Soul Survivor: O homem que sobreviveu ao Nether

Capítulo Flashback: Uma Vida Fora do Ordinário


999668 A.C.

P.O.V. Mike:

A porta estava aberta. Nós entramos prontos para atacar tudo que aparecesse em nossa frente sem aviso prévio. Nós precisávamos achar John Locke, e obrigá-lo a devolver nossos poderes.

–Está vazio. – Ouvi Beatriz, minha atual parceira dizer, da outra sala.

–Vazio vazio, ou vazio como nos outros casos? – Pergunto

–Como nos outros casos. Parece que nos atrasamos.

–Nós fizemos todo o possível.

–Mas não foi o suficiente. – Ela diz, irritada. Eu então vejo um homem ao longe, atrás dela

–Ali! – Grito, correndo em direção ao homem. Ao chegar lá ele havia desaparecido, mas havia a parte de baixo de um cartão de visitas.

–Baker Street, 221B – Digo, olhando o papel

–Locke enviou bruxos pra nos impedir?

–Ao que aparenta, sim. E isso explicaria muita coisa.

–Bom, acho melhor nós irmos andando para nos preparar e atacar Locke. – Diz ela, guardando sua arma.

–Ou nós poderíamos ir atrás de outro jeito pra recuperar nossos poderes e atacar com tudo.

–Não temos tempo pra isso, Mike. Nós temos que atacá-lo o mais rápido possível, antes que ele descubra que nós sabemos. – Diz ela, parecendo irritada.

–Se acalme. Vai ficar tudo bem. – Eu então lanço um sorriso fraco. – Podemos fazer do seu jeito então, mas não tão cedo. Vamos esperar mais alguns dias, eu crio um plano para invadi-los sem que eles percebam, você procura mais equipamentos e então nós os atacamos com tudo.

–Tudo bem. Eu sei onde posso conseguir algumas armas, então vai facilitar um pouco.

–Ótimo, eu vou pensar em algo o mais rápido possível, e então...

P.O.V THOMAS

–Eles estão aqui – Ouço John dizer da janela no outro lado da sala

–Ótimo. Agora, John, preciso que você desça e fale com eles para distraí-los enquanto eu fecho a entrada. – Digo, olhando para a janela e vendo Mikhael e uma garota saindo de um táxi.

–Tudo bem. – Ele me responde, pegando seu chapéu e um sobretudo e andando em direção à porta. Logo em seguida eu o vejo conversando com Mikhael e a garota que o acompanhava. Logo em seguida eu começo a preparar a poção para proibi-los de entrar na escola. Algum tempo depois eu saio disfarçado por trás do apartamento e me aproximo de John, entregando discretamente a poção e entrando novamente no apartamento. Ao chegar no apartamento de John eu tiro o disfarce e me aproximo da janela.

–Ele conseguiu? – Me pergunta o parceiro de John da cozinha.

–Sim, ele está entrando. – Digo, virando a cabeça para a cozinha e o vendo arrancar olhos de um corpo morto. – Vem cá, isso faz parte da investigação atual, ou você só sente prazer nisso?

–Nenhum dos dois. Eu só quero saber quanto tempo os olhos de uma pessoa podem ver coisas após a morte.

–Ah. Ok. – Digo, segundos antes de John entrar. – John, seu parceiro é louco.

–O que foi dessa vez, Sherlock? – Ele diz, entrando na cozinha. – Meu santo Deus, Holmes! – Ele diz cobrindo o rosto

–Eu já disse que Deus não tem nada a ver com meu trabalho, e muito menos se a Terra gira em torno do Sol ou ao contrário. – Disse Holmes sem desviar o olhar

–Sabe, eu gostava mais quando você chicoteava os corpos, por que pelo menos você fazia isso em um laboratório, E NÃO NA MESA EM QUE NÓS COMEMOS! – Grita John.

–Elementar, meu caro Watson

–Silêncio. Eles estão subindo – Eu digo, indo em direção à lareira e me encostando lá.

P.O.V. BEATRIZ

Alguma coisa estava errada. Aquela não era a escola de magia. Havia ocorrido alguma coisa.

–Por que nós estamos aqui? Nós não deveríamos estar na escola? – Pergunta Mike

–Acho que alguém não quer que nós entremos lá. Ou, talvez tenham mudado a entrada para algum apartamento pequeno aqui dentro. Por que nós não subimos, e olhamos em todas as portas?

–Bom, acho que essa é a melhor ideia que temos, não é? – Ele diz, subindo a estreita escada. Nós vimos então uma porta com o número um de metal na porta em um dos lados das escadas. Tentamos abrir a porta e... Trancada. Nós continuamos subindo e vimos uma porta, dessa vez com um dois na porta. Nós então abrimos a porta e...

–Olá, Mikhael. – Disse um homem encostado na lareira e olhando para o teto. – Há quanto tempo, não?

Mike então sacou sua arma e mirou no homem

–Quem é você? – Gritou ele

–Magoou. Não reconhece seu velho amigo?

–Essa fala... Thomas?

Eu então ascendi a luz do quarto mal-iluminado.

–Elementar, meu caro amigo. – Diz o outro homem. – E eu tenho uma solução para seus problemas.

–SEU DESGRAÇADO! – Mike grita, indo em direção do homem. – VOCÊ QUER ME AJUDAR, DEPOIS DO QUE VOCÊ COMIGO? – Ele então dá um tiro no peito do homem.

–Ai! – O homem grita – Tudo bem, eu admito que eu mereci isso.

–Ei! Sem tiros aqui dentro, por favor! – Disse mais um homem, na cozinha.

–Holmes! –Gritou um outro homem, atrás do que estava na cozinha.

–Eu esqueci meu chicote. – Diz um dos homens, pegando alguma coisa na escrivaninha da sala e saindo logo em seguida, e logo em seguida Mike soca o homem com toda a força que tinha

–Ei, isso já foi exagero. – Diz o homem levantando com uma das mãos na barriga.

–Não, não foi. Você por acaso esqueceu o que você fez? – Diz Mike, com uma raiva que eu nunca tinha visto antes e socando o homem novamente

–Não. – Diz o homem caído, com a mão na boca. – Mas você se lembra por que eu fiz isso? – O homem então se levanta. – Você se lembra por que eu matei Anne?

–Do que você está falando? Eu não te fiz nada.

–Ah, não? Você não se lembra da Mary? – Mike então faz uma cara de espanto. – Você não se lembra o que você fez com ela?

–Aquilo não fui eu quem fiz! A culpa foi sua! – Grita Mike

–Sabe Mikhael, quando eu te chamei aqui eu pensei que nós poderíamos deixar isso pra trás e olhar pra frente pra nos juntarmos e acabar com Locke... Mas vejo que eu me enganei. Acho que eu só desperdicei meu tempo. Acho melhor você ir embora agora, antes que eu me arrependa mais ainda.

–E o que você vai fazer? – Responde Mike, desafiante

–Mike, eu estou com toda a vantagem aqui. E, eu não sei se você lembra, mas você não têm poderes, mas eu... – Então aparece fogo nas mãos do homem e ele flutua alguns centímetros do chão – Aí já é outra história.

–Você não me assusta, Thomas. – Mike fala, bastante confiante. – Você não me atacará. Não a mim. Não seu melhor amigo.

Antes que pudesse perceber qualquer coisa, Mike e o homem haviam desaparecido e havia um enorme buraco na parede.

P.O.V. THOMAS

Ele não disse isso. Ele não pode ter dito isso. NÃO!

–Thomas! – Ouço ele gritar, abaixo de mim e com uma espada na mão. – Só um de nós pode permanecer vivo, e, acredite: não vai ser você.

–Eu realmente não quero fazer isso, Mikhael. – Digo, indo ao topo de uma barraca próxima a ele – Nós não precisamos brigar, podemos simplesmente nos unir para derrotar Locke, e então seguir nossas vidas.

–Nós não temos chance contra ele, e você sabe disso. Não enquanto eu não recuperar meus poderes.

–Bom, isso não é um problema.

–O que você quer dizer? – Mike pergunta surpreso.

–Me acompanhe e eu te mostro. – Digo, descendo da barraca. Mike então me ataca com a espada, mas eu desvio e revido com um soco em seu estômago. Ele logo se recupera e me ataca novamente. Eu consigo desviar, mas sofro um leve corte no braço. Eu grito de dor e ele ataca novamente. Eu consigo desviar, mas não totalmente e ele acerta meu braço.

–Você envenenou a espada. – Digo, chorando com uma dor intensa no braço

–Mas é claro. Você realmente pensou que eu seria louco o suficiente de vir atacar Locke apenas com armas de fogo e uma espada? – Mike então faz uma longa pausa. – Eu não sou idiota, Thomas. Eu envenenei a lamina da espada com um veneno que mataria até mesmo o mais poderoso dos bruxos. Sua morte está iminente. Mas... – Mike então para e pensa. – Se eu não me engano, você disse que poderia devolver meus poderes. Como?

–Do mesmo jeito que eles lhe foram tirados. – Eu digo, começando a remover a espada lentamente do meu braço. – Eu... Colhi um pouco do meu poder e juntei em dez frascos. oito deles estão comigo, e os outros dois com Sherlock. Se você me ajudar, posso dar um deles para você e outro para a... E outro para a garota que está te acompanhando. E se você conseguir cinco deles, talvez volte ao normal. – Digo, retirando totalmente a espada de meu braço e colocando-a no chão – E então você vai poder usar seus poderes como antigamente.

–Tudo bem onde eles estão? – Ele pergunta enquanto eu caio no chão deitado

–Você realmente acha que vai ser tão fácil? – Digo, rindo um pouco. – Não, Mike. Os do Sherlock eu escondi ao atrair você para cá, e eles estão sendo guardados por filantropos selvagens.

–E os outros oito?

–Bom... Um deles está em queda livre a trezentos milhões de quilômetros de distancia em direção ao chão. Outro está no meio da área proibida do deserto...

–A área 51? – Mike me interrompe.

–O terceiro está no fundo do mar – Continuo, ignorando a interrupção de Mike - no... Como chamam mesmo? Oceano? – Penso um pouco – Enfim, o quarto é localizado na terra jurássica, dentro de uma caverna, protegida por vários dos tais dinossauros. O quinto está dentro de um vulcão, o sexto está em um cofre secreto protegido pelo espírito de um ser milenar que teve os olhos arrancados por um cara, mas ainda assim pode saber se há alguém por perto e quem, além de um ser que não tem rosto, é bastante alto e usa um terno, o sétimo está em um dos planetas ao redor do nosso e o oitavo... Bom, o oitavo está dentro de você.

–O que?

–Brincadeira. Está no enterrado no meio da zona polar do sul. Qual o problema, Mike? Não consegue pegar nenhum? Precisa de minha ajuda? Sabe, eu poderia te ajudar, mas infelizmente meu tempo está acabando. De qualquer maneira, eu peguei dois deles e disse a Sherlock que caso fosse necessário, ele deveria dar eles e os dois dele a você. Boa sorte. – Digo, vendo Mike ir embora.

P.O.V MIKE

–HOLMES! – Grito na porta do apartamento. Logo em seguida um homem meio louro e um tanto velho aparece à porta

–Ah, é você... Como é seu nome mesmo? – Ele pergunta.

–Mike. – Respondo rapidamente, com esperança de que ele saísse da porta e permitisse minha entrada no apartamento.

–Bom, eu esperava que o Thomas aparecesse junto... O que houve com ele? – O homem faz mais uma de suas perguntas.

–Está morto. – Digo, passando pelo homem, que ficara um tanto surpreso com a morte de Thomas e liberou a passagem.

–Olá, meu caro jovem. – Diz um homem mais alto e bem magro saindo da cozinha – Pela sua cara diria que conseguiu vencer Thomas e agora quer os frascos, certo?

–Como você...? – Pergunto confuso, tentando entender como ele descobrira tanto sobre o que acabara de acontecer apenas de olhar para mim.

–Digamos apenas que é um dom dele. – Diz o homem loiro da porta.

–Por favor, Watson, não é um dom. É puro estudo e habilidade. – Diz Holmes

–Tudo bem, Holmes, não vamos discutir isso agora. – Diz o loiro. – O garoto tem uma emergência.

–Como nos nossos casos?

–Não, pior.

Um minuto de silêncio. Bia então sai de uma das portas do corredor estreito do apartamento.

–Mike, eu consegui fazer algumas poções para nos protegermos dos ataques de Locke. – Diz ela, com dois frascos de vidro nas mãos.

–Como ela não está surpresa por ele ter vencido Thomas? – Watson pergunta, ainda parado na porta

–Ela não sabe do que ele é capaz. – Responde Holmes.

–Muito bem, entreguem os frascos e nós vamos embora, temos mais coisa a fazer.

Holmes sai da sala e entra em uma das portas do estreito corredor. Pouco tempo depois, ele sai com quatro seringas com um líquido estranho e uma agulha enorme na mão

–O que é isso? – Pergunta Bia, indo em direção à Holmes.

–São frascos com um pouco do poder de Thomas. Eu só não imaginava que fossem seringas. – Respondo, um pouco mais sério que o normal.

–O que você achou que seriam? Líquidos com gosto de morango? – Ironiza Watson, ainda parado na porta.

–Na verdade eu achava que era de uva. – Respondo no mesmo tom irônico dele

–Muito bem, parem com essa discussão infantil e venham aqui Bia e Mike. – Diz Holmes tirando a tampa de uma das seringas.

Bia Foi a primeira. Holmes injetou o estranho líquido roxo no braço dela, e logo em seguida algo estranho aconteceu. Era inexplicável, mas parecia que ela havia virado outra pessoa, mais séria e totalmente diferente. Logo em seguida Holmes injetou a segunda, e tudo o que houve anteriormente se repetiu. Em seguida foi a mina vez. Holmes injetou o estranho líquido em meu braço e eu pude sentir como se meu coração voltasse a bater depois de anos parado. Após injetar a segunda seringa, Eu pus-me à caminho da porta junto com Bia e em seguida descemos a escada. Grande erro. Locke e outros dois bruxos estavam nos esperando na porta. Eu tentei atacá-lo, mas os dois outros bruxos foram mais rápidos e atacaram a mim e a Bia no mesmo instante.

ALGUM TEMPO DEPOIS:

Eu acordei sonolento. Tentei me mexer, mas percebi que estava acorrentado. Não apenas acorrentado, preso. Uma corrente mágica me prendia à uma coluna de metal. À minha frente, um gráfico indicando queda de produtividade de alguma coisa. Então o teto acima de mim começou a tremer e um pouco de terra cai em cima de mim, sujando minha roupa e meu cabelo. Em seguida um rangido de porta abrindo, uma luz ilumina o escuro quarto e eu vejo um homem alto, meio velho e com um corte no olho.

–Olá, Mike. – Diz ele, entrando no quarto, agora iluminado pelo exterior da porta.Ah quanto tempo, não?

–Locke! - Tento gritar, percebendo que estou amordaçado.

–Oh, sinto muito. – Diz Locke, retirando a mordaça – Me esqueci desse detalhe.

–Seu idiota! Me solte e vamos acabar com isso como homens!

–Não se preocupe, eu não tenho nada contra você nem sua amiga. Apenas quero conversar com seu grande amigo Thomas.

–Acredite, ele não é meu amigo. – Replico.

–Ah, sim, é sim... Mais do que você imagina – Ele diz, olhando para mim.

–Se ele fosse meu melhor amigo eu teria matado ele?

–Você realmente acha que matou ele? Por favor, você realmente não conhece seu melhor amigo. Na verdade, nós fizemos exatamente o que ele queria, e agora a entrada para este lugar está aberta e ele está a caminho de vir buscar sua vingança. – Diz Locke, apontando para o teto, que mais uma vez derrubou um pouco de poeira, logo após um estrondo e um grito.

–O que foi isso? – Pergunto.

–Ele chegou. – Ele então coloca um dos dedos em minha testa. – Infelizmente, não vou poder devolver os poderes de sua amiga, mas essa corrente tem um limite para aguentar. Agora... Liberta-te, Mike. – Locke então se levanta e sai pela porta.

P.O.V. THOMAS

–LOCKE! – grito, no pé da escada que leva à algum lugar que eu nuca me importei em saber qual. Em seguida Locke aparece, segurando pelo braço uma garota de cabelos negros

–Você reconhece esta garota, Thomas? – Ele pergunta, segurando-a de uma maneira que eu pudesse vê-la bem. A garota era meio magra e tinha olhos castanhos muito escuros, tanto quanto os meus. Ela parecia uma bruxa poderosa, já que possuía oito das doze estrelas em seu uniforme, exatamente o limite para ser aceito, como Mike havia me explicado.

–Não, mas sei que ela é mais poderosa que Mike e não tem nada a ver com isso. – Digo, puxando minha espada de lâmina vermelha.

–Aí é que você se engana, Thomas. Ela tem tudo a ver com isso. – Ele diz, cortando um pouco a longa manga do uniforme da menina. – Você vê isso no braço dela, Thomas? Este triângulo em seu braço? É a sua marca. E você também tem uma dessas, não é?

–Como você sabe disso? – Digo, levantando a manga e mostrando um triângulo em meu pulso.

–Este é o símbolo da trindade suprema. Olhe à sua volta, Thomas. Vê tudo isto ao seu redor? Isso é herança sua. Seus avós construíram este lugar e passaram para seus pais, que passaram para seu primo, Charlie.

–Eu não tenho primos.

–Aí que você se engana, Thomas. Ele também tem um símbolo da trindade, um dos triângulos pretos no braço. E assim como você, ele já nasceu com isso. Você, Suzi e Charlie são netos de Gabrielle e Pedro, dois dos maiores bruxos do mundo e fundadores desta escola

_É uma trindade. _penso_ Eu e Charlie somos dois, e esta garota é a outra..._

–...Então ela também é minha prima? – Pergunto, espantado.

–Na verdade... Gabrielle e Pedro tiveram apenas dois filhos: Lara e Roger.

–Isso significa que ela é minha irmã?! – Exclamo, mais surpreso ainda.

–Você é rápido, Thomas. Na verdade, ela é sua irmã gêmea.

Depois de um tempo de silêncio, eu então digo:

–Sabe, Locke... Você quase me pegou... Eu sei das minhas origens, e eu sei que eu não tenho primos, nem irmãs, muito menos gêmeas.

–Isso é o que veremos. – Locke então joga a garota em minha direção.

–NÃO! – Grito, correndo em direção à garota para pegá-la.

–Thomas, Thomas, Thomas. Algum dia você vai me entender, mas agora você vai fazer o que deve fazer. – Locke então se teleporta para o primeiro degrau da escada. – Eu sei exatamente o que vai acontecer agora, e sei que você vai ganhar nossa batalha... Então, por que não evitamos isso tudo, e você enfia isso em meu peito?

Eu estranhei o que estava acontecendo e o fato de ele estar se entregando. Talvez ele estivesse falando a verdade sobre o fato de ver o que vai acontecer e querer evitar a briga. Então eu coloquei a garota desmaiada no chão e peguei minha espada que eu havia soltado para pegar a garota e me aproximei de Locke.

–Vamos lá, acabe com isso.

Eu então enfiei minha espada no peito de Locke e em seguida seu sangue caiu sobre minha espada. Mas o sangue repentinamente mudou, virou uma gosma preta, que começou a penetrar minha espada, mudando sua cor de meio prata e muito avermelhada de sangue para totalmente preta. Eu então decido procura Mike, então removo a espada do peito de Locke e recoloco na bainha para estudá-la depois. Não precisei procurar Mike, pois ele acabou me encontrando. Mas havia um problema: Bia, a garota que o acompanhava estava sendo carregada por ele, e não parecia nada bem.

–O que houve? –Pergunto, ajudando-o a subir as escadas e levar ela até a mesa de reuniões.

–O que houve aqui? – Mike pergunta. – Você voltando dos mortos, aquela garota no chão, Locke desaparecido...

–Locke está morto, e eu nunca morri. Eu sabia que a espada estaria envenenada, por isso estava com dois antídotos no um bolso. A verdade é que eu queria que você me acertasse, assim você pegaria logo os frascos e Locke detectaria seu poder, então ele iria atrás de você e deixaria as portas abertas para mim. – Explico

–E quem é a garota? – Mike pergunta, enquanto eu tento achar um jeito de descobrir o que havia acontecido com Bia.

–Uma dos três supremos. – Digo, ironicamente.

–Ela é uma dos três supremos? – Mike pergunta, surpreso.

–Você realmente acredita nessa besteira? Pra falar a verdade, o que é essa besteira?

–Os três supremos são Três bruxos que, quando unidos tem poder suficiente para fazer qualquer coisa imaginável. – Mike então faz uma pausa de alguns segundos – Meu professor de magia e história disse que eles podem destruir o universo inteiro em questão de segundos se quiserem.

–Quanta bobagem. – Respondo, ignorando qualquer outra coisa que Mike tenha dito depois disso.

–Diga o que quiser, mas eu acredito.

–Então você quer me dizer que se eu, minha irmã gêmea e meu primo que eu nem sabia que existia poderíamos destruir o universo inteiro num piscar de olhos? – Rebato, ironicamente.

–Espera, o que? – Mike raciocina um pouco.

–Exato. Eu tenho a marca, assim como aquela garota, que segundo Locke é minha irmã gêmea e um primo que não deveria existir

–Então os três membros mais novos da sua família são os três supremos?

–Você escutou algo que eu disse? – Digo, percebendo o problema de Bia. – Já entendi. O sangue dela não é compatível com o que estava presente nas seringas. O sangue dela é O–, o meu é A–. Você tem sorte de ser AB+, então você não teria problemas com qualquer que fosse o meu tipo sanguíneo... – Eu então olho atenciosamente para a garota. – Já ela, só recebe se for de alguém com o mesmo tipo sanguíneo que ela. Agora o corpo dela está reagindo contra isso.

–E o que vamos fazer? – Mike pergunta apreensivo.

–Eu posso dar um jeito, mas ela não vai estar cem por cento. Eu vou ter que remover um pouco do poder dela, e isso vai doer muito, além de que ela só vai poder usar os poderes dela por um certo tempo, depois vai ter que descansar para recuperar as energias. – Eu então olho pro Mike com uma cara de “A decisão é sua: Deixá-la sofrer até acordar para ela tomar a decisão, e se ela escolher a primeira opção sentir muita dor. Eu escolheria a primeira.”

–E o que você está esperando? Pode fazer. – Mike diz, decidido.

Eu então coloco minhas mãos sobre a barriga de Bia e recomendo a Mike sair da sala de reuniões e ir para o saguão principal.

Algum tempo depois, Bia estava de pé e eu a ajudei a sair da sala. Lá eu encontrei Mike e a outra garota conversando.

–Bia! – Mike corre para abraçá-la.

–Oi, Mike. – Ela responde, retribuindo-lhe o abraço.

A garota morena então se aproxima de mim.

–Acho que eles dariam um bom casal. – Ela diz baixo, meio sorridente. – Eu sou Suzi Ender. Obrigado por me salvar de Locke.

–Eu sou o Thomas, também Ender. E não se preocupe, isso é o que eu normalmente faço. – Silêncio constrangedor. – Então, você escutou algo que Locke disse?

–Além do fato de sermos gêmeos e dois dos bruxos supremos? Não. Mas o que você acha disso?

–Eu acho que deveríamos conversar mais longe desses dois pombinhos. De preferência em uma biblioteca, assim podemos procurar nossa árvore genealógica em um livro e discutir isso melhor.

–Tudo bem, então. Vamos lá.

Nós então subimos e atravessamos alguns corredores. Então entramos em uma porta e eu pude ver fileiras de estantes e livros à nossa frente.

–História e árvores genealógicas é na esquerda. – Ela diz, se dirigindo à uma das fileiras mais à esquerda da biblioteca.

Depois de algum tempo procurando, encontro um grosso livro com título:

Árvores Genealógicas: E-H

–Muito bem, vamos lá. Família Ender... Temos duas famílias Ender aqui – Digo, depois de procurar nas páginas do grosso livro.

–Então vamos ter que procurar uma por uma. – Diz ela ao meu lado.

Depois de passar por várias páginas, chegamos na segunda família Ender, vemos uma parte da árvore genealógica que possui alguns símbolos estranhos.

–Bom, pra mim parece verídico. – Suzi diz.

–Estou convencido. Mas por que nunca nos contaram nada sobre isso?

–Talvez... – Suzi pensa um pouco. – Talvez estivessem esperando o momento certo. Mas e quanto ao outro, Charlie?

–Bom, acho que teremos que encontrá-lo, então. Eu nunca ouvi falar dele, muito menos de você.

–Bom, não me surpreende. Eu também não sabia que eu tinha um irmão gêmeo chamado Thomas, muito menos de um primo chamado Charlie.

–Sabe, acho melhor voltarmos para nossos pombinhos. – Suzi então dá uma risadinha de canto de boca. –Se não eles...

–Eu entendi o que você quis dizer, e Concordo. E depois disso, teremos que procurar esse nosso primo, e em seguida pesquisar mais sobre essa lenda da trindade suprema. Com nós três reunidos, poderemos fazer o eu quisermos. Só precisamos saber como.

–Então, é melhor irmos logo para irmos embora com Mikhael e Bia, depois nós descansamos e vamos em busca de Charlie. De preferência sem que Bia e Mikhael saibam.

–Tudo bem pra mim. – Suzi concorda.

–Thomas! - Ouvimos Mike gritar do corredor. Em seguida nós saímos da biblioteca e nos encontramos com ele e Bia, indo em seguida em direção à algum hotel para tirarmos toda esta loucura de nossas mentes.