Em 5:00 horas da manhã, quase 6:00. Depois de muito caminharem, a Caravana do Dragão finalmente voltou a Whiterun. O grupo agora se encontrava no estábulo, com Nur próximo a Lydia e Barbas, enquanto Inigo e Derkeethus estavam logo atrás, junto de Frost.

— Bem, finalmente chegamosss, pessssoal.

— FINALMENTE! - comemorou Inigo erguendo os braços para cima - Assim que chegarrmos na estalagem, eu vou desabarr na cama com arrmadurra mesmo e não tô nem aí!

— Tomara que ssseja quem for que essstiver noss sseguindo não o fassça até lá. - Comentou Derkeethus - Sssério, é sssó eu que sssinti como ssse tivesssse alguém noss sseguindo?

Nur e Inigo balançam a cabeça, em sinal negativo. Lydia não responde nada. Nem balançando a cabeça. Talvez ainda estivesse com ressentimento do que houve no Antro do Vigarista. Barbas por outro lado responde.

— Eu também tive. Mas eu tenho essa impressão o tempo todo. É a consequência de ser parte de Clavicus Ville. É como se ele estivesse o tempo todo me vendo, mesmo tendo sua influência fraca demais pra interagir aqui.

— Deve ssser sssó impressssão sssua, Derky. - respondeu o irmão.

O argoniano de chifres pensou um pouco, mas piamente acreditava que não era só impressão. Mesmo sendo mais brusco nos últimos dias, ele era um ladino. Ele por natureza sabia se esgueirar pelas sombras com destreza, e sabia distinguir quando estava sendo seguido.

— Bem, de qualquer forma. - descontinuou do assunto o argoniano mais escuro - Eu vou falar com Sssaadia. Vosscêsss quatro fiquem aqui e me aguardem!

Espera, mas porque?

— Pois é, Senhor Nur. Porque você precisa que façamos isso?

— Para que vosscêss sse resolvam.

Mas o que eu tenho haver com isso? Eu apenas ri daquela situação o tempo todo. Eu nem ajudei os dois a fazer aquela porcaria de armadura!

Sssó… Fassçam isssso... por favor. Eu já volto.

Dito isso, o dragonborn se distanciou do resto do grupo e foi até os portões da cidade, tendo a permissão dos guardas e a adentrando.

Sem entenderem nada, o grupo acatou a ordem de permanecerem, confiando no guerreiro. O saxhleel de chifres então amarra seu cavalo em uma cerca, o cathay se escora na mesma cerca, Lydia se senta em uma pedra, encarando novamente a egua do estábulo, enquanto Barbas se senta ao lado, no chão.

O grupo ficou em silêncio por um tempo. O clima ainda estava ruim entre os dois bestiais e a nórdica. O silêncio foi interrompido pelos três, que tentaram falar, mas pararam ao perceberem que iam falar ao mesmo tempo. Mas logo, Inigo toma a frente da conversa.

— Er, Lydia, acho que devemos desculpas.

— Poisss é! - concordou Derkeethus - Nósss não queriamosss aparesscer de mãosss vaziasss.

— Achavamos que darriamos conta de fazerr uma arrmadurra decente e funcional. Sentimos muito.

Em resposta, a Nórdica suspirou um pouco e respondeu.

— Sabem, caras? Na hora eu realmente fiquei irritada com vocês. Mas depois de refletir enquanto caminhávamos, eu não os culpo totalmente. Estavam tentando ajudar. Então não se preocupem, eu os perdoo.

Com aquela resposta, os dois suspiram aliviados, e o argoniano de chifres a agradeceu.

— Muito obrigado.

— Só… mantenham as mãos longe da forja de agora em diante, entendidos?

Com o comentário, os quatro riram muito, selando as pazes.

E então, eles ouviram de longe o som dos portões de Whiterun se abrindo. Imaginando que fosse Nur, eles deram sua atenção para a estrada, e logo repararam em uma figura humanoide correndo. No entanto, conforme a figura se aproximava, eles percebiam que não era Nur, mas sim Saadia, que corria se aproximando dos estábulos.

Ela então para, se apoiando na parede da casa do vendedor de cavalos, respirando pesadamente.

— Ufa… Faz tempo que não corro tanto. - ela então olha para o lado, e vê os três que seguiam o argoniano de penas, ela os questiona - O que estão fazendo ai?

A nórdica tenta responder, mas logo é interrompida pela redguard, que aparentava estar desesperada e com a voz acelerada enquanto seguia em frente até onde estavam os animais.

— Ah, não! Pera! Nur deve ter deixado vocês aqui como segurança contra os Alik’r. Fico grata que tenham ficado para me proteger, serão recompensados daqui a pouco. Mas preciso pegar um cavalo antes. Seja pagando ou…

— E então, finalmente nos encontramos.

Antes que ela terminasse, a nobre de fora interrompida por uma voz masculina vindo de trás dela, do vão entre o curral e a casa, onde havia apenas um arbusto. De dentro do arbusto, sai um homem redguard, usando roupas típicas do deserto de Hammerfell, e em sua cintura haviam duas cimitarras, uma de cada lado. Ao ver ele, a mulher ficou paralisada de medo, não acreditando no que via.

— Mas o que…

— Você não achou realmente que iria escapar pra sempre, não é, Iman? Ou como é que você diz que se chama agora? “Saadia”? - ele então levanta a mão, e uma essência luminosa verde limão começa a emanar dela - Sua sorte teria que acabar em alguma hora.

Ao fim dessa frase, o homem moveu seu braço luminoso para trás e então rapidamente o empurrou com tudo na direção dela, disparando um feitiço que a atingiu com tudo. Quando a essência luminosa desapareceu, a mulher caiu dura no chão, como uma estátua inquebrável. Ela havia sido atingida por um feitiço de paralisia.

Ao verem aquilo, o grupo se assustou, e logo cada um deles sacam suas armas, prontos para entrarem em confronto. Porém, logo foram parados por um grito de longe.

— PAREM!! PAREM!! ELE É AMIGO!!

Ao olharem para o lado, eles vêem vindo de longe mais uma figura humanóide, porém agora eles reconhecem de cara que era Nur, que assim que se aproxima se apoia na parede da casa a frente dos quatro, respirando pesadamente.

— Que droga… arf, arf… Eu demorei maisss do que queria… arf, arf… Asss consssequênssciasss de andar com armadura pesada o tempo todo. hehe…

Nurr, o que está acontecendo?

O guerreiro então respira fundo, tentando recuperar o fôlego mais rápido.

Acontessce… arf… que eu sssabia que conhesscia o nome “Kematu” de algum lugar: eu e ele já nosss conhessciamosss.

Todos ficaram surpresos com aquela afirmação, enquanto o homem, que aparentemente era Kematu, tentava levantar Saadia paralisada.

Isssso foi anosss atrásss. - continua o argoniano - Um contrato meu havia me levado a Hammerfell. Apósss concluí-lo, acabei resscebendo outro trabalho, e nesssse eu trabalhei com Kematu e ssseusss homensss.

— Então você decidiu que era melhor ajudar aos Thalmors apenas por causa de um antigo amigo mercenário?

— AH-HA!! Masss é aí que vem a reviravolta!

— Quando Nur entrou na câmara da caverna onde eu e meus homens estávamos - o líder Alik’r continuou do ponto do amigo enquanto segurava a mulher em estátua para não cair - nós conversamos e esclarecemos tudo. Não estamos trabalhando para os Thalmors, mas sim para a cidade de Taneth, que quer ela viva para encarar a justiça, e não morta.

Essspera, o que? - indagou o irmão argoniano mais claro.

Pensssem bem: Porque raiosss osss Thalmorsss mandariam terceirosss para assssassssinarem algém que lhesss prejudicou?

— Esse não é o modus operandi deles. Os elfos do Domínio da Velha Meri costumam fazer as coisas com as próprias mãos. Não só isso, como nós Redguards possuímos tantos problemas com os elfos quanto os nórdicos. E isso desde Yokuda. Então mesmo que os Thalmors viessem até nós, nós os esquartejariamos vivos sem chance de resposta.

— A verdade, meusss bonsss amigosss— O dragonborn então entrelaça seus braços nos ombros de Inigo e Lydia, ficando no meio entre ambos - é que Iman, ou Sssaadia, é uma traidora, que vendeu a sscidade de Taneth para osss Thalmorsss a unsss 25 anosss atrásss, durante a guerra de Hammerfell contra o Aldmeri Dominion.

Os três então começaram a pensar, tentando raciocinar aquelas informações. Olharam para Saadia, paralisada na mesma posição de surpresa em que foi pega. Olharam para Kematu. Olharam para Nur. Mas ainda estavam confusos.

— Mas então porrque não contou isso antes?

— Quando eu dessscobri isssso tudo, eu fiquei tão sssurpreso que quiss ssurpreender vosscêsss também.

— Eu falei pra ele que era melhor avisar - Ele então escora a mulher redguard na cerca que cercava os estábulos, e disse. – Bem, acho que é minha hora de debandar. Agora meus homens e eu só temos que entregar ela e então meu trabalho estará feito. Quanto a você, Nur - ele diz isso se voltando ao dragonborn - Foi muito bom te reencontrar, cara.

— Digo o messsmo, colega. Quase que eu cometo um erro. hehe.

Kematu então tirou de trás de sua cintura um saco de moedas e o jogou ao guerreiro.

— Aí está. Um presente de mercenário para mercenário.

Ele abriu o saco, examinando seu conteudo dentro, e disse.

Vosscê sssabe que eu não sssou maisss mersscenário, sscerto?

— E isso importa? - ele responde ironicamente.

Logo, o homem assobia, e após alguns segundos, um som de trotar é ouvido, e eles vêm vindo da estrada que levava ao sudeste um cavalo marrom se aproximando, e logo depois parando na frente do mercenário.

— Como raiosss vosscê noss sseguiu de fininho com um cavalo? - questionou Derkeethus.

— Eu preciso carregar ela de alguma forma, não?

— Eu perguntei o “como”, não o “porque”!!

Ignorando a reafirmação da pergunta, Kematu levou a mulher paralisada até o cavalo, a colocou horizontalmente no lombo dele e, enquanto a amarrava, reparou em um saco de moedas amarrado na parte de trás do quadril dela. Ele então tira o saco e, enquanto examina seu conteúdo, diz.

— Ei, Nur. Pelo jeito ela também pretendia recompensar vocês. E aparentemente a recompensa dela é maior. Tem pelo menos uns 1000 septins aqui. Tem certeza que não quer me trair de última hora pra receber isso aqui? - ele diz isso em tom irônico, demonstrando brincadeira.

Em resposta, também com tom jocoso, o argoniano respondeu.

— Ora, vamosss cara, foi vosscê que me ensssinou: há coisasss maisss importantesss do que a recompensssa.

O homem então sorri para ele e responde.

— É… Tem razão.

Logo em seguida o Redguard joga de surpresa o saco de moedas ao Dragonborn, que agarra meio sem jeito. Logo depois, ele subiu em seu cavalo e saiu cavalgando, dando a curva para o lado noroeste da estrada com o nascer do sol de fundo.

E então, o saxhleel mais escuro se vira para seus aliados e diz.

— Muito bem, agora sssim resolvemosss. Vamosss pessssoal. Peguem asss armadurasss e armasss sssobressalentesss que vosscêsss pegaram na caverna, vamosss vender isssso tudo, e aí eu pago uma essstadia na essstalágem para que dessscansssem enquanto eu compro a casa.

Com aquilo dito, o argoniano mais claro e o khajiit erguem os braços pra cima, comemorando que finalmente teriam repouso.

***

Eram sete horas da manhã. Nur estava saindo do Dragonsreach. Mais especificamente, ele já estava nas escadas que desciam até o distrito da neblina. Ele então volta sua atenção para a Skyforje, e Eorlund Gray-Mane. Ele então lembra de sua última conversa e vai até o local.

Enquanto descia as escadas do Distrito das Nuvens, ele acabou cruzando com a nórdica ruiva amiga de Lydia mais uma vez.

— Dragonborn! Que prazer lhe reencontrar.

— Oh, Olá! Aela, sscérto? O que essstá fazendo indo até o Dragonsreach?

— Indo pagar os impostos da Guida. E o senhor?

— Ah, comprei uma casa aqui na sscidade, com direito a tudo que poderia vir. Sssegundo Proventusss, em uma sssemana essstará tudo mobiliado.

— Então você e a Lydia estarão… Morando juntos...? - Aela faz essa pergunta meio receosa.

— Bem… Tecnicamente sssim. Na verdade, qualquer um que essstiver andando comigo poderá parar lá ssse quiser.

Um silêncio estranho permeou o ambiente entre eles. Aela olhava para o nada, como se estivesse pensando em muita coisa.

— Bem... Então é isssso. Acho que vou indo… - Ele então passa por ela e continua sua descida.

— Espera! - ela o chamou abruptamente.

Sssim…? - ele responde se virando novamente para ela, agora a encarando de baixo pra cima.

— Você sabe que dia é hoje?

Ele coça o próprio queixo, pensando, e diz.

— Er… fredas, 25 de Primeira Sssemente?

— Não. É loredas, 19 de Primeira Semente.

— Oh! Claro! Fazzz tempo que não olho pra um calendário. hehe. Masss o que há com o dia de hoje? Algum feriado nórdico?

— Então ela não te contou?

— Contou o que? - o dragonborn ficava cada vez mais curioso com aquela conversa.

A nórdica então conta para ele o que aquele dia significa. Com o vento da brisa da manhã atravessando os muros e invadindo o interior da cidade.

Essspera, sssério? Então porque ela não me contou?

A ruiva deu de ombros.

— Talvez pelo mesmo motivo que o seu de não ter lembrado: deve ter perdido a noção dos dias. Bem, é isso. Estou indo. Foi bom conversar com você, dragonborn.

Ela então toma seu próprio rumo novamente, enquanto ele pensava naquilo. Ele então se vira e volta ao seu caminho até a Skyforje, ainda com aquilo em mente.

Ao chegar na forja, o argoniano chama a atenção de Eorlund, que estava de costas para ele distraído.

— EI. Sssenhor Eorlund!

Ao ouvir aquela voz, ele se vira para trás, e ao ver o mais jovem, lhe recebe.

— Oh! Dragonborn! Fico feliz que tenha voltado. E então? Estás a fim de aprender aquilo que te prometi?

— Com sscerteza. - ele então se curva em sinal de reverência e diz - me ensssine osss sssegredosss da Ssskyforje.

— Calma lá, rapaz. O que vou te ensinar é apenas um dos segredos dela. - ele então para um pouco e diz - na verdade dois. Mas a Skyforje é cheia de segredos. Segredos que são passados pela família Gray-Mane de geração em geração. O que vais descobrir aqui é apenas uma fração deles.

Enquanto ouvia aquilo, o saxhleel erguia a cabeça novamente lentamente e ficava cada vez mais interessado.

— Já deve ter cruzado com um draugr durante sua jornada, não é? Os mortos vivos que protegem as ruínas nórdicas antigas.

— Na verdade sssim. Maisss essspecificamente, em duasss ruinasss diferentesss.

— Já reparou nas armas e armaduras deles? - ele então dá uma pausa dramática e então diz - E se eu te disser que esse equipamento todo foi forjado aqui?

Com aquela afirmação, o dragonborn se surpreendeu. Não só pelas armas e armaduras que já viu, como também pelas que ainda não viu. Pois Skyrim era relativamente grande, e deviam haver centenas dessas ruínas, todas com draugrs bem armados. Seria mesmo possível que todas elas sairam dali?

— No passado, Whiterun foi a capital de Skyrim, e aqui, da Skyforje, era de onde saíram as armas mais poderosas e as armaduras mais resistentes de toda a província. Quando os 500 Companions de Ysgramor chegaram aqui, essa estátua de águia já estava aqui, e sua iluminação de fogo abaixo dela já fazia presença desde antes mesmo de se acender qualquer chama. Como se o fogo dela já ardia aqui. E uma vez acesas as chamas da Skyforje, o fogo dela apresentava um efeito estranho. Dentre esses efeitos, ela de alguma forma alterava a resistência do ferro e do aço, os metais mais comuns de todo o Nirn, chegando a duplicar e até mesmo a triplicar. - Ele então puxa uma espátula que estava segurando uma barra de ferro perto do fogo, a aponta para o argoniano e diz com imponência - Você está pronto para aprender os segredos da forja de Armas e Armaduras Nórdicas Antigas?

O guerreiro então responde com uma voz calma.

Sssim, eu essstou.

— Diga mais alto! Mais alto do que o Heimskr alí na praça!

Ele então levanta a cabeça e grita.

SSSIM!! EU, ESSSTOU, PRONTO!!!

— ESSA é a empolgação que quero de meus alunos. A empolgação de um ferreiro em criar equipamento de qualidade para si próprio!

— Er… Na verdade sssenhor. Quanto a essssa parte, na real eu essstava pensando em outra coisa.

O nórdico encara ele, se questionando o que o argoniano tinha em mente.

***

Eram quase 11 horas da manhã. Lydia havia acordado depois de algumas horas de descanso na estalagem. Ela olha para o outro lado do quarto, e vê Inigo dormindo na outra cama, com a armadura dele deixada em cima da cadeira que estava perto de sua cabeça e Barbas no chão, durmindo mais próximo dos pés dele.

Ela então olha para baixo, já que sua armadura foi deixada no chão, perto da borda da cama. Geralmente ela conseguia dormir de armadura mesmo. Mas daquela vez ela quis experimentar algo mais confortável.

Ao fazer isso, ela vê o Escudo de Ysgramor e fica sem entender, mas então lembra que ela trocou aquele Escudo Dwemer antigo por ele enquanto organizavam o que era vendido e o que iriam manter.

Ela então encarou Inigo, procurando ter certeza que ele ainda estava dormindo. Vendo que ele ainda não acordaria, ela aproveitou para se levantar e vestir sua armadura, exceto seu capacete, para que pudesse comer.

Após terminar de se vestir, ela sai do quarto, indo direto pro salão principal da estalagem. E lá no fundo, na mesma mesa onde sentaram no dia anterior, estava Nur e Derkeethus conversando. Ao repararem nela, eles acenam para a mulher a chamando.

Assim que se aproxima, ela se senta em uma das cadeiras e diz.

— Bom dia.

— Bom dia. - os dois irmãos respondem em unissono.

— Estavam falando sobre o que?

— Ah, diversssasss coisasss. - disse Derkeethus - Comessçamosss reparando que o lugar ficou bem mais… vazio… Sssem a presenssça da Sssadia.

— Eu que o diga. Ela já trabalhava aqui há bastante tempo. A ausência dela vai pesar cada vez mais para a dona do lugar.

Sssim… Imagino. Masss a jussstissça foi feita. Não é issso que importa para você e para osss Companionsss?— o ladino questiona de forma amigável.

— É… Tem razão. Mas e ai? Algo mais?

— Bem, eu também comentei com o Derky que depoisss que comprei a casa, eu conversssei com Eorlund Gray-Mane e ele me ensssinou uma nova forma de forja, envolvendo a Ssskyforje.

— É mesmo? E o senhor chegou a fazer algo, Senhor Nur?

— Na verdade, sssim. Essssa belezinha aqui. - Ele responde puxando com força um objeto que estava ao lado dele e o colocando abruptamente na mesa.

Quando a guerreira percebeu, o objeto era uma couraça. Muito parecida com a que os Draugrs vestiam. Mas não os draugrs comuns. Aquela parecia ser uma armadura de Draugr Overlord. Maior e mais pesada que as armaduras nórdicas antigas comuns, com mais áreas metálicas recobrindo. E parecia ainda ser um modelo feminino. Ela estava maravilhada com aquilo.

— Uou… Ela… É impressionante.

Gossstou? Consssidere esssse o meu presente do ssseu aniversssário.

Ao ouvir aquilo, a housecarl se surpreendeu e encarou o thane.

— Espera, era hoje? Como você sabe?

— Acabei esssbarrando na Aela depoisss de comprar a casa e ela me contou. 19 de Primeira Sssemente, não?

— Senhor Nur… Não sei nem o que dizer.

— Não diga nada. Apenasss pegue-a e a visssta. Assssim que Inigo e barbasss acordarem, iremosss partir. Dessssa vezzz definitivamente para Ussstengav.

Com aquela resposta, ela prontamente pegou a armadura pela gola e a carregou, voltando para o quarto e fechando a porta. Após alguns minutos, um grito assustado pode ser ouvido de lá de dentro, e logo após foi possível ouvir a housecarl reclamando, assustando os poucos clientes do estabelecimento naquela hora.

— INIGO, A QUANTO TEMPO VOCÊ ESTÁ ACORDADO??

— EU ACORRDEI AGORRA, LYDIA!! EU JURRO QUE NÃO VI NADA!!!

— SAI DAQUI AGORA!!

— MAS EU AINDA NEM ME VESTI!!!