Eu não estava em casa.

E também não estava em um hospital.

Eu já fiquei em um hospital, eu saberia como é caso estivesse.

Não.

Eu estava em um lugar diferente.

As paredes eram de concreto, mas a maioria das instalações pareciam passar por dentro dela. Havia uma janela retangular com a vista de um campo e bastante arvores; um criado mudo com livros bem arrumados; a cama larga de panos brancos que eu estava deitada; monitores que mostravam minha pressão, meus batimentos cardíacos e varias informações que eu não me importava; e, claro, os fios e aparelhos colocados em mim.

Grunhi baixo e os retirei com cuidado, sem ligar, por enquanto, para o novo barulho que os aparelhos emitiam.

Dobrei meus braços para tentar senti-los melhor e suspirei, sentando-se na borda da cama e desligando a droga de todas aquelas coisas em seguida, emitindo um pequeno suspiro ao ouvir o silencio novamente.

Eu só tinha alguns minutos pra saber onde estava até alguém chegar. Ninguém enchia outra pessoa com tantos aparelhos sem liga-los a outra forma de supervisão.

Era claro que, seu eu tivesse meu computador, poderia hackea-lo, mas...

Grunhi, sentindo minha cabeça doer ao lembrar-me de todo aquele concreto caindo e de como eu ficara presa.

Passos.

Tentei voltar a mim mesma.

Eles estavam quase aqui e eu nem mesmo me lembrava de tudo que havia acontecido.

Olhei para as coisas ao meu redor.

O que eu podia usar?

Nada. Não havia nada que...

A porta.

Engoli seco.

Quem é que entrasse naquela porta me pegaria ali, desprotegida e confusa.

Mas eu não deixaria aquilo me definir.

Não.

Eu vivi minha vida toda sem ter nada e nunca deixei isso me definir. Não seria aquele momento que eu deixaria isso mudar.

Levantei o olhar e tentei parecer forte, cerrando meus punhos.

Eu estava pronta.