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The Other Side (The Greastest Showman) – Draco X Hermione


P.O.V Hermione

A guerra havia acabado e finalmente, eu poderia voltar para terminar o sétimo ano em Hogwarts. Aquelas duas cabeças ocas que eu insistia em chamar de amigos não retornariam e já haviam deixado bem claro. Por isso, no dia 1º de setembro de 1998, eu sai da Toca antes de todos e fui para a Plataforma 9 ¾.

Naquele momento, ao entrar no trem e me sentar em uma cabine sozinha, senti como se tivesse no meu primeiro ano, em que não conhecia ninguém e pensei que nunca fosse ter amigos, não depois de ter ouvido Ron me chamando de pesadelo.

Gina chegou depois, mas assim que entrou, veio me procurar junto com Luna e se sentaram junto comigo. Na metade do caminho, Neville se juntou a nós e quando o carrinho de doces estava na frente de nosso compartimento, Malfoy e Zabini passaram por nós.

— Gostariam de entrar? – Luna apareceu na porta os assustando.

Enquanto a loira estava sorridente, os dois tinham uma expressão mista de confusão e pavor, mas sabiam que seria necessário dar uma resposta a ela.

— Claro. – o moreno respondeu já entrando e arrastando o loiro junto.

Assim que eles se sentaram, sorri da melhor forma que consegui e tentei ser a mais simpática possível, mas por dentro queria matar Lovegood por o terem chamado. O que ela tinha na cabeça? Zonzóbulos?

— E como foram de férias? – Gina tentou quebrar o gelo.

— Ótimas, sinto que pela primeira vez não tive que me preocupar com Harry e tentar achar uma resposta para cada pergunta de Ron. O que quero dizer é que pela primeira vez, o único risco que eles corriam era cair da vassoura enquanto jogam quadribol.

— Boas, eu aprendi mais sobre Herbologia. – Neville contou.

— Eu fui visitar um vizinho antigo e matar saudades. – Luna diz com seu típico ar sonhador.

— Minha prima veio para casa e foi bem divertido. – Blás disse rindo e então, todos os olhares se voltaram para Draco.

— Acho que não vão querer saber como foram as férias de um ex Comensal da Morte que tem um pai abusivo. - abaixou a cabeça logo em seguida e o silêncio voltou a reinar.

Antes que qualquer um de nós pudesse respondê-lo, o trem parou indicando que havíamos chegado. Os quatro foram saindo e quando passei ao lado do loiro sussurrei em seu ouvido “se precisar conversar, basta me mandar um bilhete indicando a hora e o local” e me afastei o deixando com aquelas palavras em sua mente.

Na hora do jantar me sentei na mesa da Grifinória com Gina e Neville, quando começamos a comer a sobremesa, Luna se juntou a nós e chamou Blásio e Draco. E apesar de chamar Malfoy mais de uma vez, apenas o moreno veio.

Disse para meus colegas que ia passar na biblioteca e eles, como sempre, não se opuseram a nada. Zabini foi em meu encalço o tempo todo e de certo modo, fiquei feliz. Precisava falar com ele sobre o amigo e seria melhor fazer isso num lugar mais silencioso e quase deserto.

— O que está acontecendo com seu amigo? – disparo a pergunta assim que nos sentamos na mesa mais afastada e isolada.

— Eu não te culparia se só quisesse saber da desgraça dele, mas não acho que seja esse tipo de pessoa. Então vou te contar tudo, porque você é uma das minhas esperanças para salvá-lo. – Blás diz e eu fico ainda mais confusa. — O pai dele foi preso e a mãe está muito doente por ter visto a irmã e o marido se tornarem assassinos, Draco também não está nada bem, parece que você não foi a única a ter sua vida conturbada por causa do Voldemort.

— Jamais diria que Voldemort só afetou a mim, eu teria que ser a pessoa mais egocêntrica do mundo. – reviro os olhos enquanto falo, uma mania que tenho desde meu primeiro ano nessa escola. — Seu amigo é muito cabeça dura, mas já estou acostumada com gente assim, não é fácil convencer Gina, Harry e Ron de que estão errados. Poderia tentar ajudar Malfoy. Apesar de tudo o que ele fez para mim, eu não negaria ajuda a ele se ele viesse até mim. – termino e levanto.

Vou para meu dormitório e espero que Zabini convença Draco a fazer o que é certo. Esse menino precisa de ajuda e eu estou aqui para o que ele precisar, mas não posso o forçar a dizer nada que não queira. Talvez ele fosse mais parecido com Potter do que gostaria, ele realmente sabia ser cabeça-dura e ir atrás dos objetivos, mesmo que isso lhe custasse a vida.

Acordo com o sol entrando no dormitório e lembro que me esqueci de fechar as cortinas ao me deitar. Como já não voltaria a dormir, levanto-me e desço para o salão comunal. Ao me sentar na poltrona de frente para a lareira, uma coruja chega e deixa uma carta em meu colo. Abro e vejo que é de Malfoy, ele quer me encontrar na Torre de Astronomia depois da última aula.

Passo o dia tentando pensar no motivo dele ter me chamado, mas não acho nenhuma resposta que me agrade. Por isso, desisto de ficar especulando e presto mais atenção ainda nas aulas, isso me distraí e desse modo, evito pensar em qualquer outra coisa.

No final do período de aulas, pego meu material e saio apressada, andando rapidamente pelos corredores até chegar ao meu destino. Subo as escadas correndo e quando alcanço o topo, vejo o loiro de costas, apoiado no parapeito encarando o horizonte. Pigarreio, porque não sou uma fã de altura e prefiro ficar longe de lugares altos.

Ele se vira e se encaminha ao meu encontro. Quando chega perto, me sento no chão com as pernas cruzadas e ele me imita se sentando de frente para mim. Depois de alguns minutos em silêncio, resolvo falar algo.

— Você não precisa se isolar tanto. Eu proponho que faça parte do nosso grupo, não vejo motivo para não aceitar. Será livre para voar e pode se desprender desse papel antigo. Aceite a chave e saia dessa gaiola que te prende por anos. Deixe ser ajudado, ao menos uma vez na vida.

— Não posso, porque eu não estou preso. Acho que não percebe, mas eu gosto desse papel que tenho e além do mais, se me misturasse a vocês eu seria a piada do mundo bruxo. Apenas um palhaço sem credibilidade, sem ofensas.

— Certo, mas ao menos você seria feliz e riria o tempo todo. Não quero te forçar a nada, mas pense nisso. Deixo a decisão na sua mão. – finalizo e me preparo para levantar.

— Espere. Tudo bem, mas o que ganharia com isso?

— Sabia que não aceitaria sem pedir algo em troca. Eu posso fazer suas primeiras sete lições de História da Magia.

— Eu não nasci ontem, no mínimo 18.

— Por que já não me pede para fazer todas de uma vez?

— 8.

— 15?

— Talvez 9.

— 10. – me estende a mão.

Depois de ponderar um pouco, acabo por apertar e firmar um trato. Ele terá 10 lições de História da Magia para decidir se seremos um grupo ou não. Mas tenho quase certeza de que aceitará se juntar a nós antes mesmo da primeira tarefa que o senhor Binns no passar.

— Você está certa. Quer saber, esqueça da gaiola, porque juntos sabemos fazer a chave. Finalmente me juntei ao outro lado e sinto como se fosse capaz de voar sem uma vassoura. E cá entre nós, eu gosto de você e isso não é um segredo que eu tente esconder.