A porta do castelo é aberta, e Nur adentra o salão. Ao subir a escada para a parte mais elevada, onde o trono e a mesa se encontravam, o argoniano se encontra com o cyrodillico que havia se borrado no dia anterior ao ouvir sobre o dragão. Nur então tentou arriscar.

— Er... Vosscê é Proventusss?

O homem encarou o argoniano e responde.

— Sim, sou eu. Porque?

Sssua filha, Adrianne. Ela esstá ocupada com o trabalho, então ela me pediu para eu te entregar issso a voscê. - Nur diz isso tirando a claymore das costas e a entregando para o homem.

— Oh, muito obrigado, meu rapaz - O Homem diz isso pegando a espada. - Não é sempre que alguém é altruísta com coisas pequenas como essas. aqui tome - O mais velho tirou do bolso um saco de moedas, tirou um pouco de ouro sem pensar muito e o entregou. - Aqui: mais ou menos 20 septins. Um pequeno agrado por isso.

— Poxa, eu que agradessço!

— Bem, que eu lembre você tem algo para entregar a Farengar também, correto?

— Na verdade ssim. Ele sse encontra na ssala dele?

— Sim, mas ele está um pouco ocupado agora. Aconselho que aguarde. Ele esta conversando com a pessoa que o informou do ataque a Helgen.

Nur então vai em direção a sala do mago, e de fato ele estava debruçado em alguns livros junto de uma mulher misteriosa. Ela vestia uma armadura de couro e um capuz que cobria de leve seu rosto.

— O tempo corre, Farengar. Essa não é uma questão teórica. Dragões estão... - A mulher então percebe a presença do argoniano e se interrompe. - Er.. você tem visitas.

Farengar então levanta a cabeça dos ombros e vê Nur levantado na porta.

— Oh! Olha só quem chegou! Pelo jeito você voltou inteiro das Cataratas. E aí? Estava lá? Você encontrou?

— Ta na mão. - Responde Nur tirando a Runa do cinto e a entregando para o mago.

— AH! Perfeito! Delphine - O homem chamou, e a mulher misteriosa respondeu levantando a cabeça - Esse é Nur. O cara que o Jarl me entregou e que eu pedi para buscar aquilo que você falou.

— Então você sobreviveu ás Cataratas Lucubres, heim? - Questionou Delphine para o argoniano.- Meus parabéns.

— FARENGAR!!

De repente, Irileth adentra o lugar, assustada.

— Um dragão foi visto. Ele atacou a Torre de Vigilância Ocidental. Você precisa vir.

— Oh! Isso é sério! Que noticia... O mago parou ao ver que a elfa negra o encarava com um olhar de morte. - ... Terrível! Absolutamente triste e terrível!

— Vem logo! Você também, lagartixa - Ordenou a Dunmer.

Nur e Farengar a acompanharam até o segundo andar do castelo, onde o Jarl Balgruuf se encontrava junto de um guarda, que estava com as vestimentas queimadas.

— Ótimo. Todos vocês estão aqui. - disse Balgruuf - Agora, vamos rapaz. Diga o que aconteceu.

— Foi tudo muito rápido - começou o guarda - no começo estava tudo bem quieto. E do nada, esse dragão saiu das montanhas e voou em direção até a torre. Destruindo tudo. Ainda tem alguns homens que mantem a guarda, mas a maioria foi morta.

— Muito bem, isso já me é o bastante. Muito obrigado, homem. Você serviu bem. Descanse agora. Enquanto a vocês... - O Jarl se virou para seu mago, o argoniano novato e sua housecarl Dunmer. - farengar, eu quero que você estude mais sobre os dragões e veja se descubra algo. Alguma fraqueza ou vantagem. Se nosso amigo está aqui, presumo que ele tenha trazido o artefato que precisava.

O nórdico mago ficou decepcionado. Pelo jeito ele queria mesmo ver um dragão de perto. porém, atendendo o pedido do superior, ele assentiu em sinal de positivo.

— Assim será feito, meu jarl. - Ao dizer isso, ele se dirigiu de volta a sua sala.

— Enquanto a você, Nur. - Ele se voltou ao argoniano. - Sei que já te pedimos muita coisa, mas preciso que siga Irileth e nos ajude nessa empreitada. Toda ajuda será bem vinda.

— Por mim, tudo bem. Conte comigo, sssenhor.

— De antemão lhe agradeço. Enquanto você Irileth. Preciso que guie um pelotão até o local e combatam essa besta.

— Não irei decepcionar, meu jarl.

Nur e Irileth então saíram do Dragonsreach e desceram até o Distrito da Planicie. No caminho Nur perguntou.

— Olha, não leve minha pergunta a mal nem nada disssso, masss persscebi que vosscê e o Jarl sssão relativamente muito proxssimosss. Qual é a conexão entre vosscêsss doisss.

— Eu sou a Housecarl dele, além de general de parte do exercito de guardas da cidade.

— Ah........... O que é um Housecarl?

— É um cargo, designados para guerreiros habilidosos seguirem a políticos de importância bélica, como o próprio Jarl.

— Ah, então sssão como essscudeiross? Entendi. Sssó Jarlss possuem Houssecarlss?

— Não. Há também os Thanes. Eles são heróis regionais dos feudos reconhecidos pelos respectivos jarls. Além de um Housecarl pessoal, eles também ganham o direito a grandes lotes de terra e o respeito exigido de guardas.

Os dois então param no pequeno quartel próximo á ferraria e, com certa brutalidade, a Dunmer bate na porta.

— VAMOS LÁ, SEUS NÓRDICOS PREGUIÇOSOS! UM DRAGÃO ATACOU A TORRE OCIDENTAL E ISSO IRONICAMENTE NÃO É UM TREINAMENTO.

— ironicamente?

— Semana passada tivemos um treinamento que envolvia justamente uma ataque de um dragão na torre ocidental. Sabe? procedimento padrão de treinamento para o pior. Quem poderia imaginar que um dragão de verdade atacaria justamente ali?

— Ah. Sssaquei.

— VAMOS LÁ, SEU TROUXAS!!! - ela gritou batendo mais uma vez na porta da base ao ver que eles ainda demoravam.

Com a segunda batida, um pequeno grupo de guardas saiu. Alguns vestiam armaduras de guardas normais, mas outros vestiam capacetes de pele parecidos com os que Nur havia feito, mas mais bonitos e aparentemente em melhor qualidade.

— Muito bem - A Dunmer começou a andar de um lado para o outro, com os braços cruzados atrás do corpo, fazendo um discurso motivacional. - Eu sei que vocês estão surpresos com essa noticia. Mas sim, é verdade: Um dragão atacou a Torre Ocidental. Todos os seus amigos que vocês conheciam e trabalhavam lá muito provavelmente estão mortos! Perdidos! Foram para Sovngarde! isso com toda certeza deve desmotivar qualquer um. MAS NÃO VOCÊS!! Não admito covardes desse pelotão. Se quiserem chorar nas saias de suas mães, podem ir. Mas NÓS usaremos isso como força. Vamos até lá e vingar nossos companheiros mortos! porque se não, o próximo alvo será a cidade. Suas famílias. Seus amigos. Todos que vocês amam. Não deixaremos que essa besta ataque nossos queridos companheiros de vida. POR SKYRIM! POR WHITERUN! PELA SOVNGARDE DE VOCÊS!

Os guardas rapidamente se animaram com o discurso de Irileth. Até Nur admitiria que aquilo o motivava. Tirando pelo final, já que obviamente como argoniano sua alma não iria para Sovngarde, mas sim voltaria em forma de seiva para as arvores do Hist, em Black Marsh, para habitar mais tarde em outra criança argoniana caso morresse. Coisa que Nur não deixaria acontecer nesse dia.

Com a coragem dos soldados aumentada e as armas sacadas, o grupo atravessou o portão da cidade e avancou com furia pela estrada.

Eles inclusive passaram por uma mulher, que quase foi atropelada pelo grupo se não tivesse se jogado pra fora da estrada. Ao passarem por ela, Nur a reconheceu como a nórdica morena que estava liderando os tais Companions quando esses quase o atropelaram.

— OH, SEUS BABACAS! CUIDADO AÍ!! - Gritou ela, revoltada por quase ser pisoteada, e ainda fazendo um sinal mau educado com a mão direita.

Ao chegarem no lugar, eles pararam atrás de uma rocha, e a elfa negra então ordenou.

— Parem. Tomem cuidado. O dragão pode estar por aqui ainda. Fiquem atentos.

O grupo então se aproxima com cuidado, olhando em volta. O lugar estava pior do que imaginavam. Escombros podiam ser vistos por todo lado. Corpos se empilhavam junto aos entulhos. As poucas arvores que se encontravam ali estavam derrubadas e queimadas. A única coisa que se mantia de pé era a própria torre, da onde saiu um soldado desesperado.

— Vocês não deveriam ter vindo. Ele ainda está aqui! O dragão ainda está aqui! Vocês só vieram para morrer!

Percebendo finalmente que aquele cenário todo foi causado por apenas um dragão, Nur só pode dizer uma única coisa.

— Por Hissst.

De repente um som ecoou pela planície. Não parecia ser nada reconhecível... Exceto para Nur e ao Guarda que sobreviveu ao ataque. Para eles não havia duvidas: Era o som de um dragão.

Nur então correu rápido em direção à torre. Indo para dentro da construção.

— Ei! Argoniano! - Gritou Irileth - Volte aqui, seu rastejador covarde!

— Acabou! Já era! Ele está aqui!

E então, das montanhas ao sudoeste, veio ele, uma das bestas descritas nas lendas: Um dragão. Sua pele escamosa era cinza e brilhava como ferro. Suas asas se estendiam cada vez mais a cada batida de asa. Os olhos da besta era âmbar e exalava fúria de longe. As garras nas patas traseira eram afiadas como espadas. Seus chifres terríveis lhe davam a aparência de ter saído direto do Oblivion. Até a cauda da criatura parecia maligna, com uma ponta em formato de flecha.

Os soldados de Irileth sacaram seus arcos e tentaram atirar, mas antes de se quer largarem as flechas, o dragão deu um rasante, e o vento gerado por esse movimento empurrou os guardas, que caíram no chão.

Com os guardas caídos, o monstro parou voando em frente a eles e, após acumular folego, rugiu.

— Fus RO DAAAAH!!! (Força EQUILIBRIO EMPURRAAAAR!!!)

Com o rugido, tudo em frente e ao alcance do dragão foi empurrado. destroços rolaram, arvores ainda no chão se desprenderam do solo e voaram como mero mato solto ao vento, e os guardas foram jogados longe. Alguns poderiam até dizer que foram jogados pro outro lado do feudo de Whiterun. Isso é, se tivessem sobrevivido á queda.

O dragão então parou e pousou em frente á elfa negra e o soldado sobrevivente do primeiro ataque. Eles tentaram se defender atacando com a espada, mas o monstro deu um tapa com a asa e os derrubou. Quando o dragão ia rugir mais uma vez, ele foi interrompido por alguma coisa que bateu repetidas vezes perto do olho, incomodando.

Ao olhar para a direção de onde vinha o incomodo, ele percebeu que vinha do topo da torre. Era Nur, que atirava com o arco contra o dragão para lhe chamar a atenção.

Em dado momento o argoniano ficou com apenas uma flecha. Ele deu as costas por alguns segundos para pegar mais e, ao ver que não tinha mais flechas e colocar a que sobrou no arco, ele volta sua atenção novamente para o campo de batalha. Ele apenas não esperava ficar cara-a-cara com o dragão, que estava nesse momento voando bem na frente da torre.

Nur, meio sem reação, atira a flecha, que atinge e se finca entre as escamas da perna da besta, mas sem machucar tanto o monstro. O dragão então o agarra com a boca e leva Nur até o céu. Para acelerar isso, o monstro ruge novamente, com Nur entre os dentes.

— Wuld NAH KEST! (Redemoinho FURIA TEMPESTADE!)

Com o rugido, Nur quase ficou surdo, e ambos avançaram mais rápido que uma flecha até os céus. Eles chegaram tão longe que estavam acima das nuvens, e os planos do Oblivion quase podiam ser vistos, não como estrelas, mas como pequenas e variadas versões do Mundus. Assim que estavam lá, o dragão flexionou o pescoço e jogou Nur mais para cima. E para garantir ainda mais que a queda seria mortal, ele rugiu mais uma vez.

— Fus RO!!! (Força EQUILIBRIO!!!)

Com o grito, Nur voou um pouco mais longe do dragão, mas não tanto quanto os guardas, e assim que ele perdeu velocidade, e ele começou a cair.

O que o dragão só percebeu quando jogou o argoniano, é que o mesmo estava amarrado no pé por uma corda. Quando ele olhou para baixo, a corda estava amarrada á flecha que havia lhe atingido a perna. Assim que o rapaz escamoso foi descendo, passando pelo dragão, ele se agarrou a própria corda e, correndo o risco de quebrar o próprio pé, ele foi perdendo velocidade, até ficar parado, pendurado no dragão.

Ele então começou a escalar a corda, para chegar até o dragão. O monstro começou a se desesperar um pouco. Aquele mortal era mais inteligente do que ele esperava. Ele tentava arrancar a corda de si, mas era difícil, pois ela estava presa do lado direito da coxa direita, suas pernas não eram tão moveis, e com os braços batendo o tempo todo para lhe manter no ar, ficava difícil arrancar uma simples corda. nem o pescoço dele, que era longo, alcançava a própria coxa. Conforme o dragão se mexia, se tornava mais difícil para Nur subir, mas ele não deixava de avançar em momento algum.

O argoniano se aproximava cada vez mais, até que o dragão finalmente conseguiu agarrar a corda com a pata esquerda e, sem o mínimo de esforço , a corda foi cortada pelas garras.

Felizmente para o argoniano, a essa altura ele já havia alcançado a coxa da besta e estava nesse momento tentando chegar nas costas.

O dragão então decidiu descer e sobrevoar avulsamente pelo feudo de Whiterun, a fim de espanta-lo. A criatura tentava de tudo a fim de jogar o argoniano de cima de suas costas. Nur por outro lado, se mantinha firme no lombo da besta, batendo com a espada, fazendo cortes profundos e ferindo gravemente as costas, que eram adornadas por escamas mais longas que formavam uma espécie de crina.

Conforme ele agredia o monstro, Nur se aproximava cada vez mais da cabeça. Ao chegar no pescoço, o monstro já não aguentava mais e parou para tentar balançar com tudo o próprio corpo e assim jogar Nur ao chão para pelo menos se livrar dele, nem que argoniano sobrevivesse a queda.

porém parar foi o pior erro da coisa, pois Nur aproveitou a freada e pulou do pescoço até a cabeça, onde cravou a espada com toda a força do corpo, e a atravessou no crânio até o cérebro.

A criatura começou a ficar fraca e desgovernada. Voou avulsamente mais um pouco até finalmente cair. coincidentemente na estrada em frente á torre ocidental.

vendo que o dragão caiu, Irileth e os soldados se dirigiram até o local da queda, na esperança de encontrar ao menos o corpo do argoniano. Enquanto isso nur, meio cansado, tira a espada da cabeça do monstro e sai de cima dela, e caminhou cansado, meio curvado.

Conforme ele caminhava, o corpo do dragão começou a pegar fogo lentamente. Quando já estava um pouco longe do corpo e mais perto dos soldados, o fogo consumiu completamente o dragão, sobrando só esqueleto, e as cinzas do corpo voaram em direção a Nur em forma de energia, fazendo um barulho alto, quase insuportável ao argoniano já quase surdo e, ao chegarem nele, se impregnavam para além de sua pele, ardendo de leve no corpo já todo doído dele.

Os soldados, ao verem aquilo, ficaram extremamente estarrecidos. Como se estivessem vendo a coisa mais incrível do mundo. O que, de fato, talvez estivessem.

— Não é possível - Comentou um dos soldados - Você é o... Dragonborn.

Nisso que o Homem falou isso, Nur se lembrou daquele livro, que ele pegou em Helgen mas que ainda não havia lido.

— Eu sssou... O que?!

— É uma lenda muito comum entre os Nórdicos de Skyrim. São pessoas que nasciam com o sangue de dragão e que conseguiam consumir as almas dos dragões mortos.

— E vosscê acha que eu sssou uma dessssasss pessssoasss?

— Só tem um jeito de saber: Grite. Os dragonborns eram capazes de gritar na língua dos dragões e converter isso em poder.

— "língua dosss dragõesss"? Masss eu nem... - Nur então parou por um momento, e se lembrou de ouvir algumas palavras dos dragões que encontrou. - Tudo bem, vou tentar.

O argoniano então respirou fundo. Conforme ele puxava ar para seu pulmão, os soldados ficavam apreensivos. E então gritou.

—Yo TOCHOR!!

Mas nada ocorreu. Então ele decidiu tentar outro grito.

— Wu AKISST!!

Mais uma vez, nada aconteceu.

— Okay - comentou o nórdico, meio decepcionado. - Talvez tenha alguma outra explicação.

— Até porque nem faria sentido - comentou outro soldado - Não existem mais dragonborns, eles são lendas.

Nur ficou assustado. Não sabia dizer o porque, mas ele sentia que tinha que ser ele esse tal de dragonborn. Ele buscava em sua mente as palavras que ouvia dos dragões, mas não sabia se quer como as pronunciar direito. Quanto mais o significado delas para saber o que faziam. para uma pessoa normal, não deveria significar nada, no máximo um engano. Mas por algum motivo, Nur achava de que se não fosse esse tal dragonborn ELE não seria nada. E precisaria de muita força pra encarar a vida dali pra frente caso não fosse.

Força.

De repente, uma vaga memoria lhe veio. Uma palavra estranha, em uma língua desconhecida, lhe chamou a atenção. Sim, agora ele lembrava. era a palavra no mural das Cataratas Lucubres. Definitivamente de alguma forma, depois de matar o dragão ele sabia exatamente o que ela significava e como pronuncia-la.

Nur então levantou a cabeça, estufou o peito, e ao abrir a boca, bradou para todos a sua frente.

FUSSS!! (FORÇA!!)

Não saiu tão forte quanto o dragão, mas o grito ecoou por toda a planície, jogou algumas pedrinhas pra longe, e desequilibrou de leve os soldados que estavam no caminho. Não havia duvidas. Aquilo não era mera magia ou um grito normal.

— É verdade! - exclamou o soldado, surpreso - Você é o dragonborn! assim como Tiber Septim!

— mas Tiber Septim não matava dragões e consumia suas almas.- disse o outro nórdico.

— isso porque não haviam mais dragões idiotas. Tiber Septim veio muito depois.

— Ora, parem de falar besteiras - Ordenou irileth. - Isso tudo não passam de lendas.

— Ora, senhora irileth, você não entenderia o significado disso. Você não é nórdica e nem nativa de Skyrim.

— Er, eu também não sssou de Sskyrim.

— Mas o seu caso é diferente. - respondeu o homem - Você é o próprio dragonborn.

— Ora, não me subestimem, homens. Eu já estive em todo tipo de lugar do continente de Tamriel. Vi muita coisa nessa vida.- ela apontou para o esqueleto de dragão - O que eu vejo é um dragão morto. Isso significa que podem ser mortos. isso já me é o bastante. enquanto a você, argoniano. - A elfa chamou o nur, apontando para ele.

— Er, sssim?

— Obrigada por me salvar. Ao te ver correr para a torre, pensei que estivesse apenas sendo um covarde. Felizmente você estava apenas mostrando pelo que Black Marsh e os argonianos são conhecidos.

— A falta de personalidade? - perguntou um dos soldados.

— Não, imbecil! - Ela respondeu - Estratégia e táticas de batalha. Black Marsh é conhecida como impenetrável e os argonianos como excelente estrategistas. Agora - Ela se voltou novamente a Nur - Preciso que você vá até o Jarl relatar o que aconteceu aqui. Eu ficarei para ajudar... qualquer sobrevivente que encontrarmos.

— Tudo bem. Vou nessssa então.

Enquanto caminhava, Nur decidiu tirar o tal "Livro do Dragonborn" enquanto caminhava até a cidade. Até mesmo uma criança diria que seria melhor que ele se sentasse para ler. Porém ele achou que se ele caminhasse lentamente enquanto lia não teria problema.

O livro falava sobre o significado do termo "Dragonborn" Ao longo da historia de Tamriel, sobre sua conexão inicial com a dinastia dos imperadores do Império Cyrodillico. Todos da linhagem Imperial que existiram e ainda existem são considerados Dragonborns graças ao pacto que a antiga Rainha Escrava, Santa Alessia, fez com Akatosh, o principal dos 9 divinos, que entregou a ela o Amuleto dos Reis, que possuía em seu interior o sangue de dragões. Mais especificamente o sangue do próprio divino.

O livro também fala que apesar da sucessão imperial, não significa que de fato seja algo genealógico, haja visto que nem todos os imperadores são parentes diretos. Nem que há apenas um dragonborn por vez, haja visto que a ideia de sucessão imperial implica que tanto o imperador quanto seus potenciais sucessores convivem ao mesmo tempo.

No final do livro é citado a conexão dos dragonborns com os dragões "Normais". Incluindo a tal lenda citada pelos soldados mais atrás e a conexão dessas lendas com os Tsaessi, o povo de Akavir que veio para Tamriel em busca de dragonborns e que, mais tarde, fundaram a guarda imperial conhecida como Os Blades. O ultimo item do livro citava uma profecia, que parecia vir de um Elder Scroll ou dos Akavir, e que citaria a vinda de um tal de "Ultimo Dragonborn".

Quando Nur ia pôr os olhos na profecia, ele tropeçou. Mas não de bobo. Trovões foram ouvidos, a terra tremeu, e vindo da Garganta do Mundo, pode ser ouvido um grito, que parecia ser na língua dos dragões, mas proferido por vozes humanas.

— DOV AH KIIN!!!

Nur ficou confuso. Seria aquilo outros dragonborns? algum dragão que imita vozes humanas? Ele estava próximo do portão quando um dos guardas comentou.

— Você ouviu isso?

Sssim. Teria alguma ideia do que é?

— Obviamente são os Grey-Bearbs. - respondeu o outro guarda - São um grupo de monges que ficam meditando no topo da Garganta. Mas o que eles queriam com isso me é um mistério.

O rapaz escamoso estranhou aquilo. Monjes que falam a língua dos dragões? E o mais estranho foi o grito deles. "Dovaquin" se lido com tudo junto, parecia até um nome um nome.

***

A porta do Dragonsreach foi aberta, e Nur adentrou o salão. Ao subir para o segundo degrau, ele percebeu que o Jarl conversava com aquela mulher que estava junto dos Companions. Os dois param a conversa que estavam tendo e se voltaram para o argoniano.

— Era desse rapaz que eu estava falando, Lydia. - O soberano então se ajeitou em seu trono , enquanto a mulher, a tal da "Lydia" se desaproximava e dava espaço aos dois - E então? Como foi lá?

— O Dragão foi abatido, ssenhor. Ele deu basstante trabalho. Mass felizmente ele agora sse encontra no chão e sssem vida.

— Entendi. Mas é só isso? Porque me parece que estás escondendo algo mais.

Nur ficou meio ressentido, com o pé atrás de falar, mas logo depois admitiu.

— Acho que sssou o Dragonborn.

Todos no recinto, ao ouvirem isso, voltaram sua atenção para ele. Incluindo a tal Lydia, que se mostrava surpresa.

— Dragonborn? - Questionou o jarl. - O que você sabe sobre isso?

— Bem, basicamente tudo o que eu sssei sssobre osss dragonbornsss é o que essstá essscrito nessste livro. - Ele diz isso tirando O Livro do Dragonborn do bolso - Que é um ótimo livro, aliasss. Além é claro do que osss sssoldado comentaram.

— E o que eles comentaram?

— Que.. eu sssou o Dragonborn.

— SIM, mas porque? - questionou o Jarl, já meio impaciente e quase se levantando do trono.

— Ah, bem, depoisss que o dragão morreu ele comessçou a pegar fogo e asss cinzasss dele ssse impregnaram em mim, e tudo o que sssobrou dele foi o esssqueleto e algumasss essscamasss avulsssasss. Depoisss disssso pediram para eu gritar na língua dosss dragõesss, e eu o fiz, e o meu grito sssaiu como uma onda que empurrou asss coisasss que essstavam a frente.

Com a frase terminada, o soberano novamente se derrubou na cadeira. Atônito.

— Então é verdade. Você é realmente o Dragonborn. isso explica tudo. Então foi a você que os Grey-Bearbs lhe chamaram.

osss Grey-Bearbsss me chamaram? Que eu sssaiba eu me chamo "Nur" e não "Dovaquin"...

— Meu Jarl. - Chamou proventus - Não acha isso meio estranho? Não está cogitando dar ouvidos aos Grey-Bearbs. Está?

— Porque, Proventus? - Questionou Lydia. - Você questiona a autoridade dos maiores sábios de Tamriel.

— Lydia, não leve a mau o que eu disse. O que eu quis dizer era: o que eles querem com nosso amigo aqui? sem ofensa, Nur.

— Nah, de boa. - respondeu Nur.

— Eu não sei, Proventus - Respondeu Balgruuf. - Isso é algo que apenas Nur saberá.

— Pera, como assssim? O que vosscê quer dizer com isssso?

— Se você é o Dragonborn, então os Grey-Bearbs estão lhe convocando. Você deve atravessar o desafio dos Sete Mil Passos e chegar até o Alto Hrothgar, o castelo localizado no topo da Garganta do Mundo, e atender ao chamado.

— Ah, entendi. Então eu vou indo nessssa.

Nur se dirigiu até a porta, mas antes que pudesse se que sair do salão de banquetes, o soberano o parou.

— Espere, Nur.

— Er... Sssim meu jarl? - questionou o argoniano, se virando novamente para ele.

— Ajoelhe-se.

O argoniano obedece, e ao se ajoelhar em frente ao Jarl, Nur sente uma espada de aço lhe tocando de leve e calmamente nos ombros.

— Você serviu e ajudou ao feudo quando nós mais precisávamos. Você só nos tem entregado boas ações e coisas maravilhosas. Eu agora lhe nomeio "Nur Dragiris, Thane de Whiterun". Com tal titulo, será exigido mais respeito por parte dos guardas. Não quero que lhe tratem como um qualquer. Também ganhará direito a posse de uma propriedade na cidade. Conseguirá ela com Proventus quando tiver a quantia exigida. E por fim, lhe concedo a guerreira mais forte do Feudo como sua Housecarl: Lydia, a Companion.

O argoniano então se levantou com o novo titulo em mão e se virou para a mulher que passaria a lhe seguir, que se encontrava com uma expressão emburrada, como que extremamente frustrada.

— Er... Oi! Paressce que agora vosscê é minha Housecarl.

A mulher apenas virou o rosto levemente pro lado olhando pro chão e respondeu.

— É... parece...

— Bem... Tudo bem, então. Lydia, me sssiga. Sssou novato nesssse negosscio e vou presscisar de toda a ajuda possssivel.

O Dragonborn então se vira em direção á porta e marcha até ela. A Housecarl por outro lado demora um pouco mas finalmente cede e o acompanha. A porta é aberta e ambos a atravessam juntos, com ela se fechando em suas costas.