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Evermore (Beauty and the Beast) – Draco X Hermione


P.O.V Draco

— Eu não pensei que quando eu disse que ela sabia deixar as aulas mais leves, ela fosse me chamar para ir ao nosso último baile acompanhado dela.

— Draquito você sempre soube que isso iria acontecer, eu digo, você e ela. Uma valsa, talvez um beijo. – Blás provoca.

— Ah, cala a boca e me ajuda a dar o nó nessa maldita gravata.

— Você está com uma cara horrível, já pensou em passar um pouco de corretivo nos olhos?

— Co, o que?

— Corretivo, é um líquido que as mulheres usam na hora de se maquiar para tirar as espinhas, machas e olheiras.

— Nem pensar.

— Nott, me ajuda aqui. – Blás grita e chama o amigo.

Os dois me colocam sentado na cama e tiram os espelhos do quarto, sabem que se eu ver o que estão fazendo vou me irritar e ir embora no meio do processo.

Blás começa passando uma base e depois passa o corretivo, Nott ajuda o moreno e passa o pó finalizador. Os dois aproveitam para dar um jeito meu no cabelo meio bagunçado e passam gel para que ele fique completamente penteado para trás.

Zabini por fim dá o nó na gravata que foi a única coisa que eu havia pedido e demora uns segundos antes de me mandar abrir os olhos.

— Eu estou patético.

Meu amigo não pensou que usar um corretivo mais escuro fosse ficar tão escuro e Theodore não podia imaginar que passar cinco camadas de pó iam me fazer parecer um saco de farinha ambulante. O gel no cabelo também não estava ajudando em nada.

Nós três começamos a procurar, nos livros, diversos feitiços que pudesse tirar todos aqueles produtos sem que eu tivesse que tomar outro banho, lavar e secar o cabelo de novo para conseguir um cabelo penteado, mas levemente bagunçado.

Depois de muita procura não encontramos nada e resolvemos aceitar a derrota, indo pedir ajuda para a única garota que não iria rir da nossa situação. Luna Lovegood e mandei Zabini ir atrás da loira, porque a ideia, estúpida e idiota de passar corretivo, havia sido dele.

Só posso afirmar que ele não está nem um pouco feliz em ter que correr das masmorras até a torre do quinto andar que fica na ala oeste do castelo. E se ele demorar mais do que eu acho necessário, o azaro.

Depois de uns dez minutos ouvimos alguém batendo na porta e a voz de uma garota que não parece estar nada feliz com o fato de ter sido arrastada até as masmorras. Se eu fosse ela, também não ficaria.

— Qual era a emergência? – está olhando para Blás quando abro a porta e os puxo para dentro do quarto.

— Essa. – responde para a garota e aponta para mim.

— Merlin! O que houve? Teve um acidente no banheiro?

Se ela não fosse Luna, eu provavelmente teria sido grosso e rude por causa dessa pergunta, mas Lovegood é inocente e bondosa demais para ser irônica, eu acredito que ela acredite que foi isso que aconteceu.

— Na verdade tentaram melhor minha cara, mas só pioraram. Conhece algum feitiço que desfaça isso? – indago quase suplicando para que a resposta seja sim.

— Não, mas existe um produto que tira isso num segundo. Accio demaquilante.

E em poucos segundos um potinho de plástico com um líquido azul estava em suas mãos. Ela destampou e colocou o líquido no algodão, começou a passar por meu rosto e como ela disse, em segundos já não tinha mais nada.

— Obrigado, de verdade.

— Tudo bem, sem problemas. Mas acho melhor te ajudar com o cabelo também. Vem. – diz me guiando para o banheiro.

Havia um chuveirinho preso ao chuveiro grande, ela liga o menor e em dois minutos meu cabelo está limpo de novo, seca com um feitiço e eu dou uma leve bagunçada. Agora sim estou pronto e aprendi uma lição muito importante. Nunca mais deixar Blásio Zabini e Theodore Nott chegarem perto de mim com produtos de beleza.

P.O.V Hermione

Respiro fundo e conto até três, meu coração está disparada. De onde eu tirei a ideia de convidar Draco Malfoy para ir ao baile comigo? Eu e Draco? Juntos? Dançando? No que eu estava pensando? É claro que será a Terceira Guerra Mundial Bruxa.

Ele me elogiou, mas nem por isso eu tinha que tê-lo convidado para ser meu par. E pior, ele aceitou! Merlin, o que ele estava pensando quando disse sim? Melhor, no que eu estava pensando quando o convidei?

Ok, estava pensando em como seus olhos cinzas parecem levemente mais brilhantes, em como ele mudou depois da guerra, em como o quadribol foi bom para seus músculos, em como o cabelo rebelde o deixa mais bonito e principalmente em como ele tem me direcionado sorrisos verdadeiros e palavras sem ironia nesses últimos meses.

Admito, estive pensando muito nele ultimamente e em como seria o gosto do lábio deles e se eles se encaixariam perfeitamente nos meus.

— Hermione! – Gina grita no meu ouvido.

— Tenho um presente para você. – me diz entregando uma caixa e minha mão.

Eu abro e vejo um vestido amarelo com uma saia rodada e com vários cristais na barra formando o desenho de flores e ramos, ela deve estar maluca. Esse vestido é bonito demais para que eu o use.

— Ginny é lindo, mas eu não posso usar.

— Claro que pode e vai. Ou eu vou dizer para a Luna dizer ao Blás que irá dizer ao Draco que você não vai mais no baile e que ele pode chamar a cara de buldogue se quiser.

— Você não faria isso.

— Vai arriscar?

— Não.

Rumo ao banheiro derrotada, eu ainda acredito que ela não faria isso, mas é da Gina que estamos falando e quando ela fica brava, ela faz coisas que eu jamais pensei de que ela fosse capaz. Quando saio do banho ela faz minha maquiagem e vamos juntas para a entrada do Salão Principal.

P.O.V Draco

Estou usando um terno azul com uma camisa branca por baixo e procuro Hermione por todos os cantos. Chego perto de uma garota com um vestido amarelo para perguntar se ela viu a Mione e quando se vira eu fico sem ar.

— Está tudo bem? – pergunta causalmente. Como pode estar tão tranquila?

— Você está linda. Não que você seja feia só de uniforme, é que está diferente. Mas não é um diferente negativo. – me atrapalho todo com as palavras.

— Obrigada. Você também está lindo. – responde sorrindo.

Como ela é capaz de formar uma frase inteira sem engasgar com as palavras? Será que não sente nada a mais do que amizade por mim e é por isso que está tão calma? Ou será que bebeu uma poção calmante antes de vir ao baile? Eu devia ter feito isso.

Seguro sua mão e vejo que está tão fria e tão suada quanto a minha, isso é um indicio de que não está tão calma quanto eu achava que estava. Dançamos a valsa e assim que a música acaba vamos ao jardim.

Eu me sento no banco olhando para o Lago Negro e ela se senta ao meu lado. Olho em seus olhos e pela primeira vez tenho vontade de nunca mais a deixar ir. Olhando seus olhos castanhos eu consigo ver o brilho deles e entender o motivo de Potter e Weasley terem a escolhida para ser a melhor amiga deles.

Com alguém os olhando daquele jeito é claro que teriam coragem para irem até o final, eu teria pelo menos, mas isso pode ser só a paixão que sinto por ela falando no lugar do meu cérebro.

— Mi, eu tenho uma pergunta muito importante para te fazer?

— Então faça.

— Você acha que poderia ser feliz comigo? Digo, feliz ao meu lado depois da escola?

— Alguém pode ser feliz casando logo após o último dia de aula? Sem ter conhecido outras culturas, países e pessoas?

— Você sente falta do seu pai, não sente?

— Ele quem me ensinou a dançar. E depois de ter perdido a minha mãe sem nem dizer adeus, ele foi a única família que me sobrou.

— Vá o visitar.

— O que? Mas se eu for embora agora, talvez eu nunca mais te veja.

— Vá. Eu sei que vai dar um jeito de me encontrar. Você é Hermione Granger a bruxa mais inteligente.

E assim que ela se levantou eu soube que, depois de ver a dor em seus olhos de ter que me deixar, ela também me ama. E isso machuca muito, ela está partindo e eu não posso fazer nada. De que adianta ser milionário se eu não posso ser feliz?

Eu sempre tive o que queria, eu era dono do meu destino e nunca precisei de ninguém na minha vida, mas eu descobri a verdade muito tarde. Eu nunca vou me livrar da dor, eu fecho meus olhos, mas ela ainda está aqui. Eu a deixei roubar meu coração melancólico e é mais do eu posso suportar, não devia a ter deixado entrar em minha vida.

Agora eu sei que ela nunca vai me deixar, mesmo que ela fuja, ela sempre irá me atormentar, me acalmar, me machucar, me mexer e estar presente no quer que eu faça. Abandonado no meu solitário dormitório nas masmorras, esperando com a porta aberta, eu irei me enganar que ela entrará e ficará comigo pela eternidade.

Eu tenho raiva dos traços do amor, eu condeno a falta da luz e mesmo que ela já longe do meu alcance, ela nunca estará fora de vista. Agora eu sei que ela nunca me deixará, mesmo que ela desapareça do meu campo de visão, ela ainda irá me inspirar, ser parte de tudo que o faço. Abandono no meu dormitório solitário, esperando com a porta aberta, eu me enganarei dizendo a mim mesmo que ela irá voltar.

E quando a longa noite chegar, vou pensar em tudo o que poderia ter acontecido e esperando pela eternidade ela voltar.