — Gargalhei, jogando o corpo para trás — Isso que eu adoro nas amizades com atores. — Completei, ainda tentando conter o riso.

— Vamos lá, Bla. Vai me ajudar ou não? — Ele disse com tranquilidade, ainda de frente para mim, e me segurando pelos braços.

— O que você quer? — Lancei-lhe um olhar desafiador.
— Você.
— Quê? — Falei mais alto que normal e arregalei os olhos. Minhas bochechas imediatamente começaram a arder. Ao perceber o quanto eu fiquei desconcertada, ele soltou uma gargalhada descontraída.

— Eu estou brincando, Bla. — Ele disse, ainda rindo e soltou meus braços — Você tinha que ver sua cara. — Ele continuou, apontando o dedo indicador para o meu rosto.

Eu sorri, um tanto constrangida, por ter sentido um arrepio interno ao ouvir aquilo, mesmo sabendo que Chace era um grande amigo. Entretanto, ele era extremamente atraente e o tipo de cara que faria qualquer garota delirar, apenas com um sorriso dele. E eu não era de ferro.

— Achei que você tinha perdido a noção. — Sorri para amenizar o vexame.

— Fica tranquila, Blake. — Ele olhou-me nos olhos e eu me senti balançada novamente. — Não diria isso para a namorada do meu amigo. — Ele disse com ênfase na palavra "namorada", como se não fosse algo importante, e eu dei de ombros, fingindo não me importar.

— Ainda bem que você sabe! — Sorri e girei o corpo para fugir da mira dele. — Por que você está com tanta dificuldade em chegar na menina?

— Ela já sabe da minha "fama" — Ele fez aspas com as mãos.

— Então acho que você deveria mostrar o seu "poder" de sedução. — Repeti o movimento de aspas e sorri, sarcasticamente.

— Que tipo de poder? — Ele segurou minha cintura com as duas mãos e deu um sorriso de canto de boca. Eu o encarei, tentando não deixar meu corpo falar por mim.

— Você sabe muito bem. — Falei, tentando me esquivar, mas o meu esforço foi em vão.

— Deixa eu ver se eu entendi. Primeiro, eu me aproximo — Ele inclinou um pouco o corpo para fazer nossos rostos ficarem a arriscados centímetros de distância. — Depois, eu te pego pela cintura e te pressiono contra o meu corpo — Ele me puxou para mais perto e nossos corpos se chocaram um contra o outro, fazendo-me soltar um gritinho abafado, com o susto. Nos olhamos nos olhos e eu senti as camadas externas da minha pele se arrepiarem diante da aproximação entre nossos lábios. Chace emanava sensualidade e era praticamente impossível resistir ao charme daqueles pequenos olhos azuis e vibrantes. — Daí, eu chego mais perto e digo... — Ele inclinou a cabeça até se seus lábios encostarem na minha orelha. — Quero você esta noite... — Ele sussurrou ao pé do meu ouvido e eu precisei olhar para o teto, na tentativa de recuperar os meus sentidos. Meu corpo inteiro se acendeu ao ouví-lo dizer aquelas palavras. Não era a primeira vez que ele me deixava à beira da loucura total.

— Chace, eu... — Falei com a voz fraca. Havia sido um golpe muito grande.

— Já sei! Fui péssimo. — Ele abaixou a cabeça, parecendo estar constrangido.

— Não, seu bobo! — Dei um tapinha de leve na testa dele — Seu poder é maior que a sua fama. — Sorri.

— Então, acho que não vou pendurar as cuecas por enquanto. — Ele sorriu de leve.

— Pendurar o quê? — Ri em tom alto e ele me acompanhou com uma gargalhada jovial, gostosa de se ouvir. No meio da sessão de risadas, ele me abraçou, pegando-me completamente distraída e eu fiquei tão desconcertada que não consegui retribuir.

— Obrigada, Lively. Você tem sido uma grande amiga. — Ele falou com o queixo sobre o meu ombro e a voz abafada pelos meus cabelos.

— Não tem o que agradecer — Respondi com um sorriso bobo nos lábios. Aliviada por ouvir a palavra "amiga"

Ele soltou-me logo em seguida e me encarou com um sorriso carinhoso. Nunca havia o visto são aberto e sentimental, como naquele momento, com outra pessoa que não fosse a Leighton.

— É um prazer servir à corporação na ausência da tenente Leighton Meester. — Fiz sinal de continência e sorri logo em seguida.

— Ah, Blake. Você é única. — Ele me deu um beijo no rosto e, quando nos viramos, para voltar para a "civilização", demos de cara com Penn, com os braços cruzados e olhos atentos aos nossos movimentos.

— Penn! — Falei animada — Eu estava te procurando. — Boa sorte com a sua garota, Chace. Depois me conta tudo. — Falei, virando-me para Penn e ignorando Chace por completo.

— Procurando? — Penn questionou com uma sobrancelha erguida.

— Claro! Onde você se meteu? — Coloquei as duas mãos sobre o rosto dele, acariciando lentamente.

— Tinha esquecido o celular no main. — Ele falou, com um sorriso leve nos lábios.

— Você sempre esquece algo lá. — Sorri e beijei-o com carinho.

— Foram muitas emoções para um dia só. — Ele segurou a minha mão e começou a caminhar em direção à saída, puxando-me consigo.

— Nós já vamos? Ah, deixa só eu me despedir das meninas e confirmar uma coisa com a Steph.

— Vou te esperar lá embaixo. Pode ser? — Ele disse, apontando para o elevador com o polegar.

— Ótimo, eu não demoro. — Beijei-o novamente e apressei-me para falar com todos. Eu tinha essa mania de não sair de um lugar sem me despedir das pessoas. Penn era exatamente como eu, extrovertido e animado. Adorava uma festa e estar entre as meninas fazendo fofocas. E era isso que eu mais gostava nele, o estilo descontraído de levar a vida que era tão parecido com o meu.

Por esse motivo, aquelas atitudes misteriosas da parte dele e o fato de ele sair sem falar com ninguém me deixaram um pouco intrigada. Mas eu tinha o plano perfeito para colocarmos tudo em seu devido lugar.

— Meninas, estamos indo. — Falei com um sorriso animado e mordi o lábio inferior.

— Nós estamos? — Taylor contestou — Já está falando como se vocês dois fossem a mesma pessoa. Cuidado porque esse caminho não tem volta. — Ela continuou bem séria, como se tivesse uma vasta experiência de vida para me dar conselhos.

— Obrigada pela dica, espertalhona. Vem aqui. — Puxei-a pelo braço e abracei-a para não levantar suspeitas sobre o assunto que iria tratar.

— Amor gratuito a essa hora da noite, Blake?

— Como vai o nosso plano?

— Perfeitamente.

— Não se esqueça de juntar a maior quantidade de provas que puder.

— Sou perita nesse assunto, querida.

— Ótimo! E não se esqueça de que a Leighton não pode saber de nada. Quero dar um fim nessa palhaçada de uma vez por todas.

— Certo. — Disse soltando-a e sorrindo naturalmente, como se estivéssemos trocando figurinhas de um assunto corriqueiro.

— Agora, preciso falar com a Steph.

— Lá dentro. — Ela apontou para o corredor que levava à parte interior do imóvel e eu me apressei para não fazer Penn esperar muito.

O corredor estava um pouco escuro e eu não sabia onde procurar primeiro. Pensei que ela pudesse estar no camarim dando ordens de como as roupas deveriam ser dobradas. Ou algo do tipo.

Andei diretamente para o quarto que adaptaram para ser o nosso camarim e não a encontrei. Cheguei a acreditar que a Taylor estava, pela primeira vez, enganada.

"Ou não" — Falei em voz alta quando vi uma movimentação em um outro cômodo. Andei na ponta dos pés até o local e quando cheguei, demorei a acreditar na cena que eu encontrei.

Ed e Jessica estavam se beijando sentados à beirada de uma cama. Imediatamente, pensei em ligar para a Leighton e dizer que ela fez muito bem em deixá-lo plantado na frente de todos. Depois, concluí que a Camila não estava tão errada como eu pensava e isso fez a minha raiva aumentar.

Como eu ia precisar de provas para convencer a Leighton, peguei o celular no bolso para fotografar. Mas, quando ergui o aparelho, o beijo foi interrompido e os olhos dos dois voltaram-se para a porta. Sem perder tempo, eu corri de volta para o salão sem conseguir o registro daquele flagra. Torcendo para não ser vista.

Ainda correndo, passei por Taylor um pouco ofegante. Certamente, ela já sabia que os dois estavam lá dentro e eu precisaria ver com meus próprios olhos para acreditar.

— Tay, quero urgência no nosso plano. As coisas acabaram de piorar. — Falei, apressadamente, sem parar para explicar o motivo e ela balançou a cabeça, como se já tivesse ciência do que eu estava falando.

Cheguei ao elevador e apertei o botão desesperadamente. Precisava sair de lá, antes que eles percebessem que a pessoa que os flagrou havia sido eu.

Quando finalmente chegou, entrei e apertei o botão que levaria ao térreo e, provavelmente, até um ar mais puro.

Na descida, refleti sobre tudo que aconteceu. Ed só podia estar ficando louco. Pelo pouco tempo que eu o conhecia, a última coisa que eu poderia esperar dele era uma atitude como aquela. E, por esse motivo, eu precisava, mais do que nunca, chegar ao núcleo daquela história toda. Não fazia sentido ele se declarar daquela forma e depois ficar com a pessoa que foi a razão de toda a confusão. Ou ele era muito burro ou estava querendo jogar com a Leighton. Se fosse mesmo isso, ele havia escolhido a pessoa errada. Leighton não precisava de mais sofrimento. Chace e eu iríamos defendê-la.

***

Parte 2: So crazy right now (Muito louca agora)

"Estou me enganando, mas eu não ligo. Você me faz de boba, me deixa animada e eu não ligo pra quem vê. Você me deixa tão louca."
(Beyonce, Crazy in love)

Chegando ao saguão, encontrei Penn andando de um lado para o outro impacientemente. Para evitar uma discussão, vesti-me do meu melhor sorriso e caminhei até ele, como se nada tivesse acontecido.

— Amor, estava pensando que poderíamos sair para comemorarmos agora que não precisamos mais nos esconder. O que você acha? — Falei enquanto alisava sua blusa.

— Não acho uma boa ideia. Não vamos abusar. Além disso, estou muito cansado. — Ele disse enquanto caminhávamos para fora com as mãos dadas, sem olhar para mim.

— Não entendo porque você está tão desanimado hoje. Perdeu a festa, as fofocas e agora está negando uma noite comigo. O que está acontecendo com você? — Falei quando chegamos ao lado externo do prédio e envolvi-o pelo pescoço com os dois braços, projetando um biquinho triste, logo em seguida.

— Não é nada, Blake. Só estou cansado. — Seu tom de voz alterou-se e eu me assustei. Havia algo além do que simplesmente cansaço, mas eu estava tão irritada que preferi não estender o assunto.

— Ok. Eu entendo. — Falei com os olhos baixos e soltei-o, mas ele pareceu não se incomodar.

— Vamos?! Eu te deixo em casa — Ele segurou minha mão.

— Não! — Soltei sua mão e falei com um ar de irritação na voz. — Vou esperar o Jeff e pedir para ele me levar até a casa da Leigh. Preciso ver como ela está. — Respirei fundo e olhei para a rua movimentada.

— Tudo bem. Nos vemos amanhã? — Ele falou calmamente e sorriu.

Eu apenas concordei com a cabeça. Em seguida, ele me deu um beijo rápido e partiu. Deixando-me sozinha e desolada naquela noite fria.

Como teria de esperar Jeff voltar, sentei na escadaria lateral da fachada do prédio e peguei o celular para ligar para a Leigh. Não queria aparecer lá de surpresa.

Antes que eu pudesse discar o número, vi Ed e Chace, mas, dessa vez, eles não estavam cochichando. De repente, acreditaram que ninguém estaria por ali. Por isso, eu apaguei a tela do celular e atentei-me ao assunto, aproveitando-me da escuridão provocada por uma lâmpada de poste queimada.

— Você acha que vai dar certo? — Disse Ed, dando sinal para o primeiro taxi que apareceu.

— Vai dar pra trás agora, mano? — Chace disse, enquanto segurava o ombro de Ed.

— Não, eu só... achei meio invasivo. — O taxi parou e Ed abriu a porta para impedir que o taxista desse partida sem eles.

— Você cria o plano e agora tá com medo? O que houve com você, cara? — Chace questionou enquanto procurava algo no bolso.

— Mas...— Ed hesitou, ainda com a mão na maçaneta do carro

— Mas... nada. — Chace empurrou-o com força para o interior do veículo e fechou a porta. — Aqui está a chave. — Ele estendeu o objeto com um chaveiro de coração felpudo e eu imediatamente liguei os fatos. Ed iria até à casa da Leighton. Desejei que ela fosse esperta para se livrar dele. Enquanto eu não tivesse provas, não poderia dizer nada a ela sobre a cena absurda que eu havia presenciado há pouco.

— Obrigado, bro. — Ed disse com um aperto de mão.

— Que nada! Cuida bem da minha irmã. — Ele bateu no capô do carro que deu partida logo em seguida.

Ed se foi com a minha única chance de não passar a noite sozinha com meus pensamentos. Sem saber o que faria a seguir, abaixei a cabeça, colocando-a sobre as pernas encolhidas.

Me desliguei por um segundo e fui despertada quando senti alguém tocar o meu cabelo. Levei um susto tão grande que acertei o nariz da pessoa em cheio.

— Uau, vocês, mulheres, estão cada vez mais complicadas. — Chace falou, colocando a mão sobre o nariz com força.

— Chace, me perdoa, eu não imaginava que podia ser você. — Eu disse colocando minha mão sobre a dele, como se pudesse apartar a dor com um toque.

— Você é muito forte. Ai! — Ele retirou a mão e conferiu se não havia sangue nela.

— Desculpa. Ai, meu Deus! — Me aproximei um pouco mais e acariciei seu nariz.

Nesse momento, ele levantou a cabeça e nossos olhares se encontraram, trazendo todas as sensações que eu imaginei que pudessem ser momentâneas. Droga! Por que ele tinha que ser tão gato?

— Não foi nada, Bla. — Ele disse em tom baixo, sem desviar o olhar.

— Então, tudo bem. — Fiz as honras de ser a primeira a interromper o momento.

— O que você faz aqui sozinha, Blake?

— Esperando Jeff. — Virei-me para frente e abracei minhas pernas, para tentar me proteger do frio.

— Cadê o Penn? — Ele disse, virando-se.

— Ele já foi. Preferi ficar para pensar um pouco. — Baixei os olhos e fiz força para evitar uma lágrima de cair.

— Que carinha é essa? — Ele inclinou a cabeça, para tentar encontrar o meu rosto que estava enterrado entre minhas pernas. — Quer desabafar?

— Acho que preciso.

— Vem, Blake. — Ele levantou-se e, em seguida, estendeu a mão para me ajudar a levantar.

— Para onde vamos? — Perguntei, estreitando os olhos.

— Para algum lugar mais quente. Eu te pago um drink e você me conta tudo. Pode ser?

— Não seria uma má ideia. — Eu faria de tudo para não ficar sozinha naquela noite. E, além disso, que mal há em tomar um simples drink com um amigo?

Sem perder tempo, ele tratou de conseguir um taxi para nós. Eu aguardei ao lado dele, abraçando meu próprio corpo para me proteger do frio. Quando o veículo encostou, ele abriu a porta e indicou o caminho com a mão para que eu pudesse entrar.

Passamos a viagem inteira calados, cada um de um lado do carro, como dois desconhecidos.

O local escolhido por ele parecia ser um bar muito distinto e familiar. Surpreendi-me ao ver que ele não havia me levado para uma balada ou coisa do tipo.

Ao sair do carro, ajeitei o vestido jeans de mangas compridas, que mais parecia um blusão, e conferi as meias pretas que usava por baixo. Agradeci em silêncio por ter ido trabalhar com uma roupa mais ajeitada. Assim, não teria motivo para raptar um dos looks fabulosos da Serena para sair com Chace.

— Você está linda, não precisa se preocupar. — Ele disse quando passamos pela porta, referindo-se ao meu momento checkout.

Sorri em agradecimento.

Em seguida, entregamos nossos casacos na recepção e seguimos a gentil recepcionista até uma área reservada que, segundo ela, era onde os artistas preferiam ficar.

Por dentro, tudo era bem diferente do que aparentava ser. O ambiente era animado e cheio de gente energizada, dançando, bebendo, brindando e celebrando à vida.

Era o que eu gostaria de estar fazendo... com Penn, mas ele me dispensou. E, por esse motivo, não merecia atrapalhar a minha noite.

— E, então, o que te aflige, Lively? — Ele perguntou ao sentar-se, logo após puxar a cadeira alta, que ficava no balcão de um dos bares do lugar, para que eu pudesse fazer o mesmo. Definitivamente, isso não fazia o estilo dele

— E, então, cadê a bebida? — Perguntei com um sorriso sarcástico no rosto. Eu precisaria de muitos drinks se eu quisesse chegar ao fim daquela noite sem fazer um show dramático.

— É pra já! — Ele fez sinal para o barman e fez os pedidos por conta própria. Parecia conhecer perfeitamente o local e todas as suas especialidades.

Imediatamente, o rapaz trouxe as duas bebidas douradas, em taças rasas que eu virei em um único gole.

— Que sede! — Ele fez sinal para que pudessem trazer outra, com se pudesse ler meus pensamentos.

— Fazia tempo que eu não bebia um dos bons. — Disse, apontando para a nova taça. Ele riu e deu uma golada na dele. — Enfim, vamos ao assunto... — Respirei fundo e encarei o carpete grafitte, que constrastava com a decoração em tons frios do lugar e a baixa iluminação do ambiente — Penn e eu mal começamos o relacionamento e já estamos sem nos entender. Antes, era por querer que nós nos assumíssemos para Josh e Steph, mas eu evitava porque tinha medo de sermos demitidos. E esse tem sido o motivo das nossas recentes brigas. Até que hoje, como num passe de mágica, ele apareceu com a notícia de que estávamos livres para ficarmos juntos sem repressão, depois daquele ataque midiático.

— Eu fiquei sabendo. — Ele disse com tom entediado, enquanto encarava a taça em suas mãos.

— Pois, então, você vai entender quando eu disser que ele se recusou a sair comigo para comemorarmos. Dá para acreditar? Depois de tudo que passamos para manter em segredo... Será que ele já se cansou de mim? — Falei com os olhos marejados. Talvez, dois drinks não tenham sido suficientes.

— Blake, e quem em sã consciência cansaria de você? — Ele disse, consternado com a minha declaração.

— Eu não sei, talvez o Penn. — Coloquei uma mecha de cabelo solta atrás da orelha e voltei a olhar para baixo. Não queria que ele visse uma lágrima cair.

— Se ele enjoar de você ou te deixar por algum motivo, é porque ele nunca mereceu. — Ele disse e segurou a ponta do meu queixo, em seguida. — Ei, eu não vou deixar você chorar por ele. — Ele ergueu minha cabeça com a mesma mão. — Aposto que amanhã ou depois vocês estarão bem novamente e você vai acabar vendo que não era nada disso.

— Você acha? — Falei, enquanto secava outra lágrima que descia pelo canto dos meus olhos.

— Eu tenho certeza. — Ele disse com voz firme — E você pode contar comigo para o que precisar, Blake.

— Obrigada, Chace. Você é mesmo um grande amigo. — Eu sorri e ele puxou minha mão, beijando logo em seguida.

— Agora, muda essa carinha, porque eu não te trouxe aqui para chorar. — Ele falou animado e levantou-se da cadeira.

— O que é isso? — Disse sorrindo, porém com uma ruguinha de preocupação na testa.

— É a celebração à vida, Blake. — Ele disse em voz alta, erguendo a taça. — Meu amigo, traga mais 3 dessa para cada um.

— Para que tudo isso?

— Você não estava com sede? Vou te saciar.

— Tudo bem... — Falei com os olhos arregalados e escondi-me atrás da taça, desejando que ele estivesse referindo-se apenas às bebidas.

Bebemos as três e mais três de outro tipo. Em um determinado momento da noite nós tínhamos provado quase todo os itens do cardápio.

Ele foi uma companhia extremamente agradável durante aquela noite. Enquanto bebíamos, conversávamos descontraídos e ríamos como duas crianças. Chace era sempre uma boa opção para qualquer ocasião.

Quanto mais o tempo passava, menos eu sentia vontade de ir embora. O clima daquele lugar era extremamente contagiante que não dava vontade de ficar parada no lugar.

— Chace, você está ouvindo essa música? — Levantei o dedo indicador para chamar atenção dele.

Yes, so crazy right now/
Sim, muito louca agora

— Que musica? — Ele disse, fingindo não estar escutando, porque sabia o que viria a seguir.

— Ah, para de fingimento. É o maior sucesso dos últimos anos. — Fiz menção à música Crazy in Love de uma das minhas cantoras favoritas. — Vem, Chace! — Puxei-o pela mão, ignorando seu protesto.

Na pista de dança, eu meu perdi no meio daquelas pessoas animadas. Enquanto eu tentava reproduzir a coreografia do clipe, Chace me encarava com os braços cruzados e um sorriso bobo nos lábios, certamente imaginando o quanto eu estava agindo como uma maluca. Eu não me importava, porque aquele era o meu jeito de levar a vida. Amava dançar, cantar, curtir e viver a vida intensamente.

Got me looking so crazy right now/
Me faz parecer tão louca agora

Ver Chace parado como estátua na minha frente me causou um certo incômodo. Me senti a Paris Hilton na balada com o segurança.

— Vamos, Chace! Mexe esse corpinho. — Sacudi-o pelos braços no ritmo da música e ele foi obrigado a dar os primeiros passos, ainda que retraídos.

— Eu tenho um grande talento escondido. — Ele disse, enquanto se mexia de um lado para o outro, lentamente. — Se eu mostrar, todos ficarão ofuscados.

Eu explodi em uma gargalhada descontraída.

— Eu aposto que sim. Mas tenho certeza que o meu brilho você não apaga. — Disse enquanto girava lentamente, movendo-me conforme a música.

— Depois não diga que não avisei. — Ele acelerou o passo e começou a acompanhar a minha coreografia. Até parecia ser tão fã quanto eu.

Dançamos, giramos, pulamos e gritamos. A sensação de ser jovem e livre era incrível.

— Got me hoping you'll save me right now... — Cantei em voz alta, enquanto dançava com os braços erguidos. De repente, o DJ disse algumas palavras no microfone e toda a galera vibrou. Olhei para a cabine e sorri ao vibrar como todos.

Aproveitando minha agitação, Chace me puxou para dançarmos juntos. Nossos corpos e nossos olhares se encontraram ao mesmo tempo e eu precisei me esforçar para recuperar o fôlego.

I look and stare so deep in your eyes.
I touch on you more and more every time /
Eu olho profundamente em seus olhos.
Eu te toco cada vez mais e mais

Estava tão contagiada pela dança que não me importei em estar com o corpo grudado ao dele, mesmo sabendo de toda a atração que existia entre nós. De repente, ele me puxou para um beijo e eu não recusei. Eu estava bastante alta pela bebida, mas estava completamente ciente para entender que aquele beijo traria consequências. Eu não me importei, a presença de Chace me fazia bem – ai, meu Deus! – como eu desejava aquilo.

You kiss got me hoping you'll save me right now/
Seu beijo me deixa esperando que você possa me salvar agora

A música da nossa dança a acabou e outra começou a tocar, mas nossos lábios não se desgrudavam. Era como se houvesse um imã que nos mantinha atraídos e sem vontade nenhuma de parar. Nosso beijo se intensificava à medida que a batida da música aumentava, junto à onda de calor que invadia meu corpo. Era evidente que o clima estava esquentando entre nós, e algo devia ser feito para evitar. Mas eu não queria parar.

Your touch got me looking so crazy right now /
Seu toque me faz parecer tão louca agora

As mãos dele, então, começaram a deslizar pelo o meu corpo até firmarem-se em minha cintura. Ele me pressionou contra o seu corpo e o meu estremeceu por inteiro. Percebendo o quanto eu estava entregue, ele beijou minha nuca com tanta intensidade que encolhi-me. Ele soltou uma risadinha e meus olhos se fecharam. Ele tinha atitude, virilidade e uma pegada como nenhuma outra. Isso me fez sentir como se eu sentisse falta de algo que eu nunca tive.

— Vamos sair daqui? — Ele disse, quase como em um sussurro entre um beijo e outra.

Apenas balancei a cabeça. Ainda tentando recobrar a consciência para medir o tamanho do meu "pecado".

Nesse momento, ele se afastou e umedeceu os lábios com um sorriso como o de um garotinho ao ganhar um presente no natal.

— Vamos — Ele disse puxando-me pela mão.

— Para o meu apartamento.

— Mas... E o Ed? — Parei por um momento e fiz força para que ele parasse também, minha cabeça estava começando a girar.

— Ah... o Ed? Se tudo correr bem, ele nem volta pra casa hoje. — Ele sorriu e voltou a andar — Além disso, quem falou que vamos para lá?

— O quê? — Franzi o cenho. Eu devia estar muito bêbada para não entender aquilo.

No lado externo, ele fez uma ligação e, em menos de 5 minutos, um Bentley preto estacionou e, imediatamente, um homem esguio e bem uniformizado abriu a porta e indicou o caminho para nós.

Ao entrar, estiquei-me no espaçoso banco de couro e virei a cabeça para a rua.

— Boa noite, John. Para a minha casa, por favor. — Chace disse com voz firme.

— Qual delas, senhor? — O motorista disse, ajeitando o retrovisor.

— Upper East Side.

Eu me agitei e olhei para ele sem entender.

— Pro apartamento do seu pai? — Perguntei de uma vez.

Lembrei-me de que ele era o único entre nós que possuía uma condição de vida um pouco mais parecida com a de nossos personagens. Mas ele odiava cada parte desse lado de sua vida. Fruto de uma relação entre um homem poderoso e uma simples secretária, Chace cresceu cercado de pompas e regalias, mas isso nunca lhe encheu os olhos. E isso acontecia por dois motivos. Um deles era o fato de o seu pai nunca ter assumido sua mãe e o outro era a falta de afeto do homem que achava que poderia conquistar a confiança do filho comprando-o com presentes mensais e breves encontros nas férias de verão. Depois de crescido, Chace decidiu morar com a avó em Los Angeles e decidiu que subiria na vida com seu próprio esforço. E assim ele ingressou na carreira de ator. Sua simplicidade era um de seus pontos fortes. Ele podia ter tudo, mas preferia dividir um flat com Ed e utilizar transportes públicos para se locomover. Esse foi o motivo de eu estranhar o fato de estarmos em um carro como aquele e prestes a ir para um apartamento luxuoso que ele se recusava a desfrutar.

— Pro meu apartamento, você quis dizer... — Ele apertou o botão e a divisória nos deixou a sós.

— Aquele que você ganhou de aniversário?

— Isso mesmo. — Ele disse, aproximando-se e eu fiquei dividida entre permitir ou recuar. Embora sentisse que era tarde demais. — Acho que uma pessoa especial, merece um tratamento à altura.

Comprimi os lábios, contendo o ímpeto de rir, tamanha a minha felicidade ao ouvir aquilo.

— Se bem que... — Ele chegou mais perto e colocou a mão em minha nuca com tanta intensidade que meus olhos se fecharam. — Eu não vou aguentar esperar. — Ele sussurrou ao pé da minha orelha.

— Chace, eu não acho que...

— Blake, eu sei que você quer isso tanto quanto eu. Nós combinamos, temos tanto em comum... Inclusive a atração um pelo outro. — Ele disse, enquanto distribuía beijos em minha nuca, fazendo-me ser incapaz de dizer não.

Ele estava certo, eu estava completamente atraída e tudo que eu mais queria era ser dele naquela noite.

Ao perceber que eu não tinha o que dizer, ele parou de me beijar e encarou-me sem se afastar.

— Se você não quiser, tudo bem...

— Eu quero. — Falei um pouco mais alto do que deveria. Ele mordeu o lábio inferior e olhou-me de cima a baixo pela última vez antes de me devorou.
Completamente.

"Você me faz parecer tão louca, amor. Eu não estou sendo eu mesma, estou agindo como uma boba, eu não costumo fazer isso."
(Beyonce, Crazy in love)

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