Sombras Ao Vento

Capítulo5: O demônio ruivo e o anjo loiro


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—Sua mãe é Uzumaki Kushina e seu pai é Namikase Minato?—Perguntou espantada.

—Sim… por que?—O loiro indagou curioso. Os cabelos loiros caíram sobre os olhos incrivelmente azuis quando ele deixou a cabeça pender de lado. A cabine do avião se tronava o pano de fundo daquele homem que fazia uma carinha tão infantil e ao mesmo tempo tão sedutora na mente da morena.

O ambiente era claro e confortável. A cor creme era dominante dando um clima mais aconchegante e receptivo. A temperatura amena—nem muito quente e nem muito frio—fazia com que o corpo relaxasse ainda mais rápido. As poltronas de couro branco eram grandes e confortáveis convidavam o sono a se fazer presente, os objetos dispostos pelo espaço mostravam luxo e requinte e iam desde quadros tantos de paisagens como abstratos até jarros transparentes com rosas recém-colhidas exalando um leve perfume no ambiente. Os jarros eram colocados em mesas de metal cobertas por toalhas de linho-fino cercadas pelas poltronas de couro branco—duas poltronas de cada lado das mesas. Eram quatro mesas que poderiam ser removidas de acordo com a vontade do passageiro, alguns armários e prateleiras eram dispersas na parte de cima da parede esquerda onde embaixo ficavam as mesas e na parede direita um grande e longo sofá branco feito em um tecido felpudo ficava encostado dando um ar ainda mais confortável ao ambiente. Um grosso e felpudo carpete escarlate era o que dava um toque de cor no ambiente quase todo branco e creme deixando destacado o poste de ferro que se encontrava no final do espaço e logo atrás se erguiam duas portas em um tom de creme um pouco mais claro do que os das paredes combinando com o tom de cor das prateleiras e armários.

Hinata corou suavemente ao se perguntar o motivo daquele poste se encontrar ali. Ainda se lembrava da aula de poli dance que Naruto a obrigara a assistir depois de perder uma aposta que eles dois haviam feito. Na sala de aula tinha um poste igualzinho aquele e ela ainda lembrava-se da cor que seu rosto tomou ao ter que dançar o utilizando. A morena desviou seus pensamentos para responder a pergunta do seu noivo.

—Sua mãe era conhecida como demônio ruivo, a melhor atriz de todos os tempos e a que mais ganhava também, ainda me lembro que o primeiro filme que vi com minha mãe, antes dela morrer, foi estrelado pela sua mãe. “Sombras ao vento” era lindo e minha mãe chorava muito quando a Sumi, a personagem principal interpretada pela sua mãe, morria e o Kunio, o marido da Sumi e que era loucamente apaixonado por ela, chora pela amada quando recebe a notícia. Era incrivelmente triste. Mas eu soube que ela tinha se casado e fugido do país com o marido estrangeiro, cujo nome nunca veio a mídia. E seu pai: o anjo loiro… O empresário mais bonito e um dos mais ricos do mundo… Não sabia que ele era casado, principalmente com o demônio ruivo. Chega a ser irônico: O demônio ruivo e o anjo loiro… — A morena contava com os olhos brilhantes e suspirando ao final.

Naruto a olhou intrigado e curioso. Ele conhecia a história dos pais, mas ouvi-la contando era diferente.

—Bom… Eu e minha família somos estrangeiros, Italianos para ser mais preciso. Só minha mãe que não, ela é realmente japonesa, mas minha família tem um laço com o Japão, por isso os nomes japoneses. —O loiro contou ainda com a cabeça pendendo para direita e os olhos azuis intensos a encarando fixamente esclarecendo a ela a história.

—Ah…! Agora faz sentido. Mas pensando bem… Eu acho que eles combinam. –Hinata comentou fechando os olhos e recostando-se confortavelmente na poltrona de couro do avião relaxando musculo a musculo antes de voltar sua atenção para o amado como que esperando uma história.

—Se você conhecesse a história deles… — Ele comentou rindo. Ela o encarou ainda mais curiosa, o relaxamento de nada adiantou, pois assim que ele falou ela inclinou-se para frente e só faltava quicar na cadeira. Ele riu ainda mais, fechou o notebook com a foto de seus pais e se acomodou na cadeira para contar a história.



“A mulher ruiva andava pra cima e pra baixo com o novo roteiro em mãos.

Argh! Eu não aguento mais essa vida… Ser uma pessoa diferente em cada trabalho. Eu queria ser apenas eu pelo menos uma vez.—Disse ela encarando o espelho e vendo seu rosto tão belo e tão triste refletido amargamente no espelho de seu camarim. A luz branca que iluminava o local deixava ainda mais evidente a tristeza e o abatimento que se faziam presentes no coração da jovem mulher e que agora transpareciam em seu rosto feito de linhas fortes e delicadas e incrivelmente expressivas e belas.

Ouve-se uma batida na porta e a linda ruiva olhou em direção a mesma escondendo o seu estado de humor. Era sempre assim… Alguém a chamava e ela deveria estar bonita e arrumada com um belo sorriso no rosto.

Uzumaki-sama, 15 minutos pra sua entrada no palco. —Dizia um dos ajudantes de palco do programa de entrevistas mais famoso do Japão, cuja apresentadora era Sutomaru Samui, uma morena de lindos olhos castanhos claros e corpo esguio que apresentava o programa a 5 anos.

Arigatou! Eu já estou indo!—Ela disse abaixando o olhar e conferindo seu lindo vestido carmesim e sua impecável maquiagem logo guardando o Script dentro da bolsa e seguindo o jovem em direção a entrada do placo.

Quinze minutos depois Kushina é chamada ao palco e entra com um lindo sorriso no rosto, embora em seu interior ela esteja frustrada com sua atual vida.

Então Kushina, como anda as gravações de seu atual filme: Uma história pra contar e recontar? Soube que era uma comédia romântica, isso é verdade?—Perguntou Samui sobre o recente filme que a ruiva filmava e o mesmo cujo Script estava em sua bolsa.

Sim é verdade. É impossível não rir, nas gravações mesmo nos divertíamos muito, mas também é lindo e apaixonante. Vale muito a pena assistir. —Disse a ruiva ainda sorrindo.

Humm… E é verdade o seu envolvimento com o Orochimaru? Soube que ele é o diretor do filme e que andou interessado em você. —Perguntou Samui com um brilho nos olhos de curiosidade, como se aquela fosse a fofoca mais quente do ano. Kushina estranhou e se surpreendeu com a pergunta acabando por não conseguir deter a reação que se seguiu.

EU E OROCHIMARU?—A pergunta realmente surpreendeu a ruiva que acabou gritando em resposta, mas logo se controlou para continuar a entrevista sem chamar mais a atenção daquela maneira. —Nós? De maneira alguma. Nosso relacionamento é estritamente profissional. O máximo que houve foi que ele pediu que eu o acompanhasse a casa de um amigo dele que era muito fã meu e que, por acaso, eu tenho muita admiração pela esposa dele, e por causa disso eu aceitei o convite, e o jantar ainda nem aconteceu!—Disse a ruiva contando ainda que assustada com a pergunta.

E que amigo é esse?—Perguntou Samui ainda não convencida.

Isso eu, infelizmente, não posso contar!—“Na verdade, felizmente sua fofoqueira intrometida!!!!” Pensou a ruiva enquanto falava.



Depois da entrevista, Kushina seguiu para sua casa para se arrumar para o jantar que ela aguardava ansiosamente. “Finalmente vou poder ser eu mesma, mesmo que seja por tão pouco tempo.” Pensou se entristecendo, mas conformada.

Ela vestia um lindo vestido azul, da cor do céu quando este se encontra ensolarado, e seus lindos e compridos cabelos ruivos se encontravam cuidadosamente encaracolados, seus maravilhosos olhos azuis- uns tons mais escuros que seu vestido- se encontravam lindamente destacados pela suave maquiagem que usava. Ela estava belíssima.

Faltando exatamente quinze minutos para as sete da noite, Orochimaru passou por sua casa encontrando essa já pronta e seguindo rápida e silenciosamente para a imponente casa dos Namikases onde o jantar seria realizado.



Kushina entrou sorridente— mais parecendo uma criança indo pela primeira vez a um parque de diversões do que um adulto sério e responsável (algo que ela certamente não era)— já admirando a incrível mansão Namikase.

Nossa… É linda! —Disse admirada sem perder nenhum detalhe da majestosa casa.

Seja bem vinda Senhorita Uzumaki!—Disseram os donos da casa: Jiraya e Tsunade.

Oh! Obrigada pelo convite. Eu fiquei animadíssima para conhece-los!—Disse a menina-mulher sorrindo verdadeiramente para o elegante casal que a recepcionava calorosamente.

Vamos seguir para sala de estar que daqui a pouco o nosso filho chega e se junta a nós. Ele vai tomar o cargo de presidente da empresa e desde então tem trabalhado até não aguentar mais, porém hoje, nós o intimamos a aparecer, se não era bem provável que ele nem apareceria em casa hoje. —Disse Jiraya hospitaleiro.

A sala era enorme e bem ornamentada, além de bastante cara. Peças valiosíssimas se dispunham em várias localidades, como vasos da antiga dinastia chinesa, tapeçarias indianas coloridas e antigas retratando algum tipo de guerra antiga, quadros europeus famosíssimos, inclusive alguns originais de Leonardo da Vinci. Os moveis era uma mistura clássica e contemporânea, com lindos sofás aparentemente macios e cadeiras que lembravam o período feudal, um dos moveis que mais chamou a atenção da ruiva foi a prateleira que devia ser do período Edo Japonês de tão antigo que era e o lustre que parecia feito de pequenos diamantes provável mente um Luís XIV. Era uma sala de estar realmente muito bonita e incrivelmente cara.

Kushina tentou disfarçar o seu encanto encarando os anfitriões.

Então Tsunade-sama, como anda a sua faculdade de medicina? Eu queria muito estudar lá, mas a carreira me impede de seguir esse sonho. —Disse ela tristemente com o objetivo de começar uma conversa. Seu tom de voz não passou despercebido por Tsunade que sorriu amigavelmente para a outra mulher no recinto.

Querida, lute e siga o seu sonho porque você pode se arrepender de não ter dado certo, mas nunca de ter tentado!—Disse Tsunade de forma terna para a linda ruiva a sua frente.

Kushina nem teve tempo de responder por que naquele momento ELE entrou na sala, os cabelos loiros rebeldes caindo desajeitadamente sobre os profundos olhos azuis, da mesma cor do vestido que ela usava, que ficava perfeito no rosto másculo e incrivelmente belo do jovem rapaz, e um corpo que mesmo franzino era incrivelmente definido, o seu peitoral subindo e descendo ofegante, e que mesmo com o terno, era impossível não ver. “Minha nossa!” Pensou a ruiva a notar o belo homem que adentrava apressadamente a sala.

Desculpe o atraso… É que tive uns problemas no escritório e depois o engarrafamento enorme no trân… O jovem loiro se silenciou ao encarar a ruiva na sala.

“Perfeito!” Era o que podia se resumir do pensamento dos dois. Ambos não acreditavam em amor a primeira vista, mas a partir daquele momento era impossível desacreditar nele.

Ambos se encararam por alguns minutos enquanto os outros três da sala se retiraram discretamente e os pais do jovem tinham um feliz sorriso no rosto.

Quando Kushina finalmente saiu do transe notou que a sala estava vazia e corou.

Humm… Cadê todo mundo?—Perguntou a ruiva constrangida.

O loiro finalmente desviou os olhos e reparou na situação em que estavam limpando a garganta sem-graça.

Humm… Eles devem ter ido à sala de jantar. E ãhn… Prazer, Namikase Minato!—Disse o loiro se apresentando.

E-e-e-eu sou U-u-Uzumaki Kushina!—Disse a ruiva gaguejando ao olhar os olhos azuis do rapaz e se repreendendo internamente pelo fato. Ele sorriu pra ela.

“Que sorriso!” A ruiva pensou enquanto voltava a divagar, mas logo acordando e corando sem-graça.

Humm… Eu acho que sei onde eles estão! Acompanhe-me!—Disse ele sorrindo galante para a ruiva deixando-a ainda mais corada.”



—E foi assim que eles se conheceram?—Perguntou Hinata animada se inclinando ainda mais para frente na poltrona e encarando o lindo loiro muitíssimo parecido com o loiro mencionado na historia. Naruto sorriu para ele amorosamente antes de responder a pergunta.

—Foi! Meu pai até hoje implica com a minha mãe por causa disso! Ele sempre diz que ele é tão bonito que até ela perdeu a fala na presença dele. E olha que pra minha mãe perder a fala… — Disse o jovem loiro rindo ao passar em sua mente a cena de seus pais implicando um com o outro. Era claro pela maneira com que se comportavam juntos o quanto uma amava o outro mesmo tendo se passado anos de casamento, e isso deixava o filho muito feliz.

Ela riu o acompanhando.

—Eu adoraria que meus pais fossem assim… —Disse Hinata logo mudando sua expressão para uma de tristeza.

Sua mente repetia as várias vezes em que se sentira rebaixada por seu pai. Bem lá no fundo ela sabia que ele a amava, embora ele fosse frio e insensível ele a amava, mas a falta de demonstração desse amor deixava a pequena Hyuuga ainda mais triste e infeliz em relação a família. E a falta da sua mãe só intensificava ainda mais isso.

Naruto se aproximou dela e levantou seu rosto vendo as pequenas lágrimas que se formavam nos olhos da morena de olhos perolados.

—Não fique assim. Tenho certeza de que se sua mãe fosse viva, ela faria tudo para ver você feliz, e principalmente que ela seria muito feliz com seu pai. Assim como os meus pais são felizes juntos. –Disse o loiro compreensivo.

Ela lhe sorriu meigamente.

—Obrigada. Continua a história… — Disse ela timidamente agradecida limpando as lágrimas com as costas das mãos se arrumando na poltrona para continuar a ouvir a história.



Então minha querida, você falou que gostaria de fazer medicina. Por que não faz?—Perguntou a loira encarando a jovem ruiva.

Eu tenho medo de largar minha carreira e não dar certo como médica. E eu não quero abandonar os meus fãs, sabe, por mais que seja ruim não ter privacidade, é bom ter pessoas que te adoram e que por onde você passa gritem seu nome… Dis

se Kushina com um singelo sorriso no rosto enquanto se perdia em pensamentos e lembranças.

O Namikase deu um pequeno sorriso ao fitar a ruiva. Sorriso que passou despercebido pelos ocupantes da sala.

Sabe… Você devia ousar. Pra no futuro não se arrepender de não ter tentado. —Disse o loiro suavemente incentivando a jovem mulher.

Ela lhe sorriu pensativa. “Será que devo seguir o concelho dele? A mãe dele disse a mesma coisa mais cedo…”

Ein, Kushina, qual é o próximo filme que você vai filmar, assim que acabar esse?—Perguntou Jiraya mudando de assunto. A ruiva pareceu despertar dos pensamentos com a pergunta e com um sorriso gentil ela o respondeu prontamente.

“Sombras ao vento”! “



—O filme que vi com minha mãe… Esse não foi o último filme em que ela atuou?—Perguntou ela espantada.

—Sim! Foi o último filme que ela fez antes de sair do Japão e ir pra Itália se casar com meu pai. —Respondeu o loiro logo ficando com uma expressão séria.

—O que houve pra você fica assim?—Perguntou a morena confusa. Os olhos perolados refletiam o rosto, e principalmente o olhar raivoso, do homem a frente.

—Você sabe por que ela foi pra Itália se casar?—Perguntou Naruto mantendo a expressão em seu rosto. Hinata já começava a se sentir preocupada com o rumo daquela conversa.

—Não… Mas disseram que ela estava fugindo... Que ela fugiu do país!—Respondeu a menina dos olhos perolados curiosa e definitivamente preocupada. “O que aconteceu nessa história?” Pensava levantando a mão suavemente e a colocando no rosto do loiro a sua frente. Ele fechou os olhos apreciando o toque e relaxando suavemente os ombros que se encontravam tensos.

—Sim… Ela fugiu. Isso aconteceu 3 anos depois do dia que ela conheceu meu pai. Eles tinham 22 anos e nessa época eles estavam namorando escondidos, ela estava acabando de filmar “Sombras ao vento”, ninguém suspeitava do namoro deles, afinal eles brigavam tanto que era impensável eles terem um amor escondido. Mas minha mãe queria deixar de lado a carreira como atriz para ser médica e ela só esperava vencer o contrato que acabava naquele dia. Porém a mídia descobriu e ela começou a ser ameaçada de morte. Existia Tobi, ele era o empresário dela e tentou mata-la quando descobriu que ela se apaixonara e quase conseguiu, isso foi no dia em que meu pai a levou embora e se se casou com ela na Itália para que ela pudesse permanecer no país.—Contou o loiro abrindo os olhos e encarando sua noiva severamente, embora certamente aquele olhar não fosse dirigido a ela. A Hyuuga manteu sua mão no rosto do homem e agora acariciava levemente o rosto dele com a intensão de acalmá-lo, mas a história a surpreendeu.

—Tobi… quase… a matou…?—Perguntou pausadamente por causa da sua surpresa. Deixando de acariciar o rosto dele por alguns instantes e logo depois retirando a mão do rosto de expressão forte.

Ele balançou a cabeça afirmativamente. Hinata se inclinou em direção a ele e ignorando a surpresa pegou as mãos grandes nas suas pequenas e delicadas.

“O que realmente aconteceu na história e por que Naruto reagiu assim?” Perguntas que se passavam na mente da morena que se preparava para ouvir a continuação da narrativa.



“A mulher ruiva se encontrava na parte de trás da sua limusine, ela seguia para o escritório do seu namorado. Ela nunca tinha ido lá, mas o loiro tinha contado pra imprensa a última que ela aprontou pra cima dele, e essa foi a notícia mais comentada na semana: O banho que ele recebeu na conferência em Tóquio. A foto do jornal o mostrava vermelho de raiva todo molhado e com um balde na mão. Ao longe se podia ver a ruiva caindo na gargalhada.

Ela sorriu lembrando-se disso. Ela estava filmando no mesmo local em que a conferência aconteceria e não perdeu a oportunidade de zoar com o namorado. Só não esperava que a imprensa viesse e que noticiasse perguntando ao loiro o que havia acontecido. Agora ela se encaminhava ao escritório dele para supostamente pedir desculpas. É lógico que ela iria é aproveitar pra namorar um pouquinho.

Ela agora encarava maliciosamente a entrada do prédio das indústrias Namikase. Era uma fachada bonita e elegante, a cor amarela- num tom bem claro- era predominante na fachada que apresentava o nome em prata e era lindamente ornamentada com diferentes tipos de plantas, mas a que mais se destacava eram as sakuras.

Ela se apressou a abrir a porta para encontrar de uma vez aquele que fazia seu coração bater mais forte, seus olhos brilharem, suas mãos tremerem de expectativa pelo toque das dele, seus suspiros ficarem mais contínuos e um lindo sorriso se formar em seu rosto. Ela não via a hora de encontra-lo mais uma vez e escutar dele o quanto ele a amava. Porém, seus planos foram interrompidos quando a porta de sua limusine não abriu. Ela tentou mais uma vez e nada.

Satomaru, eu estou com problemas aqui!—Disse pelo telefone da limusine, porém não obteve respostas.—Satomaru?

O desespero começou a aumentar quando ela escutou um barulho de Tic-tac e pela janela vendo o seu motorista correndo desesperadamente para longe da limusine. Ela começou a gritar por ajuda e num ato desesperado lançou a garrafa de champagne no vidro que se partiu com o golpe violento. Com o salto do sapato ela quebrou mais um pedaço e sem hesitar saiu pela janela arranhando consideravelmente a pele e entrou correndo no prédio, assim que entrava no saguão do prédio a explosão aconteceu a lançando, juntamente com as pessoas que estavam ali, para longe.



Minato estava em sua sala terminando de assinar o último documento quando ouviu o estrondo e também o barulho de vidros se quebrando. Correu em direção da janela com o coração apertado sem saber exatamente o motivo. Pegou rapidamente o elevador privativo sem pensar duas vezes. Desceu os 24 andares do prédio com o coração na mão e assim que chegou no hall se deparou com uma cena que o deixou desesperado. Sua ruiva estava deitada com o corpo inerte no chão, sua cabeça sangrava assim como os braços e pernas e sua roupa estava levemente chamuscada.

Ele correu em direção a ela e a pegou do chão.

Mi-Mi-Minato…kun… Me… tire daqui… Ela dizia fracamente enquanto tossia—Ele… Ele… Ele quer… me matar!—Disse antes de desmaiar nos braços do amado.

Kushina! –Ele rogou desesperado. Porém, naquele momento a vontade e a necessidade de protegê-la falou mais alto fazendo-o pegar o celular. E discar o telefone de casa.

Mãe, por favor, arrume minhas coisas e providencia roupas pra Kushina, partiremos pra Itália imediatamente. Ligue para Kaori e peça a ele para preparar o avião. Estou indo pra casa e ela precisa de cuidados médicos urgentes e não posso leva-la para nenhum hospital. Em casa eu explico. —Falou rapidamente assim que sua mãe atendeu ao telefone e desligou sem nem esperar resposta. Cuidar dela era mais importante.

No estacionamento colocou-a no banco de trás de seu carro e dirigiu rapidamente pra casa, antes que a policia e os paramédicos chegassem e pedissem explicações.

No caminho ligou para Uchiha Fugaku, seu amigo de longa data e chefe do departamento de segurança do Japão, contando do ocorrido e pedindo sigilo da imprensa. O amigo concordou dizendo que cuidaria das investigações e que iria na casa do Namikase pegar o depoimento de Kushina para que eles partissem do Japão o quanto antes.

Assim que chegou em casa, Tsunade e Jiraya já o esperavam na porta. Eles entraram e Minato a colocou deitada na sua cama, em seu quarto.

O que aconteceu com ela Minato?—Perguntou Jiraya ao filho enquanto Tsunade cuidava da garota.

Eu não sei otou-san. Eu estava no escritório quando escutei um barulho ensurdecedor de uma explosão e olhei da janela vendo que tinha sido na fachada da empresa, desci correndo e encontrei Kushina, junto de outras pessoas- funcionários da empresa em sua maioria, estirados no chão. Fui correndo até ela e ela pediu para tirá-la dali por que ELE queria mata-la. Logo depois desmaiou. –Contou resumidamente ao pai enquanto observava sua amada que vagarosamente despertava.

E quem é ELE?—Perguntou Jiraya preocupado.

Eu não sei!—Disse “mas suspeito de quem seja… Tobi!” O loiro guardava em seus pensamentos.”



—Assim que minha mãe acordou Fugaku, pai de Sasuke, chegou e tomou o depoimento dela, depois meus pais partiram pra Itália onde eu nasci, mas voltei pro Japão fazem 5 anos, agora decidi morar sozinho. Ter minha independência. Meus pais voltaram pro Japão, mas logo retornaram pra Itália já que nunca conseguimos culpar Tobi pelo acontecido com a minha mãe e meu pai teme pela vida dela. –Finalizou o loiro relaxando o corpo e agora colocava um leve sorriso brincando no rosto.

—Que lindo! Mas a mídia nunca desconfiou de nada?—Perguntou a morena curiosa e também relaxando, embora a reação do loiro a fazia supor que existiam mais coisas nessa história do que ele a contava.

—Sim… Mas meus pais sempre achavam uma maneira de despistá-los. Acho que dessa vez eles voltam conosco para o Japão!—Disse ele com a felicidade inundando seu rosto aos poucos. Falar dos pais sempre colocava um sorriso no rosto de Naruto. Era claro o quanto ele os amava e admirava.

—Eu acho que isso seria muito legal!—Disse Hinata sorrindo feliz. —Eles merecem ser felizes e ficarem juntos.

—Eu também acho. Mas e os filmes da minha okaa-san, são bons?—Perguntou Naruto curioso.

—Sim… São demais! O único que eu tenho em casa é “Sombras ao vento”, foi o que comprei com minha mãe antes dela morrer e nós vimos juntas. Você nunca viu os filmes da sua okaa-san?—Ela estava incrédula no final de sua fala.

—Só alguns… É estranho vê-la beijar alguém que não seja meu otou-san!—Ele disse com uma careta que a fez rir consideravelmente. Agora Naruto parecia uma criança com ciúmes da mãe com outro homem que não seja o pai.

—Mas não é de verdade… E com o seu otou-san com certeza é!—Disse ela tentando convencê-lo, embora sabendo que era uma tarefa impossível e esse pensamento só a divertia ainda mais.

E assim transcorreu a viagem com eles rindo e Hinata contando as histórias de alguns dos filmes que Kushina estrelou, embora a curiosidade sobre o rumo da história de Kushina e Minato não tenha saído da cabeça da morena, mas ela aguardaria outro momento para matar a curiosidade. Um momento em que ela pudesse realmente saber tudo que havia acontecido nesse tempo em que a ruiva ficou desaparecida e descobrir o verdadeiro motivo para a maior atriz japonesa desaparecer misteriosamente do olhar do mundo por mais de 25 anos.