Betty estava destroçada, nunca ninguém a feriu dessa forma nem mesmo Miguel e a aposta com Ramon. Aquela carta a matou, se sentia vazia, utilizada mais uma vez, mas dessa vez pela pessoa que ela mais admirava e amava depois de seu pai.
Não conseguia entender o porquê de tudo isso, se ela sempre a Armando que ela confidente e fiel a ele, não entendia esse jogo sujo com o Seu Mário, achava que era um sonho, queria morrer. Mas aquela conversa com Claudia Bolocco a fez bem, a ajudou. Nesse momento, pensou em tirar cópia da maldita carta, mas pensou melhor e decidiu jogar na cara dele, e saber o porquê desse jogo tão estúpido, tão sujo.
Neste momento, dona Catalina entra na sala e a vê nesse estado:
— Dona Catalina, como você está?
— Bem, obrigada. Betty, Armando não estava nesse momento com a Bolocco?
— Não, seu Armando ainda não chegou e a senhora Bolocco não o pode esperar e já foi.
Durante dessa conversa, Betty está guardando as cartas que ela achava que o próprio Armando escrevia nessa bolsa que partiu seu coração.
Betty, se encontra bem? Estava chorando?
— Não, estou gripada. Contesta Betty desanimada e pálida. – Mas vai passar, tranquila.
— Mas não parece uma gripe, claro que nesse beco pode até te dar uma tuberculose, se o que você tem é só uma gripe seria muita sorte, Betty.
— Isso é o que tenho.
— Quando ver o Armando, diz que preciso falar com ele.
Betty assente com a cabeça, nisso Catalina sai olhando para ela, sabe que não é só uma gripe, mas decide não a pergunta o que passa pois sabe que ela é muito reservada, mas percebe que Betty não está bem.
Betty, pensa na noite anterior no apartamento de Mário, nos beijos, nas carícias, no amor que fizeram e como parecia tão sincero. No quanto ele a feriu, jogou com ela.
Nisso, pensa em levar a sacola de volta para Sandra para que ela deixe na mesa do seu chefe, onde a encontrou. Mas, pensa de novo em jogar isso tudo na cara dele e dar um basta nessa relação (ou no que ela pensou que fosse). Então, sai para jogar água no rosto, se nota pálida, nervosa, como se estivesse de pé por um milagre divino, pois o amor a matou novamente. Senta e chora , mais uma vez e se questiona o porquê de ter nascido feia, o porquê de não se apaixonar e ter alguém apaixonada por ela, pelo o que ela é pelo seu interior.
Depois de ter desabafando novamente, chorando. Decide voltar para sua sala e o encontra sentado em sua mesa:
— Oi Betty. Me conte uma coisa, o que passou com a Bolocco?
— Não pode mais esperar por você e seu foi. Disse friamente
— Não me diga isso. Disse nervoso. – fiquei com uma vergonha dessa mulher, tudo que ela viu e que aconteceu aqui. E quem mais veio aqui?
— Dona Catalina está o procurando.
— Aaa, diga que ela venha para cá.
Betty continua o olhando, com um olhar triste.
— Betty, aconteceu algo?
— Não doutor, não acontece nada. Diz isso tentando um sorriso e entra para sua sala.
Entra em sua sala e se comunica com Inesita para que diga a Catalina que Armando já chegou e está a esperando. Desliga, e olha para aquela maldita sacola, não consegue acreditar e pede para que seja mentira tudo isso.
Betty, sai de sua sala e pergunta a Sandra se já falou com chefe, ela nega. Mariana e Sandra então, notam Betty estranha:
— Betty, amiga Você está bem? Está diferente, apagada.
— A Mariana tem razão Betty.
Fredy de entrometido também diz que ela está estranha.
E sai entregando as correspondências, entrega para Patrícia e a mesma grita, por suas dívidas.
— Estou bem meninas, não se preocupem. Sandra, quando falar com seu Mário, me avisa, tá?
Sandra assente e olha para Mariana com uma cara preocupada.
Betty volta para sua sala, e Armando e Catalina estavam conversando sobre o novo lançamento, sobre o local, os custos. Armando pede a Catalina para deixar tudo com Betty, quando ela vai entregar novamente se preocupa, Betty está pior do que estava antes. Armando também nota e a pergunta de novo se ela está bem, e a mesma diz que sim. Dona Catalina se despede e vai embora de ecomoda.
Armando então recebe a ligação de Mário, quando Betty ouve vai para a porta tentar ouvir a conversa. Mas nisso, Armando sai de sua sala para ir para sala de Mário.
— Irmão, estou te falando não tem nenhuma sacola azul aqui.
— Armando, eu deixei essa sacola aí impossível.
— Que Cruz, Calderón! Eu já te disse que não está aqui! Disse já alterado.
— Irmão, me ouve bem: essa sacola não pode ir parar em mãos erradas. Lá tem todas as instruções estão lá! Os bilhetes, os cartões, ninguém pode pegar essa sacola, Armando.
— TÁ MARIO E VOCÊ QUER QUE EU FAÇA O QUE? NÃO ESTA AQUI!
— Calma Armando, ficar assim é pior. Vê com a Sandra se ela pegou e colocou em outro lugar!
— Vou tentar, Calderón.
Desliga o telefone e vai perguntar Sandra sobre a sacola, nisso ela diz que tinha deixado em sua sala. Armando agradece e vai em direção a sua sala, nisso procura por todos os lados, embaixo da mesa no chão e não encontra. Resolve ligar para Mário e ver se está lá, nisso da um estalo em sua cabeça, as vezes a Betty pode ter pego e guardado em outro lugar. Entra no beco e vê a sacola em cima da mesa de Betty e fica pálido quando vê que a sacola está aberta e todos os cartões, chocolates, lembranças estão espalhados pela mesa.
— Beatriz, onde você encontrou essa sacola?
Betty então com muita raiva e muita dor o olha e responde:
— Essa sacola, doutor estava em cima de sua mesa e eu infortunadamente, tive a curiosidade de olhar. Por que, doutor? Por que brincou comigo desse jeito? Sabendo o quanto eu era incondicional com você, sabendo que eu era leal.
— Betty, eu posso te explicar. Me deixa te explicar
— Explicar o que, seu Armando? Tudo já está muito explicado, nessa carta aqui. Que você tinha que me seduzir para eu não ficar com sua empresa. Que o senhor tem asco, nojo dos meus beijos, que foi um sacrifício ter que me levar para cama.
— Não, Betty! As coisas não são assim, eu nunca senti nojo de você. Eu amo os seus beijos, eu amo você.
— Como tem a coragem de mentir? Você e o Doutor Mário fizeram um jogo para me seduzir, para me apaixonar. Ontem eu te contei a história da minha tragédia, da minha primeira vez e mesmo assim o Senhor iria continuar com esse jogo? Para depois que eu te entregar a sua empresa me jogar na rua como se nada tivesse acontecido? Se casar com a dona Marcela e ter seus felizes para sempre, enquanto eu estaria sei lá onde, sozinha.
— NÃO, BEATRIZ NÃO! EU NUNCA TE DEIXARIA, VOCÊ TEM QUE ME OUVIR, MI AMOR. POR FAVOR, ME OUVE!
— NÃO QUERO OUVIR, JÁ ESTA MUITO CLARO NESTA CARTA. Mas fique tranquilo doutor, sua empresa continuará sendo sua. Amanhã mesmo terá sua empresa e minha renúncia!
— BETTY, VOCÊ SABE QUE NÃO PODE FAZER ISSO. SABE QUE SE ME ENTREGAR A EMPRESA OS CREDORES VÃO VIR ATRÁS DE NÓS E SERA O FIM DA ECOMODA!
— E porque o Senhor não pensou isso antes de fazer esse joguinho? Por que não pensou nas consequências? Eu não quero mais te ver, não quero saber da sua empresa, do senhor de nada deste lugar!
— Beatriz, vamos sair daqui, vamos para outro lugar que eu possa te explicar, por favor eu te imploro, não vou fazer nada.
Nessa altura, os dois já estão a borda de lágrimas, Betty não quer ir com ele, mas no fundo pensa que isso tudo pode ser um equívoco e que ele tem uma explicação. Mas, ao mesmo tempo vê que está muito claro, ele mentiu, dizia que essa relação era somente deles dois, mas estava compartilhando todas as suas intimidades com seu melhor amigo. Mesmo com isso tudo, decide sair dali e ir com ele.
— Está bem, doutor. Vou com o Senhor porque não quero ficar aqui, todos já viram que eu não estou bem e eu não vou aguentar mais ter que fingir que estou bem. Mas, não quero que você me encoste!
— Obrigado, Betty. Não vou te encostar, te prometo.
Betty, arruma suas coisas, pega a maldita sacola e sai com Armando. Quando passam pelo corredor, todos notam a afeição dos dois e acham que tem algo de errado com a empresa, então Patrícia já com seu radar pergunta:
— Armando, onde você vai essa hora? Não é muito cedo para ir embora? E ainda vai levar a Garfio com você?
— NÃO TE INTERESSA, PATRICIA. PODE LIGAR PARA SUA AMIGA E DIZER QUE ESTOU INDO EMBORA! LARGA DE SER INTROMERIDA E VAI FINGIR FAZER SEU MALDITO TRABALHO.
— Aí Armando, também não precisa falar assim. Eu perguntei por curiosidade não para falar com a Marce.
— HAHAHA FAÇA-ME RIR, OXIGENADA. VAI FAZER SEU TRABALHO ANTES QUE EU TE MANDE EMBORA.
Nisso se ouve os gritinhos do quartel e o elevador abre, Betty e Armando entram e descem.
— O que vocês estão comemorando suas desgraçadas? Vão trabalhar!
— Aí, oxigenada a única que tem que trabalhar aqui é você senão ira perder seu trabalho. Hahahaha

Continua....