Capítulo 10- P.O.V Fernanda

2 anos antes

P.O.V Fernanda :

Acordo com o despertador tocando, jogo-o no chão e coloco o travesseiro na cabeça, eu não queria acordar. Viro na cama até que sou vencida pelo cheiro que vinha da cozinha, que estava fazendo minha barriga rocar. Levanto correndo e vou até o banheiro, lavo meu rosto e olho minha imagem no espelho, minha aparência era horrível, ligo o chuveiro e tomo um banho longo, visto um vestido simples, tranço os meus cabelos e desço a escadas. Minha mãe estava preparando panquecas e o cheiro era delicioso.

–Bom dia filha- ela diz com um enorme sorriso no rosto

–Oi respondo desanimada-, sento na cadeira e começo a tomar meu café quando meu irmão aparece.

–Bom dia maninha, caiu da cama? - ele pregunta bagunçando meus cabelos.

–Muito engraçadinho, adoro ficar despenteada

–Que bom- ele diz sentando ao meu lado e pegando minhas panquecas.

–Ei, isso é meu- digo apontando para meu prato que ele já estava comendo.

–Foi mal- ele diz com a boca cheia cuspindo em mim.

–Você podia ser mais educado.

–Ah você já acorda de mal humor não é? - ele se levanta e beija o rosto da nossa mãe.

–Tenho que ir, vou me encontrar com a Natasha.

–Tchau maninho.

–Tchau pirralha, quer carona para escola?

–Não... eu vou a pé.

–Você que sabe.

–Espera David, senta aqui, eu preciso falar uma coisa para vocês- nessa hora sua voz era de preocupação.

–O que foi mãe?

–Vamos... ter que nos mudar.

–O que? mas porque?

–Seu pai ganhou uma transferência e vamos ter que nos mudar para o Canadá.

–O que?- perguntamos em coro.

–Isso é uma brincadeira não é? - digo rindo mas ela negou com a cabeça.

–Eu não quero me mudar- digo gritando, levanto da mesa e saio de casa batendo com força a porta. Esqueço dos degraus que tinha e acabo rolando até cair no chão.

–Ai grito de dor ao bater com a perna bem no chão gelado.

–Você devia tomar mais cuidado.- levo um susto ao ouvir a voz, olho para trás e vejo ele.

Levanto correndo sentindo minha perna dolorida, mas ignoro a dor.

–O que está fazendo aqui?

–Eu moro do seu lado esqueceu?

–Ah claro, eu tinha esquecido, mas agora tenho que ir.

–Espera... você está indo para a escola?

–Não, estou indo para a praia, porque com esse sol eu quero ficar bronzeada.

–Mas está chovendo.

–Você devia aprender mais sobre ironia- digo dando um sorrisinho e me virando ao lado oposto.

–Eu vou com você.

–E se eu não quiser?

–A rua é pública.

–Argh porque você é tão irritante?

–E porque você é tão mal humorada?

–Hoje não é um bom dia...

–E quando é o seu bom dia?

–Eu vou ter que me mudar.

–O que? mas para onde- ele pergunta meio chocado.

–Vou ter que ir para o Canadá... meu pai recebeu uma transferência do trabalho... mas eu também não quero ir.

–Você não pode- ele diz gritando e eu me assusto.

–Porque?

–Porque eu gosto de você.

–O que?

–Er nada... eu tenho que ir.

–Espera... o que você estava falando?

–É que... eu tenho que ir- ele diz se virando e indo para casa.

–Tudo bem- digo gritando para ele ouvir, já que ele já estava quase dentro de casa-tchau. Continuo andando até que chego na escola, parece burrice eu ir para a escola em Janeiro, nenhum ser faz isso, somente uma retardada com eu, mas eu não tinha nada para fazer em casa, por isso ia todos os dias na biblioteca que fica na escola, ela era grande e eu adorava passar as tardes lendo, sou um pouco anti social, mas fazer o que. Estava concentrada lendo a Pirâmide vermelha quando ouço meu celular tocar. Levo um susto com o barulho deixando uma pilha de livros cair, mais uma coisa para acrescentar na minha lista de defeitos, ser desastrada. Olho no visor e tenho uma surpresa.

–Alô- digo nervosa

–Fernanda onde você está?

–Na biblioteca... mas o que você quer?