Era sexta-feira, dia da tão esperada viagem. A viagem que eu planejei, a viagem que faria com que todos voltassem a se falar, a viagem que iria me fazer a mais amada por todos, afinal a ideia tinha sido minha, e quando todos estivessem de bem, todos me agradeceriam.

Levantei-me cedo, mais cedo do que o normal. Arrumei-me para a escola, geralmente eu demoro mais ou menos uma hora fazendo este ritual todo, de banho, escolher roupa, maquiagem, cabelo. Sempre tento ficar o mais bonita possível. Quando fico pronta vou acordar Carlie, que infelizmente divide o mesmo quarto comigo, Carlie é minha irmã, mas não tem nada, nada mesmo parecido comigo. Nem em personalidade nem em aparência. Sempre me achei mais parecida com meu pai, e também sempre fui mais chegada a ele. Sempre gostei de ser a melhor em tudo, de ser o centro das atenções, de todos gostarem e me respeitarem, sempre fui cabeça dura, exigente, e centrada. Sei que minha personalidade é difícil e que isso faz com que poucas pessoas gostem de mim. Já Carlie é mais parecida com minha mãe, mas apenas de aparência, porque a personalidade de minha irmã é bem questionável. Carlie é tão precoce, tão inconsequente, mesmo namorando com Paul ela sai com vários meninos, vive bêbada ou drogada, minha irmã é uma perca de espaço. Não sei como ela ainda não apareceu grávida em casa. Cutuco Carlie na cama, ela não acorda. Eu a chuto com força e ela acorda assustada.

–Vá se arrumar, vou para a escola daqui a quinze minutos, se quiser carona, tem que estar pronta.

Carlie levanta-se, completamente nua ( ela dorme pelada) faço cara de nojo reviro os olhos e olho para o chão. Carlie tira seus cabelos ruivos dos olhos.

–Não quero carona nenhuma, odeio o seu namoradinho riquinho, e prepotente - começa ela dirigindo-se até o banheiro.

–Pelo menos James tem futuro! Nós temos já você e Paul...

Carlie me ignora me mostrando o dedo do meio. Ela entra no banheiro batendo a porta com força.

''Deus como essa garota escrota pode ser minha irmã? Quanto tempo terei que aturá-la?'' – penso descendo as escadas, rumo a cozinha para tomar café.

Minha mãe frita ovos na cozinha, e meu pai lê um jornal sentado em frente á mesa. Minha família seria perfeita se não fosse pelo patinho feio da Carlie. Meu pai gerencia uma firma de advogados, ele é bem sucedido e ganha bem o suficiente para sustentar nossa família. Mamãe dá aulas particulares de inglês, francês, e espanhol, ganhando bem também, ela está grávida de dois meses, do seu terceiro filho. Eu espero que esta criança saia tão perfeita quanto eu, e não puxe nada de Carlie.

Sim, eu sou e sempre fui o orgulho de minha família. Enquanto eu sempre tirava notas altas na escola e era elogiada por todos, Carlie era sempre a que causava mais confusão na escola, meus pais sempre tinham que ir à escola por culpa dela.

Sei que eles amam-nos duas. Mas também sei que eles me amam mais, afinal quanto eles repreendem a Carlie eles dizem: ''Porque você não pode ser que nem sua irmã?''. Essa frase sempre me deixa extasiada. Porque me faz lembrar que eu sou o orgulho deles, eu sou a referência, e Carlie a ovelha negra.

A manhã na escola parecia não passar. Na aula eu tentava de todos os jeitos chamar a atenção de Will para mim, mas ele simplesmente mostrava pouco interesse, no fundo eu sei que ele me odeia.

–Ei! Você e o Frank vão né?

Ele suspirou revirou os olhos e me respondeu:

–Sim, eu já disse que sim.

–Não se esqueça de levar barraca, cobertor, comida, maconha, bebida, essas coisas... Ok?

–Tá.

–Vocês estão namorando?

Will rapidamente virou-se para trás, com os olhos cerrados.

–Lea! Porque você não grita mais alto?!

Deixo um sorriso invadir meu rosto. Eu sei muito bem que os dois estão juntos, e também sei que Will prefere que as pessoas da escola não saibam, para não incomodarem Frank.

–O que, que tem? Todo mundo sabe que você é gay!

–Mas não sabem sobre o Frank! E não quero que fiquem fazendo piadinha com ele!

O sinal bate e Will se levanta rápido, vou de atrás dele.

–E Sarah ela vai né?

–Como vou saber Lea? Ela não fala comigo desde a festa na casa do seu namoradinho James.

Will se perde em meio a multidão. Ando sozinha pelo corredor. Ás vezes é muito ruim estar sozinha, queria que as pessoas me entendessem, mas é meio difícil. Encontro Carlie pegando seus livros no seu armário.

–Carlie!

Carlie fecha o armário e sai andando, eu corro de atrás dela e agarro pelo braço.

–Por favor me escute.

Carlie para, e me olha, afasta seus cabelos ruivos do rosto. Fico meio espantada pela primeira vez na vida, vejo alguma semelhança entre eu e minha irmã. Quando eu estou irritada ou brava afasto os cabelos dos olhos, nunca tinha percebido que ela também faz isso.

–Que foi Lea? Estou atrasada para a aula!

–Ei quero que você vá ao acampamento comigo e meus amigos.

Ela sorri.

–Tá me convidando por quê? Dos seus grandes amigos nenhum quer ir?

Aquela resposta me atingiu forte, mas não me abalo.

–Por favor.

Carlie suspira, sei que ela gosta de mim, eu também gosto dela, mas a negócio é que não conseguimos ficar muito tempo perto uma da outra.

–Ok, Lea. Agora deixe eu ir.

–Espere! Você e o Paul ainda estão juntos?

Sei que é uma pergunta estranha de se fazer mas Carlie e Paul são igual a uma montanha russa cheia de altos e baixos. Uma hora juntos, outra não estão mais.

–Sim estamos, quer que ele vá também?

–Adoraria.

–Eu falo com ele.

Carlie, sai pelo corredor, rebolando, deixando suas grossas e belas pernas a mostra, os rapazes olham para elas. Se tem uma coisa que tenho inveja de Carlie são de suas pernas. Paro e penso. Já tenho quatro confirmados. Agora vem o mais difícil de todos, convencer a turrona e birrenta da Sarah. Vou até a sala do Frank ele e Sarah estudam na mesma turma. Entro na sala por algum motivo o professor não chegou ainda. Vou até a mesa do Frank puxo uma cadeira e sento do lado dele.

–Eae.

–Eae Lea, como vai? - diz ele meio desinteressado.

–Bem - olho para o fundo da sala e vejo Sarah sozinha - Preciso de um favor.

– O que?

–Fale com a Sarah para ela vir no acampamento com nós.

–Ela não fala comigo a algum tempo já.

–Tente!

–Não, eu a empurrei no hospital... Foi meio tenso, não vai rolar não Lea.

–Ok mocinha, chame o Carl então ok?

–Tá.

Vou até o fundo da sala e me sento do lado de Sarah.

–O que você quer? - pergunta ela sem levantar a cabeça.

–Ei, é assim que você fala com alguém que conhece a vida toda?

Sarah deixa seu rosto cair na mesa, e suspira.

–Qual é Sarah?! Vamos lá... Pare com isso, depois que Will saiu do hospital tu falou com ele?

–Não... Estou sem falar com todos.

–Essa é a chance, sei que tu está arrependida.

–Não, não estou.

–Que seja, pense nisso, se decidir ir apareça lá em casa, sairemos hoje as 18 horas...

Levanto-me e saio, sei que a deixei tentada.

***

Tudo pronto. Eu e James estamos esperando os outros na frente de minha casa. James já irritado que ninguém veio. Ás vezes sinto vontade de bater nele. Primeiro porque ele sempre quer ser o centro de tudo e isso é o que eu sou, então quando ele tenta me ofuscar as coisas não dão muito certo. Eu não sou apaixonada por ele, muito menos o amo. Mas quando estou com James eu tenho coisas que gosto, como dinheiro, atenção, status.

–Lea... Esses seus amigos não irão vir! Vamos só eu e você ok?

–Fique quieto! Carlie foi buscar Paul, eles dois tenho certeza que irão!

–Ótimo irão ficar brigando a viagem toda!

Reviro os olhos, afasto os cabelos dos olhos, se James falar mais alguma coisa irei gritar. De longe vejo Carlie e Paul vindo de mãos dadas.

–Até que enfim! - digo olhando para os dois, dou um rápido sorriso para Paul que me retribui.

–E os outros onde estão? - pergunta Carlie.

–Boa pergunta! Esses filhos da mãe, Will e Frank prometeram que viriam! - resmungo.

–Ei desencanem vamos só nós quatro! - James sai do carro.

Irrito-me.

–James fique quieto apenas por um minuto! Não consigo pensar com você falando o tempo todo! – grito erguendo as mãos pro céu.

James fica calado, entra no carro e bate a porta com força, sei que consegui irrita-lo. De longe vejo Frank, Will e Carl, os três rindo, e brincando feito crianças no meio da rua. Os três trazem mochilas nas costas.

–Chegamos galera! Agora sorriam! - grita Frank abraçando Carlie e Paul ao mesmo tempo, Frank trás em sua mão uma garrafa de vodka pela metade.

Ele me abraça apertado.

–Ok, ok pode parar você está fedendo a vodka.

–Começou a chata -diz Will baixinho, mas eu escuto.

–Também de amo Wilson - Will odeia que o chamem pelo nome.

–Ei bebe ai! Pra animar! Parem de brigar é uma viagem para reatar os laços! - Frank me passa a vodka, eu dou um pequeno gole.

–É tem razão! E a Sarah alguém tem noticias? Ela vem? - indaga Carl.

James buzina.

–Pelo visto não... Vamos logo - eu digo.

James veio com o Kia Mohave dele um carro bem espaçoso com 8 lugares, ideal para aquela viagem. Todos entram.

–Por favor, não me digam que se esqueceram da maconha! - falo.

–Eu trouxe! - Carl tira um saco com erva do bolso da calça e balança.

Todos festejam. Quando já estamos partindo, Carl grita.

–Parem! Sarah! Sarah esta vindo!

James pisa no freio. Sarah vem correndo com mochila nas costas.

–Puta merda! Não acredito! - fala Will boquiaberto.

–O que eu quero eu consigo Will - deixo meu sorriso malicioso se espalhar pelo meu rosto e saio do carro para ir encontra-la na rua.

Corro até ela. E um flash de um passado muito distante me vem à cabeça. Eu com meus seis anos de idade apostando corrida com Sarah, eu certa de que iria ganhar, porém perdi, e fiquei sem falar com Sarah por dois dias, depois eu me desculpei, mas argumentei que ela tinha ''trapaceado''. Abraço Sarah com força.

–Que bom que você veio!

Sarah retribui meu abraço meio sem jeito.

Paro de abraçar ela e sorrio. ''Resolver as coisas? Será que ela pretende voltar com Carl?''

–Pensei bastante, acho que na verdade fui eu quem errou, em tudo.

–Ei esqueça isso Sarah! Vamos entrar logo!

Sarah entrou no carro e deu um tímido ''oi, galera'', Sarah foi sentada ao lado de Will, os dois não trocaram nenhuma palavra. Os dois orgulhosos. Eu mesma não me importo se os dois voltarem a se falar ou não, melhor ainda se ficarem assim, terei minha melhor amiga de volta e Will pode ficar com o novo namoradinho irritante infantil dele, Frank. Resolvemos fumar maconha no caminho, mas a ''chapa'', só piorou a situação, todo mundo ficou quieto viajando, não teve ataques de riso como acontece normalmente.

***

Estávamos todos sentados em volta de uma fogueira. Já tinha escurecido na mata em que escolhemos para acampar era perto de uma cachoeira. O vinho passava de mão em mão, eu já estava ficando completamente embriagada. Acendi o cigarro e comecei a observar os que estavam ali. Isso é algo que gosto de fazer às vezes.

Carlie e Paul pareciam estar bem. Os dois abraçados, sussurravam coisas no ouvido um do outro, logo se levantaram e foram para a barraca deles que ficava um tanto afastada da dos outros.

–Hora do sexo! - gritou Frank para Carlie e Paul, Will irritado deu uma cotovelada em Frank.

–Não seja um escroto! - gritou Carlie.

Todos riram.

Will e Frank também estavam sentados um do lado do outro, e Sarah estava sozinha. Sarah levantou-se com um copo de vinho e mãos e um cigarro entre os dedos e foi em direção à floresta.

–Ei Sarah aonde você vai? - perguntei.

–Espairecer -respondeu Sarah.

Will levantou-se e foi atrás.

–Ei Will o que vai fazer? - perguntei.

–Resolver de uma vez por todos os problemas com a Sarah!

–Espere vou junto.

–Não fique ai! Isso é entre eu e ela!

Fico vermelha de raiva, quem esse garoto pensa que é? Conheço a Sarah há muito mais tempo, eu que o tinha convidado para vir pro acampamento. Espero ele entrar na mata e me levanto para ir atrás.

–Ei Lea, onde vai? - pergunta James.

–Já volto! - respondo ríspida.

Entro dentro no mato, tenho medo dos bichos, cobras, aranhas, mas minha curiosidade para ouvir a conversa dos dois fala mais alto. Logo ouvi as vozes de Will e Sarah.

–... Eu sei que eu surtei do nada Will! Mas você! Você também pisou na bola, me escondeu que estava ficando com o Frank, somo melhores amigos você devia ter me contado! - dizia Sarah.

–Eu não te contei porque não achei que eu e ele iriamos ir tão longe, achei que era apenas uma coisa de momento... E outra Sarah acho que você ficou mais assim por ter transado com Carl naquela noite!

Sarah riu nervosamente e levou o cigarro até a boca. Aproximei-me sorrateiramente para escutar a conversa melhor.

–É você me conhece melhor do que eu mesma Will.

''Sua idiota, eu te conheço melhor que qualquer um! Ai como eu odeio esse Will!'‘.

–Você devia conversar com o Carl, aproveitar que estamos todos aqui... - disse Will - A insuportável da Lea pela primeira vez fez algo bom.

Will e Sarah se abraçaram. Senti um ódio quase incontrolável ao ouvir Will me chamando de insuportável. Sai correndo dali, antes que eu pulasse em cima dele. Will me pagaria, pagaria caro. No decorrer da noite fomos ficando bêbados, chapados. Quando me dei por conta Sarah e Carl estavam de mãos dadas olhando para todos nós.

–Temos algo para dizer para todos vocês! - começou Sarah com um a garrafa de vodka em mãos, um cigarro entre os dedos. Ela cambaleou para frente e Carl a segurou - Ai é muita emoção me desculpem! - Sarah riu, todos nos rimos - Eu e Carl resolvemos dar uma chance... Uma chance para nós dois! Não é isso amor?!

Carl que estava bêbado mas não tanto que nem Carl segurou Sarah pela cintura.

–Sim, é isso! - Carl pegou o cigarro das mãos de Sarah e tragou - Agora nós iremos para nossa barraca consagrar o ato!

Sarah e Carl foram para sua barraca, me deixando de boca aberta não acreditando no que eu via.

–Bem, agora todos estão felizes, todos com seus devidos casais... - comecei, olhando para Will e Frank.

Will me ignorou e botou seu rosto no pescoço de Frank, logo os dois começaram a se beijar. Disfarçadamente peguei o meu celular e tirei uma foto sem que eles percebessem.

–Ei Lea, vamos para nossa barraca? Não sou preconceituoso e nem nada, mas ficar vendo dois caras se pegando é meio que demais para mim... - sussurrou James.

–Ok... - Peguei na mão de James e fomos para nossa barraca.

Dentro da barraca me despi, e me tapei com um saco de dormir.

–Ei... Lea achei que íamos...

Revirei os olhos. Não estava nada a fim de transar.

–Hoje não ok? Estou cansada da viagem.

James torceu o nariz, tirou suas calças e deitou do meu lado. Abraçando-me por trás.

–Sabe nós combinamos. Somos tão parecidos em tudo.

–É. - ''Pelo amor de deus James cale a boca, quero dormir... '' – pensei.

–Lea eu acho que...

Virei-me de frente para James, para acabar logo com a conversa e ir dormir.

–Acha o que?

–Que te amo.

Fiquei totalmente sem reação ao ouvir aquilo de James. Eu gostava de tudo que James podia me oferecer, gostava do sexo dele... Mas amar... Eu não o amava. Abri a boca para responder,

–Eu também gosto de você.

Percebi a decepção no olhar dele ao não ouvir a palavra ''amar''. Mas antes que ele pensasse muito nisso, o beijei, e subi para cima dele desabotoando a calça e colocando minha mão para dentro da calça dele. O melhor jeito de acabar com qualquer problema entre um casal é o sexo, e eu sempre soube disso.

***

Na manhã seguinte estávamos partindo. Eu estava satisfeita, graças a mim Will e Sarah tinham voltado a se falar, Sarah tinha reatado com Carl, todos estavam bem, todos me agradeceriam por isso. Todos me amariam.

Todo mundo já estava no carro, menos Will e Frank que desmanchavam a barraca. Para tentar ter mais um pouco de contato com Will, resolvi inventar algo para ficar sozinha com ele.

–Ei Frank... Eu ajudo o Will desmontar a barraca pode ser? - falei.

Frank olhou para Will para receber um sinal de aprovação, e Will o deu. Frank saiu deixando eu e Wiil sozinhos.

–Então você gostou do fim de semana? - perguntei me abaixando para descravar o pino da terra, e deixando um sorriso no rosto, queria ser simpática ganhar a confiança dele. Will não retribuiu o sorriso.

–É foi legal - respondeu ele, secamente.

Aquilo me deixou com raiva. Ele foi seco, Will nunca fez força nenhuma força para fingir gostar de mim. Soltei a barraca no chão. Resolvi afrontá-lo.

–Você não gosta de mim não é?! - disse mudando minha postura e encruzando os braços.

–Por que isso agora Lea?

–Eu ouvi você falando de mim para a Sarah.

Will me olhou surpreso, e lentamente foi ficando vermelho.

–É por esse tipo de atitude que eu não gosto de você, você esta sempre manipulando as pessoas, sempre tentando fazer com que elas gostem de você!

–Elas gostam! - gritei.

Will se ajoelhou e embolou a barraca.

–Não elas não gostam Lea! Você é manipuladora! Falsa! Egocêntrica! Mesquinha, tudo o que eu mais odeio no mundo!

Ele tentou me deixar falando sozinha, mas eu o puxei pelo braço.

–Pois eu também não gosto de você! E tenho más noticias você terá que me aguentar! - falei ríspida, quase cuspindo na cara dele, quando acabei, sai deixando-o para trás e entrando furiosa no carro. Eu estava com raiva. E acho que todos perceberam, mas as coisas ficaram piores quando Paul resolveu abrir a boca.

–Ei galera antes do James nos largar em casa, vamos parabeniza-lo por ter nos trazido até o acampamento, ter trazido bebidas, ter feito o fim de semana perfeito!

Todos bateram palmas. Como aqueles idiotas tiveram coragem de agradecer ao James? Eu que convidei cada um deles, eu que tive a ideia do acampamento! E agora James estava sendo parabenizado! Fechei a cara pelo resto do caminho. James deixou cada um em suas casas. Quando chegou a vez de me deixar. Pedi para Carlie que descesse do carro e deixasse-me e James sozinhos. Eu daria um fim naquilo. James tentou me beijar e eu virei o rosto.

–O que foi Lea?

–Estou acabando, nosso namoro.

Ele me olhou incrédulo.

–Mas porque o que fiz de errado?!

–Nada, só não quero mais continuar com isso, eu não te amo.

Percebi as lágrimas indo para os olhos de James.

–Mas o fim de semana! Fiz tudo o que tu pediu, não faça essa besteira Lea! Eu sou o James você não pode acabar comigo, todas as garotas me querem, nunca nenhuma acabou comigo!

–E eu sou Lea! E estou acabando com você!

Desci do carro e entrei em casa antes que ele viesse atrás. Estava com ódio de todos aqueles idiotas, eu fazendo de tudo para agrada-los e eles venerando o James.

Olhei algumas fotos no meu celular do acampamento, e postei todas no facebook, inclusive as do Will beijando Frank, logo a escola toda infernizaria a vida de Frank e Will.

As lágrimas vieram aos meus olhos, eu estava com muito ódio. Meus amigos conseguiram borrar meu rímel, conseguiram me fazer chorar. Mas essa seria a última vez que eles fariam isso. Ninguém brinca com Lea.