Skyrim: Crônicas do Dragonborn. Vol.I

Eu disse Grey-Bearbs. Não Grey-Barbas


–Tá pronta?

— A menos que mude de ideia e queira que eu vá na forma de besta, tô sim.

— Não ssserá nesscessssário. Apenasss mantenha o passsso sssilensscioso e cuidadoso.

Os dois estavam saindo de uma caverna gélida, cujo outro lado dava em uma área mais próxima do topo da montanha próxima à Garganta do Mundus. eles seguiram uma trilha que saía da caverna e seguia para o sul, onde o objetivo deles se encontrava.

eles se escoraram em frente a uma escada e espiaram. Mais a frente deles, uma figura imponente dormia: Um Dragão de Gelo. Repousado sobre uma parede muito parecida com a que Nur encontrou nas Ruínas das Cataratas Lúcubres, o ar que saia da besta a cada suspirar parecia mais frio e gelado do que os icebergs encontrados no Norte da região. Seus roncos eram tão altos quanto o rugido de fúria de um urso.

— Ali essstá ele: O tal dragão que dessstruiu uma cabana aqui perto, com todosss osss ssseusss moradoresss dentro. E que sssegundo relatosss anda causando ainda maisss problemasss. roubando cabrasss, cassçando a cassça dosss cassçadoresss...

Lydia estava incrédula. Apesar de ela já ter ouvido sobre a volta dos dragões, esse era o primeiro que ela via. E apesar do fato de ser uma criatura maligna, ter a visão de um deles era algo magnífico.

Porém ela se contém e pergunta.

— Qual seu plano?

— Deixe-me analisar o sscenário antesss.

Nur olhou em volta. Percebeu que no caminho da escada até o muro havia alguns pilares curvos. Voltou sua atenção para a base dos pilares, a fim de ver se conseguiria os escalar. Ele notou que o pilar a sua esquerda possuía uma pedra ao lado, meio lisa e inclinada para cima. Em teoria daria de subir nela e dar um pequeno salto até o pilar.

— Beleza, acho que eu tive. Vamosss tentar fazê-lo pousar - O argoniano estendeu o braço para o pilar da direita. - naquele pilar. Asssim que ele pousar, me sssiga.

— Entendi. Estou pronta.

— Ótimo. Issso tudo acaba agora. Vamosss nesssa!

Os dois então se levantaram e começaram a atirar flechas na criatura fria,que acordou com as mesmas atingindo sua cara. Algumas acertando a pele e ferindo de leve, enquanto outras batendo nas escamas e caindo sem causar ferimentos. A besta então ergueu suas asas e levantou voo, rugindo furiosa.

Os dois continuaram atirando flechas enquanto o monstro gélido voava no céu. Tendo suas flechas quase nunca acertando-o. E as que acertavam, geralmente atingiam as escamas e seu dano era neutralizado.

Em dado momento, o dragão de gelo começou a se aproximar, voando mais baixo. instintivamente Nur percebeu quais eram as intenções da besta e pulou contra Lydia, jogando ambos para trás de um dos pilares.

na hora o dragão deu um rasante e gritou.

— Fo KRAH DIIN!! ( Geada FRIA CONGELANTE!!)

Com o grito, uma gélida baforada do dragão atingiu o chão onde eles estavam até poucos segundos antes, matando congelado instintivamente as pouquíssimas plantas que conseguiam resistir à neve fria do local.

Os dois saíram de trás do pilar e, enquanto o dragão ainda estava próximo, o dragonborn não perde tempo e grita.

FUSSS!! (FORÇA!!)

A onda de força atinge o monstro e o desequilibra, o forçando a ter que pousar. a criatura então pousa sobre um dos pilares... infelizmente era justamente o que Nur pretendia subir.

— Droga,era pra ele ir no outro. Vamosss ter que improvisar.

— Espera, como assim? Qual era o plano de fato?

Nur então corre até a pedra e, passando por ela, pula até a cauda do dragão, meio erguida no ar. A besta rugiu furiosa e se balança, tentando jogá-lo para longe, mas o rapaz tinha se agarrado com tudo nela, entrelaçando seus braços e pernas nela. entendendo a idéia dele, a housecarl o segue e faz o mesmo. No momento em que ela consegue agarrar a cauda, a besta levanta voo e volta a sobrevoar o local, carregando os dois juntos.

— OKAY! - Gritou Lydia. O barulho do vento batendo neles e das asas se mexendo os forçava a gritarem para se ouvirem- QUAL O SEU PLANO?

— IR PRA CABESSÇA DELE E FAZER ELE BATER NA MONTANHA!

— O QUE?! - Lydia se assustou com a resposta.

— TERIA SSSIDO MAISSS FASSCIL SSSE ELE TIVESSSE POUSADO NO OUTRO PILAR!!

— SENHOR NUR, ISSO É LOUCURA!!

— OU ISSSSO OU ELE NOSSS VENSSCE NO CANSSSASSÇO! NÃO DÁ PRA FICAR DEPENDENDO DELE DESSCER PRA ATACAR!! AGORA ME ACOMPANHE!!

Os dois então se esgueiraram até as costas. Enquanto Nur estava com o corpo escorado, o que facilitava a movimentação, Lydia estava pendurada pelos dois braços. Isso não era tanto um problema para ela. Ela era bem forte fisicamente. Porém isso tornou a ela mais difícil de se mover. Quando a mulher estava quase chegando, a mão dela escorregou e ela perdeu o equilíbrio, correndo o risco de cair. Se o argoniano não tivesse ajudado estendendo a mão para ela, ela poderia ter caído. já nas costas do dragão Nur ordena.

VOSSCÊ FICA AQUI E GOLPEIA ASSS COSSSTASS. EU VOU ATÉ A CABESSÇA DELE.

E assim foi feito. Lydia ficou nas costas, sacou a espada e começou a golpeá-las com tudo que podia na situação em que se encontrava. Enquanto Nur se arrastou pelo pescoço até chegar na base da cabeça. Lá, ele pegou no chifre esquerdo do dragão com o braço direito, pulou e girou, ficando cara a cara com o mesmo.

Com seu campo de visão bloqueado, o dragão começou a voar mais desnorteado. pra ajudar, o argoniano batia sua espada contra os olhos dele, não conseguindo ferir de fato o olho, mas dificultando ainda mais a vista da besta.

Em dado momento, Nur olhou para trás e ao ver que já podia dar sua vitória como conquistada, pulou pras costas do dragão de gelo. Quando a criatura viu que iria atingir as costas da montanha, já era tarde demais. Ele atingiu o paredão de rochas com tudo.

Enquanto isso, o dragonborn não saiu ileso, atingindo as rochas da montanha e caindo cada vez mais para baixo, rolando como um boneco de palha em direção ao pé da montanha. sua rolagem foi freada quando ele atingiu uma árvore, batendo com tudo nela.

Meio tonto, Nur recobrou os sentidos, e lembrou de Lydia. Ele olhou em direção à montanha e viu a nórdica caindo e rolando igual ele. Ele correu para tentar pegá-la, e quando ela finalmente o alcançou, o corpo dela o empurrou junto, e ambos atingiram a árvore, ambos saíram meio feridos dessa.

Mas não puderam descansar, pois eles ainda tinham que fugir do corpo do dragão de gelo, que também estava descendo agora.

— Deita no chão- ordenou Nur.

— O que?

— Confia em mim. DEITA!

meio apreensiva, a mulher obedeceu e deitou. Quando ela fez isso, o rapaz gritou.

FUSSS!! (FORÇA!!)

Com o grito, ela rolou uns sete metros para frente, atingindo uma rocha, mas não se machucando. Nur se arrastou até o outro lado da árvore e deitou.

O dragão continuou a rolar montanha abaixo. Ao chegar na base, o corpo do monstro rolou mais um pouco, se empurrando contra a árvore de Nur, entortando um pouco. Lentamente a árvore parou de se entortar.

O dragonborn então rola por conta própria até Lydia, a fim de evitar que a árvore e o corpo do dragão caíssem em cima dele.

Vosscê essstá bem?

— Sim, claro.

O argoniano encarou sério para a humana, apesar da mesma não perceber.

— To falando sssério.

Ela então suspirou.

— Creio que machuquei seriamente a perna.

— Okay, essspere um pouco então.

— Pra quê?

— Para isssso - Ele aponta para o corpo da besta, que estava em combustão.

O corpo do monstro estava queimando, com pedaços da pele sendo consumidos lentamente. Ao final, as cinzas correram no ar em direção ao rapaz, se embrenhando e atravessando a sua pele, e sendo finalizado por um suspiro relaxado de Nur.

— O que foi isso? - Questionou Lydia.

— Eu chupei a alma dele. Sssim, o dragonborn é uma Pedra da Alma ambulante e os dragõesss essstão eternamente sssob o efeito de Armadilha da Alma.

Depois disso, as escamas de Nur se eriçaram, tremeram levemente e voltaram a se desenriçar, pra depois a pele dele brilhar levemente.

— E isso? É o que?

— Pele de Hissst. Regenera rapidamente meusss ferimentosss, incluindo osss maisss gravesss. - O argoniano então se levanta, quase como se estivesse ileso. - Alguém presscisa carregar vosscê até a sscidade.

Ele estende a mão para a housecarl. Ela agarra a mão e é erguida, sendo carregada pelo ombro pelo thane.

***

Lydia se encontrava agora na estalagem de Falkreath, conhecida como "Bebida do Homem Morto". Ela estava com a perna esquerda extendida na cadeira longa em que se encontrava, bebendo uma cerveja nórdica.

Já fazia algumas horas que Nur havia sumido. Ele tinha saído para chamar o sacerdote de Arkay da cidade para tratá-la (o que de fato já havia sido feito) e para coletar e vender alguns itens que pudesse encontrar na caverna gelada que atravessaram e próximo ao Muro de Palavras que o dragão dormia.

A porta do estabelecimento então é aberta e Nur entra no lugar. Ele então vai até a mesa mais próxima do balcão, onde Lydia estava, e pergunta.

— E então? Essstá melhor?

— Na verdade, sim. O sacerdote tratou do ferimento. E você conseguiu achar algum espólio para vender.

— na verdade sssim. Achei um Essscudo Dwemer e um Ruby perfeito. além de um pouco de dinheiro.

— Mais nada?

— Não. E ainda por sscima não vendi o ruby. Pretendo guardá-la para fazer um colar maisss tarde.

— Mas senhor Nur, Pra quê?

— Pra praticar asss minhasss habilidadesss de metalurgia. Além do que, vai valer bem maisss do que a pedra sozinha.

— Aff... Tudo bem. - Ela então nota que ele estava com as mãos atrás do corpo, parecendo esconder algo - Tem alguma coisa aí atrás?

Ele então tira as mãos de trás, revelando que elas estavam cobertas por uma manopla. Ela era estranha, não parecia pertencer a qualquer armadura que ela conhecesse. Ao olhar mais atentamente, ela percebeu que a manopla era meio ossificada.

— Isso é... Osso de dragão.

— Legal, né?! eu voltei pro local onde essstava aquele dragão que matamosss maisss sscedo. Eu tive essssa ideia louca de fazer uma armadura com ele, catei alguns ossssosss e essscamasss sssoltasss que sssobraram e pedi ajuda do ferreiro da sscidade pra me ajudar a forjá-la.

— Que incrível! O que mais conseguiu fazer?

— Por enquanto apenasss isssso. Osss ossssosss dosss dragõesss podem ssser remodeladosss para forja, masss é bem difisscil de manipula-losss. Sssó consssegui fazer isssso. Masss em quem sssabe. Em breve poderei ter uma armadura completamente feita de ossssosss de dragõesss. Imagina sssó uma coisa dessssasss.

— Bem, se encontrarmos mais dragões no caminho cedo ou tarde você terá sua armadura. Mas creio que por hora nós vamos até os Gray-Bearbs, correto?

— Er, bem... - Lydia não conseguiu distinguir as expressões de Nur, mas pelo seu tom de voz ele parecia estar nervoso - Assssim. A gente VAI pra lá uma hora. masss...

— Ah, meu Shor, já tô com medo. O que foi?

— Bem, como eu disssse antesss, eu pedi a ajuda do ferreiro da sscidade pra fazer essssasss manoplasss. Masss não foi sssó osssso que usei. Também presscisavamosss de outrosss itensss, como Ébano. E vosscê sssabe que Ébano não é dosss minériosss maisss baratosss.

— Meu Thane, me diga que você não gastou todo o nosso dinheiro. - A housecarl começou a ficar preocupada. Sem dinheiro eles poderiam passar por dificuldades. Pelo que ela sabia sobre Ivarstead, que seria a próxima parada deles e que ficava no pé da Garganta do mundo, bem na frente do caminho dos Sete Mil Passos, a cidade não possuía nenhum tipo de estabelecimento comercial além de uma estalagem igual a que estavam. Sem dinheiro ficaria difícil pra eles conseguirem comida ou descansar.

— Ah não, não ssse preocupe! Em vez disssso, eu concordei em lhe ajudar com um favor.

Nisso a nórdica colocou a mão na própria cara, já em sinal de impaciência com o próprio superior.

— Diga logo o que é.

— Ah, é algo basico. Tem um cachorro andando pelasss redondezasss. O ferreiro gossstaria que o levassssemos até ele.

Ela então suspira, tira a perna da cadeira, se levanta e diz.

— Tudo bem. Isso parece ser rápido. Vamos atrás desse cão de uma vez.

***

Os dois estavam atravessando o portão oeste da cidade, indo a procura do tal cachorro.

— Agora. A dificuldade messsmo ssserá achar esssse tal cachorro.

— Pera, ele não te falou onde estava esse bicho?

— Ele disssse que poderiamosss encontrá-lo nosss aredoresss da sscidade, masss ele não essspecificou. Ele pode essstar do outro lado da sscidade ou...

No meio da estrada, puderam ver a figura que procuravam. Era um cachorro, com pelo marrom meio apagado, quase cinza. Os fios meio lisos e caídos, e as orelhas também caídas. Estava sentado, como se estivesse esperando algo.

— ... Aqui! - Completou o argoniano. Ele então se agachou e começou a bater de leve nas próprias pernas, a fim de chamar a atenção do animal. - Vem aqui, cachorrinho. Vem com o titio dragonborn, vem.

O cachorro então percebe Nur o chamando. Ele levanta seu traseiro do chão e caminha em direção a ele e diz.

— Ei, você é justamente o que eu estava procurando!

Aquilo surpreendeu Nur, o fazendo cair no chão, e fazendo Lydia se assustar também. Nenhum dos dois esperava ouvir qualquer coisa do cão que não fosse latidos.

Vo-Vosscê fala?!

— Oh, Skyrim se tornou lar de gigantes, enormes lagartos voadores e gatos andando sobre duas patas, e um cão falante é a coisa que mais te surpreende? Sim, eu estou falando, e continuo fazendo. Veja bem, meu nome é Barbas. Eu e meu mestre tivemos uma briga feia, e eu preciso que alguém venha comigo pra me ajudar a convencê-lo a me aceitar de volta.

— Ah, bem. Me paressce...

— Er, nos dê um minuto? - Pediu Lydia, se intrometendo e puxando Nur para trás.

Os dois se reaproximaram um pouco do animal e cochicharam.

— O que foi?

— Como "O que foi"? Isso não te parece estranho? Isso tem cheiro de Daedra.

— Como vosscê sssabe? Hirsscine tinha cheiro?

Ela o encarou com uma expressão séria.

— Engraçadinho.

— Lydia, qual é. Vai ssser rapido. A gente acha o dono dele, conversssa com ele, ele assceita o cão de volta, voltamosss pra cá pra avisar ao ferreiro e partimosss novamente.

— mas senhor Nur...

Ela não conseguiu terminar de falar, pois o argoniano saiu da "rodinha" de dois e se voltou pro cão.

— E então? Se decidiram?

— Sim! Eu irei te ajudar.

— Isso é ótimo! Agora, enquanto conversamos, a influência de Clavicus no Mundus deve estar fraca sem a minha presença e ele deve estar reduzido a seus templos. Há um deles em uma caverna chamada "Vergonha de Haemar". Venham comigo.

O cão então correu em direção ao sudeste, ainda se mantendo e seguindo caminho pela estrada.

Nur ficou ainda mais atônito com o que ouviu, mas não teve tempo direito para processar a informação. Ele tinha que alcançar o animal. Ele e Lydia correram atrás do cão. Quando já estavam perto de Barbas, Nur perguntou.

— Er, eu esssquessci de perguntar. Quem é ssseu dono messsmo?

— Meu mestre se chama Clavicus Vile. Ele é o Príncipe Daédrico do poder e dos tratos com letras miúdas.

Ao ouvir aquilo, Nur percebeu a cilada em que havia se metido.

— Eu falei que isso tinha cheiro de Daedra. - Retrucou a housecarl.

— Tá, eu persscebi. - Respondeu o thane, já nervoso por se meter em mais encrenca envolvendo um Príncipe Daédrico.

***

Depois de muito correrem pela estrada, os três estavam próximos de um muro, que parecia dar em uma cidade. Esse muro possuía uma pequena porta que bloqueava a passagem pela rota.

O barbas se aproximou dela, tentou empurra-la, mas não conseguiu.

—Er… Poderiam abrir pra mim?

Lydia se aproxima da porta e tenta abri-la. Mas ela não conseguia.

— está trancada - constatou a nórdica.

— dêem essspassço, osss doisss - ordenou Nur. Ele então juntou ar nos pulmões e bradou seu grito - FUSSS!!! (FORÇA!!!)

Com o grito, uma onda de choque avançou contra a porta, a escancarando.

Ao passarem pela porta. Nur reconheceu o lugar, e ficou Atônito: era Helgen. Sua estadia na cidade não se limitou a apenas o incidente com o dragão negro. Não. Ele e seu ex-aliado khajiit tinham passado quase uma semana no lugar estudando rotas de fugas e de entrada para executar o nobre que viva na cidade. O contrato que havia o enfiado onde estava agora. Ao que ele lembrava a cidade era de fato bem viva e animada, mesmo no meio da guerra. Era até estranho para o dragonborn o fato dele não ter sido reconhecido durante a execução.

E agora a cidade estava em ruínas. Mal se podia ver uma alma viva se quer. A torre pela qual ele pulou. A casa que ele atravessou. Ruínas por todo lado que agora só serviam para atrapalhar a locomoção. O dragão havia realmente feito a festa por lá.

— Senhor Nur? Algum problema?

O Argoniano pensou um pouco e decidiu não dizer o que era, apenas respondendo.

— Não. Não é nada.

— tem certeza? Porque eu tô sentindo um cheiro estranho. Parece humano, mas não um humano que se higienize muito.

Sssério?

A mulher é um lobisomem com um olfato melhor que o seu você dúvida dela, "Senhor Nur"? - Respondeu Barbas, meio irônico.

— Pera aí. Como vosscê… - a pergunta de Nur a barbas foi interrompida pelo mesmo.

— Eu sou um daedra. Eu SEI dessas coisas. Mas se quiser uma segunda voz, eu tambem estou sentindo o tal cheiro.

Os três então ficaram em guarda, esperando pra ver.

E então um som de zunido atravessou o ambiente, acertando o chão perto dos pés de Nur. Ele olha pra cima e viu uma figura humana. Eles olharam pra frente e mais três figuras humanas apareceram. Bandidos. Devem ter se estabelecido na cidade depois que a mesma foi destruída e abandonada.

— Lydia. Barbasss. Vosscêsss doisss ficam com osss trêsss daqui do chão. Eu vou atrásss do cara da torre.

— entendi. Pode deixar.

— eu não tenho que obedecer a um mortal.

Nisso o daedra avança a toda velocidade. Os bandidos avançam, tentando golpea-lo. Mas sem sucesso. Eles então voltam sua atenção a Nur e Lydia, que não viram outra opção além de lutar.

Um dos bandidos usava um Martelo de Guerra, enquanto os outros dois usavam clavas com escudo. O bandido com o martelo se voltou contra Lydia, tentando acerta-la. Mas seu golpe foi bloqueado pelo escudo da nórdica. Ela o golpeia com a espada na cintura, lhe marcando com um corte. Ele cambaleia um pouco pra trás, mas tenta com outro golpe, dessa vez acertando novamente o escudo, mas desequilibrando a mulher.

Enquanto os dois brigavam, Nur enfrentava uma luta um tanto injusta: dois bandidos de clava contra ele, uma única pessoa com uma espada. Os dois tentam ataca-lo, mas ambos os golpes foram bloqueados pelo escudo Dwemer de Nur. Devido ao tipo do escudo, o Argoniano conseguiu bloquear sem ficar tanto na defesa. Apesar de difícil, ele conseguia avançar a cada golpe. Eles tentavam acertar outros lugares. Mas os reflexos do Dragonborn conseguiam repelir cada golpe.

Enquanto os dois estavam enfrentado criminosos no chão, Barbas havia corrido para subir as escadas da torre. Ao chegar no topo, o bandido já estava lhe esperando. Ele tentou atirar algumas flechas, e até mesmo acertou umas duas. Mas o cão não se sentiu afetado. Ele correu contra o homem e bateu a cabeça contra ele, o fazendo desequilibrar e bater contra o para-peito da torre. Mais uma investida de barbas, agora o homem não teve outro destino, além de cair do lugar e atingir o chão, morto pela queda.

Com o corpo do aliado deles colidindo com o chão, os outros três bandidos se assustaram e olharam para trás, ficando surpresos ao verem o aliado derrubado. Isso dá tempo ao thane e a housecarl de revidarem.

Lydia desfere um golpe surpresa na cabeça do bandido com a espada, mas sem cravar a lâmina, apenas lhe marcando novamente, o fazendo cambalear e se agaixar. Mais um golpe, agora a nórdica conseguiu cravar a espada no mesmo ferimento na cara, fazendo a lâmina atravessar o crânio do homem.

Nur por outro lado aproveitou a distração dos dois bandidos de clavas a sua frente e gritou pro auto.

— RAAN!! (ANIMAIS!!)

Com o grito, um som de animais correndo pode ser ouvido vindo da porta pela qual entraram. Quatro lobos, eles olharam na direção de Nur e dos bandidos, rosnaram e correram em direção a eles.

Eles passaram direto por Nur, pulando cada um em cima dos criminosos, os atacando. Eles tentavam golpear com as clavas, mas com os cães em cima ficava difícil revidar.

Enquanto os lobos atacavam e devoravam os bandidos, Lydia se voltou para Nur.

— O que foi isso? - questionou.

— Meu novo Grito. Aprendi quando voltei praquele lugar onde achamosss o dragão de Gelo.

— Bem, tudo termina bem quando acaba bem. Não é mesmo, mortais? - Questionou Barbas.

Exssceto que não acabou bem. Meu plano era sssubir na torre e aumentar o alcanssce do meu grito e chamar maisss animaisss. Ssse tivesssse obedesscido meu plano poderíamosss ter resolvido isssso maisss rápido.

— Ora. Então porque não subiu comigo, lagarto? Agora chega de conversa. Vamos. — o cão então corre até o portão leste.

Nur se volta pra Lydia e questiona, em tom de revolta.

— Ele me chamou de lagarto?

— Fiquei sabendo que Irileth te chamou de "rastreador nojento" ou algo assim. Porque ser chamado de lagarto incomoda tanto a vocês argonianos?

Vosscêsss pele-sssecasss não entenderiam.

Nur então se volta ao corpo do bandido que havia caído da torre e examina seu arco. Era Dwemer, assim como seu escudo. Ele então abandona seu antigo arco e toma aquele para si.

Os dois então correm para a fim de alcançar o cão Daedra, rumo à localização do Altar de Clavicus Vile.