Depois de um tempo afastados da costa, Emily e Daniel voltaram à antiga casa na tentativa de recomeçar a busca por seu bem mais precioso.

O aniversário de Amanda se aproximava e ainda não haviam a encontrado.

A polícia trabalhava no caso, mas, os detetives diziam que seria difícil achá-la depois de tanto tempo e que havia a possibilidade de que ela estivesse morta.

Lutaram todos os dias na esperança de que seu bebê voltasse para casa em breve.

Emily pensava nela constantemente, ainda mais agora, de volta a casa. Quase podia ouvi-la brincando ou rindo na varanda. Lembrava-se de como a menina espalhava areia e conchas em frente à porta e se esquecia do restante do mundo. Pensava em quantas vezes lera a mesma história para que ela dormisse e de como era fácil observar seu sono tranquilo.

Daniel trabalhava durante o dia e se entregava à bebida no período da noite.

Não podia suportar a dor. Não era forte como a esposa. Não conseguia mais lidar tranquilamente com a situação. Nunca conseguira. Ela era só uma criança.

Tinha pesadelos todas as noites e bebia para se anestesiar, tentar apagar da memória as imagens do dia fatídico.

A casa de praia era afastada da maioria, mas lhes garantira conforto e privacidade. Agora, já não se parecia em nada com o lar feliz de antes.

Ele e Amanda brincavam na sala, enquanto Emily preparava o jantar. O verão tinha acabado, mas eles decidiram que ficariam por mais algumas semanas. O vento gelado soprava durante a noite.

Numa noite fria, homens armados e encapuzados gritavam coisas sem sentido.

Daniel tentara os deter, mas acabou no chão, com as mãos atadas.

– PAPAI! – Amanda gritava em defesa de seu pai.

Emily não teve tempo de correr até ela antes que a levassem. Uma arma foi apontada em sua direção e o homem ameaçara atirar se fizesse qualquer movimento brusco.

– LARGUEM MINHA FILHA! – gritara Daniel, enquanto se debatia no chão. Fora atingido pela arma do sujeito que o atara e desmaiara.

– O QUE ESTÃO FAZENDO? DEIXEM MINHA FILHA EM PAZ. – implorava Emily em desespero.

Amanda gritava, chorava e se contorcia enquanto dois homens se encarregavam de apanhá-la.

– MAMÃE! – a criança gritava em desespero, mas era tarde.

Emily foi atingida e foi ao chão, enquanto levavam a pequena Amanda para Deus sabe onde.