Era de manhã. Nur, Lydia e Barbas estavam saindo da estalagem Vilemyr. Nur decidiu que iriam deixar o equipamento antigo na estalagem, já que eles pretendiam em algum momento voltar mais tarde. Ainda na saída da porta, ele diz.

Vamosss logo, pessssoal. Hoje nósss finalmente vamosss atravesssar osss Sssete mil passssosss. - Após falar isso, ele arfa, meio cansado.

— Senhor Nur? Tá tudo bem? - Questiona a housecarl - Você arfou agora a pouco. Há algo errado?

Ele apenas respondeu.

— Nada demaisss. Sssó essstou... Cansssado.

Na verdade ele apenas queria esconder que ele estava preocupado. A se espelhou na situação de Narfi. Ele também possuía irmãos. E, tirando Derkeethus, ele não os via a anos e agora se preocupava se estava tão alheio ao destino de algum deles quanto o mendigo.

Depois de passarem pela serraria da cidade, que ficava em frente ao rio que ia para o norte e à casa de Narfi, eles encontram a ponte que levava direto para o caminho que iriam percorrer. na ponte, eles acham na frente da ponte dois homens, um bosmer conversando com um nórdico.

— Você vai fazer o caminho dos 7 mil passos de novo, Klimmek?- questionou o bosmer.

— Hoje não - respondeu o nórdico - Eu não estou pronto para a jornada. O caminho está mais perigoso que nunca.

— Mas os Grey-Bearbs não estão esperando pelos suprimentos deles?

— Sinceramente eu não sei. Não é como se eu fosse convidado para tomar um chá com eles ou algo assim. Nem mesmo tenho permissão para entrar no monastério deles. Talvez um dia.

Nur então acaba se intrometendo, puxando assunto com o tal Klimmek.

— Er... Com lisscensssa, masss eu ouvi que você iria sssubir para a Garganta do Mundusss.

— Sim. Eu sou o encarregado de levar suprimentos ao Alto Hrothgar. Sabe? alimentos, bebidas...

— Bem, ssse quiser eu posssso levar essssesss sssuprimentosss.

O homem estranhou e perguntou.

— Sério mesmo?

— Claro. Eu já esssstou indo para lá messsmo.

Ele então pensa por um momento.

— Tudo bem então. - Klimmek estende a sacola de couro com os mantimentos, mas antes de Nur pegar ela, o homem a puxa de volta para si e avisa - Mas veja bem, heim? Aqui tem garrafas de leite e cerveja aqui dentro, além de outros suprimentos frágeis. Tome cuidado.

O argoniano, sem responder, estende mais uma vez a mão, esperando receber a sacola. O homem reluta um pouco. Mas ele então a entrega.

Os três então seguem caminho atravessando a ponte, enquanto o nórdico deu meia volta e voltou para a vila.

Ao menos dessa você pegou uma missão menor que pega o mesmo caminho que a gente - Cochicha Barbas a Nur.

O argoniano apenas revirou os olhos com a piada do daedra, sem respondê-lo.

Assim que atravessaram a ponte, eles já estavam de frente para o tal caminho, que subia para o Oeste e, dalí, dobrava e subia para o Sul e depois dava uma curva seguindo para o Norte, e depois para o Sul novamente, perdendo a visão do resto do caminho.

A frente deles, depois de alguns degraus, havia uma lápide, com alguma coisa escrita, que parecia iniciar o caminho.

— Vocês vão fazer o caminho dos Sete Mil Passos? - Perguntou um homem escorado em uma árvore, que eles não haviam notado até ali.

— É, na verdade sssim. Digamosss que foi me dada a missssão de chegar até o Alto Hortgar.

— Er... "Alto Hrothgar", senhor Nur.

Isssso, Alto Hrothgar. Valeu, Lydia.

— Bem - disse o homem - Eu aconselho então que tomem cuidado. O caminho nunca foi exatamente fácil, e recentemente tem estado mais perigoso do que nunca. Cheio de animais agressivos e algumas criaturas muito fortes.

— Entendi - Respondeu o dragonborn - Obrigado.

Nur volta novamente sua atenção para a frente, e vê novamente a lapide a frente. Eles sobem os degraus até ela e o argoniano a analisa. Apesar de parecer ser escrito em língua de dragão, mas ele não reconhecia nenhuma das palavras ali.

— Ei, vosscê sssabe o que é isssso daqui? - perguntou o argoniano ao homem na arvore

Em resposta ele deu de ombros e disse.

— Tá aí a bastante tempo. Sabemos que está escrito em língua de dragão, e que os Grey-bearbs sabem ler isso. Mas eles nunca desceram para nos ensinar, então ninguém sabe o que está escrito.

Eles então simplesmente ignoraram a lápide, se viraram para o Sul e seguiram a rota de degraus. Conforme eles subiam, Barbas olhava para os lados e estranhava.

Que estranho. Disseram que a rota estava perigosa. Mas até agora não tem nada demais.

Eles então dão a curva e, a uma certa distância, na metade do caminho, uma enorme figura branca peluda se encontrava deitada. Era um urso polar. E o animal acabou lhes percebendo e levantou. Os três então entram em modo de combate. Lydia saca a espada e põe na frente de si o escudo Dwemer que Nur passou para ela, enquanto Nur sua espada e escudo Falmer.

— Você tinha que falar isso, né, cachorro?!

Ei, moça, eu não tenho culpa. Como eu iria saber que os bloqueios só se encontrariam no segundo degrau?

Pessssoal, eu acho que a gente essstá no vigésimo ou algo assssim. Masss não importa! Eu tive uma ideia.

Qual?

Quando a besta estava quase se aproximando deles, Nur gritou.

— RAAN!!! - (ANIMAL!!!)

O urso estava com a pata levantada quando seus ouvidos foram atingidos pelo grito, que o fez abaixar lentamente a pata.

— Agora ele vai nosss auxssiliar enquanto o transe durar. Hehe.

— E por quanto tempo esse transe irá durar?

Sssabe que eu não sssei? até agora eu sssó tenho deixado os animaisss prá trazzz atacando osss inimigosss que sssóbram.

Ao ouvir aquela resposta um tanto desagradável, Lydia, assustada com a possibilidade do urso voltar ao normal a qualquer momento no meio do caminho, apenas solta.

— Minha Kyne, a gente tá ferrado se esse negócio decidir nos atacar no meio do caminho.

Barbas também se incomoda com aquilo e diz olhando pra cima

Clavicus, você deve estar rindo muito confiando a minha volta aos Campos dos Arrependimentos nas mãos de um mortal que pode morrer a qualquer momento por sua própria imprudência, né?

Eles então seguiram caminho, acompanhados pelo urso. A trilha parecia um pouco mais comprida que antes da curva. Ao seguirem a curva, passando por outra lápide, eles voltam a seguir para o Sul.

Ao voltarem a seguir para o Sul, a rota se recurvava em um arco leve antes de fazer mais uma curva para o Norte, que por sua vez fazia mais uma curva para o sul e dobrava para o oeste.

Quando eles passaram pelo arco, alguma coisa estava incomum no ar. Mais frio que antes. Talvez fosse apenas a subida. Porém se materializam na frente deles cinco formas espectrais serpentinas formadas por cristais de gelos.

— ESPECTROS DE GELO!!

As criaturas, do tamanho de uma cobra normal, avançaram "nadando" no ar, congelando-o em seu caminho.

O dragonborn largou a sacola de suprimentos e os três então entraram em posição de batalha, o urso avançou contra dois dos Espectros de Gelo, enquanto três deles atacaram o trio.

Nur e Lydia balançavam as espadas de um lado para o outro, tentando acertar os golpes, mas era praticamente impossível. As criaturas dançavam de um lado para o outro no ar, se esquivando das lâminas.

Barbas por outro lado também tentava atacar uma das criaturas. Mas ela ficava voando em cima da cabeça do cão e lhe atacando para subir novamente antes dele lhe acertar.

Em dado momento o dragonborn se irritou e gritou.

FUSSS!! (FORÇA!!)

Com o grito, os espectros foram empurrados para trás de si mesmos, meio atordoados.

Barbas aproveitou e agarrou um dos espectros pela cauda, e começou a bater ele contra o chão. Nur e Lydia aproveitaram e atravessaram suas espadas no crânio de gelo das criaturas. Ao morrerem, os esqueletos de gelo das criaturas derreteram, se convertendo em uma substancia branca-azulada meio lamacenta e pegajosa

Restavam apenas dois espectros, que degladiavam com o urso polar. o argoniano então pegou a sacola novamente e disse para os outros dois.

Vamosss, pessssoal! Vamosss aproveitar e avanssçar de uma vezzz!

Os trio então correram, passando pelo urso, deram seguiram a curva da rota para o norte, depois a do sul e depois a dobra para o oeste. Após se distanciarem o bastante da confusão agora menor, eles desaceleraram e seguiram o caminho normalmente.

Eles então chegaram na terceira lápide. À direita dela, havia continuação da trilha de degraus. o problema se encontrava acima dos degraus: uma matilha de cinco lobos da neve.

Os canídeos desceram a escada, avançando contra o trio. Mas antes que pudessem alcançá-los, Lydia puxou o ar para si mesma e gritou, bradando o "Grito de Batalha". O grito bestial que saia do fundo dos pulmões da nórdica afligiram os corações dos animais, os fazendo dar meia volta e saírem correndo.

Os três não perderam tempo e os seguiram, a fim de aproveitar a chance de pegá-los. Barbas foi o primeiro a alcançar um deles, avançando contra o pescoço do mesmo e o mordendo na jugular, o puxando para o chão, o derrubando e por fim arrancando parte da garganta. Logo depois Nur, que atravessou a cabeça de um dos animais e logo depois cortou a cabeça do segundo. Lydia por sua vez atravessou o pescoço de um deles com sua lâmina, e com o outro meteu um chute na cara que o fez desequilibrar e cair da montanha.

— Acho que agora eles não irão incomodar mais. - Disse a housecarl.

— Legal, agora me deixem fazer uma coisa rapidinho aqui - Pediu o thane. Que se agacha, tirando duas adagas de ferro do bolso.

— E o que pretende fazer? não tem exatamente uma carne muito proveitosa para se tirar daí.

— Eu não vou desossssa-losss. Vou tirar a pele delesss para usar maisss tarde em possssiveisss armasss e armadurasss.

Passada meia hora, ele finalmente terminou, e então voltaram a caminhar pela rota. Eles passam por uma parte do caminho que descia e então subia novamente. E lá embaixo, havia duas Aranhas Gigantes de médio porte, que ainda não haviam-lhes notado.

— Ssse abaixem! - cochichou o dragonborn, se escorando no chão - Tão vendo alí?

Lydia responde ao se agachar.

— Sim, você tem algum plano?

Ora, vamos apenas avançar e acabar com eles de uma vez!

— E correr o risssco de ssser envenenado por veneno paralisante? Não, obrigado.

VOCÊ É IMUNE A VENENO! E EU TAMBÉM!

— A gente sssim, masss a Lydia não. Ssse ela for picada ou asscertada pelo cussspe do veneno, poderá atrapalhar maisss tarde.

O argoniano então olha em volta. saca seu arco, põe nele uma flecha, e então larga a corda da arma, fazendo a flecha voar, acertando algumas pedras na parede da montanha.

Alguma ideia melhor, estrategista?

Sssó essspera pra ver.

Depois de esperarem um pouco, as pedras que foram atingidas pelas flechas se moveram, e rolaram para baixo, empurrando as aranhas e as levando para uma queda mortal.

Belezzza, agora vamosss.

Eles então descem os degraus, passando pelo local onde as aranhas estavam, agora com algumas pedras que não rolaram suficiente.

Quando de repente uma pata articulada, com cada parte do membro do tamanho de uma espada. Outro membro se levantou, agora levemente mais pra frente do outro. E então um terceiro membro surge da esquerda do primeiro, e junto dele, a cabeça/tronco da aranha também se revelou.

Em resposta à criatura, o thane enfiou os pés no rosto dela com força, a fazendo cair de vez do alto.

— Beleza. AGORA SSSIM! Vamosss.

Com o problema dos aracnídeos resolvido, eles agora puderam seguir em frente, subindo a trilha de degraus.

Com o problema dos aracnídeos resolvido, eles agora puderam seguir em frente, subindo a trilha de degraus.

Depois de subirem novamente, eles alcançaram mais um pilar. E logo à direita dele, uma rota que seguia por um pequeno vale que se curvava para o nordeste e seguia para o norte, localizado entre um pico menor da montanha com o pico principal, que se estendia ainda mais no céu.

Eles então vão até o vale, a fim de atravessar. o vale não era longo, podiam ver mais um dos pilares. Do lado direito do vale podiam o que havia era um enorme barranco, e acima do barranco podiam ver uma enorme pedra branca, totalmente coberta pela neve.

Conforme eles andavam, eles iam percebendo que havia algo estranho naquela rocha. Mesmo coberta pela neve, ela deveria ter alguma borda próxima ao chão mostrando a textura de uma pedra. Mas aquela era totalmente coberta. E por falar na textura, eles também percebiam que não era fofa, como a neve. Diabos, eles estavam desde o começo da subida pisando nela. a textura parecia mais com...

Pelos.

E então, quando eles perceberam, a rocha se ergueu, revelando pernas e braços, com um corpo humanoide retorcido. A coisa que eles pensavam ser uma rocha se virou, revelando uma enorme cabeça, meio careca acima dos três olhos, com uma barba que atravessava de uma orelha a outra como uma juba, passando pela enorme boca com presas tão grandes que dariam inveja a qualquer orc.

Era um Troll da Neve.

Carregando um osso, a criatura saltou de onde estava, pousando no meio do vale, rugindo imponentemente, e jogando osso que segurava contra Barbas, o jogando longe.

Lydia pretendia se transformar em sua forma de besta, mas antes de conseguir se converter, o monstro avançou contra os dois e deu um tapa no rosto dela, a jogando contra a parede, interrompendo a transformação.

Sobrando apenas Nur no caminho, a besta ergueu a mão, mas antes de acertar o rosto do argoniano, o mesmo respondeu gritando.

FUSSS!!!(FORÇA!!!)

Com o grito, a criatura branca como a neve se desequilibrou e seu braço foi jogado de volta para seu corpo. O argoniano então usou sua espada e desferiu dois golpes contra o tronco do monstro. Porém ele se surpreendeu que os ferimentos, além de terem sido superficiais, rapidamente se regeneraram.

O Troll então golpeou novamente com as mãos contra o dragonborn, que bloqueava com o escudo, que felizmente conseguiu não só bloquear como também diminuir o desequilíbrio do impulso dos golpes, que escorregaram na face escura e lisa do equipamento. O argoniano então bateu o escudo contra o rosto da besta, a fim de o desequilibrar. Porém não obteve sucesso, e isso serviu de brecha para ele responder com um golpe direto contra o rosto de Nur. O jogando contra o paredão de rochas.

Quando o argoniano pôs a mão na área que foi atingida, seu rosto ardeu em três linhas à frente de seu olho esquerdo. Como seu focinho estendia o resto de seu crânio, ele pôde ver de canto do olho três arranhões um tanto profundos, demonstrando o vermelho do sangue que vazava na área.

Se sentindo vitorioso previamente, o Troll da Neve rugiu para o auto imponentemente. Porém, de repente, uma dor lancinante atacou as duas bandas das costas do monstro e se estenderam para frente. Foi um ataque surpresa, nem a besta mais mortal do Mundus ficaria melhor que gravemente ferida com um golpe desses. E esse golpe atingiu seu coração, seus pulmões e quase atravessava seu peito.

E então, um pé foi posto em suas costas e as empurrou, arrancando assim a coisa que causava a dor, mas causando ainda mais dor. Fazendo o Troll não aguentando mais, e caindo morto na neve.

Com o monstro morto, o responsável, usando duas cimitarras, uma em cada mão, por isso subiu em cima do corpo. Usando uma armadura élfica, com um capacete modificado para passar a característica principal daquele que a vestia: seu par de chifres que saíam de trás dos olhos.

Nur olhou para aquela figura e disse, surpreso.

Derkeethusss?!

— E aí, irmão. Pelo jeito cheguei na hora sscerta.

— O que você está fazendo aqui? - Questionou Lydia, estranhando, enquanto se levantava da parede em que estava.

O outro argoniano ficou olhando para os lados e respondeu, parecendo meio nervoso pelo tom de voz.

— Eu... Fui dessspedido. Não essstavam maisss me sssurportando e me mandaram embora. Então peguei uma armadura e um par de cimitarasss que eu já tinha e desscidi sseguir com vosscêsss. Presumo eu que vosscêsss não teriam problema comigo andando com vosscêsss. né? - ele diz isso olhando para seu irmão.

— Ora, masss é cla...

— Er, senhor Nur - chamou a housecarl por seu thane - Podemos falar sobre isso. Barbas - ela se voltou para o cão, que tinha acabado de conseguir se livrar do osso que o troll havia jogado nele, e que aparentemente, pelo tamanho, também era de troll. - Você também.

Os outros dois também se levantam e vão em direção a Lydia, com ambos ficando de costas para o outro argoniano, começaram a cochichar.

— O que foi lydia?

— Como o que foi? Senhor Nur, você não acha estranho? Esse cara aparece do nada como um mineiro que sabe lutar com duas picaretas, não responde a minhas perguntas sem olhar pros lados, e aí, DO NADA, ele resurge usando uma armadura elfica e ainda confirmando ainda mais o lance dele lutar como um redguard, usando duas cimitarras. Quem em Skyrim usa cimitarras além dos imigrantes redguards?

— Lydia, eu te entendo. Eu também to achando um tanto essstranho. Masss é meu irmão! Eu não tenho porque não confiar nele. O que pode acontesscer de maisss? ele pode nosss roubar?

Sei lá, lagartixa. Acho que deveria dar ouvidos a ela. Ela tava certa sobre desconfiar de mim afinal de contas.

— VOCÊ TAVA OUVINDO, seu cachorro desgraçado?!

— gente, eu já me desscidi.

O argoniano mais escuro então se vira, se aproxima do mais claro, e diz.

Ssseja bem vindo à Caravana do Dragonborn, Derkeethusss.

Egocêntrico. - desdenhou o daedra.

Agradessço, Nur.

— Isso não vai prestar - murmurou a mulher, desconfiada.

— Muito bem. Quessstão resolvida. Agora vamosss.

Dito isso, o grupo então seguiu caminho, agora com a adição de Derkeethus.

Depois de passarem pela quinta lápide, a rota dava uma volta em uma formação rochosa da montanha, e depois dela seguia para o norte.

Enquanto caminhavam, Lydia, que estava mais atrás, olhava para aquele argoniano mais claro, curiosa. Ela queria entender qual era a dele. Ela encarou a armadura dele, olhou para a bolsa dele, para as mãos dele, que balançavam muito, e para as cimitarras em sua cintura. Algo nelas era meio estranho. Elas pareciam ter um leve brilho. Talvez fossem encantadas.

Ela iria perguntar por elas, mas logo ela é interrompida por um rugido vindo da frente deles. Ela correu para ver o que era. Nur já estava em posição de batalha. E à frente deles, duas feras, cujos corpos peludos eram sustentados por quatro patas curtas, mas fortes. Suas cabeças eram enormes, e sua boca cheia de dentes ostentavam enormes presas caninas.

Eram dois Tigres dentes de sabres da neve. As duas feras correram contra o grupo, enquanto eles entraram em posição de defesa.

Um dos felinos pulou contra o argoniano com plumas, que bloqueou com o escudo. E em seguida, o argoniano de chifres golpeia a criatura com as cimitarras, fazendo dois cortes no pescoço da besta. Ela então se voltou para ele, e o golpeou com uma das patas. O golpe, porém, foi bloqueado pelas espadas curvas, que simulavam um escudo sendo postas à frente em posição de "X". No terceiro golpe do animal, o mesmo é interrompido por um golpe de espada do argoniano mais escuro, lhe ferindo no rosto. Os dois então começam a cercar o tigre, que começa a andar para trás, chegando perto da beirada da montanha. O dente de sabre então pula contra eles, em um ato desesperado. Porém em resposta, os dois irmãos enfiam no peito da criatura suas espadas.

Enquanto isso, o outro tinha ido contra Lydia, avançando e pulando contra ela. Quando o animal pulou contra ela, a housecarl o golpeou com sua espada contra a cara dele, o fazendo cair mais ao lado. Barbas aproveitou e pulou em cima da besta, a mordendo pelas costas. O tigre, ao se levantar, começa a pular de um lado para o outro, como um touro em uma tourada, tentando tirar o cão que insistia em ficar em seu lombo. Lydia aproveita a distração e começa a golpeá-lo com sua lâmina. Até que em determinado momento a criatura se cansa e se rende à dor, caindo atordoado. A nórdica então o finaliza, cravando a espada na cabeça.

Terminada a batalha, Nur tira suas duas adagas e se agacha a frente de um dos tigres mortos.

— Tá fazendo o que? - questionou Derkeethus.

— Tirando couro, para fazer armadurasss no futuro ou reforsssar asss que já tenho.

— Entendi. Fazzz sssentido...

Passado uns dez minutos, o argoniano de penachos se levanta e volta a liderar, fazendo o grupo seguir caminho novamente.

— Vejam, já essstamosss na oitava lápide. Talvezzz essstejamosss perto. - ele apontou para uma lápide, que estava a esquerda da rota e escorada em uma elevação menor da montanha.

— Pera, oitava? A última que a gente passou foi a quinta, não?

— acho que vosscê essstava um pouco disstraida, senhorita Lydia - respondeu o outro argoniano - a gente já passssou por outrasss duasss lapidesss depoisss daquela no vale.

— Os tigres, mesmo, foram depois do sexto pilar.

— Mas será que estamos proximos mesmo, Senhor Nur?

Sssó há uma forma de sssaber. Vamosss prosssseguir.

Eles continuaram seguindo pela rota de degraus. Antes da lápide sumir da vista de Nur, ele conseguiu ver de relance os diseres dela. Novamente ele não conseguiu entender nada... exceto por uma única palavra. Na última linha, ele encontrou a palavra "fus". Seja lá o que aquela lápide estivesse fazendo ali, ou o que ela dizia, devia estar falando de algo forte, talvez poderoso. Mas de nada adiantava se as outras palavras lhe fugiam o significado.

Depois da lápide, a rota de dobrava para o leste, e ao chegarem na dobra, eles puderam finalmente contemplar: O alto Hrothgar.

O templo não era tão grande quanto o Dragonsreach, mas ainda assim impressionava. Era construído com tijolos de rochas escuras, do mesmo material que algumas torres de vigia eram construídas. Havia uma escada de degraus central que se dividia em duas por uma torresmo centro, cada uma para um lado, e cada uma terminada em uma porta. Na escada central havia um baú central, provavelmente onde ele deveria depositar os suprimentos.

No meio do caminho, havia uma estátua do deus humano Talos, e em frente a ela uma nona lápide

—Viram? Chegamosss.

Até que não dão tão difícil. Tipo, depois daquele Troll, o caminho ficou mais fácil.

— Hehe. Ssse me perguntassem, eu diria que isssso poderia ser um mau sssinal. Como ssse algo muito pior essstivesssse vindo.

Eles estavam indo em direção à estrutura, quando de repente eles param, assustados. O som de um rugido terrível ecoou, seguido do som de enormes asas batendo. Saindo de trás da montanha, do lado o qual eles vieram, uma criatura escamosa, verde-limo, com olhos amarelos, ostentando uma franja de chifres conectados por uma membrana de pele, surge nos céus.

Um dragão de Sangue.

— Você tinha que abrir a boca, né, chifrudo?

— Foco, pessssoal. Vamosss acabar com ele.

Essspera, Vosscê tá falando sssério, Nur?!

A criatura passou por cima deles e pousou na torre central do templo e rugiu imponentemente para o grupo.

O thane e a housecarl então sacam seus arcos e atiram contra o monstro, acertando duas flechas na testa dele, mas que apenas bateram nas escamas e caíram no chão. Em resposta, o dragão gritou.

Yol TOOR SHUL!!!! (Fogo INFERNO SOL!!!!)

O fogo quase acerta os dois. Mas eles pulam para os lados e se esquivam. O dragonborn então também responde gritando.

— FUSSS!!! ( FORÇA!!!)

Uma onda de choque avança contra o dragão e o desequilibrou de leve. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro e levantou voo novamente. ele começou a sobrevoar o grupo. A besta então dá a volta, voando um pouco mais baixo, indo em direção a eles.

Derkeethus toma a frente, sacando suas espadas curvas, e aguarda o dragão, a fim de acertar um golpe contra ele. Quando a criatura já estava perto e o argoniano de chifres quase iria acertar seu golpe, ele é derrubado e jogado longe pelo monstro, cuja cabeça o acertou com tudo.

O dragão de sangue então pousa no chão, criando uma nuvem de neve erguida pelo pouso. Ao pousar, Lydia, que estava atrás, o golpeia pela perna esquerda e pela cauda, enquanto Barbas tentava lhe atacar pela asa. A criatura reagiu balançando a cauda, jogando a nórdica para longe. Ele também agarrou o daedra pela boca, o balançou, e o jogou mais longe ainda.

O monstro então voltou a levantar voo e sobrevoar o lugar. Devido a confusão, ele não percebeu Nur subindo em cima dele. Apenas quando ele já estava em suas costas foi que a criatura percebeu ele ali. O argoniano de plumas golpeava as costas do animal com a espada. Porém parecia não ser tão fácil quanto da primeira vez. O dragão então grita.

Tiid KLO UL!!! (Tempo AREIA ETERNIDADE!!!)

Com o grito, o réptil gigante começou a se mexer muito rápido. Não era como aquele grito que os outros. Ele não só se movia mais rápido para frente, como também, como os batimentos das asas eram rápidos como um beija-flor, e tremia de um lado para o outro, como se ele estivesse se movendo em uma velocidade maior que o tempo (ou como se o tempo estivesse se movendo mais lento em relação a ele), fazendo o argoniano desequilibrar e quase cair. Felizmente ele conseguiu se segurar em uma das patas. Mas era questão até o dragão o fazer cair.

Enquanto Nur estava no ar, Lydia se levantava depois de ser derrubada próxima às escadas do Alto Hrothgar, meio danificada pela colisão. Do outro lado, próximo à estátua de Talos, Derkeethus também estava se levantando meio tonto. Enquanto ela estava se levantando, ela vê no sopé da escada alguns pés vindos da construção. Ela olha para cima e vê quatro figuras encapuzadas, vestindo mantos cinzentos. Pela posição que ela estava, ela conseguiu ver o rosto deles e se surpreendeu. Eram quatro nórdicos idosos que ostentavam barbas grisalhas. O argoniano de chifres, do outro lado, viu aquelas figuras curiosas, e estranhou.

Dois deles se olharam e, sem trocar uma palavra, um deles moveu a cabeça, enquanto o outro gritou.

— Wuld NAH KEST!!! ( Redemoinho FÚRIA TEMPESTADE!!!)

Com o grito, o ancião avançou com tudo até o outro lado da montanha, a fim de ter uma visão melhor do dragão. Já próximo da borda, ele mais uma vez gritou.

— YOL!!! ( FOGO!!!)

Com o grito, uma enorme bola de fogo saiu da boca do homem e foi com tudo contra o dragão, o fazendo começar a queimar enquanto voava.

— Wuld NAH KEST!! (Redemoinho FÚRIA TEMPESTADE!!)

Mais um deles avançou e se aproximou do outro. Esse usou outro grito.

—Liz SLEN NUS!! ( Gelo CARNE ESTÁTUA!!)

Com o grito, uma rajada de gelo foi atirada contra o dragão, lhe acertando a perna em que Nur estava e congelando a coxa, criando espetos de gelo em cima da pele da criatura. Nur, vendo aquilo, aproveitou e começou a tentar escalar aquela escada provisória. Era meio difícil. O gelo ainda era escorregadio, e o tecido de couro das manoplas de osso de dragão também não ajudavam. Se vendo sem escolha, ele puxa o tecido do equipamento com a boca e o joga fora. Com a mão livre, ele também remove a outra manopla e a joga fora também. Com as duas mãos agora desnudas, suas escamas, que são mais parecidas com as de peixes nos dedos, sobrepostas umas às outras, tinham mais aderência, e o permitiram escalar aqueles espetos de gelo com mais facilidade.

Enquanto ele escalava, os dois anciãos continuavam gritando. Um usando um grito de fogo, enquanto o outro um grito de gelo. O dragão era consumido por uma mistura de gelo e fogo que o queimavam de formas diferentes e opostas. O contraste entre ambos os elementos o feria muito.

Depois de já ter escalado a perna do dragão, o dragonborn começou a ir em direção à cabeça. O dragão, enquanto isso, tentava desesperadamente se esquivar dos gritos dos velhos nórdicos, voando desesperadamente para cima, quase escorado na montanha, a fim de despista-los no topo. mas antes que o pudesse, o argoniano em cima de seu lombo, grita ainda na base dos ombros do réptil voador.

— FUS!! (FORÇA!!)

O grito avançou contra a cabeça do monstro, e quando o atingiu, o fez bater a cara na montanha. Isso o desequilibrou e o deixou tonto. Com isso a besta começou a rolar na parede rochosa. Nur se segurava, mas ele estava ficando cada vez mais desorientado. As rochas e os membros do dragão batendo na cabeça dele o deixavam cada vez mais tonto.

E então, depois de muito rolar, o dragão caiu em cima da estátua de Talos, a destruindo e jogando seus escombros para longe, dando lugar ao dragão morto. O corpo do dragão começou a queimar, e enquanto queimava, o dragonborn tirou seu braço direito debaixo do corpo dele, e começou a puxar para qualquer lado, tentando sair dali.

Derkeethus e Lydia vão em direção a ele e o puxam. Ele sai de baixo do corpo caindo da base da estátua e afundando a cara no chão de neve. Os dois se agacham e tentam levantá-lo, o sustentando pelos ombros.

— Valeu, galera. - ele olha em volta e pergunta. - Cadê o Barbasss?

— Ele foi jogado para um lado, mas não sei dizer para onde.

Quando o dragão terminou de queimar, as cinzas dele voaram o mais rápido possível em direção ao argoniano de penachos, se impregnando na pele dele.

— Nur, o que foi isssso?

— Eu peguei a alma do dragão. Eu sssou uma pedra d'alma ambulante e osss dragõesss essstão eternamente sssob efeito de armadilha d'alma.

— Senhor Nur, você já disse isso.

— Eu disssse isssso pra vosscê, Lydia. Não pro Derky. hehe...

Os homens encapuzados então se aproximam. Ao ve-los, Nur fica nervoso.

— Vo-vosscêsss sssão osss...

— É um prazer lhe conhecê-lo, Dovahkiin. - diz um dos homens - Me chamo Arngeir. Sou o porta-voz e o professor aos que vem até nós em busca do Caminho da Voz. Nós somos os Grey-Bearbs. E seja bem vindo ao Alto Hrothgar.

O dragonborn olha para trás, para onde antes tinha uma estátua do deus humano Talos e que agora tinha dado lugar a um esqueleto de dragão, vira seu rosto para eles novamente e diz.

— Er... Sssinto muito pela essstátua.

— Ora, não se preocupe com isso. Resolveremos esse problema depois. Mas vejo que você trouxe nossos suprimentos também.

Nur olha para seu lado, e vê que a sacola de couro com os suprimentos ainda estava em seu ombro.

—É... Poisss é, né? Essspero que vosscêsss gossstem de gemada com carne, porque deve ter sssido a única coisa que sssobrou. hehe - sua risada sai meio nervosa. Ele tinha acabado de chegar no lugar e já havia causado um desastre com a estátua de um deus ainda muito idolatrado em Skyrim e com a comida que os mantém por semanas. E isso tudo com apenas um dragão.

— Não se preocupe com isso também. É uma honra para nós recebê-lo em nossos aposentos. Venha conosco. Entre no templo. Seus aliados estão convidados também.

— Obrigado - Nur ativa sua Pele de Hist para melhorar das contusões da queda. Suas escamas dele se eriçam, tremem um pouco, e depois se deitam novamente. Com isso ele larga o ombro de sua housecarl e de seu irmão e diz - E obrigado a vosscêsss também, galera. Agora vamosss, temosss de entrar.

— Mas senhor Nur, e o Barbas?

— Lydia, morto ele não essstá, e vosscê sssabe bem dissso. E ainda por sscima, ssse ele ainda assssim não lembrar onde essstamosss, ele pode nosss farejar até aqui. Ele vai chegar aqui uma hora ou outra. Agora vamosss.

Nur acompanha os Grey-Bearbs, vendo que realmente seria inútil ir atrás do daedra, Lydia se rende e os segue. Derkeethus vai logo atrás. Todos eles sobem as escadas e vão pela porta da esquerda, com Derkeethus sendo o último a entrar.