Betty sai do apartamento de Armando completamente desolada.
“Como eu pude ser tão ingênua, tão burra? Como um homem como Armando Mendoza poderia se apaixonar por mim? Não acredito que mais uma vez eu me entreguei e fui enganada.”
Armando, desce e tenta encontrar a Betty, mas vê de longe ela entrando em um táxi indo embora.
“Meu Deus, como sou estúpido, ESTÚPIDO!! Como pude deixar uma mulher tão inocente, tão meiga, tão apaixonante ir embora da minha vida assim. Betty, minha Betty. Será que ela vai me perdoar?”
Beatriz, estava no táxi pensando em como sobreviveria mais uma vez a essa catástrofe que ocorreu em sua vida. Pensa que jamais deixará de amar ao seu Armando, mas que nunca conseguiria o perdoar. Mas por outro lado, seu coração dizia que ele estava sendo sincero, que estava dizendo a verdade quando disse que se apaixonou por ela.
Chegou em casa e foi para o seu quarto, não queria falar e nem ver ninguém. Só queria deitar e chorar, chorar tudo o que podia, desabafar. Sua mãe foi ao seu quarto, falar com ela:
—Betty, minha filha não vai comer? Percebe que ela está chorando. – Está bem, Betty? Está chorando? O que você tem? Seu chefe gritou com você?
— Não, mamãe. Estou cansada, com dor de cabeça. Hoje foi um dia muito longo, com muito trabalho.
— Tem certeza, minha filha? Dona Júlia estava preocupada, a última vez que a viu chorar assim, foi por causa do desgraçado do Miguel. Mas, dessa vez não seria por isso, Betty teria dito algo a ela.
— Sim mamãe tenho jojojo. Não precisa se preocupar.
— Você tem que descansar, Betty. Anda levantando cedo, dormindo tarde isso faz mal.
— Eu sei, mamãe por isso pedi ao seu Armando para ficar em casa durante 1 semana. Ele disse que não teria problema. Então, se alguém ligar da empresa ligar e perguntar, diz que eu não estou, que eu viajei. Por favor, mamãe. Inclusive o doutor Armando.
— Tudo bem, filha. O Nicolás ficou preocupado, queria falar com você. Dona Júlia estava ainda mais preocupada, nunca viu Betty desse jeito, principalmente não querendo falar com o chefe, que ela tanto admira.
— Pede ele para vir aqui, mamãe. Quero conversar com ele sobre empresa.
— Então ta bem, filhinha. Vou aproveitar e trazer alguma coisa para você comer, mas não demore com o Nicolás, você sabe como é o seu pai.
— Tudo bem, mamãe. Muito obrigada.
Dona Júlia desce e fala com o Nicolas, então vai a cozinha e pega uns quitutes para Betty comer, e seu famoso suco de amora. E então pede para o Nicolas levar.
— Tome Nicolas. Leve para a menina, ela não quer comer mas são para ela não coma!
— Claro que não vou comer, Dona Júlia. Se é para Betty, vou levar para ela. Mas tem muitos aqui, ela não vai conseguir comer sozinha, mas só vou comer se ela me der.
— Sei, te conheço muito bem. E Nicolas, converse com ela, ela não está bem. Está diferente, eu fui ao quarto dela e ela estava chorando disse que era dor de cabeça, mas eu não acreditei. Mas por via das dúvidas, leve esses analgésicos também para ela tomar.
— Tudo bem dona Júlia. Vou levar.
Nicolas subiu para o quarto de Betty, chegou lá e a encontrou deitada na cama, segurando o seu boneco Beto da Vila Sésamo.
— Oi, Betty. Trouxe as coisas que sua mãe pediu, e esses analgésicos para sua dor de cabeça.
— Oi, Nicolas. Deixe-os aí ou se você quiser, pode comer. Eu não tenho fome.
— Bem, já que você insiste. Nicolás começa a devorar a bandeja com as comidas.
— O que você tem, Betty? Você não está bem e não venha dizer que é dor de cabeça, eu te conheço.
— Nicolas, por favor me abrace, me abrace forte. Preciso de você, do meu melhor amigo. Betty começa a chorar novamente e Nicolas corre para a abraçar.
— O que foi, Betty? Por que está chorando? O que aconteceu?
— Me mataram, Nicolas. Me mataram de novo.
— Como assim, Betty?
— Mais uma vez brincaram comigo, acabaram comigo. O seu Armando e o seu Mário fizeram um plano para me conquistar, fazer eu me apaixonar para não perder a empresa.
— Betty, mas porque? Como você deixou? Sabe que o estilo desses homens são modelos famosas.
— Não sei, Nicolas. Não sei porque eles fizeram isso. Mas o seu Armando parecia tão sincero comigo, parecia ser verdade. Eu via nos olhos dele.
— E como você descobriu, Betty? Ele te contou?
— Eles brincavam comigo escondidos. Conversavam sozinhos, isolados, ficavam zombando de mim, rindo, se divertindo as minhas custas e eu iludida por esse amor. O seu Mário viajou hoje com a dona Marcela e então, o doutor Caldeiron deixou uma bolsa azul em cima da mesa dele e a Sandra minha amiga me entregou. Como estava o novo do meu chefe, eu fui ver o que era por curiosidade, e então comecei a ver que eram cartões, brinquedos e fiquei feliz, achei que eram para mim e então eu vi um envelope, o maldito envelope e fui ler e dentro tinha essa carta.
Betty levanta, pega a carta e começa a ler para Nicolas. A cada frase, ela soluça, chora. Nicolas sente a dor junto com ela. Mas, ao invés de ficar triste fics com muita raiva do doutor Mendonça. Ela então termina de ler a carta e chorou mais.
— Como esse homem pode fazer isso, Betty? Ele tem que pagar, tem que pagar.
— Eu não sei, Nicolas. Eu só sei que quero morrer, me mataram outra vez.
— Não diz isso, Betty. Você vai ficar bem, igual a outra vez.
— Dessa vez é diferente, Nicolas eu sempre fui apaixonada pelo doutor Armando, sempre o vi como meu defensor, ele confiava em mim, dizia que eu era sua amiga, e faz isso porque teve ciúmes, achou que você iria fazer eu roubar a empresa.
— Eu? Mas como assim? Você não disse a ele que éramos amigos?
— Sim, Nicolas. Eu sempre dizia que você era como meu irmão, que eu confiava em você de olhos fechados, mas eles não acreditarem e fizeram esse jogo sujo comigo.
— Betty, eles têm que pagar de alguma forma, isso não pode ficar assim. Você tem que fazer algo e eu vou te ajudar.
— Nicolas, eu não quero pensar nisso. Vou ficar uma semana fora da empresa e pensar. Ele chegou na ecomoda procurado a sacola e viu que eu já tinha descoberto. Ficou desesperado, me levou pro apartamento dele, disse que o jogo tinha mudado, que ele não sentia nojo de mim que me amava.
— JA! E você acreditou?
— eu não sei, estou confusa, ele parecia ser sincero. Dava para ver nos olhos dele, estava chorando, aflito, desesperado.
— Betty, você sempre foi tão ingênua. Ele fala isso porque está com medo de agora você querer ficar com a empresa dele.
Betty não responde nada e começa a chorar, um choro angustiado. Nicolas corre e a abraça.
— Betty, eu não sei o que fazer, mas conte com minha amizade, com minha irmandade, não sei se vai adiantar muito, mas não quero te ver assim.
— Nicolas, você é meu irmão, por favor só fique comigo.
Nicolas a abraça mais forte e beija sua testa. Dona Júlia então chega e abre a porta e vê a cena. Por um lado se sente aflita em ver sua filha assim, sabe que tem algo errado, mas não quer a perguntar. Por outro fica comovida com a amizade e cumplicidade dos dois.
— Betty, você está bem? Os dois levam um susto e se soltam do abraço.
— Sim mamãe estamos bem, o Nicolas já estava de saída, não é?
— Sim sim, Betty claro. Pensa no que eu te falei. Tchau dona Júlia, até amanhã.
Dona Júlia olha para Betty e então fecha a porta. Não sem antes fazer o sinal da cruz e abençoar sua filha.
Continua…