CONTO 02 — AIDEN DANVERS & CONNOR FOSTER

Narrado Por Aiden Danvers

Ei, isso não é fácil? Achei que fossemos levar mais tempo pra dar conta dessa situação. Da próxima vez, me traga um desafio de verdade. — Connor Foster diz poucos segundos antes de ser pego por trás por um dos tentáculos do Kraken que estamos enfrentando no porto de Manhattan.

Idiota.

Me projeto para frente, indo ao seu resgate na água. Quando chego até meu colega de equipe, vejo que ele já conseguiu se soltar do tentáculo, então apenas o pego pelo braço e o levo para fora da água. O jogo no chão e pouso graciosamente perto dele, que começa a tossir.

— Espero que ninguém tenha filmado isso.

— Ah, espero que tenham. E digo mais, espero que sua idiotice viralize na internet. Talvez isso te ensine a não cantar vitória antes da hora, nem dar as costas para um inimigo desse jeito!

— Eu achei que tínhamos dado conta dele!

— Bom, claramente você achou errado! E olha no que deu!

— Tá bom, mamãe. — Ele me dispensa com a mão enquanto se levanta do chão. — Quer dizer mais alguma coisa ou vai calar a boca e me ajudar acabar com esse monstrengo de uma vez por todas?

Trinco o maxilar e me seguro para não continuar com aquela discussão besta. O Foster sabe como me irritar ao máximo em qualquer tipo de situação, mas agora não posso me dar ao luxo de cair em suas provocações.

Temos trabalho a fazer.

— Posso tentar levantar ele. Se você atacar na mesma hora, acho que pode ser o suficiente pra desequilibrá-lo e aí o mandamos de volta antes que ele avance mais. Não podemos deixar que ele chegue até a cidade, já está causando confusão demais aqui.

— Até que é um bom plano, só que isso não vai resolver nosso problema, Soldado Estelar. — Connor aponta, desviando rapidamente de um dos tentáculos da coisa. Faço o mesmo. — Temos que matar esse bicho ou ele vai voltar e atacar de novo. Já aconteceu uma vez, lembra?

Sim, eu me lembro. Um bicho semelhante a esse, porém muito maior, apareceu há alguns anos e minha mãe e Jessica Drew cuidaram do recado. Hoje é nossa vez de cuidar do problema, e infelizmente Foster está certo. Temos que acabar com esse pequeno kraken de uma vez, ou ele vai voltar.

— Então mudança de planos, Asgardiano. — Começo a flutuar, me aproximando dele. — Vamos coordenar nosso ataque. Você na cabeça, eu no tronco. — E sem esperar por uma resposta, o levanto no ar e rapidamente o levo até a cabeça do monstro, deixando-o lá.

Por mais que a gente não se dê bem, quando se trata de uma luta, Connor não precisa de muito para entender minhas ordens. Ele começa a atacar o bicho com sua espada, e isso chama sua atenção.

Nosso incomum oponente tenta derrubar o meio asgardiano, então começo a atacá-lo também, para desviar sua atenção para mim.

O pequeno kraken pode ser forte, mas não é páreo para nós dois juntos. Não quando sincronizamos nossos ataques. Ele tenta nos atacar com seus tentáculos, mas somos mais rápidos. Com minhas rajadas de energia e com sua espada e eletricidade, Foster e eu conseguimos cortá-los fora, deixando-o quase indefeso.

Um pouco mais lento, ele deixa uma abertura para que possamos dar nosso golpe final. Aponto meus pulsos para seu peito, e consigo abrir um buraco nele, ao mesmo tempo em que meu companheiro de equipe consegue fincar sua espada no topo da cabeça do monstro, fazendo-o cair na água.

Foster cai junto com ele, e mais uma vez, vou a seu resgate.

Consigo encontrá-lo embaixo da água, no meio do que sobrou do monstro e o levo mais uma vez para a segurança do porto, onde uma multidão de curiosos assistem a nossa luta.

Minha aterrissagem não é tão graciosa dessa vez, e estamos cheios de gosma de monstro, mas mesmo assim, as pessoas nos aplaudem. Foster se levanta, sorri e acena para eles, enquanto eu me certifico de jogar os pedaços de tentáculo restantes de volta ao mar, facilitando um pouco o trabalho do coitado que tiver que limpar essa sujeira mais tarde.

— Podem ter vídeos meus sendo pego por aquele maldito tentáculo, mas pelo menos também terão vídeos e fotos suas todo cheio de gosma, e isso me deixa mais feliz. — Ele comentou assim que se aproximou de mim, e tudo o que faço é soltar uma risada irônica.

— Já olhou pra si mesmo? Você está nojento.

— Não muda o fato de que continuo lindo como sempre. Já você...

Dou um empurrão nele, mas o meio asgardiano só sorri mais. Reviro os olhos e maneio a cabeça.

— Tá bom. Vamos dar o fora daqui. Eu preciso muito de um banho.