O Senhor Stark foi o primeiro a entrar.

Ele se virou, discutindo com quem vinha com ele e deixando claro que aquilo era da conta dele. Que eu era sua responsabilidade e que era bom eles saberem disso.

Claro. Tudo isso como aquele jeito Stark de ser.

O que significa desrespeito através de sarcasmo.

Eu gosto desse estilo. Eu mesmo o uso, mais que o necessário.

— O que você estava fazendo la, garota?

Revirei os olhos, um pouco envergonhada.

— Eu já lhe disse - dei de ombros. - Fui comprar meus lanches de sempre. Projeto novo, novas besteiras.

— Ja terminou aquele outro? - Ele perguntou levantando uma sobrancelha, naquele claro sinal e descrença misturado com um pouco de surpresa. - Como era mesmo? O...

— O novo processador? Dei uma pausa depois de só alcançar 30 qubits - suspirei. - Sua armadura precisa de no minimo uns 55 para processar dados suficientes para poder lutar e derrubar boas criptografias.

O que era menos do que eu já havia conseguido, mas ninguém precisava saber disso.

— Interessante - ele disse com aquele olhar vago que já dizia que ele estava acessando a rede que ele me fazia compartilhar com ele.

Ninguém é bom em tudo, nem mesmo ele.

Ainda sendo o maior gênio que esse mundo ja viu, não ha como ele fazer tudo sozinho ou descobrir tudo de forma independente e magica. Não. É preciso mais que isso. Mais conhecimento, mais mentes, mais criatividade...

Era isso que significava o programa de Jovens Talentos Stark.

Não era nada demais sustentar uma jovem de rua e seus hábitos terríveis quando ela era experiente em novos processadores e criptografia.

— Mas o que aconteceu depois? - Ele voltou a falar, me fazendo franzir o cenho e desviar o olhar,

— Eu não sei, eu... mandei a linha pra você e depois... - fechei os olhos. Aquilo me causava arrepios. - Depois eu só me lembro de escuridão e... não sei, dor.

Ele assentiu, fazendo um sinal com a mão par eu continuar, como se eu não houvesse falado nada de mais.

Mas eu estava.

Era quase como se eu sentisse tudo aquilo novamente.

— Depois... eu acordei e... eu nem sabia e estava viva ou... eu penei estar morta, mas estava respirado e pudia sentir toda aquela dor, então... eu não estava.

Precisei me forçar a respirar, olhando para minhas próprias mãos.

— O prédio desabou, assim como outros ao redor - ele disse me encarando.

Serio.

— Eu percebi - tentei fazer graça, mas eu mesma senti mais dor do que qualquer outra coisa.

— E depois? Do que se lembra?

— De... uma explosão? Uma energia verde ao redor, iluminado tudo aos pouco com um pequeno brilho antes de.... tudo se afastar. Depois eu... eu lembro de ver algumas pessoas antes e apagar.

— É... isso resume bem.

Desviei o olhar, coçando minha cabeça antes de suspirar, voltando a fechar os olhos.

— Talvez, mas... não diz porque estou aqui ou... onde é aqui.

Tony olhou ao redor, como se avaliasse a sala por sua óptica.

— Eu não sou estupido pra achar que você não deve ter hackeado alguns de meus arquivos ou pelo menos tentado, ou você nem mesmo estaria em meu programa, não é mesmo? Então deve saber pelo menos de quem também esta no programa.

Congelei.

Merda.

— Talvez... - disse dando de ombros.

— Então deve saber que também o uso para ficar de olho em certos heróis...

— Ta falando do Peter Parker?

— Esse mesmo. O garoto é inteligente, mas, alem disso, também tem habilidades...

— Historia bem idiota - disse rindo, me lembrando de quando havia lido a ficha dele.

— E, bem garota, não sei como dizer isso, mas parece que aquela explosão não veio de outra coisa alem de você.