Depois de algumas horas, finalmente conseguimos limpar um parte da ponte. Decidimos parar para descansar e cuidar de nossas feridas. Eu então dei uma volta pela parte livre de monstros da ponte e encontrei uma foto. Uma foto de uma mulher morena e um homem com cabelo preto. Eu então me sentei no chão e fiquei observando a foto por alguns minutos, até que Max apareceu.

–E então? O que você achou?

–Nada. – Digo escondendo a foto no meu bolso. – É só uma foto antiga.

–Fotos, aqui no Nether? Impossível. Os únicos pertences que ficam com as pessoas aqui são as roupas do corpo. Nada mais.

–Talvez fosse uma bruxa, e ela tivesse usado todo o poder dela pra trazer uma mensagem para alguém. – Digo, esperançoso que fosse verdade.

–Você conhecia as pessoas na foto? – Pergunta ela, suspeitando de que a “mensagem” era para mim.

–Não, foi só... só uma especulação.

–Vamos lá? – Diz Dan , aparecendo para me livrar do resto da conversa.

Nós seguimos caminho pela ponte, enfrentando alguns poucos monstros que haviam sobrado enquanto limpávamos aquele começo da ponte, até chegarmos em mais uma área recheada de inimigos. E quando eu digo recheada, eu quero dizer recheada mesmo. Tinham monstros caindo da ponte por falta de espaço, e muitos deles estavam na parte lateral da ponte, que normalmente era utilizada para apoio quando a ponte estava muito cheia. Eu então decidi que não era uma boa ideia usar meu punhal ali. Provavelmente eu seria morto antes de matar o primeiro monstro. E eu não queria morrer de novo, antes mesmo de ressuscitar. Eu então decidi usar meus poderes que estavam muito enfraquecidos naquele lugar para criar uma grande espada de diamante para atacá-los melhor. Lutamos por horas, mas não conseguimos limpar nem um terço daquela parte da ponte. Decidimos então recuar e repensar o que fazer.

–Eu sugiro que a gente durma e amanhã ataque eles com toda nossa mágica. – Sugeriu Max

–Eu apoio – Disse eu muito cansado e ofegante, mais do que o normal por ter lutado muito depois de esgotar meus poderes criando uma simples espada. Talvez dormindo um pouco eu conseguisse recuperar o poder gasto e assim combater os monstros melhor.

ALGUMAS HORAS DEPOIS:

–Thomas? – Ouço uma voz feminina me chamar. Era Max. – Acorda Thomas.

–Oi, o que foi? – Digo, me levantando com um pouco de dor de cabeça

–Nós já vamos. – Diz ela, friamente. – Você está bem?

–Eu estou... eu só... – Respondo sonolento, antes de ser interrompido

–Quem é Mary? – Max me pergunta curiosamente – Ela é a mulher da foto?

–O que? Como você...

–Você sussurrou o nome dela várias vezes enquanto dormia, então eu decidi pegar a foto para ver o que tinha nela, e vi você e uma mulher. A mulher... era ela?

–Eu não quero falar sobre isso. – Respondo, tentando evitar entrar naquele assunto.

–Por favor, Thomas. – Ela me pede.

–Ela... Ela foi a única pessoa que eu já amei em toda minha vida. E, agora, parece que também em minha morte.

–Na ponte, antes de enfrentarmos todos aqueles monstros... Você disse que a última vez que você se relacionou com uma bruxa acabou saindo mal... Era dela que você estava falando?

–S-Sim. – Respondo, meio gago e rouco.

–E o que houve com ela? – Ela me pergunta, delicadamente, tomando cuidado para não entrar em um assunto delicado.

–Meu melhor amigo matou ela. – Digo, me lembrando o que aconteceu naquele triste dia.

–Então... isso significa que ela está aqui! Nós podemos encontrá-la! Você pode finalmente se reencontrar com ela e...

–NÃO! – Eu grito com ela. – Vamos só... achar o fim dessa ponte e pegar minha essência, não devemos nos demorar de mais.

Nós então voltamos à ponte, e eu estava muito mais poderoso que antes. Eu então comecei a atacar os monstros com diferentes golpes: primeiro eu os imobilizava no ar, depois eu os eletrocutava, então eu possuía um deles, mandava ele atacar os outros, os puxava com água e finalizava com a espada, até que eles se tornaram muito poucos, que foram devastados pelos golpes enfurecidos de Dan que os atacava com sua espada em uma velocidade sobre-humana, enquanto Max simplesmente abria caminho os jogando para longe e em segui avançando com tudo pra cima deles e arrancando seus corações fora. Quando restavam bem poucos eu enchi o chão de água e dei um choque neles, fazendo-os morrerem eletrocutados. Quando a batalha finalmente acabou, pudemos ver um castelo enorme ao longe. Era lá que nós devíamos ir. Era lá que Lúcifer estava, e era lá qu eu ia recuperar minha essência. Nós então corremos ponte à frente, até que uma parte da ponte foi destruída por um ghast atacando um homem loiro. O homem loiro, para escapar do ataque do Ghast pulou, mas quando a bola de fogo bateu no chão o impacto o fez ir muito mais alto que o normal. Quando o homem caiu no chão ele quebrou o joelho e caiu em cima de uma flecha, que perfurou seu pâncreas. Como aquela flecha fora parar ali? Não faço a menor idéia, só sei que preciso ajudar ele.

–Ei, ei, você está bem? – Pergunto me aproximando e encostando ele no apoio da ponte.

–É claro que não! O que está acontecendo? Onde é que eu estou? Eu ainda estou em alagoinha? – Chora ele

–Se acalme! Eu vou tirar essa flecha de dentro do seu corpo...

–Não, não, não, não! – Me interrompe ele, me impedindo de puxar a flecha.

–Não se preocupe, não vai doer. – Digo para acalmá-lo

–Onde eu estou? Como eu vim parar aqui? – Ele me pergunta enquanto eu me preparo para puxar a flecha

–Você ainda não sabe? – Pergunto, surpreso – Bom, pois sinto lhe informar, mas você está morto.

–O que? – Ele me pergunta, segundos antes de eu retirar a flecha – AHHHHHHH! Isso doeu! Você mentiu pra mim!

–Desculpa, é que você não ia deixar eu tirar a flecha se soubesse o quanto ia doer, e se eu não tirasse você ia morrer.

–Morrer? – Ele analisa minha cara para ver se eu estava brincando. – Você não disse que u já estava morto?

–É complicado. – Respondo. – Dan, você pode me ajudar?

–Tudo bem – Diz Dan se aproximando do garoto loiro e curando sua ferida e seu joelho.

–Como você...

–Eu sou um bruxo especializado em medicina – Dan interrompe, dando a resposta da pergunta que ele ia fazer.

–Tudo bem...

–Qual o seu nome? – Pergunta Max

–Eu sou o Kaio. E vocês são...

–Eu sou Max, esse – Max aponta para Daniel – é o Dan, e ele – ela aponta para mim – é o Thomas.

–Tudo bem... Então, o que nós vamos fazer agora? – Ele pergunta

–Bom... – Responde Dan – Nós planejávamos passar por essa ponte e chegar até o castelo de Lúcifer pra roubar a essência de anjo do Thomas e todos sairmos deste lugar. Só que daí você apareceu e destruiu a ponte, então acho que vamos ter que arranjar outro plano.

–Eu tenho a solução. – Diz uma silhueta feminina do outro lado da ponte.