De repente, Lydia acordou em um pulo. pareciam ser quatro horas da tarde. Ela se encontrava nua, coberta por um enorme pedaço de couro servindo de cobertor no que parecia ser uma cama de feno. Ela examinou melhor o local em que estava e percebeu que estava ao lado de um barranco. Olhou pro lado e viu sua armadura inteira. Aparentemente com alguns remendos de aço improvisados.

— Hey, Vosscê finalmente acordou.

A nórdica então olhou pro outro lado e viu Nur de costas. Ele parecia estar cozinhando alguma coisa em frente a uma lareira.

— Eu sssei que te bati com a intenção de te desacordar. Masss não esssperava que fosssse demorar tanto para acordar.

— Er... Meu thane, eu... - Lydia tentou falar sobre a noite passada, mas logo foi cortada pelo Dragonborn.

— Nah, depoisss, Lydia. Eu imagino que ssseja um assssunto longo, então vamosss deixar pra depoisss do almossço atrasado, para ele não esssfriar.

A mulher então assente, meio nervosa, com medo do que o argoniano faria em seguida. Era dificil dizer o que ele estava pensando nesse momento. Mesmo que não estivesse de costa, seria difícil ler sua expressão para saber o que ele pretendia fazer.

Ele então entregou a ela um prato de madeira com uma coxa de coelho ensopada. Ele deve ter caçado enquanto ela estava desmaiada. porém ela não saberia dizer se ele fez isso antes ou depois de remendar a armadura.

Ela então pega a coxa e começa a comer, acompanhando Nur, que já estava comendo. Ela só percebeu que estava de fato faminta quando encostou a carne nos dentes. Nesse momento, ela devorou agressivamente e sem modos o alimento. De fato, etiqueta não era o tipo de coisa que se poderia exigir dela na situação em que se encontrava. Ela até mesmo pegou o resto do coelho, que se encontrava em um prato de madeira maior. Nur por outro lado não se apresentava tão faminto assim. Devia ter comido

Após ambos terminarem de se alimentar, Nur voltou sua atenção para ela e perguntou.

— Muito bem, acho que agora é uma boa hora para vosscê exssplicar. O que foi aquilo ontem a noite?

Ela então suspira lentamente antes de começar.

— Er... Eu sou uma Lobisomem.

— Oh, Jura? Sssabia não.

Lydia se incomoda com a ironia, mas entende o motivo. A afirmação parecia meio óbvia. Porém era meio difícil para ela admitir isso para alguém.

— A quanto tempo fazzz que vosscê é uma lobisomem.

— Faz uns bons 5 meses mais ou menos. Já ouviu falar nos Companions?

Osss Companionsss sssão lobisomensss?

— não todos, só os membros principais da liderança, conhecidos como "Círculo de Sangue".

— Então vosscê fazia parte desssse tal sscirculo de sssangue?

— Sim. Mais especificamente até alguns dias atrás eu me tornei A líder dos Companions.

Nur então estranhou com a ultima afirmação, visto a posição em que ambos se encontravam.

Sssério? Meio essstranho vosscê optar por acompanhar avulssçamente alguém que não conhessce ao invésss da lideranssça de uma guilda inteira.

— Eu não escolhi isso!

Essa informação surpreendeu o argoniano.

— Como assssim?

— Isso ocorreu logo depois de eu voltar da missão que me fez subir a liderança. Assim que cheguei a Whiterun, fui convocada pelo Jarl. Ao chegar no Dragonsreach, o jarl me avisou que iria me destituir de todas as minhas funções como Companion, pois segundo ele, um rapaz surgiu e ele veio se provando bastante forte e valioso pra cidade. Ele pretendia nomeá-lo Thane e lhe entregar, nas palavras do Jarl, "O guerreiro mais forte do Feudo como seu Housecarl".

— Então vosscê... - Nur estava meio atônito com essa informação. Ele não esperava ouvir algo do tipo. Na verdade nem ele sabia que tipo de resposta ele esperava. Mas essa lhe pegou de surpresa - Quer dizer basicamente que vosscê sssó essstá nessssa sscituassção amaldissçoada por minha causa?

— Na verdade eu tenho que admitir que sou responsável por minha própria desgraça. Eu não deveria ter me intrometido e seguido aquele cheiro.

Dito isso, um breve silêncio tomou a ambiente. Já não sabiam o que falar. Ao menos até Nur levantar mais uma pergunta.

— E agora? o que fazemosss?

— Bem, segundo Hircine, eu terei de caçar Sinding para me livrar do anel.

— Pera aí. Vamosss mata-lo? Depoisss de vosscê oferesscer ajuda a ele?

— Não meu Thane. Não vamos. EU irei. Se mais alguém além de mim mata-lo, a maldição continuará. É a única forma de eu recuperar meu controle sobre minha própria transformação.

— Tudo bem então. Vamosss atrásss dele.

***

Ainda eram onze horas da noite. Os dois estavam a horas seguindo rastros visíveis e seus faros apurados. Até que, em determinado momento, eles estavam novamente no pé da montanha das Ruínas das Cataratas Lucubres, dessa vez do lado oposto ao rio, ao norte. Os rastros que seguiam lhes levaram até uma caverna. os dois pararam em frente a entrada e o Dragonborn puxou seu mapa.

— Bem, sssegundo o mapa esssse local é chamado de "Gruta do Homem Inchado".

— os rastros levam até aqui. mas está sentindo esse cheiro?

— Er... Não. Acho que ssseu faro ironicamente é melhor que o meu.

— Ah, não, droga, droga, droga, droga...

Lydia correu em direção a entrada, avançando caverna a dentro.

— Lydia! PERA AI, DESSSGRASSÇA! Me essspera! - Exclamou o dragonborn, tentando alcança-la.

Após seguirem por dentro da caverna, eles acabaram encontrando um lugar inusitado. A "Gruta do Homem Inchado" Era um paraíso natural. A Montanha acabava formando um enorme muro que abrigava nada mais que uma "pequena floresta", com arvores em todos os lados, uma pequena cachoeira que formava um riacho que seguia ao sul, atravessando um pequeno túnel até o outro lado do relevo que dividia o lugar. Se estivesse de dia, aquele lugar seria um colírio aos olhos. Porém, não só o fato de estar de noite, como também as chamas de tochas largadas pelo lugar davam um ar diferente, como se uma caçada estivesse ocorrendo ali. E de fato estava.

Na área norte do território, que foi por onde ambos entraram (E talvez fosse a única entrada), havia uma fogueira, com alguns troncos médios derrubados para formarem banquinhos. Em um deles, havia um khajiit vestindo uma armadura de couro e sangrando muito no peito.

— A besta... - suspirou forte usando o conhecido sotaque khajiit - encontrrem a besta... e a matem... antes que ela nos mate.

Esse foi o seu ultimo suspiro, antes dele não resistir a dor e sucumbir.

— É como eu temia: Os caçadores de Hircine já chegaram aqui! Temos de achar Sinding e mata-lo antes que ELES o matem.

— Então vamosss apertar o passsso.

Os dois então seguiram ao oeste do pequeno vale, passando por uma trilha. De repente Lydia sente aquele cheiro que vinham seguindo, tira sua espada e encara para cima, rumando para uma enorme pedra sustentada por um enorme barranco. as duas coisas acabavam formando um penhasco pequeno. De cima daquele penhasco, puderam ver uma besta peluda levantada nas patas traseiras. Não havia duvida, era Sinding.

— Então, vocês vieram atrás de mim, huh?

— Hircine disse que se eu quisesse acabar com a Maldição do anel, eu teria que matar você.

— Então é isso? Você só veio até aqui para me trair de pois de eu lhe pedir ajuda? Eu tenho uma contraoferta: Me ajude a matar esses caçadores, e em troca prometo não trazer mais dor de cabeça.

— Olha, Lydia. Sse quiser minha opinião, não me paresssse uma troca jusssta. De um lado, Hirsscine promete te permitir voltar a ter controle sssobre sssuasss transssformasçõesss, enquanto do outro esssse cara promete apenasss não causar problemasss. Tipo eu não acho que temosss motivosss de sssobra para acreditar que qualquer um dosss doisss cumprirá sssua parte, masss eu acho que o lado de Hirsscine é maisss benéfico. Masss isssso fica por sssua conta desscidir o que fazemosss.

Lydia então se move lentamente para a direita, ainda portando sua espada, a fim de alcançar uma estranha escada construída que havia por lá, e começa a subi-la andando de trás pra frente. Logo após ela volta a seguir pra frente e se encontra frente a frente com o homem lobo. Os dois se encaram por um breve tempo, até que finalmente ela embainha sua espada e diz.

— tudo bem, eu lhe ajudo.

O argoniano então se aproxima deles, e a nórdica então diz.

— Espero que não tenha problemas com minha decisão apesar do que você disse ali em baixo.

— Não, tudo bem. Era sssó o meu lado mersscenário falando maisss alto. Há coisasss maisss importantesss do que tirar vantagem dasss ...

De repente, a dor ataca de novo, e housecarl volta a entrar em processo de transformação. saindo de algum lugar indistinguível da sua barriga, a dor começa a se espalhar pelo corpo da mulher, até sair para fora na forma de pelos mais grossos, um aumento no corpo, o crescimento de uma cauda, de garras, do focinho, externalização do nariz, uma expansão em comprimento e afinamento das orelhas, afiação e aumento de tamanho nos dentes, até seus olhos humanos darem lugar a olhos amarelos de uma besta.

Ao fim da transformação, a armadura de aço de Lydia tinha novamente se partido ao meio e caído no chão.

Os dois lobisomens se encararam e correram para o sul, atravessando um pequeno portão de pedra que ali havia e que levava a uma construção mais completa. Nur tentou correr para alcançar os dois, mas os licantrópicos eram mais rápidos. No meio da corrida para alcança-los, o argoniano percebeu uma estranha espada abandonada em frente a uma estatua de talos destruída. E a frente dela, uma carta. Ele pegou a carta e a abriu.

***

Em um salto, os dois lobisomens saíram da ruína construída no meio da gruta e caíram no terreno mais baixo, onde três caçadores estavam.

Lydia logo pousou agressivamente em cima de um deles, as garras nos pés e nas mãos lhe furaram profundamente, ao passo que o peso de seu corpo o amassou, fazendo o sangue dele sair mais rápido e mais forte, como uma esponja cheia de água ao ser pisada.

um dos homens, vestindo uma armadura inteira de aço, incluindo um elmo com chifres, tentou avançar contra eles, erguendo um martelo de guerra contra eles, mas Sinding logo revidou com um tapa que removeu o elmo e jogou o homem contra uma pedra, sendo atingido na cabeça e o matando.

O último era um arqueiro, que tentava acertar flechas em Lydia, e até mesmo acertava algumas. Mas a Lobisomem logo empurrou o caçador com a cabeça, o derrubando, pulou em cima dele e lhe golpeou com as garras das mãos, trucidando aquilo que antes foi o rosto de um bretão.

As duas bestas avançaram mais, em direção ao leste, chegando na saída do riacho do outro lado. Lá haviam outros dois caçadores. Diferente dos anteriores, esses correram para a trilha que levava até a próxima área.

Os dois licantrópicos os seguiram e os cercaram em um barranco que separava a ala norte onde da entrada com a que estavam. Os dois se aproximaram e pularam em direção aos dois humanos. O que não esperavam é que os dois humanos conseguissem desviar. Não só isso, como o que ouviram também foi uma surpresa.

— AGORA! - Gritou alguém escondido atrás das arvores.

Com o grito, uma enorme rede foi jogada em cima deles, os prendendo. Logo após, um dos caçadores de isca jogou um feitiço em ambos, os fazendo literalmente caírem duros no chão enquanto se contorciam para se livrar das cordas da rede. Um feitiço de paralisia.

Com isso mais três homens saíram das árvores. Um da elevação que dividia o lugar, enquanto os outros dois do barranco que separava a ala norte da que estavam.

— Ora, ora. O que temos aqui. - Comentou o que saiu da elevação principal, que possivelmente devia ser o líder - Viemos atrás de de prata e acabamos achando ouro! Dois lobisomens, premio em dobro! - Ele então tira uma adaga do bolso e se aproxima de Lydia - Esse outro ficará uma beleza como tapete na minha sala.

De repente um zunido é ouvido, e um dos homens que jogou a rede é acertado de surpresa no ombro, caindo do outro lado. Os caçadores olham para o sul, de onde veio a flecha, e veem uma figura argoniana. Era Nur, e ele agora vestia uma armadura inteira de aço.

Sssoltem elesss.

— ora, e se a gente não quiser?

Os outros 3 começam a rir, acreditando que acabar com ele seria facil.

— Eu esssperava que ressspondesssem isssso. - O Dragonborn então estufa o peito puxando o ar e libera tudo em um grito - FUSSS!!(FORÇA!!)

Com o grito, os caçadores se desequilibram e são atingidos por um pouco de terra nos olhos. Nesse meio tempo o argoniano atira mais duas vezes, acertando o outro que havia jogado a rede e o que havia jogado o feitiço de paralisia.

Restando apenas um, esse avançou com tudo portando um machado de aço. Porém seu ataque é desviado, e uma fina lamina atravessa sua cabeça, para logo depois sair como um dedo ao furar o pão. A espada que Nur portava era muito longa, mas por ser fina era leve e não pesava tanto para exigir que fosse usada por duas mãos. afiada como a presa de um Tigre Dente de Sabre.

Agora foi Nur quem avançou, tentando acertar a cintura do líder, mas sem sucesso, pois seu ataque foi bloqueado por um escudo de aço. Outro golpe, esse acertou o peito do nórdico. O mesmo tirou da cintura um machado de guerra e contra atacou, tentando acertar o argoniano, e conseguindo, atingindo-lhe a cara, que só resistiu devido ao elmo de aço. O thane tentou bloquear o próximo golpe, mas sem sucesso, sendo atingido no braço esquerdo, que segurava o escudo.

Com Nur agachado, o homem exclamou.

— Desiste lagartixa. Contra mim você não pode.

— Poder eu posssso. Masss eu sssó presscisava te dissstrair pro efeito da magia passssar e a minha Housecarl ssse libertar.

Quando ele disse isso, o caçador percebeu uma fungada em seu cangote. Ele não teve tempo de virar para trás, pois rapidamente foi agarrado pela cabeça por uma mandíbula e erguido no ar.

Ao ser erguido por Lydia, a mesma balançou a cabeça abruptamente de um lado pro outro, quebrando o pescoço do homem. Logo após ela o arremessa para longe, já morto.

— Boa Lydia! - Comemorou Nur

A lobisomem se volta para ele, ainda apresentando uma expressão de furia.

— Ah não, Lydia. Faz isssso comigo, não.

Ela rosna para ele e se agacha. Mas antes que pudesse atacar, ela desmaia. Ela foi atingida por um enorme galho, que estava sendo segurado por Sinding.

Maisss cuidado aí. Poderia tê-la matado.

— Você está vivo, não? E ela também, e é isso que importa.

— Por que ela interagiu de boa com vosscê e comigo ela quase atacou?

— Não é Obvio? É porque somos da mesma espécie. Todo lobisomem enxerga o outro inconcientemente como parte da mesma alcateia. Com o Anel amaldiçoado esse lado mais instintivo apenas ficou mais átona.

— Entendi. Fazzz sssentido.

Enquanto eles conversavam, Lydia voltava a sua forma humana, e ao final, já estava de volta. porém obviamente da forma como ela havia vindo ao mundus.

— Er... Eu vou atrásss da armadura dela, fazer unsss remendosss improvisadosss e... Vesssti-la. porque ssserá muita vergonha alheia pra ela ssse ela acordar nua na nossssa frente.

— Tudo bem. Vou com você para tentar lhe ajudar...

***

Não demorou muito para Lydia acordar. Porém a lua não podia ser vista, então não dava de dizer que horas eram. Ela foi colocada deitada sob o barranco, vestindo sua armadura. Conforme ela recobrava os sentidos, ela reparou duas figuras a frente dela. Eram Nur e Sinding, ainda na forma de besta.

Vosscê tá bem?

— Tô. Minha cabeça tá doendo um pouco, mas fora isso estou bem.

— Foi Mal.

— Pelo que?

— Tive de bater com aquele galho para você não matar seu amigo.— Ele diz isso apontando para um galho, com mais ou menos 3 metros, meio grosso na ponta e meio fino na outra. parecendo um martelo de guerra.

— Ah, entendi. Tudo bem então. Mas e aí? Nós conseguimos?

Sssim. Conssseguimosss.

— Ah, ótimo - Ela dizia se levantando - Ao menos isso.

— E quanto a vosscê, Sssinding?

— Pois é. A onde pretende ir agora? Você pode se tornar um Companion. Creio que eles te ajudariam a controlar melhor suas transformações.

— Não. Depois do que fiz com a garotinha após roubar esse anel aprendi minha lição: Meu lugar não é na sociedade. Irei viver aqui de agora em diante. Tenho tudo de que preciso: muros para me defender, água para beber, sombra para me refrescar em dias quentes, animais que entram pela entrada Norte me servindo de alimento. Aqui será meu próprio campo de caça antes de eu ir para os de Hircine. Talvez vocês sejam as últimas pessoas em minha vida que me comunico amistosamente. e eu lhes sou grato eternamente por me ajudarem.

— Por falar em hircine... - A nórdica olha para o anel em seu dedo - Parece que da próxima vez que o encontra-lo terei de dizer a ele sobre meu fracasso.

***

Os dois estavam agora na saida. ao atravessarem a caverna, eles veem a luz do sol. Estava amanhecendo. quando eles estavam atravessando a caverna, Nur freou e disse.

— Ah, essspera aí. Eu esssquesci algumasss coisasss. Essspere aí que eu já volto.

— Tudo bem, eu espero.

Ele então se vira e volta a adentrar a gruta.

— Você parece muito bem para alguém que vem voltando a forma humana na base da paulada.

Lydia se assustou ao ouvir essa frase dita por telepatia por uma voz conhecida. Ela vira rapidamente e vê o espectro de Hircine, novamente encarnado na forma de um veado. Ela então se ajoelha e se desculpa.

— Senhor Hircine, me perdoe. Eu falhei na minha missão. Não posso e não vou matar Sinding.

— ora, não há porque se desculpar, minha jovem. Ao se aliarem com ele, você me surpreendeu. Virou a caçada do avesso. transformou os caçadores em caça. Eu não poderia estar mais satisfeito com seu feito.

Ao ouvir isso, a nórdica ergueu a cabeça e se animou um pouco.

— Então você removerá a maldição?

— Não só isso, minha filha. Lhe nomearei aqui como minha nova campeã em Skyrim. Quero que fique com meu anel. Use e abuse das vantagens que ele dá aos licantrópicos. Com a minha benção.

O anel então brilhou intensamente. e quando a luz diminuiu, a mulher pôs sua mão a frente de seu rosto para ver o objeto, e viu que ele agora não era mais negro, mas sim branco, em um tom meio azulado.

Com isso o espectro novamente começou a se apagar, partícula por partícula, sumindo no ar com o vento.

Assim que ele sumiu, Nur apareceu correndo. Ele parecia estar puxando algumas coisas amarradas a algumas cordas, enquanto ainda por cima carregava nos braços sua antiga armadura de ferro.

— Eu acabei de ver vosscê conversssando com um essspectro azul. Era ele? Era Hirsscine?

Lydia moveu a cabeça pra cima e pra baixo, em sinal de positivo.

— E aí? O que ele disssse?

— Ele disse que gostou do que fizemos aqui. Que se surpreendeu.

Ssserio? - Estranhou Nur - Daedrasss... Não dá sssaber o que esssperar delesss. - ele então olha para a mão da housecarl - Masss ei, vosscê ainda essstá com o anel.

— Eu sei. Ele me nomeou sua campeã e me permitiu usar o anel, agora sem maldição.

— Incrivel. Aposssto que o pessssoal na base dosss Companionsss irá adorar essssa notisscia.

Aquela afirmação casou certa estranheza da mulher, que encarou o rapaz com estranheza.

— Como assim?

— Bem, depois do que vosscê disssse ontem a tarde eu andei penssssando. Ainda dá tempo de dar meia volta e voltarmosss para Whiterun. Posssso conversssar com o Jarl e tentar convenssce-lo a te devolver ssseu cargo nosss Companionsss e achar outro housecarl pra mim.

A housecarl parou por um instante , pensando sobre aquilo, e respondeu.

— Não, tudo bem.

Sssério? - Perguntou o thane, surpreso. - Quer messsmo continuar a acompanhar aleatóriamente um maluco qualquer?

— Claro. acho que tem suas vantagem em acompanhar aleatóriamente um maluco qualquer.

— bem, ssse é assssim... - Nur põe sua armadura de ferro que carregava nos braços dela. - Aqui, pegue issso.

— O que é isso?

— Minha armadura antiga, ué? Não sssei ssse vosscê viu, masss eu pilhei uma nova dosss corposss daquelesss caçadoresss.

— Então pra que manter isso?

Sssimplesss: Ssseptinsss. A gente tá até agora sssobrevivendo de migalhasss. Creio que conssseguirei vender ela e arranjar dinheiro para nósss. Até por isssso eu pilhei maisss algumasss armasss e armadurasss. - ele diz isso movendo a cabeça para as tralhas que carregava em cordas. - Aliásss, aqui, pegue uma dessssasss cordasss também. - Ao dizer isssso, ele entrega a ela uma das cordas para uma das mãos dela, ainda carregando a armadura de ferro.

Ela então suspirou e disso.

— Tudo bem, né. Afinal, eu jurei carregar suas tralhas.

— uma última coisa. - o argoniano então tira de sua pilha de tralhas um capacete de acho sem chifres e o coloca na cabeça da nórdica - vosscê tem andado sssem capasscete a um tempo. E isssso tem me incomodado. A cabessça é o maior ponto fraco. É sssempre bom protegê-la.

Ao ouvir aquilo enquanto ajeitava o capacete, Lydia sorri e agradece.

— obrigada, meu thane.

Os dois então foram para a estrada e seguiram para o oeste, rumo a Falkreath. Durante o caminho, Nur puxou assunto mais uma vez.

— A propsito, Sssobre isssso. Eu ainda gossstaria que vosscê parasssse de me chamar de "Meu Thane".

— Bem, então que tal... "Senhor Nur"?

O argoniano ficou em silencio por um breve momento, pensando na resposta, e disse.

— Meh... Tudo bem. Ssserve.