Will:

Eu realmente odeio magoar as pessoas que eu amo, prefiro causar dor a mim próprio a alguém que eu amo. Paro na frente do computador, e observo a página de perfil de Peter, Peter é um menino que eu conhecia na internet a quase dois anos, eu sempre fui uma pessoa muito carente e ele também, com o tempo fomos nos apegando um ao outro, fazíamos sacanagens na web cam, trocávamos mensagens de carinho. Eu gosto muito dele... Porém Frank apareceu na minha vida e agora eu o amo. Sei que tenho que dar um ponto final na minha ''história'', virtual com Peter, porque agora estou com Frank e não seria justo com nenhum dos dois. Suspiro na frente do computador. Penso mais um pouco, não quero magoar Peter, e eu sei que ela se sentirá traído.

–Will! - grita minha mãe - Frank está aqui em baixo!

Rapidamente fecho o meu notebook, deixarei para resolver este problema mais tarde. Desço as escadas da correndo, e ao ver Frank pulo nos braços dele, o beijando. Frank fica meio sem jeito e com vergonha, de minha mãe.

–Ei, eu estou aqui garotos! - diz ela.

Eu e Frank nos separamos um do outro.

–Mãe, eu e Frank não podemos nos beijar na sua frente, agora você pode se agarrar com o seu namorado impotente na minha!

–Ei garoto eu estou ouvindo isto!- grita meu padrasto da cozinha.

Reviro os olhos.

–Olhe a língua Wilson! - diz minha mãe, eu realmente odeio que me chamem pelo meu nome - E como eu disse, quero você em casa antes da meia noite... Eu ainda não esqueci do seu incidente, da sua overdose, e não se esqueça Frank, você ainda esta em teste de observação!
Frank ri nervosamente.

–Ok, prometo não desapontá-la mais senhora - responde Frank sorrindo.

Saímos de casa eu e Frank rumo a casa dele, aquela noite seria a noite em que eu jantaria com a família de Frank. Algo que estava me deixando nervoso, pois sabia da fama de carrasco do pai do Frank. No caminho eu e Frank dividíamos um cigarro.

–Então... Você conversou com o Paul? - comecei - Como ele está?

–Olha... Indo né, o coitado foi traído novamente... E pior ainda Carlie sumiu da face da terra... Ninguém sabe do paradeiro dela.

–É foda, não sei por que mas acho que essa confusão toda envolvendo Carlie, Paul e James, tudo para mim é culpa da escrota da Lea! - digo irritado, eu realmente ainda nutro um ódio por Lea.

–Concordo.

Eu começo a rir do nada, me lembrando de algo, que ao mesmo tempo me enche de alegria e raiva.

–Que foi? - pergunta Frank, intrigado com minha risada vinda do nada.

–Sabe... Depois que começamos a namorar, você nunca mais... - minhas risadas não param.

–Fala logo seu idiota! - Frank, me dá um puxão de cabelo, ele adora fazer esse tipo de brincadeira bruscas, porém sei que é o jeito dele de dizer que me ama.

–Ai! - grito - Ok, eu falo... Você nunca mais me chamou ''De minha Lady''.

Frank ri e arqueia a sobrancelhas.

–É tem razão... Mas se você sente falta...

Olho para os lados, não vem ninguém na rua, já esta escurecendo, pulo nos braços de Frank e o beijo, mordendo o lábio superior.

–Eu prefiro que continuemos assim, Frank... Meu Frank - digo.

Ele me puxa pela cintura.

–Seu desejo é uma ordem minha Lady.

Caio na gargalhada, Frank realmente será um eterno palhaço.

***

Aquela cena era no mínimo estranha. Eu sentado ao lado do Frank, Robert o pai dele sentado na ponta da mesa, e o pequeno Eric ao lado do pai. Robert tentava me tratar da melhor forma possível, claro do seu jeito brutamontes de ser.

–Então qual de vocês faz a parte da mulher? - pergunta do nada Eric.

Imediatamente eu me engasgo com a comida, me afogando. Frank me dá tapinhas nas costas, e Robert da uma gargalhada.

–Pai! - repreende Frank.

–Que posso fazer? - diz Robert rindo - O garoto é curioso, e pra falar a verdade eu também tenho curiosidade...

Meu rosto fica vermelho, a vontade que sinto é de enfiar a cara dentro do prato de comida.

–Não tem essa de quem faz a parte da mulher, são dois caras apenas - responde Frank para Eric.

O menino da um sorriso cheio de malicia.

–Desculpe o peste do meu irmão Will.

–Que isso, ele só tem curiosidade... - respondo tentando não parecer tão envergonhado.

–Então Will... - começa Robert - Quando você soube que era veado?

–Pai! - repreende novamente Frank.

Robert revira os olhos.

–Me desculpem... É o costume, eu quis dizer Gay...

Eu solto uma risadinha, aquele momento é no mínimo cômico, nunca tinha passado por algo tão constrangedor e engraçado ao mesmo tempo na minha vida.

–Eu sempre soube senhor - respondi com um tímido sorriso, eu sabia que o pai de Frank não era uma má pessoa, ele era bom, era apenas vamos dizer um tanto... Ríspido.

–Não me entenda mal, eu não sou uma pessoa que julga os outros... O que me importa é a felicidade do Frank, não me importa se ele gosta de garotas ou... Garotos.

–Então chega desse assunto, Will você me ajuda a tirar a louça, depois te levo pra casa - se propõem Frank, que também parece estar incomodado.

–Claro.

Ajudo Frank a tirar a louça suja e a levar para cozinha, lá eu me ofereço para lavar a louça. Enquanto eu lavo a louça Frank leva Eric para cima, para fazer o irmão dormir.

Fico lavando a louça, quando ouço passos, me viro e vejo Robert escorado em um armário me observando seriamente.

–Sabe, você me lembra muito a alguém... - começa ele - Você tem uma personalidade muito parecida com a de alguém que eu conheci.

Arqueio as sobrancelhas.

–Sério?

–Sim, você tem atitudes muito parecidas com a mãe do Frank, Lilian - Robert suspira, e deixa um sorriso invadir seu rosto - Ela era assim como você, educada, simpática, sempre tentando ajudar as pessoas, até hoje não sei como ela se casou com um bruto como eu...

–Os opostos se atraem senhor... Eu e Frank somos um exemplo.

Robert chegou perto de mim, me abraçando de repente, fiquei meio sem reação, mas retribui o apertado abraço.

–Bem vindo à família filho, você é um bom rapaz - disse ele, me abraçando e depois me deixando sozinho na cozinha.

Eu fiquei surpreso, com aquela atitude, mas feliz. Depois que lavei a louça Frank me levou para casa, no caminho fui pensando sobre o assunto do Peter, sobre eu e Frank, as coisas estavam tão boas eu daria um jeito naquilo quando chegasse em casa.

–Então o jantar não foi tão horrível assim foi? - perguntou ele.

–Claro que não! Seu pai e seu irmão apesar de terem o dom de me envergonharem são boas pessoas!

Nos dois rimos. Chegando na frente da minha casa, Frank me abraçou e me beijou.

–Quero muito de dizer uma coisa Will...

–Fale garoto - brinquei.

–Eu acho que te amo.

Aquelas palavras foram inesperadas, e fizeram me sentir feliz e depois triste por eu ainda não ter acabado com o Peter.

–Pois eu tenho certeza que te amo - eu respondi.

Depois daquele momento que eu nunca me esqueceria, eu subi para o meu quarto, escrevi um texto explicando tudo o que tinha acontecido para Peter, eu sabia que seria difícil para ele, mas eu amava Frank, e não podia continuar com aquele relacionamento com Peter, mesmo sendo virtual era errado.

***

Frank:

Era quinta-feira um dia antes do melhor dia da semana, antes da sexta-feira, da tão espera sexta-feira! Naquele dia fiz o que fazia todas as manhas, me levantei, me arrumei, acendi um cigarro e desci até a cozinha, preparei o lanche do pequeno Eric, o levei até a parada de ônibus. Fui a pé para a escola, como sempre observando tudo. Eu adoro andar a pé e prestar atenção em cada detalhe em volta, nas pessoas suas expressões, de imaginar o que elas irão fazer, gosto de olhar para o céu, de ver as folhas balançando por casa do vento. Em quinze minutos cheguei à frente da escola. Sarah e Will conversavam, cheguei por trás de Will e o abracei.

–Peter... - ouvi Will dizer quando o peguei de surpresa o abraçando por trás.

Dei um beijo na bochecha dele.

–Quem é Peter? - pergunto curioso, não me lembro de conhecer nenhum Peter.

–É um cara que eu era fim, antes de eu voltar com Carl claro... - fala Sarah, com um sorriso um tanto nervoso.

Levanto minhas sobrancelhas, achei um tanto estranha aquela história, mas concordo devia ser apenas impressão minha. Percebo que um menino fica nos encarando. Se não me engano esse menino é do segundo ou terceiro ano, Gab.

–Ei cara algum problema?! - afronto.

Os amigos deles olham surpresos e meio assustados para mim Sarah e Will.

–Sim, todo mundo já sabe que vocês são gays, acho que você não precisa ficar abraçando o seu namoradinho na frente de todo mundo - responde ele fazendo cara de nojo.

–O que?! - falo indignado, indo em direção dele, mas Will agarra meu braço.

–Por favor, não dê importância - pede Will.

–Quem você acha que é seu merdinha?! - grita Sarah empurrando Gab contra a parede - Você não pode falar assim com os meus amigos!

Todos olham assustados para Sarah, que estava totalmente fora de si.

–Eu sou Gab vadia! E você é lésbica por um acaso?! - grita o garoto se ajeitando.

–E se eu for?!- grita Sarah, que começa a ficar cada vez mais vermelha de raiva.

–Se você for a cura é o meu pau! - o menino mal conseguiu terminar a frase, Sarah fechou a mão e acertou um soco no nariz do menino, que caiu no chão com o nariz sangrando. Sarah esperou Gab cair no chão e deu dois chutes, um no estomago e outro nas costelas.

–Seu imbecil escroto! - gritava Sarah enquanto chutava Gab.

O caos havia começado. Tudo começou a acontecer tão rápido, em um segundo Will tentava tirar Sarah de cima de Gab, mas um dos amigos de Gab agarrou Will, quando percebi eu que já estava em cima do cara.

–Não toque no Will seu imbecil! - berrei dando um murro no garoto.

–Frank pare!- gritou Will tentando me tirar de cima do garoto, porém era em vão.

Uma das meninas que estava junto com Gab agarrou Will pelos cabelos e o puxou.

–Fale para o seu namoradinho veadinho, sair de cima do meu namorado!- gritou ela, puxando o cabelo de Will.

–Mas o que você disse vadia?! - berrou ele esbofeteando a garota na cara.

Quando eu percebi que estava deixando o menino inconsciente sai de cima dele, meu punho estava manchado de sangue. Sai de cima do garoto e percebi que a escola toda estava nos olhando, uns assustados, outros gritando, outros adorando a confusão, e uns até filmando com o celular. Sarah continuava chutando o garoto, e Will e a menina rolavam no chão.

–Oggy! Oggy! Oggy!- ouviu-se o berro de Doug vindo de dentro da escola.

Doug com muito custo conseguiu separar Will e a menina.

–Parem jovens! Parem! Vocês estão descontrolados!- gritava ele no meio de Will e da menina.

Logo também veio o diretor Blood, que só conseguiu tirar Sarah de cima de Gab com a ajuda de outro professor.

–Todos para a minha sala agora! - gritou o diretor Blood, que estava descontrolado de raiva, há tempos eu não o via assim.

Fomos para a diretoria, eu, Sarah, Will, e a menina que brigou com Will, Gab e o outro garoto tiveram que ir pra enfermaria. Depois de um sermão de alguns minutos o diretor parou de falar.

–Nós não tivemos culpa! Ela e os amigos preconceituoso dela que começaram a nos ofender do nada! - gritava Sarah indignada apontando o dedo para a menina, que tinha o rosto todo arranhado.

–Menina se sente! E pare de gritar! - disse o diretor Blood - Não importa quem começou! Nada justifica violência física! Conversar é o melhor jeito de resolver as coisas!

–E como conversar com uns ignorantes como eles?! - intrometeu-se Will.

–Silêncio Wilson!- gritou o diretor - Não devem se igualar ao nível deles... Vocês são os piores alunos que tive em anos! Vocês estão quase no nível de alunos como James Cook!

–E quem diabos é Cook?! - disse Will indignado.

–Foi um aluno que estudou aqui... Ele é uma lenda, vivia arrumando confusões, dizem que ele e Effy Stone transaram em cima da mesa da enfermaria! - respondeu Sarah.

–Mas enfim, todos estão suspensos até segunda-feira! E os pais de vocês serão notificados!

–Mas... - interviu Will.

–Sem interversões! Os quatro peguem suas coisas e vão pra casa!

Saímos os quatro da diretoria. Antes que a menina se afastasse de nós Sarah a pegou pelo braço.

–Fiquem longe de nós! Ou da próxima vez você também vai pra enfermaria sua vadia feia! - ameaçou Sarah.

A menina se soltou e saiu correndo assustada, deixando nos três rindo.

–Fomos suspensos, mas valeu a pena quebrar a cara daqueles imbecis! - dizia Sarah gargalhando.

–E muito! - concordei.

Will parecia meio emburrado.

–O diretor tem razão, nos igualamos a eles, agimos como animais nos atracando com eles! - Will suspirou, ele parecia chateado, sei que ele odeia brigas e confusões.

–A esquece isso! - disse abraçando ele e o beijando na bochecha. - Já que estamos suspensos, o que acham de irmos encher a cara hoje á noite?! - sugeri.

–Vamos! - gritou Sarah animada - E viva a confusão!

Sarah me abraçou e Will ao mesmo tempo. Eu podia estar suspenso, com algumas marcas e machucados no corpo, mas eu tinha o melhor namorado do mundo, e a amiga também.

***

As luzes da boate fazem com que eu fique mais tonto, todos dançam, com as mãos para cima. Bebo o resto da cerveja que tem no meu copo. Will dança colado comigo, cada vez mais perto, o que me deixa excitado.

–Devíamos ir ao banheiro... - sussurra ele no meu ouvido.

Pego ele pela mão e o guio até o banheiro desviando das pessoas que dançam, como se o mundo fosse acabar. Entramos no banheiro e vamos para uma das cabines. Geralmente Will não faria nada em um banheiro de boate sujo. Mas tanto eu como ele já estávamos muito bêbados. Arranco a camisa dele e mordo o mamilo.

–Não faça isso! - diz ele se estremecendo, percebo que ele se arrepiou.

Abaixo as calças dele, deixando a mostra suas pernas brancas e grossas, ele usa um cueca boxer azul e já percebo um leve excitamento. Percebo algo que nunca tinha percebido, um pouco acima da virilha de Will tem um pequeno tigre rugindo tatuado.

–O que é isso?! Nunca tinha percebido!

Will irritado me da um tapa na cabeça.

–Como nunca?! A gente já transou várias vezes e você não viu?!

–Sempre transamos no escuro... Quando você fez?

–Ano passado depois de uma festa... Eu estava bêbado no outro dia nem lembrava da tatto, mas não vamos falar sobre isso... - Will me agarrou pela nuca e me beijou. Ficamos ali por um tempo, dando uns amassos, mão ali, mão aqui mordidas chupadas, e chupadas... Estávamos saindo do banheiro, quando Will parou.

–O que foi? - perguntei.

–Você não está ouvindo?! Parece choro...

Will se voltou para uma das cabines.

–Ei? Algum problema? Posso ajudar? - perguntou ele encostando o ouvido na porta.

–Vão embora! Deixem-me sozinho!

Aquela voz era conhecida. Will empurrou a porta.

–Paul? - disse ele surpreso.

Paul saiu da cabine e foi até a pia e lavou o rosto que estava sujo de lágrimas.

–Não sabíamos que você estava aqui, na festa... - eu disse.

–É, eu vim sozinho - respondeu ele, tentando disfarçar o sofrimento, não nos olhando nos olhos.

–Paul porque você estava chorando? - perguntou Will.

–Eu não estava...

Will revirou os olhos.

–Você não irá perder sua masculinidade se disser o porquê... É por causa da Carlie?

Ao ouvir o nome ''Carlie'', Paul desabou e começou a chorar, Will o abraçou o que fez Paul chorar mais ainda. Ele devia estava bêbado, e a combinação coração partido mais álcool nunca é boa.

–Quando ela me ligou eu devia ter ajudado ela, agora ela sumiu ninguém sabe onde ela esta! - dizia Paul em meio a choro e soluços.

–Paul qual é... Vamos nos divertir dançar, beber, amanhã eu prometo que te ajudo... Arrumamos um jeito de achar a Carlie... Pode ser?

Paul olhou para Will, e secou as lágrimas.

–Ok... Você é um grande amigo Will!

–Que isso! Agora vá pegar uma cerveja e nos encontramos na pista!

Paul sorriu e saiu do banheiro já um pouco alegre.

–É por isso que eu te amo, sempre ajudando as pessoas! - eu disse.

–Não seja bobo, fiquei com pena dele, ele sempre amou a Carlie... Carlie é uma garota legal, mas infelizmente não soube valorizar o amor dele.

Fomos para a pista da boate, encontramos Carl e Sarah que dançavam loucamente.

–Frankizão! - gritou Carl, vindo ao meu encontro pulando feito um louco, ele me abraçou e pulamos juntos.

–Carl você usou algo?! - pergunto pulando junto com ele.

–Um cara vendeu umas pílulas muito loucas para mim e a Sarah, ele disse para cada um tomar uma, compramos mais para vocês dois! - Carl parou de pular e tirou do bolso mais oito pílulas brancas.

Will pegou uma das pílulas, mas eu agarrei o pulso dele.

–Will, lembra-se da sua última overdose? - perguntei.

–Frank, relaxa... - ele engoliu uma pílula e me beijou.

–Pois eu acho que cada um devia tomar duas, para foder com o resto da noite! - gritou Sarah, que não parava de pular, suas pupilas estavam dilatas e ela suava sem parar.

Antes que eu fizesse alguma coisa Will pegou outra pílula e tomou. Sarah pegou outra, Carl mais uma, Paul duas, e sobraram outras duas.

–Qual é Frankizão?! Só falta você! - gritou Carl.

Eu olhei para as duas pílulas, de fato eu tinha medo, estava traumatizado, já tinha visto Will ter uma overdose e não era algo legal de se ver não. Foi como se a vida tivesse saído do corpo dele por um segundo.

Mas todos haviam tomado... Então peguei as duas pílulas e engoli.

Foi um erro.

Em pouco tempo, a única coisa que fazia era pular como se o mundo fosse acabar, as luzes ao meu redor ficavam mais intensas, mais fortes, parecendo vivas. O som da música era mais alto, entrava na minha mente. Todos com as mãos para cima, pulando dançando. Eu começava a suar eu podia ouvir o meu coração batendo mais forte. Eu não conseguia mais pensar direito apenas fazia as coisas. Will estava do meu lado, ele parecia pior que eu. De repente do teto da boate começou a cair água, naquele momento eu achei que estava alucinando, mas não a água caia em todos, água com cores. As pessoas pareciam estar cada vez mais alucinadas.

–Will, por favor vamos sair daqui... - gritei.

Will chegou perto de mim para me ouvir, ele estava branco, tremendo, com os olhos dilatados, nunca parando de se mexer.

–Mas Frank...

–Will! Eu não estou bem! - gritei.

Puxei Will pela mão e depois de muito me espremer entre as pessoas conseguimos sair pra fora da boate. Na frente da boate, como sempre tinham os que estavam em piores condições, alguns caídos, outros vomitando, chorando, brigando. Fui sentindo uma ânsia horrível, meu estômago parecia que estava se embrulhando. Vomitei no meio fio da calçada.

–Meu deus Frank!

–Estou bem já... - após vomitar me senti bem melhor, porém começava a ficar com frio eu estava todo molhado e Will também.

O efeito da droga tinha passado, porém eu ainda estava bêbado. Will acendeu um cigarro, ele ainda ficava dando pequenos pulinhos e mordendo os lábios. Ele tragou o cigarro e passou para mim.

–Will, vamos embora, não quero mais ficar nesta festa, estou começando a ficar com dor de cabeça.

Percebi que ele ficou meio chateado, mas concordou. Fomos a pé até, que de repente ele parou.

–Olhe! -disse ele apontando para um estúdio de tatuagens.

–O que, que tem? - perguntei, temendo que ele me respondesse que queria fazer uma tatuagem.

–Por favor, Frank! Será legal, vamos fazer nossas iniciais! - disse ele, me puxando pelo braço.

–Will, amanhã você irá se arrepender você está drogado... E somos menores de idade!

–Eu não irei embora até fazermos!

No fim ele me convenceu, entramos no estúdio, o tatuador disse que já estava acostumado a receber clientes bêbados que resolviam fazer uma tatuagem, que ele não se responsabilizava no outro dia, que não falava com pais ou mães.

Will fez um ''F'', na região das costelas, eu implorei para Will esquecer a ideia, mas ele insistiu tanto que eu fiz um ''W'' no mesmo lugar, mesmo eu estando muito bêbado doeu. Depois que fizemos as tatuagens, pagamos o homem e fomos embora. No caminho para casa o sol começava a nascer. Lembrei que deixamos Sarah, Carl, e Paul na boate sem avisarmos que fomos embora. Mandei um ''sms'' para Carl.

–Agora teremos um ao outro para sempre em nossas peles! - disse Will, pulando em cima de mim e me beijando.

–É temos. E você e eu estamos virando Amy WineHouse e Lindsay Lohan! - o beijei de volta, eu podia me arrepender amanhã ou depois da tatuagem, mas pelo menos tinha feito ela, em um momento muito feliz da minha vida.