14h, Aeroporto, Londres, 10 de janeiro de 2010.

– Priscilla Pov’s –

Oi, meu nome é Priscilla Carcodie, tenho 16 anos e moro em Londres, bom, morava. E agora estou dentro de um avião, indo para o Brasil. Por quê? Meu pai simplesmente cansou da filha que tem, ele acha que vai resolver os problemas dele, que no caso sou eu, me mandando para o Brasil, morar com os tios, não é que eu não goste deles, eu os adoro, mas, o problema é filho deles. Porque não gosto dele? Tudo isso aconteceu faz uns dois anos, eu tive que morar no Brasil outra vez, pelo mesmo motivo, mas eu estava muito pior, a morte da minha mãe estava recente, meu melhor amigo, Christopher, tinha ido morar na Califórnia, minha melhor amiga, Samantha, estava em coma, fazia 2 messes, estava me sentindo sozinha, chorava pelos cantos todos os dias, me entupia de anti – depressivos e meu pai? Mas uma vez para fugir dos problemas, ele me manda para o Brasil e lá, eu e o Pedro tivemos um caso. Patético.

Flash back on.

15h30 São Paulo, Brasil, 14 de junho de 2008.

– Você é linda sabia? – ele disse e senti meu rosto corar, sorri fraco – seu sorriso é perfeito, ele é tão lindo quantos seus olhos – ele olhou para baixo e eu senti meus olhos brilharem - posso te beijar? – ele me olhou nos olhos, fiz um sim com a cabeça.

Ele me beijou, sua língua explorava cada canto da minha boca, o beijo começou a ganhar ritmo quando me dei conta, estávamos deitados no sofá e ele estava por cima de mim. Paramos o beijo quando ouvimos o barulho da porta se abrindo, tia Leni havia chegado, automaticamente ele saiu de cima de mim, cada um foi para um canto do sofá.

– Boa tarde crianças – Leni disse quando passava, indo em direção ao seu quarto, ouvimos a porta do quarto bater e o chuveiro sendo ligado, rimos e logo começamos outro beijo, bem apaixonado ou pelo menos eu era apaixonada da historia.

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Estava tudo indo muito bem, a cada dia que se passava eu estava mais apaixonada por Pedro, porém, toda historia tem que ter um “porém” já percebeu? Alguma coisa tinha que dar errado. Em uma bela tarde de domingo fui chamar Pedro e um amigo loiro que estava em seu quarto para lanchar, pois tia Leni havia chamado, quando percebi que eles estavam falando de alguém e infelizmente esse alguém era eu.

– Ela pode ser gostosa, mas ela é só isso, bestinha, tão ingênua, deve achar que eu estou apaixonado por ela – ouvi risada dos dois e senti meus olhos encherem de lágrimas – cara, eu to afim mesmo é da Mª Fernanda, aquela sim é mulher de verdade, gata, gostosa...

– Pedro, a tia tá chamando vocês para lancharem – respirei fundo, não podia chorar, não ali, não agora – avisa que eu vou tomar um banho e daqui a pouco estou descendo, tudo bem?

– ok gata – ele me deu um selinho, corri para meu quarto e já sentia as lágrimas descendo dos meus olhos, eu gostava dele, eu era apaixonada por ele, eu odeio ele!

Duas semanas depois, voltei para Londres.

Flash back of

Coloquei os fones de ouvido, tentando afastar os pensamentos de Pedro, felizmente logo peguei no sono.

20h, Aeroporto, São Paulo, 10 de janeiro de 2010

Acordei com o barulho do avião pousando.

Fui em direção ao portão de desembarque, peguei minhas malas e procurei minha tia Leni, mas onde ela estava? Não acredito que ela me esqueceu, ótimo, primeiro dia no Brasil não podia melhorar.

– Priscilla? – senti uma mão tocar no meu ombro, olhei pra trás, era ela, não fui esquecida pela minha família – Priscilla! Quanto tempo, cada dia que passa você fica mais linda, acredite. – tentei sorri simpática

– Obrigada tia, estava com saudades – a abracei – não acredito que estou aqui de novo, pelo mesmo motivo.

– Seu pai não aprende mesmo, sempre querendo empurrar as responsabilidades para as outras pessoas – ouvi ela dar um riso simpático – você é uma menina de ouro, só ele que não sabe ainda – tentei sorri, ela é realmente maravilhosa – vamos, você deve estar cansada e com fome.

Fomos o caminho inteiro conversando sobre diversos assuntos e quando me toquei o carro tinha parado, chegamos, nova casa, nova vida. Senti um frio na barriga, estava nervosa? Mas Pedro nem deveria estar em casa pelo o que eu entendi ele era famoso e estava viajando e só iria voltar amanhã de manhã.

– Pode tomar um banho se quiser, vou fazer um sanduíche para você, tudo bem? – Leni falou e eu fiz um sim com a cabeça e fui em direção ao meu antigo quarto, quantas lembranças invadiram a minha cabeça quando entrei naquele local.

Sinto falta? Talvez, mas sentir faltar não quer dizer que quero aquilo de volta. Não vou ser idiota, não outra vez. Eu o odeio.

Tomei um banho quente e relaxante, sequei meus cabelos e fiz uma maquiagem leve, coloquei uma blusa do Mickey e um short, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto, entrei no computador e atualizei todas as minhas redes sociais e sem querer acabei adormecendo, estava cansada da viajem.

01h30, São Paulo, 11 de janeiro de 2010.

Acordei com a minha barriga gritando de fome, fui em direção a cozinha, vi o sanduiche e o suco de laranja, levei tudo para sala, liguei a televisão e coloquei em um canal qualquer, até que escuto a campainha tocar, quem seria chegando a essa hora? Levantei e fui atender a porta, sim, era ele.