CONTO 02 — SAM BARNES & ABBY WILSON

Ser um Jovem Vingador nem sempre era tão legal quanto podia parecer. Ser um jovem herói, na realidade, acabava sendo muita responsabilidade, muito estressante e muito perigoso. As vezes as missões era bem arriscadas e algumas delas acabanavam saindo do controle.

Por exemplo, as vezes, você podia pego no meio de uma explosão, enquanto tentava escapar de um grupo de mafiosos.

Quando percebeu o que estava prestes a acontecer, Sam ergueu o escudo holográfico e puxou Abby para mais perto de si quase no ultimo segundo, esperando conseguir protege-la do impacto maior. Para seu alívio, o escudo aguentou muito bem, e os protegeu de danos maiores, mas mesmo assim, quando a explosão aconteceu, tanto Sam quando Abby foram lançados para trás, acertando o que quer que estivesse no caminho.

Sam caiu no chão, atordoado. O escudo falhando em seu braço até que se desligasse por completo. Ele tossiu e tentou se focar. Barnes não sabia se havia perdido a noção do tempo por um minuto ou uma hora, mas assim que recobrou os sentidos completamente, a primeira coisa que fez foi acionar pelo comunicador o resto de sua equipe, e pedir reforços.

— A coisa está feia aqui gente. — Ele resmungou, se esforçando para que a voz não falhasse. — Perdemos o Matador Mascarado de vista e o Bombadroid dele explodiu bem na nossa cara.

— Estaremos aí em quinze minutos. — Aiden garantiu, após receber as informações. — Dez se eu conseguir um céu limpo.

Sam não sabia se tinham quinze ou mesmo dez minutos. Seus ouvidos estavam zunindo por conta da explosão, então ele não conseguia identificar sons muito longe, mas sabia que ainda haviam muitos capangas da Maggia naquele pequeno prédio, e que logo eles chegariam aonde estavam, armados e prontos para pega-los.

Ele precisava encontrar Abby e sair de lá o mais rápido possível.

Abby. Ele se deu conta de que não estava vendo e nem ouvindo-a, e aquilo o preocupou. Sam se forçou a se colocar de pé, mesmo com a dor intensa que sentia pelo corpo todo. A sensação era de que ele tinha se quebrado inteiro dessa vez. Mas pelo menos seus braços estavam bons—ponto positivo de se ter braços protéticos, ele suponha.

Trincando o maxilar e dando pequenos passos arrastados devido a dor, Sam passou a preocupar por Abby, e logo a viu, não muito longe de onde ele estava. Ela parecia estar desmaiada, mas viva e não tinha ferimentos muito graves pelo corpo—, apenas vários machucados superficiais e talvez um ou dois ossos quebrados.

— Abbs, está me ouvindo? — Ele a sacudiu com certa delicadeza, e ela abriu os olhos lentamente. Ela parecia tão atordoada quanto ele estivera.

— Sam?

— Estou aqui. — Ele olhou ao redor de onde estavam. A fumaça e alguns focos de incendido aqui e ali dificultavam sua visão, mas ele sabia que os cumplices do Matador Mascarado logo dariam um jeito se chegar até eles. Sam tinha que agir rápido. — Os outros já estão vindo, mas temos que sair daqui sozinhos. Consegue se levantar?

— Não sei. — Abby tentou se mover, mas fez uma careta de dor e sua respiração ficou pesada instantaneamente. Se Sam já estava todo dolorido e com dificuldades de se movimentar, ele só podia imaginar como Abby, que não tinha nenhum super poder ou ajuda de um soro de super soldado, estaria se sentindo. — Acho que não. Acho que devo ter quebrado o tornozelo... e mais algumas coisas.

Sam suspirou.

— Não tem problema. Eu te carrego.

Ele tentava não deixar a dor que sentia transparecer, mas sua amiga pareceu notar bem rápido seu estado.

— Você não pode nem andar, muito menos me carregar.

— Bem, se eu não puder, nós dois estamos mortos, então vamos torcer para que você esteja errada, certo?

E sem esperar por mais protestos, ele reuniu toda a força que lhe restava e pegou Abby em seus braços. Não foi tão difícil quanto ele imaginou que seria, a pior parte era se movimentar, mas ele tentou se focar em seu objetivo, que era sair dali, e foi em frente.

— Seu escudo. — Abby começou, e Sam ficou grato por ter alguma coisa para se distrair enquanto fazia o caminho para o lado de fora. — Já tinha visto ele em ação várias vezes mas é realmente incrível. Quero um pra mim.

— Bom, depois de hoje, eu também vou querer. Outro.

— Como assim?!

— Acho que esse aqui já era. Acho que se danificou muito na explosão de agora.

— Ah não.

— Não tem problema. — Ele daria de ombros se pudesse. — Logan dá um jeito. Se ele o consertou uma vez, pode consertar outra. O Stark é bom nessas coisas. — Logan provavelmente também teria de dar uma reparada nas asas de Abby depois que saíssem de lá, uma delas estava pela metade, mas isso era assunto para mais tarde. — Além disso, sempre soube que meu escudo sofreria danos vez ou outra, mas ainda acho que ele é melhor do que o do próprio Capitão América, né não?

Abby soltou uma risada fraca.

— Vou falar pra ele que você disse isso.

Sam sorriu, e se deu conta de que finalmente havia alcançado seu objetivo. Haviam saído pela porta de trás, direto para um beco deserto. Já estava de noite, e Sam sabia que logo bombeiros e policiais estariam lotando aquele lugar. Mas por hora, apenas ele e Abby estavam ali.

Quer dizer, ele, Abby, e dois atiradores, que apareceram atrás dele, de repente. Sam pode ouvir a arma sendo engatilhada e apontada para eles, mas antes que pudesse se virar, ouviu o disparo.

Nada os atingiu, no entanto, porque, como pode ver assim que se virou por completo, havia uma barreira de energia entre eles e os capangas, que agora estavam no chão, apagados com dardos tranquilizantes.

— Não precisa mais se preocupar com eles. — A voz robotizada de Logan fez com que Sam olhasse para cima, e visse o amigo se aproximando deles, coberto com sua armadura negra e dourada. — O Soldado Estelar e a Gaviã já estão atrás do Matador Mascarado. Os outros estão limpando o prédio. — A armadura então os encarou, e se aproximou. — Vocês dois não parecem nada bem.

— Não precisa se preocupar comigo, estou melhor do que ela. — Sam disse, passando Abby para Logan antes que esse pudesse fazer uma análise mais extensa de seus ferimentos. — Leva ela pra Hazel, agora! Vou esperar os outros aqui.

Sem protestar, Logan levantou voo outra vez e deixou Sam sozinho no beco, respirando um pouco mais aliviado.

Ser um Jovem herói era perigoso. Algumas missões davam muito errado muito rápido, e você quase sempre acabava em uma situação como aquela. Mas, apesar dos contratempos, Sam sabia que, pelo menos daquela vez, tudo ficaria bem.