–Como você pode nos ajudar? – Perguntou Max

–Max, não. – interrompeu-a Dan. – Nós nem ao menos sabemos quem ela é.

–Errado. – Disse, impedindo que Dan continuasse – Vocês não sabem quem ela é. Eu a conheço muito bem.

–Olá, Thomas. – Diz a mulher andando para a luz e permitido que víssemos seu rosto. – À quanto tempo.

–Mary. Como tem andado? Não muito bem ao que aparenta. – Digo, ironizando o fato de ela estar morta e em péssima forma.

–Melhor que você, eu suponho. Eu ouvi dizer que depois que eu morri você tentou matar o Mike. E então, como foi?

–Chega disso. Eu já superei. – Digo, criando uma bola de eletricidade na minha mão

–Thomas, não! – Ouço Max tentando me impedir – Ela pode nos ajudar!

–Nós não precisamos da ajuda dela. Ela é inútil, só vai nos incomodar.

–Ai. Magoou. – Diz ela, fazendo a bola de eletricidade de minhas mãos desaparecer.

–Como você...

–Sinto muito Thomas, mas você não tem outra escolha. Esse lugar restringe seus poderes e me deixa mais forte. Aqui eu sou mais poderosa que você, e você tem que me obedecer, se não vai ser pior.

–Eu não preciso de poderes pra te derrotar. – Digo puxando meu punhal e pulando do outro lado da ponte. Eu então tento apunhalá-la, mas ela desvia e me leva de volta para o outro lado.

–Sim, você precisa. A menos que você tenha sua essência, você nunca vai poder me derrotar aqui. E eu posso te ajudar. Eu posso reconstruir a ponte e levar vocês até ao castelo, eu sei o caminho mais rápido e mais seguro.

–Eu aceito – Diz Kaio, aceitando o convite.

–Eu não vejo problema nenhum em te acompanhar. – Diz Max atrás de mim.

–Eu não. Eu não vou sair daqui com você, nem que eu morra de novo. – Digo relutante.

–Mas você não tem escolha Thomas. – Diz Mary, perdendo um pouco a calma Se você não vier você vai ficar preso aqui pra sempre. Acredite em mim, eu tenho poder suficiente pra fazer isso. A escolha é sua.

–Eu escolho não ir com você e não ficar preso. - Thomas rebate, desafiando sua ex-parceira da época de quando eram vivos. – Você não pode me prender aqui, mesmo que tenha poderes suficientes, e sabe disso. Você só quer nos ajudar por que quer sair desse lugar, e o único jeito de fazer isso é com minha ajuda. Se eu não for junto os dois ficamos presos. Se você realmente quiser ajudar, reconstrua a ponte para eles passarem, saia da nossa frente e nunca mais volte.

–Você ainda vai pagar por isso, Thomas. – Diz Mary desaparecendo.

–Não, não vou não. – Suspiro, aliviado

–Thomas, não! Ela podia nos ajudar! – Grita Dan, irritado pela minha atitude.

–Eu já disse uma vez e vou dizer de novo: Nós não precisamos da ajuda dela. Eu posso reconstruir a ponte, e então nós voltamos a percorrer nosso caminho, dessa vez mais perto do que nunca do castelo e sem interrupções.

Eu então pulo para o outro lado da ponte e ando em procura de alguma coisa para remontar a ponte

P.O.V. Max

–O que será que aconteceu com eles? – Penso em voz alta

–O que? – Pergunta Kaio, curioso.

–É que, antes de tudo isso começar eles eram amigos... Grandes amigos, e agora... Agora parece que são estranhos uns aos outros.

Max então conta toda a história de Thomas e Mary para Kaio.

–Sabe, isso me lembra uma história que eu li uma vez. “Após a grande catástrofe, os dois grandes amigos iam quebrar a profecia. Mas alguma coisa aconteceu. Eles ficaram presos. O grande monstro tinha os prendido. Ele ia ganhar. Eles então perceberam que não tinham mais chances e se desesperaram. O único jeito de sair de sua prisão era se vingando. O problema é que as únicas pessoas que restavam no mundo eram eles dois, e eles não tinham do que se vingar. Eles então se irritaram um com o outro e passaram o resto de sua prisão sem nem mesmo olhar um para o outro. Até que certo dia apareceu outra prisioneira, à beira da morte, e um dos dois amigos a salva. O outro ficou logo com inveja da garota esta tinha a amizade de Luiz, e ele não. Ele então decide se livrar da garota, e à noite, enquanto os dois dormiam ele quebra seu pescoço. Ao acordar,Luiz encontra a garota morta e Alexandre ajoelhado ao pé da porta, agora aberta. Alexandre alegra-se ao ver o amigo acordado e o manda se apressar para poderem ir embora. Mas algo havia mudado. Luiz não queria ir. Ele queria ficar, com sua amiga, que havia sido morta por aquele que ele uma vez chamou de amigo. Alexandre lembra Luiz que ele não pode quebrar a profecia sozinho, e eles tem uma discussão sobre o certo e o errado, o que fazer e o que não fazer, e o que eles pensavam um sobre o outro no momento, até que Alexandre decide deixar o seu ‘amigo’ sozinho, lamentando-se sobre a morte de sua companheira, e vai embora. Depois de muito tempo, Alexandre também encontra uma sobrevivente, que morre da mesma maneira que Anne, a mulher que ele havia matado. Ele, com a consciência pesada e entendendo o que o Luiz sentia quando o abandonou resolve voltar para pedir desculpas. Ao chegar na prisão, ele encontra sangue por todo lado, e vê seu antigo amigo conversando com Zalgo, o grande monstro. Ele escuta Zalgo dizer, com sua voz assustadora que poderia reunir Luiz com Anne. Ele então olha, de longe e vê o amigo de braços abertos e ajoelhado dizer que sim. Zalgo então enfia sua enorme mão no peito de Luiz e arranca seu coração fora, esmagando-o em seguida. Em seguida ele vê o amigo caindo e Zalgo se vangloriando pois não podia ser impedido. Alexandre então corre para longe e espera amanhecer. Ao primeiro rastro de luz de sol, Alexandre toma sua rota em direção à sua antiga prisão, onde ficava com Luiz e encontra ele e Anne, vivos, mas muito pálidos em sua frente. Ele então pronuncia o nome dos dois lentamente, e Luiz responde dizendo que aceitou seu destino alegremente, e pergunta se Alexandre pretende fazer o mesmo. Alexandre pergunta do que ele está falando, e este responde que se refere à morte. Alexandre então percebe que aquele não era Luiz. Pelo menos não o que ele conhecia. Ele então percebe que é tudo uma ilusão e que na verdade aquele era o grande monstro. Ele então aproveita-se da vantagem de Ele não saber e desfere um golpe com sua espada cortando os dois fantasmas, que viram Zalgo e que, em seguida é partido ao meio. Agora sozinho e sem mais ninguém, Alexandre resolve procurar mais sobreviventes, até que conhece ma bela garota por quem se apaixona, e os dois se unem como os dois únicos sobreviventes do mundo.”

–Não há como negar que há uma grande semelhança.

P.O.V. Thomas

Depois de muito andar, consegui achar algumas coisas para reconstruir a ponte. Ela provavelmente irá cair logo em seguida, mas provavelmente nós não vamos precisar dela de novo. Eu então sinto uma coisa gelada atravessar meu peito e me jogar contra a parede.

–Agora você vai me ouvir. – Diz Mary, colada em mim e com uma espada no meu peito.

–Quando você acordar, eu vou estar onde você apareceu quando morreu e você vai estar preso. – Tudo começou a escurecer. – Eu vou te torturar até você dizer sim, nem que isso dure duas eternidades. Você vai dizer sim, nós vamos pegar sua essência e você vai me tirar daqui junto com todos os seus amiguinhos, ou vai ser pior pra você. – Ela faz uma breve pausa, me beija e continua a falar. – Eu sinto muito, Thomas. Não queria que fosse assim. Aconteça o que acontecer lembre-se sempre que eu te amo, e que em situações menos desesperadoras eu não estaria fazendo nada disso, nada mesmo. Adeus. – E tudo fica escuro.